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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Entendendo o cordel

O poema abaixo é fundamental para quem desejar bem compreender a metodologia do fazer literatura de cordel. Aqui o poeta Paulo Moura nos exemplifica com qualidade e graça: as origens, a forma, o conteúdo e as modalidade da literatura de cordel. É relevante observar que esta literatura permanece viva, atuando e formando novos autores, dia após dia. Este fenômeno deixa claro a força da oralidade como formadora de nossa literatura nacional. 
 
Autor: Poeta Paulo Moura

A HISTÓRIA DO CORDEL
1
Eu vou contar pra vocês
De forma bem popular
A história do CORDEL
E a todos vou ensinar
Mostrando o quanto é fácil
RIMAR e METRIFICAR.
2
Mas para se conseguir
Escrever sem escarcéu
Versos com ORAÇÃO e RIMA
Lanço mão deste papel
E começo por falar
Da ORIGEM do CORDEL:
3
A poesia ilumina
Minh’alma neste momento
Pra que eu possa, nestes versos
Mostrar com conhecimento
O que é MOTE, VERSO e RIMA,
Será esse meu intento.
4
O CORDEL surgiu por causa
Da grande necessidade
Dos povos do velho mundo
Praticar a ORALIDADE
Contando os acontecidos
Para o povo da cidade.
5
Naquelas comunidades
Bem poucos sabiam ler
No século dezessete
Era triste de se ver
Pois se ali poucos liam
Pra quê então escrever?
6
Surgiu então o FOLHETO
Que correu o mundo inteiro
Portugal, Espanha, França
Até que um aventureiro
Transportou nas caravelas
Para o solo brasileiro.
7
Chamavam de “Folhas Soltas”
Os FOLHETOS portugueses
Pliegos, Hojas, Corridos,
Na Espanha, e os franceses
“Literatura ambulante”,
E “Canard” os Ingleses.
8
Mesmo com nomes diversos
Em todo canto era igual
Envolviam narrativas
De cunho tradicional
Estórias de valentia
Ou assunto ocasional
9
De além mar, para o Brasil
Em forma de ORALIDADE
Veio aportar no Nordeste
E com a originalidade
Dos poetas sertanejos
Ganhou notoriedade.
10
Desde quando foi trazido
Pelos colonizadores
Lá na Serra do Teixeira
Os primeiros cantadores
Disseminaram a POESIA
Pelo Pajeú das flores.
11
O Vate Agostinho Nunes
Foi do cordel um herdeiro
Com Ugolino Sabugi
Que também foi pioneiro
Junto com o irmão Nicandro
Ambos, filhos do primeiro.
12
Foram os primeiros poetas
Da ala dos cantadores
Que em 1830
Mostraram os seus valores
Do sertão do Moxotó
Até o Pajeú das Flores
13
E o nome de CORDEL
É por causa da maneira
Que na Europa se expunha
Para se vender na feira
E com esse nome o “FOLHETO”
Atravessou a fronteira
14
E o CORDEL ganhou fama
Nas feiras e arruados,
Cidades de interior
Vendas, bodegas, mercados
E pelos cegos das feiras
Era muito recitado
15
Depois, em 1900
Ganhando notoriedade
O CORDEL, que era ouvido
Através da ORALIDADE
Para a gráfica seguiu
Pra se vender na cidade
16
Leandro Gomes de Barros
Foi o grande precursor
Da parte EDITORIAL
Que o CORDEL se transformou
O FOLHETO difundiu-se
Aumentando seu valor
17
João Martins de Ataíde
E Silvino Pirauá
Foram grandes precursores
Da arte de versejar
E o nosso CORDEL então
Viajou lá do Sertão
Até as pancadas do mar.
18
No ano 1900
Na década de 40
O CORDEL sofreu uma queda
Gradual, sofrida e lenta
Por causa da evolução
Dos meios de comunicação
Que o progresso fomenta
19
Televisão e jornal
Radio de pilha e correios
Foram chegando pra o povo
Que não tinha outros meios
E nem de longe sonhavam
Com internet ou emails
20
E das mãos do sertanejo
Nosso CORDEL foi sumindo
Porque o radio e a TV
Na sua casa foi surgindo
Que nem deu pra acreditar!
Ver o progresso acabar
Com um movimento tão lindo!
21
Mas outra duvida tiro
Pois nisso sou menestrel
Vou falar pra todo mundo
Da função e do papel
E dizer de forma clara:
Como é feito o CORDEL:
22
Criaram-se vários tipos
Vários ESTILOS e FORMAS
E pra editar um CORDEL
Existem regras e normas
De 8 a 16 folhas
Existem várias escolhas
E os temas são gerais
E tem também outros lances
Como os CORDÉIS de Romances
Com 30 ESTROFES ou mais
23
O seu assunto varia
De forma bem casual
Estória de aventuras
Lutas do bem contra o mal
Da sina de um Cangaceiro
De penitente, romeiro,
Ou tema circunstancial.
24
É escrito normalmente
Seguindo uma mesma trilha
A DÉCIMA, pouco usada
Ou mesmo a SEPTILHA
Contudo o mais usado
E que ficou consagrado
Foi o gênero: SEXTILHA
25
Alem da RIMA e da forma
Pra compor a EDIÇÃO
Tem algo muito importante
Na sua HARMONIZAÇÃO:
É escrito em sete sílabas
Pra dar METRIFICAÇÃO
26
Sete sílabas poéticas
É o que você vai usar
Para construir seis VERSOS
E para melhor ficar
Os VERSOS 2, 4 e 6
Entre si devem RIMAR
27
Outros formatos de RIMA
A SEXTILHA pode ter
Com rima ABERTA ou FECHADA
Você pode escrever
Contudo o estilo acima
É mais fácil de fazer
28
E é bom logo aprender
Que “VERSO” é cada LINHA
Que “ESTROFE” é o CONJUNTO
De VERSOS de um poeminha
E que RIMANDO, a POESIA,
Vai ficar mais bonitinha
29
Manoel Alexandrino
De Mendonça Serrador
Da ESTROFE de SETE LINHAS
Foi o idealizador
Uma linha a mais na sextilha
Ganhou mais graça e valor
30
SEPTILHA ou SETE PÉS
São SETE VERSOS rimados
A linha 2, 4 e 7
Vão rimar emparelhados
Linha 1 e 3 não rima
A 5 da 6 é prima...
...E tudo METRIFICADO!
31
A DÉCIMA é outro estilo
Que também é muito usado
Com sete silabas poéticas
(Que não tenha “pé quebrado”!)
Mas também vai ficar belo
Dez silabas em “MARTELO”
E se o cabra desejar
12 silabas poéticas
Ou 11 para ter métricas
De GALOPE a BEIRA MAR
32
A sua RIMA varia
Se tiver MOTE ou não
É bem fácil de fazer
Basta prestar atenção:
No esquema A,B,A,B,
C,C,D,E,E,D,
Não vai haver confusão
33
A sua 1ª linha
Deve rimar com a 3ª
Se a 2 com a 4 se alinha
A rima fica certeira
A 5 rima com a 6
E digo mais pra vocês
Que são alunos fieis
Se a 8 e a 9 rimar
Tá bom, e vai melhorar
Se a 7 rimar com a 10.
34
A poesia de dez linhas
É ideal pra usar
Quando alguém dá um MOTE
Para o poeta GLOZAR
Nesse caso nossa décima
Vai sua forma mudar:
35
Com MOTE a 1ª linha
Com a 4 e a 5 tem vez
A 2 vai rimar com a 3
Pra ficar bem casadinha
A 6 e a 7 juntinha
Vai rimar com a linha 10
Aprenda com os menestréis
Que bem melhor vai ficar
Se 8 com 9 rimar
Para o verso de dez pés
36
Existem diversas formas
De fazer verso rimado:
Meia Quadra, Gemedeira,
Quadrão e Mourão Voltado,
Tem baião de Gemedeira,
Parcela, Quadra, Ligeira,
E Martelo Agalopado.
37
Coloque o lápis de lado
E uma folha de papel
Lance mão deste livreto
E se sinta um Menestrel
Use a imaginação
E abra seu coração
Pra escrever “seu” Cordel.
38
E acredite que, na vida
Fazendo as coisas corretas
Não somos só sonhadores
Pois temos planos e metas
Estudar com alegria,
Ler muito e fazer poesia,
Pois o mundo é dos Poetas.

Fonte: Blog Cordel na Sala de Aula: educarcomcordel.blogspot.com e Cordel Paraíba, do poeta Manoel Belizário. 
CLIC no LINK e saiba mais:


terça-feira, 30 de agosto de 2011

ENCANTOS DE CORDEL

Victor Alvim - Lobisomem
AMANHÃ quarta feira, 31 de agosto as 20 horas, estarei apresentando no SESI JACAREPAGUÁ o show "ENCANTOS DE CORDEL " onde mesclo poemas e músicas de minha autoria e clássicos de Luiz Gonzaga, Paulo Cesar Pinheiro, Zé Ramalho, Jackson do Pandeiro, Alceu Valença e outros.
O espetáculo aborda os temas da LITERATURA DE CORDEL, CAPOEIRA, SAMBA, FORRÓ, CANGAÇO e toda a CULTURA POPULAR BRASILEIRA em geral.
Aguardo a presença de todos vocês, seus amigos e familiares.

ENCANTOS DO CORDEL
QUARTA FEIRA - 31/Agosto/2011
20 horas
SESI JACAREPAGUÁ
Rua Geremário Dantas, 940 - Freguesia - Jacarepagúa
Entrada Franca
Victor Alvim - Voz
Márcia Guzzo - Voz
Alan Rocha - Cavaquinho/violão
Igor Stuart - Zabumba/surdo
Cacá Franklin - Triangulo/pandeiro
Nandinho do Acordeon - Acordeon
Visite  www.quintal-do-lobisomem.blogspot.com

www.cantinhodadadalinha.blogspot.com
www.rosarioecordel.blogspot.com

LEVANDO FUMO- 2


Você quer mesmo fumar?
Pode fumar meu irmão!
Porque quem vai se lascar,
De verdade é seu pulmão.
Se você quer levar fumo
Pode seguir o seu rumo
Que não vou gastar sermão.
*
Uma coisa só lhe peço,
É que se afaste de mim
Não vou fumar por tabela
Para ter o mesmo fim
Você fuma por prazer
E nunca vai entender
Que isto pode ser seu fim.
*
Pode queimar seu dinheiro,
Acabe com sua saúde
Porém acho incoerente
Este tipo de atitude
Amigo não leve a mal
Com certeza seu final
Será mesmo um ataúde.
*
Texto: Dalinha Catunda
Foto da internet
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De volta do Maranhão

Querido amigos, já estou me apresentando!
*
O Maranhão é celeiro
Da cultura portuguesa
Num registro permanente
Da arquitetura à mesa
Com seus belos azulejos
Também pedra portuguesa
*
Visitando São Luís
Capital do Maranhão,
Não deixe de vistar,
Nesta grande ocasião,
A região dos Lençóis
Do Rei Saõ Sebastião. 
*
Vá direto a Santo Amaro
Terra de deslumbramento
Na Pousada Paraíso
Só terá contentamento,
Dormirá tranquilamente,
Não conhecerá tormento.
*
Deixe aqui seus comentários ou os envie para cordeldesaia@gmail.com
Fique com o por do sol na dunas:
Texto e  fotos Rosário Pinto, na Lagoa das Gaivotas

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

DE VOLTA

Dalinha Catunda e Rosário Pinto
DE VOLTA
*
Amigos, eu e Rosário,
Viajamos para o sertão.
Eu fui para o Ceará,
E ela pro Maranhão,
Visitar nossa família
Um motivo de alegria
 Um mimo pro coração.
*
E já que estamos de volta
Vamos pegar no batente.
E se eu já me apresentei,
Ô Rosário, se apresente!
É hora de labutar
Vamos atualizar
O nosso blogue carente.
*
 Texto e foto de Dalinha Catunda
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terça-feira, 23 de agosto de 2011

Bento Raimundo e Edilson Vieira

Edilson Vieira - Sanfoneiro e cantor
Bento Raimundo- Sanfoneiro, repentista e cantor
Bento Raimundo e Edilson Vieira
Mestres na Sanfona

Fui um forró pé-de-serra
Lá pras banda da Ipueira.
Foi um forró bem animado
Muito boa a brincadeira,
Tocava Bento Raimundo,
E também Edilson Vieira.

Nunca vi forró melhor,
Foi de levantar poeira,
Uma hora tocava Bento,
Outra era Edilson Vieira.
Era um rebolar de quartos,
Que dava nó nas cadeiras.

Um sujeitinho reclamou
Que Bento tocava sentado,
Bento arrochou a sanfona
Deixando o forró animado,
Num instante calou a boca
De quem conversava fiado

Edilson entrou cantando,
Seu bom forró de Jericó.
Bento com o Mela-Mela,
Nem sei qual cantou melhor.
Só sei que as duas sanfonas
Incendiaram o tal forró.

A sanfona velha gemia
O povão todo dançava.
Ao sair Edilson Vieira
Bento Raimundo pegava.
Com essa dupla tocando
Ninguém de lá arredava.

Teve uma hora que os dois,
Resolveram tocar juntos.
Naquela hora eu lhe juro
Lá só não dançou defunto!
Bento com Edilson Vieira,
Tocaram e tocaram muito!

Bento e Edilson Vieira,
São relíquias do sertão
Sanfoneiros de Crateús
Prestigiados pelo povão
Cantam e tocam o novo,
Sem esquecer a tradição. 
*
Texto e foto de Dalinha Catunda

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

2º Concurso de Literatura de Cordel da Academia Caruaruense de Literatura de Cordel

Reproduzido do blog PALAVRA CULTURA
www.palavracultura.blogspot.com
REGULAMENTO

Tema: Cordel Contemporâneo
Promovido em parceria com Academia Caruaruense de Literatura de Cordel, FUNDARPE através do Programa SISTEMA DE INCENTIVO A CULTURA SIC/PE e Governo do Estado de Pernambuco, com a colaboração da ABLC – Academia Brasileira de Literatura de Cordel.
01. Academia Caruaruense de Literatura de Cordel - ACLC, situada na Rua Limoeiro Nº 295 Bairro Boa Vista I – CEP: 55038-010-Caruaru-PE em parceria com a FUNDARPE, através do Programa SISTEMA DE INCENTIVO A CULTURA SIC/PE do Governo do Estado de Pernambuco e a colaboração da ABLC – Academia Brasileira de Literatura de Cordel abrem inscrições para o 2º Concurso Nacional de Literatura de Cordel com o tema “Cordel Contemporâneo”.
02. O prêmio, para a edição de 2011, contemplará a categoria ADULTA, amador ou profissional de Literatura de Cordel e poderão participar Poetas residentes em qualquer lugar do Brasil, que apresentem cordéis com o mínimo de 08 e o máximo de 12 estrofes de seis versos (sextilha) e que obedeçam ao formato indispensável de métrica, rima e oração.
03. Os trabalhos serão avaliados por uma Comissão formada por Poetas integrantes da ABLC – Academia Brasileira de Literatura de Cordel, sediada na Rua Leopoldo Fróis, 37 Santa Teresa - Rio de janeiro, Cep 20241-330, para onde serão enviados os cordéis concorrentes, em envelope fechado com duas cópias do texto.
04. Os autores candidatos apresentarão um envelope principal de entrega dos textos contendo em seu exterior apenas o nome do Concurso, (CORDEL CONTEMPORÂNEO), e o pseudônimo do autor. Não poderá ter remetente, apenas destinatário. Em seu interior haverá, além dos trabalhos objeto do concurso, outro envelope, lacrado, subscrito somente com o título do Concurso e o pseudônimo do autor. No interior deste, deverão conter o nome do autor, mais seus dados completos: nome, endereço, telefone, e-mail, cópia do RG, cópia do CPF, comprovante de residência, título do trabalho inscrito e pequena biografia (até 10 linhas).
05. A ABLC escolherá os dez melhores textos enviados, para serem apresentados na noite do dia 14 de outubro na cidade de Caruaru – PE, ocasião que será autorgada a premiação. Os dez autores selecionados serão transportados para a cidade Caruaru por conta da produção do evento, com passagens e hospedagens garantidas e gratuitas.
06. Os dez cordéis escolhidos serão recitados por seus autores e julgado por uma Comissão formada de Poetas Acadêmicos da Academia Caruaruense de Literatura de Cordel. A comissão observará a temática e os elementos que compõem a literatura de cordel na sua essência: Métrica Rima e Oração
07. O prazo de inscrição: Até o dia 15 de setembro de 2011.
08. Fica vedada a inscrição de qualquer pessoa ligada diretamente (com laços familiares ou vínculos de trabalho) aos componentes das comissões de escolha (ABLC) e julgadora (ACLC).
09. Os Cordéis inscritos devem ser obrigatoriamente, inéditos e escritos em Língua Portuguesa. Entende-se por inéditos os que não tenham sido editados ou publicados (parcialmente ou em sua totalidade) em antologias, coletâneas, suplementos literários, jornais, revistas, Internet, exposições ou outras publicações. É da responsabilidade exclusiva da comissão julgadora analisar se os trabalhos enviados são ou não inéditos.
10. Ao efetivar a inscrição, o autor assume a autoria e a originalidade dos trabalhos inscritos, podendo responder, em caso contrário, por plágio, cópia indevida e demais crimes previstos na Lei de Direitos Autorais, bem como sua exclusão deste concurso.
11. A premiação será a seguinte: 1º lugar R$ 3.000,00 (Três Mil Reais); 2º Lugar R$ 2.000,00 (Dois Mil Reais) e o 3º lugar R$ 1.000,00 (Hum Mil Reais).
12. A organização do evento envolvendo os patrocinadores do festival, ACLC, ABLC, e FUNDARPE, terá acesso a 5% das publicações vencedoras, sem fins lucrativos, apenas para divulgação desses trabalhos.
12. Cada autor encaminhará aos endereços ou locais definidos os originais inscritos, podendo ser até dois (dois) trabalhos. As cópias impressas serão em papel branco (A4), digitadas.
13. Os originais não serão devolvidos.
17. A inscrição implicará, por parte do concorrente, na aceitação dos termos deste regulamento, bem como na cessão, sem ônus, dos direitos autorais dos trabalhos inscritos, para eventual publicação de uma primeira edição, bem como para divulgação dos trabalhos literários da Academia.
18. O concurso em pauta seguirá o seguinte calendário básico:
a) No dia 14 de outubro de 2011, serão apresentados e anunciados os ganhadores do Concurso no local do evento:
b) Os prêmios serão pagos em dinheiro e os cordéis serão publicados.
19. Não é necessário o participante enviar seus cordéis com capas de xilogravuras ou qualquer outro desenho.
20. As inscrições são gratuitas, encerrando-se em 15 de setembro de 2011.
Hérlon de Figueiredo Cavalcanti
Presidente da Academia Caruaruense de Literatura de Cordel
Informações e esclarecimentos:
www.ablc.com.br
(21) 9985-6208 – Chico Salles.

FORRÓ É BOM E EU GOSTO

FORRÓ É BOM E EU GOSTO!
*
O legítimo forró,
Tem balanço tem magia
No arrastar do chinelo,
Forrozeiro se arrepia
Tira poeira do chão
Rodopia no salão
Dançando com alegria.
*
Eu já dancei em terreiro
E debaixo de latada.
Com triângulo e Zabumba
Uma sanfona e mais nada.
Já arrastei muito xote,
Nos dois passos, no pinote!
Sem me cansar na jornada.
*
Quem fala mal de forró
Sem conhecer Gonzagão,
Sem nunca ter arrastado
O seu chinelo no chão
Sem entender do riscado,
É melhor ficar calado
E aprender sobre sertão.
*
Foto e texto de Dalinha Catunda
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www.rosarioecordel.blogspot.com

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

CARTA AO MEU PAI


CARTA AO MEU PAI

Meu pai não fique triste,
Porque o tempo passou.
Você fez seu melhor
Pelos filhos que criou.
Deve cada um de nós
Sempre ser seu protetor.

Quisera eu fazer mais,
Contudo moro distante.
Longe de minha cidade
Sou sua filha retirante.
Quisera guiar seus passos
Como os meus guiara antes.

Não pense que lhe esqueci,
Não quero em você tristeza.
Você é minha segurança,
Minha maior fortaleza.
Sua presente fragilidade
Passa ser minha fraqueza.

A idade lhe permite
Uma teimosia atroz.
Quer viver do seu jeito,
Não como gostaríamos nós.
Mas estou sempre ligada,
Para atender sua voz.

Não se esqueça de deixar
Ligado o seu celular.
Estarei sempre ligando
Nunca vou lhe abandonar
Saiba que em meu coração
Eterno será seu lugar.

Nessa cartinha que faço
Usando rimas e verso,
A sua benção meu pai,
Como aprendi eu lhe peço.
Beijando a sua mão
Com carinho me despeço. 
*
Texto e foto de Dalinha Catunda
Na foto meu irmão Tony Aragão Canta velhas canções para meu pai Espedito Catunda, que se encontra no alpendre de minha casa, cercado por genros, filhos e amigos. 

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Cordel de Saia convida: visite a Sala do Artista Popular / CNFCP

CORDEL DE SAIA convida : visite Redes de dormir de Limpo Grande, município de Várzea Grande (MT), em exposição na Sala do Artista Popular, Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular/CNFCP/Iphan/Minc, a rua do Catete, 179, no perído de 11 de agosto, às 17:00 horas, a 18 de setembro 2011. Patrocínio da Caixa Econômica Federal.
Entrada franca. Contará com a presença de duas das expositoras: Valdirene Mendes e Jucileire Clemente da Silva.
A comunidade é um grande polo de produção artesanal. São cerca de 200 moradores aparentados entre si, dedicados à agricultura, pastoreio, pesca e ao artesanto, que envolve 40 redeiras. O ofício é transmitido de geração em geração, mantendo vivo o saber das redeiras.
Mais detalhes, viste o Portal www.cnfcp.gov.br
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http:rosarioecordel. blogspot.com
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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Apologia ao Cordel de Dalinha Catunda


APOLOGIA AO CORDEL
1
Cordel é Literatura
Com certeza popular.
No baú dos portugueses
Chegou e foi para ficar.
Em Salvador aportou,
Sua semente semeou,
Logo começou a brotar.
2
Sua origem é da Europa
Mas aportou na Bahia.
Ganhou um novo sotaque
Para nossa alegria.
Tem cara de nordestino
E cumpre bem seu destino
Numa eterna romaria.
3
Leandro Gomes de Barros,
Com sua sabedoria
É poeta renomado
De muita categoria
Sábio empreendedor
E se tornando editor
Abriu uma tipografia.
4
Criou, publicou folhetos,
Com dinamismo vendeu.
E foi assim que o cordel,
No papel apareceu.
Sendo o mestre de Pombal
A figura principal
Do cordel em apogeu.
5
O cordel não agoniza,
Como sempre ouvi falar.
Cada dia ganha força
Floresce em todo lugar.
Tirou o pé do sertão
Para invadir a nação
Na arte de se propagar.
6
Na mala dos nordestinos
Embarcou paro o Sudeste.
Ganhou a periferia
Na voz do cabra da peste.
Ganhou feira, até salão
Falando de tradição
E costumes do Nordeste.
7
Se no rádio sempre esteve,
Com certeza continua.
Na feira de São Cristovão
É o repentista que atua
Demonstrando essa cultura
Que não foi pra sepultura
E ganha aplausos na rua.
8
É no rádio que o cordel
Mostra bem o seu valor.
Com histórias engraçadas
Contadas no interior
Muito bem interpretadas
Onde o povo dá risadas
Escutando o locutor.
9
Poetas têm seguimentos,
Que atento leitor seduz.                                                                    
No dialeto matuto
Enfatizo Zé da Luz.
O que transmite emoção
Falando com  coração
A singeleza faz jus.
10
Temos mestre Patativa
Que honrou o seu  cinzel
Fez da saga nordestina
A musa do seu cordel.
Escreveu “Triste Partida”
A história dolorida
Duma seca tão cruel.
11
Na voz de Luiz Gonzaga,
O nosso rei do baião,
O cordel de Patativa
Transformou-se em canção.
Foi hino dos retirantes
Dos nordestinos errantes
Que deixavam seu torrão
12
“Vaca Estrela, Boi Fubá”
Foi Fagner  quem gravou
Também é de Patativa,
Muita gente se encantou,
E o poema musicado,
Foi aceito no mercado,
Na mídia se propagou
13
A mulher cavou espaço
E consegui penetrar
Neste mundo do cordel
Ocupando seu lugar
Deixou de viver reclusa
Abdicou de ser musa
Para os versos encarar.
14
O cordel bem sabiamente
Abriu alas para mulher.
Que neste mundo machista
Meteu bem sua colher
E trouxe em sua bagagem
Um punhado de coragem
De quem sabe o que bem quer.
15
Tem o cordel engraçado,
Matuto e educativo,
Criticar velho cordel
Confesso não há motivo,
Ele tem suas vertentes
Mesmo sendo diferentes
Tem o seu leitor cativo.
16
Há quem fale em cientistas,
E também em pensadores,
Políticos importantes,
E fazendo os seus louvores.
Mostrando conhecimento
Dos astros e firmamento
E tantos outros valores.
17
O cordel das prateleiras
Já fez festa no sertão
Balançando-se ao vento
Pendurado num cordão.
Com as lendas de princesas
E contando safadezas
Do famoso Lampião.
18
O cordel modernizado
Na mídia se faz presente,
Inclusive na internet
E cruzando continente.
O cordel está na praça,
Pois cordelista tem raça
E consegue ir em frente.
19
Afirmo, também não vale
Criticar a evolução.
De quem escreve cordel
Usando a língua padrão
 Usando sabedoria
Com muita categoria
E buscando erudição.
20
O cordel na internet
É mesmo sensacional
Onde pesquisas são feitas,
E duelo virtual.
O cordel sem retrocesso
Navega para o sucesso
Dando um salto universal
21
E nas universidades
O cordel é estudado.
Desempenha seu papel
Nas teses de doutorado.
Cordelista dá palestra
E se muita mente adestra
Celebra bom resultado.
22
Poeta de fino trato
Por favor, seja fiel.
Não se esqueça das raízes
Que tem o nosso cordel
Mesmo sendo singular
Mas sempre foi popular
Na boca do menestrel.
23
Mensageiro da notícia
Sempre será o cordel.
Popular literatura
Que cumpre bem seu papel.
No rádio e televisão,
Em mera publicação
Divulgada em painel.
24
O cordel vai se movendo
Em nítida evolução
E vai se modificando
Tal qual o camaleão.
Vai acompanhando os tempos
E seguindo os movimentos
Mostrando sua ascensão.
25
E salve o velho cordel!
Chamado tradicional.
Salve a nova criação
Neste mundo virtual
E salve a diversidade
Pois essa variedade
Faz o cordel maioral.



sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Cordel de Saia informa

ABLC atravessa fronteiras
Gonçalo Ferreira da Silva, presidente da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, participará do Simpósio Internacional “Literatura de Cordel: Continuity and Change in Brazilian Street Literature”, que acontecerá em Washington D.C., nos Estados Unidos, nos dias 26 e 27 de setembro/2011.
Participarão do evento em pauta pesquisadores renomados dos Estados Unidos e de outros países, ministrando palestras sobre a literatura de cordel, abordando os temas:

- Cordel, a voz do povo
- Um retrato do século XX
- Brasil em cordel - palestra ministrada pelo presidente da ABLC/RJ
- Criatividade vernacular
- O cordel no cenário musical do Brasil.

Painel:

- O que o cordel representa para o Brasil nos dias de hoje

Mesa redonda:

- Conversão digital do cordel e preservação digital, arquivando o cordel na web
 
Gonçalo Ferreira da Silva afirma que participar de um evento desta natureza é fundamental para o enriquecimento e divulgação da ABLC

Texto: Assessoria de Imprensa da ABLC
(Acadêmica Dalinha Catunda – (021) 8225-0145
  Acadêmica Rosário Pinto – (021) 8100-9159

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

VI NO JORNAL DE TOCANTINS

Amigos,
Palmas nos recebeu de braços abertos e com boa divulgação, em nome da ABLC - Academia Brasileira de Literatura de Cordel, agradeço a receptividade do povo do Tocantins.
Dalinha Catuda 
Visite:www.cantinhodadalinha.blogspot.com
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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Estação Cordel encerra fim de semana empolgando o público

A “abelha que faz mel sem esquecer o ferrão” abriu a noite deste domingo, 31, animando o público que lotou a Estação Cordel, na FLIT. O trecho da poesia faz parte do recital da cearense Dalinha Catunda, que iniciou a noite no espaço dedicado a esse segmento da cultura nordestina, dentro da FLIT.
Em sua apresentação denominada “Sertaneja, sim senhor”, a cordelista falou sobre a migração do nordestino. “Nos alforjes carregados, transporta tristeza e dor, saudades da lua cheia, das coisas do interior...”. Dalinha também mostrou em versos rimados sua percepção da natureza: “A brisa que me acaricia, meu corpo todo arrepia, e eu invoco você a participar desta dança, do vento e mulher criança, antes do anoitecer.”
A aceitação do público foi tamanha que Dalinha afirmou estar se sentindo no Nordeste. “Cordel é povão, é alegria e é isso que as pessoas do Tocantins tem demonstrado pelo nosso trabalho”, disse a cordelista. Prova disso era o motorista Vilnei Moreira, que também é músico. Evangélico, mas com um trabalho musical de uma proposta diferente, o chamado “Cowboy de Cristo” disse se inspirar no cordel. “É divertido escutar e me traz novas ideias”, afirmou.
A noite de domingo terminou na Estação Cordel com o recital musical “Cordelinho”, de Chico Salles. Também numa proposta bem humorada, o paraibano relembrou sua terra cantando, junto com o público, “Masculina”, e ainda falou da morte de uma maneira bem diferente. “Cordel é isso: o poder de resumir bem uma história e ainda divertir”, disse.
As apresentações na Estação Cordel continuam nesta segunda-feira, 1º, a partir das 19h

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Moreira de Acopiara: 50 anos de poesia

Representado o Cordel de Saia, tive o prazer de participar, dia 23 de julho, em São Bernardo do Campo, da bela festa de aniversário do poeta e acadêmico Moreira de Acopiara. 50 anos dedicados à poesia. Naquela ocasião, foi realizado o lançamento do livro O sertão é meu lugar, 2011, editado pela Duna Dueto. O evento contou com a participação de vários poetas da Caravana do Cordel, cantadores e amigos dos estados do Nordeste e Rio de Janeiro.
O livro é recheado do que há de melhor na poesia popular, com a simplicidade deste mestre da atualidade. Não posso deixar de citar uma estrofe do Poema amigo, que muito me comove:
“(...)
Eu não posso querer ser o primeiro,
O segundo ou terceiro em sua lista.
Mas desejo dizer: “Sou seu amigo!”
E vibrar ao lembrar essa conquista,
Defender seus direitos e tentar
Não perder (nunca mais) você de vista.”

O Sertão é meu lugar deve ser lido com todo cuidado.
Um forte abraço para o amigo Moreira de Acopiara!