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terça-feira, 28 de dezembro de 2021

EU MAIS XICO NO FUXICO


 

 

EU MAIS XICO NO FUXICO

1

uma dúvida é meu tormento

e findo por não saber

qual é o maior sofrer

que machuca o pensamento

qual o maior sofrimento

que o caba pode aguentar

quando aflora o chorar

e se acaba o sorrir

se é ficar querendo ir

ou ir querendo ficar.

XB

2

Amigo vou lhe dizer

Preste bastante atenção

Das dores do coração

Não cabe se maldizer

Só tempo pra resolver

Não vale a pena chorar

Eu posso até me lascar

Porém morro sem pedir

PR'ELE FICAR E NÃO IR

OU NÃO IR, QUERER FICAR.

DC

3

quem souber me diga agora

não me deixe sem resposta

quando o caba um dia gosta

gosta tanto que até chora

e seu amor vai embora

ele fica a lamentar

sem saber pra quem rezar

sem noção a quem pedir

pr'ela ficar e não ir

ou não ir, querer ficar

XB

4

Quando um amor vai embora

Um outro amor logo vem

Nos braços de outro alguém

Nosso instinto colabora

A vida logo melhora

Paixão é para passar

Quem vai, perde seu lugar

Não adianta insistir:

PR'ELE FICAR E NÃO IR

OU NÃO IR, QUERER FICAR

DC

5

O problema é que ela indo

A gente fica sozinho

E sem amor, sem carinho

O 'hômi' termina caindo

Sem vergonha, vou pedindo

Pra ela ficar e não ir

E eu chorando, sem rir

Sei que vou me lascar

Se ela não quiser ficar

Nem adianta outra vir

XB

6

Eu só quero quem me quer

Disso sabe quem me atura

Não é qualquer criatura

Que conhece meu mister

Sou parceira sou mulher

Mas não sou de me iludir

Se meu parceiro partir

Pranto não vou derramar

Se ele não quiser ficar

Vou achar quem queira vir

DC

7

Pior é que na minha idade

Quase tudo anda mole

Quase nada ainda bole

Uma infelicidade

Aqui na minha cidade

Ninguém comigo quer nada

Sem mulher ou namorada

Nem posso me divertir

Se essa mulher partir

Minha sorte está lançada.

XB

8

Amigo, pra pé doente

Um chinelo velho tem

Quando a dona idade vem

Tudo fica diferente

Um cabra polivalente

Sempre brilha até o fim

E dá mingau ao soim

Porque sabe arquitetar

E vê a cobra fumar

Enquanto a sorte diz sim.

DC

9

Quem me dera acreditar

Em tudo que você diz

Quisera ser aprendiz

E saber arquitetar

Todo o bem e o mal que há

Nessa vida não brilhei

E até atrapalhei

O brilho que outros tem

E como ninguém mais vem

Desisti e me mandei

XB

10

O bom da vida é viver

A vida como ela é

Horas grudados na fé

Já outras a se entreter

Versos tentando fazer

Pra não perder a mania

Pois nos braços da poesia

É Sempre tempo de luz

E a palavra que reluz

Ilumina nosso dia.

DC

Obrigada pela troca de versos poeta querido, Xico Bizerra.

Xilo de Erivaldo Ferreira

dalinhaac@gmail.com

 

 

 

 

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

AS MULHERES DO CORDEL COM: MADU COSTA


 

AS MULHERES DO CORDEL COM: MADU COSTA

Versos do poema de cordel: O Menino e as Estrelas:

 .

O menino desta história

 Eu vou logo lhes dizer

É menino curioso

Sempre acha o que fazer

Pra matar curiosidade

Veja o seu proceder.

.

De cima daquela árvore

Passa o tempo a olhar

Para cima e para baixo

Algo ele vai achar

Investiga céu e terra

Não se cansa de caçar.

.

De noite foge da cama

Quer ver o escuro céu

Olhar estrela e Marte

Saturno e seu anel

Enrolado na coberta

Vai compondo seu cordel.

.

Essas sextilhas compõem 1 dos poemas da Trilogia: YAN.

LANCADO EM 18/12/2021

.

MADU COSTA

Maria do Carmo Ferreira da Costa/ Madu Costa, nasceu e vive em Belo Horizonte.

 É pedagoga-UFMG/1995, arte-educadora-PUCMINAS/2000,

É escritora com 11 publicações literatura infantil e 05 publicações literatura de cordel.

É membra do Coletivo Iabás de narração de histórias das orixás femininas.

Atua em teatros, escolas, empresas, festas particulares e afins.

Apresentou-se em Angola com o Coletivo Iabás no Segundo Intercâmbio Brasil x Angola promovido pelo grupo Raizes de São Paulo em 2019;

Apresentou-se no Tiradentes em Cena em novembro de 2020.

Apresentou- se na Flis- Sabará-2020. Apresentou-se no Museu Gerdau com o monologo: Simpatias de Mãe 2019.

Ministra cursos de Contação de Histórias, atualmente pela plataforma hotmart.

Cordéis de sua autoria:

 1-Zumbi dos Palmares em Cordel;

2- Dandara Guerreira em Cordel;

3- Luisa Mahim a Guerreira;

4-Aedes Aegypti em Cordel;

5- Cordel da Disciplina;

6- Um Cordel para Olegário Alfredo;

7- Cultura Iorubá em Cordel;

8- O Menino e as Formigas;

9- O Menino e a Aranha;

10- O Menino e as Estrelas.

*

Pesquisa de Dalinha Catunda para: As Mulheres do Cordel, do Blog, Cordel de Saia.

dalinhaac@gmail.com

ERA O DEVER DE PARTIR E A VONTADE DE FICAR.


 

ERA O DEVER DE PARTIR

E A VONTADE DE FICAR.

Mote de Joaquim Mendes Joames

1

Nas asas do pensamento

Eu viajei pelo mundo,

Cheguei a Pedro Segundo,

Terra do meu nascimento;

Relembrei cada momento

Vivido no meu lugar;

Mas um dilema sem par

Forçava-me decidir:

“Era o dever de partir

E a vontade de ficar.”

Joaquim Mendes Joames.

2

Quando deixei meu rincão,

Minha querida Ipueiras,

De lá saí as carreiras!

E chorei na ocasião…

Sofri deixando o sertão,

Isso não posso negar.

Jurei que iria voltar!

Não sou mulher de fugir:

“Era o dever de partir

E a vontade de ficar.”

Dalinha Catunda

3

Eu saí de Fortaleza

Aonde eu fiz campana

Quando cheguei em Santana

Minha terra com certeza

Contemplei a natureza

No Rio fui me banhar

Fiquei de papo pro ar

Até a hora de ir

“Era o dever de partir

E a vontade de ficar”

Araquem Vasconcelos

4

Sou um grão de Fortaleza

Fui pra Belém do Pará

E voltei pro Ceará

Desfrutar tanta beleza

Dessa santa natureza

Eu vim feliz a cantar

Pois aqui é o meu lugar

Mas eu tive que sair

“Era o dever de partir

E a vontade de ficar.”

Glosa de Vânia Freitas

5

Um dia eu saí de casa

Para tentar minha sorte

Triste, deixei o meu Norte

E para o Sul bati asa

O coração feito brasa

Deu vontade de chorar

Mamãe a me abençoar

Na hora de eu sair

“Era o dever de partir

E a vontade de ficar.”

João Rodrigues

6

Quando eu vim do Maranhão

Para este Rio de Janeiro

Eu vim pra ganhar dinheiro

Mas de tanta solidão

Só pensava no sertão

Com vontade de voltar

Isso não devo negar

Mas nunca pensei em fugir

“Era o dever de partir

E a vontade de ficar.”

Cicero Do Maranhão

7

Quando deixei minha terra

Senti uma dor, de fato

Fui parar num internato

Peguei a arma pra guerra

Mas voltei ao pé de serra

Minha terra, meu lugar

Tive que a estrada pegar

Para o destino cumprir

“Era o dever de partir

E a vontade de ficar.”

Rivamoura Teixeira

8

Era o dever de partir

E a vontade de ficar

Eu não tive outra opção

Pra cuidar da vida minha

Tive que entrar pra Marinha

Pra cumprir minha missão

Fez doer meu coração

Quando eu tive que deixar

Camocim o meu lugar

Pra Força Armada servir

Era o dever de partir

E a vontade de ficar

 Joabnascimento

9

Quando saí do sertão

Em 25 de julho

Eu não tive algum orgulho

Por deixar meu belo chão

Pra mamãe dei a bênção

Ela se pôs a chorar

Eu comecei a pensar

Vou porque tenho que ir

ERA O DEVER DE PARTIR

E A VONTADE DE FICAR.

 Marcos Silva.

10

Eu nasci em Fortaleza

Mas a minha profissão

Me chamava pro sertão.

Certo dia a natureza

Percebeu minha incerteza

Resolveu me alertar:

Eu mergulhava no mar

E a onda a me sacudir

"Era o dever de partir

E a vontade de ficar.”

 Giovanni Arruda

*

Xilo de Carlos Henrique

Roda de glosa, com mote de Joaquim Mendes Joames, coordenada por Dalinha Catunda cad. 25 da ABLC

dalinhaac@gmail.com

 

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

A ÁRVORE QUE ME REPRESENTA

A ÁRVORE QUE ME REPRESENTA
*
Eu hoje vivo na roça
Recordando meu sertão,
Pois é lá daquelas brenhas,
Que retiro inspiração.
Minha Árvore de Natal,
Tentei fazer uma igual,
Com alguma inovação.
*
Peguei garrancho no mato,
Tirei as folhas, limpei,
E numa lata de vinte
Areia lá coloquei.
E depois chegou a vez
Do paninho de xadrez,
Pra envolver a lata usei.
*
Como eu sou cordelista,
Para a árvore enfeitar,
Dependurei meus cordéis,
Que tem tanto pra contar…
Das histórias do sertão,
Que trago no coração,
E gosto de relembrar!
*
Minhas bonecas de pano?
No Natal muitas ganhei!
Como artesã de bonecas,
Algumas eu pendurei,
Frutos da recordação,
Que marcam a tradição,
Coisas que vivenciei.
*
Quando saí do Nordeste
Mãe solteira e minha cruz
Me apeguei no meu caminho
A santa Mãe de Jesus.
Minha base a cada dia,
Era Jesus e Maria,
Meu caminho foi de luz.
*
Versos e arte de Dalinha Catunda

 dalinhaac@gmail.com

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

BARRACA DA CHIQUITA 42 ANOS


 

BARRACA DA CHIQUITA 42 ANOS

1

Certa vez uma guerreira

De linhagem nordestina

Não ficou chorando a sorte

Deu asas a sua sina

Escolheu bom paradeiro

E no Rio de Janeiro

Fez do trabalho rotina.

2

O ano foi setenta e nove

Que essa história começou

A guerreira pôs em prática

Tudo aquilo que sonhou

Numa visita inocente

Naquela feira ela sente

Que sua estrela brilhou.

3

A Feira de São Cristóvão

Lhe serviu de inspiração

Tinha tudo que ela amava

E tocou seu coração

Tinha comida gostosa

Bom forró e boa prosa

E lembrava o seu sertão.

4

E foi assim que essa filha

De Francisco e de Francisca

Protegida pelo santo

O seu roteiro rabisca

Sendo Francisca também

Graça divina ela tem

Nessa empreitada se arisca.

5

Montou a sua Barraca

Enfeitada e bem bonita

Botou chapéu na cabeça

E linda saia de Chita

A barraca era arretada

Por ela foi batizada

De BARRACA DA CHIQUITA.

6

Chiquita seguiu à risca

Dicas do seu pensamento

A Barraca fez sucesso

Era grande o movimento

E a cada dia aumentava

E a guerreira batalhava

Cheia de Contentamento.

7

Começou com pratos típicos

Na primeira ocasião

Fazia Baião de Dois

E paçoca de pilão

Um quitute invenção dela

Encantou a clientela

O Bolinho do Sertão.

8

A Mulher empreendedora

Ligeiro tomou ciência

Do gosto de seus clientes

Com sorriso e paciência

Tudo que o freguês queria

Na Barraca ela fazia

Cumprindo cada exigência.

9

A barraca evoluiu

Fez um menu abrangente

Seu cardápio variado

Agradava muita gente

Chiquita feliz sorria

Não faltava freguesia

Seu recanto era atraente.

10

Sua fama foi crescendo

De maneira natural

A Barraca se expandiu

Aqui não tem outra igual

É uma casa sertaneja

Quem não viu se avexe e veja

E deixe lá seu aval.

11

Foi com nordestinidade

Que fez a decoração

Tem abano tem peneira

Num canto tem um pilão

Tem o chapéu do vaqueiro

Ao lado do Cabideiro

Onde ela expõe um gibão.

12

Tem bonequinha de pano

Toda vestida de chita

Com sacolinha de lado

Usando laço de fita

Tem reide para deitar

Se quiser se balançar

E tirar foto bonita.

13

La Chiquita conviveu

Com os nomes da poesia

Como o querido Azulão

Manuel Santa Maria

Gente que honrava a pena

Como foi o Santa Helena

Que o povo bem conhecia.

14

Sua casa tem a vida

Tem a alma do sertão

Preservou suas raízes

E fez a propagação

Usa a xilo e o cordel

E faz bonito papel

Tendo a cultura em ação

15

Quem põe sua mão na massa

Com luta e honestidade

A tendência é só crescer

Mostrando ter qualidade

Chiquita mulher sem ócio

Expandiu o seu negócio

Com garra e capacidade.

16

Sua primeira Barraca

Foi na Feira Nordestina

Na Feira de São Cristóvão

Onde o povão se aglutina

Depois foi pro pavilhão

E lá chamou atenção

Pela beleza agrestina.

17

A Barraca da Chiquita

Copacabana ganhou

E nunca fica vazia

Porque o povo aprovou

É muito bem decorada

Por turista é frequentada

A mão Chiquita acertou

18

Niterói abriu as portas

Para Chiquita passar

Ela atravessou a ponte

Para o cliente agradar

Abriu mais uma Barraca

Com o seu leme ela atraca

Tem rumo pra trabalhar

19

Em Vista Alegre a caçula

Está indo muito bem

É a mais nova Barraca

Que faz sucesso também

Quem age tem resultado

A Jesus tem agradado

E os anjos dizem amém.

20

Assim segue essa guerreira

Na lida incansavelmente

Navegando novos mares

Tocando o barco pra frente

Seguindo sempre adiante

Ajudando o semelhante

Empregando muita gente.

21

O Ceará tem orgulho

Dessa cabocla guerreira

Que deixou o seu lugar

No Sudeste fez carreira

E na arte da culinária

Ela é revolucionária

Profissional de primeira.

22

A Barraca da Chiquita

Com sua ornamentação

Já foi cenário de muitas

Cenas de televisão

A cultura popular

Está em todo lugar

Causando boa impressão

23

Quarenta e dois anos são

De aconchego e acolhimento

Dando o melhor pro cliente

E tendo bom crescimento

Parabéns pelo progresso

A razão do seu sucesso

É o bom atendimento

24

Escrevi esse cordel

Pra celebrar esse dia

Dia 13 de dezembro

Dia de Santa Luzia

Parabéns para Chiquita

Pra Barraca mais bonita

Espaço que contagia.

*

Cordel de Dalinha Catunda

Capa de J. Borges

dalinhaac@gmail.com