Seguidores

terça-feira, 23 de junho de 2020

PELEJA VIRTUAL _ DALINHA CATUNDA X VÂNIA FREITAS


DALINHA CATUNDA E VÂNIA FREITAS
1
VANIA FREITAS
Dalinha querida
Como nordestina
Tem casaca de ouro
E desde menina
Que lá no sertão
Mostrou o seu chão
Com rima divina.
2
DALINHA CATUNDA
Dona Vânia Freitas
Mulher sorridente
Encara peleja
É boa em repente
Numa cantoria
Encara a porfia
Pois é competente.
3
VÂNIA FREITAS
Acho que se engana
Esta moça bela
Não sou competente
É bondade dela
Eu faço o que faço
Às vezes desfaço
E faço como ela.
4
DALINHA CATUNDA
Você tem roteiro
E tem direção
Entende de rima
Tem boa oração
E nesse universo
Não peca no verso
Falo com razão.
5
VÂNIA FREITAS
Nessa pandemia
Eu perdi o roteiro
E sem direção
Sem tiro certeiro
Faço minha rima
E sem muito clima
Sai verso fuleiro.
6
DALINHA CATUNDA
Não perco meu rumo
Eu quero cantar
Ocupo meu tempo
Sempre a versejar
Se a coisa está feia
Eu não fico alheia
pois tento mudar.
7
VÂNIA FREITAS
Mudei o meu rumo
Deixei para o lado
Cantar vale a pena
Com saia e babado
Mulher no cordel
E queijo com mel
Em nosso quadrado
8
DALINHA CATUNDA
Sou cordel de saia
Eu sou cirandeira
Cantando ciranda
Sou mulher faceira
Faço meu papel
Cantando cordel
Me dou por inteira.
9
VÂNIA FREITAS
Aqui na ciranda
Eu vou pelejar
E tentar fazer
O meu versejar
Sem ser cirandeira
Mas na brincadeira
Eu vou requebrar.
10
DALINHA CATUNDA
Na minha ciranda
Você já dançou
Como cordelista
Seu verso cantou
Na requebradinha
Junto com Dalinha,
Você arrasou.
11
VÂNIA FREITAS
Dancei sem saber
O cordel que fiz
Meu verso nasceu
Fiquei foi feliz
Com vocês dançar
E no balançar
Eu fui infeliz.
12
DALINHA CATUNDA
Dançando ciranda
Você fez bonito
O seu Pardalzinho
Assistia aflito
Você sorridente
Dançava contente
No maior agito.
13
VÂNIA FREITAS
Dalinha tem fogo
É mulher bonita
Sou vela apagada
E nada me agita
Pardal, o meu bem
Sabe a flor que tem
No laço da fita.
14
DALINHA CATUNDA
Eu sou enxerida
Eu sou atirada
E você não é
A vela apagada
Você é ladina
Uma nordestina
Querida e amada.
15
VÂNIA FREITAS
Somos cristalinas
Nas nossas paradas
Bem verdadeiras
E somos amadas
Vivemos a vida
E bem colorida
Nas nossas Jornadas.
16
DALINHA CATUNDA
Somos artesãs
Somos cordelistas
Subindo no palco
Nós somos artistas
Nas rinhas e lutas
Nós somos astutas
E temos conquistas.
17
VÂNIA FREITAS
Conquistas e sonhos
Não faltam pra gente

Você que é mais forte
Bem mais competente
Faz com perfeição
Martelo e mourão
Sem ser prepotente.
18
DALINHA CATUNDA
O que nos faz fortes
É nossa união
É verso e ciranda
É a mão na mão
Quem junto caminha
Como formiguinha
Só cresce em ação.
19
VÂNIA FREITAS
Nós somos fermento
Da nossa cultura
A nossa amizade
Em vida futura
Será mais frondosa
Com cheiro de rosa
E de fruta madura.
20
DALINHA CATUNDA
Declamando versos
Cantando também
Com flor no cabelo
Nós vamos além
Nessa trajetória
Fazemos história
E como ninguém.
21
VÂNIA FREITAS
Fazemos memória
Com saia rodada
No palco a ciranda
Com roupa estampada
Cantando pra lua
Que logo insinua
Que é boa a noitada
Vânia Freitas
22
DALINHA CATUNDA
Com bico e babado
E seu colorido
Mulheres poetas
Causam alarido
La no picadeiro
Seu canto brejeiro
É canto assumido.
23
VÂNIA FREITAS
Gostei de cantar
Na sua toada

Aprendi a fazer
Poesia trocada
Eu cá você lá
Mas no Ceará
Se sinta abraçada.
24
DALINHA CATUNDA
Obrigada Vânia
Por esse momento.
Confabulação,
Foi nosso intento.
A nossa parcela,
Foi prosa singela,
Nos serve de alento.
*
FIM
Essa e mais uma peleja virtual. Troca de versos através do facebook.
Interação sugerida e coordenada pela poeta de cordel, Dalinha Catunda que vem atuando há muito tempo nessa modalidade.
Dalinha Catunda cad.25 da ABLC
 dalinhaac@gmail.com
Veja também
https://cantinhodadalinha.blogspot.com/

sexta-feira, 19 de junho de 2020

Da série: NA REDE COM DALINHA VII


Da série: NA REDE COM DALINHA VII
O TETÉU ME AVISOU
*
Quando o tetéu fez zoada
Eu olhei para a porteira,
E vi meu amor chegando
Meti os pés na carreira
Foi tanto beijo e abraço
Que me deu até tonteira.
*
Entre nós dois se jogou
Nosso cão de estimação
Um querido vira-lata,
E que atende por Barão
Latindo e abanando o rabo
Mostrando satisfação.
*
Hoje a galinha caipira,
Vai cheirar lá na panela
Vou fazer como ele gosta,
Com pirão e à cabidela
E vou separar pra ele
Coração também moela.
*
Uma cachacinha tem,
Vou ao pé cajá buscar.
Um suco bem refrescante,
Ligeiro vou preparar,
Vou caprichar no almoço,
Sem me esquecer do jantar.
*
No meu terreiro à noitinha
Vai ter dança e cantoria
Para celebrar a volta,
De quem é minha alegria
Pra ele vou declamar
A mais bela poesia
*
Mas a festa só acaba,
Ao matar a minha sede.
Suando junto com ele
No balançado da rede.
E o armador que aguente!
Pra não cair da parede.
*
Versos e fotos de Dalinha Catunda cad. 25 da ABLC
dalinhaac@gmail.com

terça-feira, 16 de junho de 2020

SÃO JOÃO VIRTUAL

SÃO JOÃO VIRTUAL
*
Hoje sofro sem São João,
Sem fogueira, sem balão,
E o canto do meu amor.
Retirando seu chapéu,
E dizendo: Olha pro céu,
Repare quanto esplendor!
*
Chegou a praga, a desdita,
Chegou a peste maldita,
E acabou nossa ilusão
Fiquei sem meu arraial
Pois agora é virtual
Nossa festa e tradição.
*
Embora fique bem triste
Meu coração não resiste
E me pede pra cantar.
E eu entro na brincadeira
Acendo minha fogueira
E meu facho pra brincar.
*
Para seguir nova meta
Convido cada poeta
A fazer sua oração
Vamos rimar alegria
Fazer versos com poesia
Para festejar São João.
*
Versos e foto de Dalinha Catunda cad. 25 da ABLC

quinta-feira, 11 de junho de 2020

DALINHA CATUNDA PELEJANDO COM ROSÁRIO PINTO


DALINHA CATUNDA PELEJANDO COM ROSÁRIO PINTO
1
ROSÁRIO PINTO
Amiga, preste atenção!
O santo anda em agonia,
E não vai lhe atender, não.
Tem medo da pandemia.
1
DALINHA CATUNDA
Amiga, nem desconfia,
Mas creia em minha verdade
Mandei sua fotografia
Com filtro e com pouca idade
E pedi com teimosia
Ao Santo essa caridade.
2
ROSÁRIO PINTO
Ele já se recolheu,
Foi pra cela em oração,
Mas jura que não esqueceu.
Tem seu pedido na mão.
2

DALINHA CATUNDA
É forte minha oração
Mesmo estando recolhido
O santo não vai negar
Vai garantir meu pedido
Vá segurando seu facho
Esqueça fazer despacho
Macumba não faz sentido.
3
ROSÁRIOPINTO
Esqueça este casamento.
Não fiques desesperada,
Vá mudando o pensamento,
Espere bem sossegada.
3
DALINHA CATUNDA
Eu já sou amancebada
E não quero ser casada
Sou mulher emancipada
Não ligo pra casamento
Gosto de ser concubina
Sou cabocla nordestina
Que nas moitas da campina
Exerceu seu juramento.
ROSÁRIO PINTO
4
Siga tecendo as bonecas
De pano, linha e algodão.
E vá pintando as canecas
E vá compondo em mourão.
4
DALINHA CATUNDA
Eu não tenho solidão
Nem cometo desatino
Faço boneca e menino
Porque sou farta em tesão
Nesse mundo do artesão
Vivo a pintar e bordar
Meu rastro sei desenhar
Em qualquer modalidade
O meu nome é qualidade,
E o meu canto é oração.
5
ROSARIO PINTO
E por fim, vá pesquisando,
Em um “site”, de repente,
A Pandemia findando
Ele volte ao batente.
5
DALINHA CATUNDA
Meu santo Antônio é potente
Sempre foi sempre será
Não deixei meu Ceará
Sem trazer ele na mente
Trago o santo em meu repente
No meu terço e no rosário
Ele é meu relicário
E se alguém me desafia
Boto o santo na porfia
E não choro meu fadário.
*
Dalinha Catunda e Rosário Pinto
Nestes tempos de pandemia, até Santo Antônio faz quarentena! (Rosário Pinto)
O Santo faz quarentena mas as pelejas virtuais continuam firmes e fortes. ( Dalinha Catunda)


quinta-feira, 4 de junho de 2020

SEM PÂNICO NA PANDEMIA


SEM PÂNICO NA PANDEMIA
*
Caro amigo, larguei tudo
E vim pra roça, porém,
Esse não é o meu sítio
É a fazenda do meu bem.
Por aqui a gente trepa,
Dia sim outro também,
Pra tirar fruta do pé
Sem pedir nada a ninguém.
Aqui tem pomba, tem rola,
Mas me faz falta o vem vem,
Tem cobra rondando a casa,
Perereca, há mais de cem.
O frio aqui está grande,
Chuveiro quente não tem,
Às vezes é complicado,
Para lavar o sedém,
Entretanto dou meu jeito
Garanto não fico sem.
Pra fugir da Pandemia
Faço tudo que convém
Faço prece e uso máscara
Rogo a Jesus de Belém
Faço figa e simpatia
Se preciso vou além.
*
Versos e fotos de Dalinha Catunda cad.25 da ABLC




terça-feira, 2 de junho de 2020

Da Série: NA REDE COM DALINHA VI


ESTE É MEU SERTÃO!
*
Lá no meu sertão
Na casa singela
De ferro a panela
De lenha o fogão
Como capitão
Na mão amassado
Costume passado
Que o povo detinha
Feijão com farinha
Na mão abolado.
*
Lá na minha oca
Casa de sapé
Eu tomo café
É com tapioca
Ou com mandioca
Cozida com sal
Adoro um curral
E leite mugido
E o cheiro sentido
Não há outro igual
*
Deitada na rede
Me embalo ditosa
Que vida gostosa
Com pé na parede
Aqui minha sede
Alguém vem matar
Nós dois ao luar
E a brisa da noite
Num leve açoite
Vem nos refrescar.
*
A lua faceira
Quando fica cheia
Meu rancho clareia
Eu toda lampeira
Com a cabroeira
Faço cantoria
Só vendo alegria
Neste meu rincão
É este o sertão
Que me contagia.
*
Versos: Dalinha Catunda cad.25 da ABLC
dalinhaac@gmail.com
veja também: https://cantinhodadalinha.blogspot.com/