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domingo, 27 de setembro de 2020

NÃO ME FALTA INSPIRAÇÃO O QUE ME FALTA É PARCEIRO


NÃO ME FALTA INSPIRAÇÃO
O QUE ME FALTA É PARCEIRO
Mote de Dalinha Catunda
*
GIOVANNI ARRUDA
Não sou poeta afamado
Meu nome não corre o mundo,
Mas algo me faz fecundo
E não me deixa calado:
É me ver desafiado
Em peleja de brejeiro,
Junto rimas de balseiro
Eu entoo essa canção
NÃO ME FALTA INSPIRAÇÃO
O QUE ME FALTA É PARCEIRO
*
DALINHA CATUNDA
O sujeito destemido
Que no seu taco confia
Não foge duma porfia
Nem teme ser rebatido
O sucesso é garantido
No salão ou no terreiro
Se for um bom companheiro
Mostro a minha vocação:
NÃO ME FALTA INSPIRAÇÃO
O QUE ME FALTA É PARCEIRO.
*
MARCOS MEDEIROS
Na poesia faltando
quem aos meus versos responda,
vou logo tirando onda
dizendo que está sobrando.
Comigo vou poetando,
inventando companheiro.
Faço tudo bem ligeiro
pra chegar na conclusão:
NÃO ME FALTA INSPIRAÇÃO
O QUE ME FALTA É PARCEIRO.
*
DALINHA CATUNDA
Onda também sei tirar
Pois sei fazer bem meu verso
Navego nesse universo
E o remo não vou largar
Aprendi a mergulhar
Tenho instinto timoneiro
Meu verso é alvissareiro
E já digo de antemão:
NÃO ME FALTA INSPIRAÇÃO
O QUE ME FALTA É PARCEIRO
*
MARCOS MEDEIROS
Para escrever não preciso
ter gente aqui do meu lado.
Tenho que estar animado.
Pronto para o improviso.
Exercito meu juízo.
Escrevo um poema inteiro
pautado na solidão.
NÃO ME FALTA INSPIRAÇÃO
O QUE ME FALTA É PARCEIRO.
*
DALINHA CATUNDA
Quando começo escrever
O verso vem bem bolado
Talvez psicografado
Eu só faço transcrever
Eu vejo o verso verter
Do meu cérebro coiteiro
Já fazendo seu roteiro
Sem que eu dê opinião:
NÃO ME FALTA INSPIRAÇÃO
O QUE ME FALTA É PARCEIRO.
*
MARCOS MEDEIROS
Estando ou não em debate,
meus versos sempre dirijo.
Na direção eu exijo
não cometer disparate.
Por saber que sou um vate,
que só rima bem ligeiro,
procuro não ser “cangueiro”.
Ao guiar minha oração,
NÃO ME FALTA INSPIRAÇÃO
O QUE ME FALTA É PARCEIRO.
*
DALINHA CATUNDA
Confesso tenho cuidado
Sempre tento ser fiel
Pois regas tem o cordel
Isso é fato comprovado
O verso de pé quebrado
É um tema corriqueiro
Eu alerto o tempo inteiro
Mas vejo a repetição.
NÃO ME FALTA INSPIRAÇÃO
O QUE ME FALTA É PARCEIRO.
*
MARCOS MEDEIROS
Por ser cabra nordestino,
apresento destemor.
Sou de Deus um portador
aqui cumprindo o destino.
Tenho um elevado tino,
sendo simples mensageiro.
Mensagem dou sem carteiro
fazer distribuição.
NÃO ME FALTA INSPIRAÇÃO
O QUE ME FALTA É PARCEIRO
*
DALINHA CATUNDA
Eu sou filha do Nordeste
Sou da terra alencarina
Essa inspiração divina
Não tem ninguém que conteste
Se for para fazer teste
O lugar tiro o primeiro
Aqui no Rio de Janeiro
Meu verso chama atenção.
NÃO ME FALTA INSPIRAÇÃO
O QUE ME FALTA É PARCEIRO
*
Xilo de Cícero Lourenço
Roda de glosas coordenada por Dalinha Catunda
dalinhaac@gmail.com


domingo, 20 de setembro de 2020

Barbalha, SPB, Lindicássia Nascimento e Meu Título de Cidadania





Sobre ontem, 17 de setembro de 2020.

Eu tive a oportunidade grandiosa com uma responsabilidade imensa, de receber das mãos do presidente da câmara de vereadores de Barbalha, Odair José Matos, a comenda do TÍTULO DE CIDADANIA da poetisa Dalinha Catunda.

A solenidade aconteceu de forma remota, devido o período do distanciamento social.

A vídeo- conferência, aconteceu às 9: 30 hs. No plenário da câmara, estiveram presentes: o vereador presidente Odair que foi o autor do título, além do vereador Joao Ilanio Sampaio, o poeta Sérgio Pereira, o líder comunitário e ator, Jerônimo Gonçalves, o professor Josier Ferreira da Silva, a assessoria jurídica, a assistência e a imprensa.

 

Muitos amigos e amigas da poetisa Dalinha, estiveram presentes na live e felicitando a nova Barbalhense.


 

O CAMINHAR DA SOCIEDADE DOS POETAS DE BARBALHA

O CAMINHAR DA SOCIEDADE DOS POETAS DE BARBALHA
1
Com fé rogo a Santo Antônio
A quem tenho devoção
Para iluminar-me a mente
Nessa minha redação
Dando-me capacidade
Na ode à SOCIEDADE
Que faço de coração.
2
Dezessete de setembro
2010 na folhinha
Nascia a SOCIEDADE
Como de fato convinha
Os POETAS DE BARBALHA
Celebram cada batalha
E pra frente ela caminha.
3
Num Encontro Literário
Chamado “Canta Cordel”
Dali nasceu a ideia
E logo foi pro papel
Brotou na literatura
Mais um ponto de cultura
E Barbalha é seu vergel.
4
Foi Josélio de Araújo
Também Ernane Monteiro
Com José Sebastião
Os que atuaram primeiro
Assim começou a história
Numa gestão provisória
De Hugo Melo o roteiro.
5
É Doutor Napoleão
Médico e historiador
O patrono da entidade
Homem de grande valor
Nos encontros culturais
Aprecia os rituais
Pois da arte é defensor.
6
O saudoso Mestre Bula
Marcou a SOCIEDADE
Mudou-se para outro plano
Mas aqui deixou saudade
Grande foi sua importância
Pois mesmo com a distância
O Mestre é celebridade.
7
seguiu A SOCIEDADE
Tocando a vida pra frente
Foi Josélio de Araújo
O primeiro presidente,
Depois Zé Sebastião
Hoje em outra dimensão
Sua falta a gente sente.
8
Meu nome na Cordelteca
Da nobre instituição
O segundo presidente
Foi quem deu a sugestão
Ficou, Dalinha Catunda
Minha gratidão profunda
A José Sebastião.
9
Lindicássia Nascimento
Cheia de disposição
Lançou a candidatura
E ganhou a eleição
Com seu jeito de mulher
Que sabe bem o que quer
Mudou da casa a feição
10
Agora a SOCIEDADE
Na gestão da presidente
Figura nas grandes mídias
Pois é notícia presente
Lindicássia em sua meta
Divulga cada poeta
Seu trabalho é consistente
11
Mesmo sendo bem difícil
A direção feminina
A presidente tem voz
É briosa e determina
Às vezes com energia
Outras com diplomacia
O que for certo ela assina.
12
O MUGUNZÁ COM POESIA
VERSO E PROSA INTINERANTE
Foi obra de Lindicássia
Uma ideia interessante
Culinária e tradição
Poetas e interação
Um movimento importante
13
Em dois mil e dezessete
Lá pro mês de abril nascia
A caminhada ecológica
Que de Lindicássia é cria
E essa bonita jornada
Foi por ela batizada
Como TRILHA DA POESIA.
14
E cresce nos intercâmbios
A cada nova passada
Tem a Escola dos Saberes
Como ótima aliada
O quadro de beneméritos
Cada membro com seu mérito
Faz a casa mais amada.
15
Academias unidas
Dividem conhecimentos
Essa boa convivência
Registra-se nos eventos
Essa troca cultural
A real ou virtual
Ajuda em nossos intentos.
16
A Grande SOCIEDADE
DOS POETAS DE BARBALHA
Faz jus a literatura
Com ela não se atrapalha
O SESC virou parceiro
Cordel lança o ano inteiro
Se faz presente e não falha.
17
Dos poetas atuantes
Quero citar Zé Joel
Que toca bem a viola
Esse eu chamo menestrel
Com sua benevolência
Fez da sua residência
A CABANA DO CORDEL.
18
Duma saudade profunda
Não deixarei de falar
Foi-se Fátima Vieira
A nossa vice exemplar
No rádio com a leitura
Ela espalhava cultura
Vazio está seu lugar.
19
O poeta Dão de Jaime
Recordo bem o momento
Foi lá na feira do Crato
Em dia de lançamento
Foi meu primeiro contato
Registrado num retrato
No dia daquele evento.
20
Discorro sobre o passado
Sem esquecer o presente
Da nova SOCIEDADE
De atividade recente
Alcançando novas metas
Fez vídeos com os poetas
A desperta presidente.
21
A VARANDA DA POESIA
Teve boa aceitação
E a dos poetas da casa
Foi a primeira edição
Curtidas davam sinais
Lá nas redes sociais
Da grande repercussão.
22
Daí surgiu a segunda
Lindicássia achou por bem
Fazer logo uma terceira
E o projeto foi além
A edição com convidados
De variados Estados
Bombou nas redes também.
23
Ainda é uma menina
A nossa Sociedade
Mas sinto que ela cresceu
Mesmo com dificuldade
E cresce a cada dia
Nos braços da poesia
Que inunda essa cidade.
24
Nesses meus versos finais
Quero parabenizar
Poetas e poetisas
Desse valoroso lar
E a atual presidente
Que soube ser competente
Para o Sucesso alcançar.
Fim
Cordel de Dalinha Catunda
Capa de Lindicássia Nascimento
*
dalinhaac@gmail.com
 

sábado, 19 de setembro de 2020

DISCURSO DE DALINHA CATUNDA COMO CIDADÃ BARBALHENSE


 DISCURSO DE DALINHA CATUNDA COMO CIDADÃ BARBALHENSE


Hoje é um dia de grande contentamento para mim. Quero agradecer a Deus por esta oportunidade que está me oferecendo. Cumprimento e agradeço ao Senhor vereador Odair José de Matos, presidente da Câmara de Vereadores do município de Barbalha, autor do projeto que hoje se concretiza, com a entrega do Título de Cidadania, que ora recebo. Estendo os cumprimentos e agradecimentos aos senhores vereadores que por unanimidade aprovaram o Projeto.
Quero cumprimentar e agradecer imensamente à articuladora do projeto, a presidente da Sociedade dos Poetas de Barbalha, Sra. Lindicássia Nascimento, que não mediu esforços para que este sonho se tornasse realidade. Cumprimento a presidente todos que fazem parte da SPB;
cumprimento a presidente da Academia dos Cordelistas do Crato, Sra. Anilda Figueiredo, bem como aos que compõem os quadros da ACC.
Saúdo e agradeço ao presidente da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, Mestre Gonçalo Ferreira da Silva, que me conferiu a oportunidade de realizar intercâmbio cultural entre Rio de Janeiro, Cariri e Ipueiras, envolvendo as três academias, Saúdo ainda, os confrades da ABLC.
Quero, com muito prazer, cumprimentar e agradecer ao casal Miguel Teles e Josenir Lacerda, que me acolheram em sua residência, no Crato e, me apresentaram a essa imenso região do Cariri, bem como à bela Barbalha, através dos vividos momentos culturais.
Cumprimento e agradeço à família dedicada que tenho no Crato: Fátima Prado, Célia, Ruth e Norma e, por intermédio delas, cumprimento ainda a todos da minha família, do Prado, nesta região.
Agradeço também às Cirandeiras do Cordel, no Cariri, pela parceria e pela oportunidade de difundir nossa arte por esse Brasil afora, encantando e colorindo cada vez mais a cultura popular. E é como detentora do Bem de Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro da Literatura de Cordel, que muitas do grupo somos, que realço a relevância desta comenda, especialmente, porque reafirma nossos esforços para a propagação e crescimento da Literatura de cordel em todo território Nacional.
É difícil dizer tudo que se quer, sem se alongar, sei que nos cumprimentos não constam todos, mas que todos sintam-se cumprimentados pois esta minha conquista é um pouco de cada um de vocês que entrelaçaram suas vidas a minha.
Finalizando os cumprimentos, quero falar um pouco daquele que me concedeu tão valioso título: Odair José de Matos ou simplesmente Odair, parlamentar no Município de Barbalha, presidente da Câmara de Vereadores e que desempenha papel de grande relevância, aproximando o povo de sua verdadeira casa.
-- é professor e agente de saúde e, pela prática de suas funções, é profundo conhecedor das atividades de saúde pública e administrativas do município;
-- valoriza o homem do campo, mora na zona rural e, tem grande apreço pela cultura popular, um mundo que vivencia desde criança;
-- autor do título de Utilidade Pública da Sociedade dos Poetas de Barbalha Em prol da Cultura Barbalhense, foi amigo incondicional de Mestre Bula, poeta decano muito conceituado na história da SPB.
-- autor do Projeto de Lei que instituiu o dia Municipal da Poesia.
-- autor do Projeto de Título de Cidadania, que, ora recebo, nestes tempos de distanciamentos e encontros virtuais.
-- amigo pessoal de Lindicassia Nascimento, presidente da Sociedade dos Poetas de Barbalha, o que tem resultado numa boa parceria, que beneficia, culturalmente, a cidade de Barbalha.
Agora me reporto ao que me trouxe de fato a Barbalha e que, aqui me fez criar raízes: a literatura de cordel e o entrosamento, por meio da ABLC:
-- primeiro conheci, a poetisa Josenir Lacerda, através da internet, e descobrimos algumas coisas valiosas em comum, como o artesanato de bonecas de pano e a Literatura de cordel. O vínculo com o Cariri cresce, quando indico o nome de Josenir Lacerda para ocupar uma cadeira na ABLC, indicação muito bem recebida pelo presidente e aprovada pelo colegiado. Passei de certa forma a ser porta-voz da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, no Cariri. E assim sendo, contribuí para a ida do saudoso Pedro Bandeira, nosso Príncipe dos Poetas; e, ainda, da presidente da ACC, Anilda Figueiredo.
Destes ícones da Literatura de cordel, tenho a honra e o prazer de ser madrinha dos três.
Em seguida chegou Sávio Pinheiro para enriquecer o quadro de poetas da ABLC. E, mais uma vez, com muito prazer, indiquei o nome da presidente da Sociedade dos poetas de Barbalha, Lindicássia Nascimento, que em breve tomará posse como Benemérita e segundo Mestre Gonçalo, com chances de uma futura cadeira de poetisa na casa. Lindicassia é nossa grande promotora de eventos, ninguém mais do que ela sabe fazer as divulgações e levar os poetas e academias parceiros, à mídia virtual.
Esse intercâmbio entre as Academias é de grande importância e, já conseguimos parcerias na implantação de três Cordeltecas:
-- Cordelteca da ACC, que leva o nome de Gonçalo Ferreira da Silva, em Crato;
-- Cordelteca de Barbalha batizada de Dalinha Catunda; e,
-- Cordelteca de Assaré, também Gonçalo Ferreira da Silva;
-- SESCs do grande Cariri, pelos constantes apoios em seus Projetos; e,
-- Escola de Saberes, administrada pelo casal Josier Ferreira da Silva e Jane Lima.
Em grupos, participamos de bienais de livros, de seminários, grandes feiras, dentre outros eventos.
Todos os anos no mês de Janeiro abro as porta de minha Chácara para uma confraternização entre poetas. É O Encontro Nacional de Poetas Cordelistas, na cidade de Ipueiras. Ali, recebo poetas e poetisas das Academias às quais pertenço, poetas independentes e artistas populares que se apresentam para um público voltado para nossa cultura. Agradeço ao Secretário de Cultura Antônio Neto Alves, que desde o primeiro Encontro tem nos prestigiado, enriquecidos, ultimamente, com a Banda de Música, da cidade de Ipueiras.
No Cariri, quero agradecer a Vandinho Pereira que tem me dado oportunidade de divulgar os meus trabalhos e projetos em seus meios de comunicação.
Agradeço ao jornalista Luiz José Teles dos Santos que tem uma coluna com minhas poesias em seu Jornal Gazeta de Noticiais, uma ótima fonte de divulgação.
Quero agradecer à professora e poetisa, Bastinha Job, por quem tenho grande respeito e um carinho especial.
Entre os agradecimentos, agradeço a Deus a família que tenho e que me apoia incondicionalmente, quando deixo de ser a Dona de casa, Maria de Lourdes Aragão Catunda, para ser a artista e pessoa pública, DALINHA CATUNDA.
Sou feliz por ter meu companheiro: Luiz Sebastião Garcia e meus filhos, Paulo Henrique Aragão Catunda e Luiz Henrique Aragão Catunda. Com esse trio e Deus, estou bem servida.
Diante de tudo que já discorri, finalizo, pedindo benção a Barbalha, essa mãe acolhedora que me adotou como filha dos verdes canaviais. Peço a Santo Antônio, padroeiro de Barbalha, para que me faça uma boa filha, e peço a Santa Luzia que conserve meus olhos para que eu possa assistir e me encantar mais vezes com a Festa do Pau da Bandeira, que leva Barbalha para o mundo.

Barbalha, pelo mundo virtual da modernidade, em 17 de setembro de 2020!

___________________________________________________
Dalinha Catunda
Orgulhosamente, Cidadã da cidade de Barbalha
dalinhaac@gmail.com

terça-feira, 15 de setembro de 2020

Dalinha Catunda recebe o título de Cidadã Barbalhense


*

LINDICÁSSIA NASCIMENTO

Seu faro cordeliano

Lhe assegurou a certeza

Que aqui nesta cidade

Possui na arte a grandeza

De uma fonte de incentivos

Que lhe daria motivos

Pra pisar com mais firmeza!

*

DALINHA CATUNDA

Barbalha, Dona Barbalha

Acolhedora Cidade

Adotar-me como filha

Só me traz felicidade

Lindicássia Nascimento

Projetou esse momento

Grande gesto de amizade.

*

Dalinha Catunda cad. 25 da ABLC

dalinhaac@gmail.com


sábado, 12 de setembro de 2020

PRA COMER MARIA IZABEL ELE LARGOU MEU CUSCUZ.



 PRA COMER MARIA IZABEL

ELE LARGOU MEU CUSCUZ.

*

Já cansei de repetir

Essa história que hoje conto

Não aumento nem um ponto

Isso posso garantir

Se você quiser ouvir

A Deus peço muita luz

E nos versos que compus

Repito o que diz Raquel:

PRA COMER MARIA IZABEL

ELE LARGOU MEU CUSCUZ.

*

Esse caso aconteceu

Pras bandas do Ceará

Com Raquel que é de lá

E um sujeito conheceu

Do cuscuz dela comeu

E já gritou: Ai Jesus!

Da comida que seduz

Virou um freguês fiel:

PRA COMER MARIA IZABEL

ELE LARGOU MEU CUSCUZ.

*

Aqui na minha pensão

Ele vinha todo dia

E demonstrando alegria

Fazia sua refeição

E fez a propagação

Do jeito que lhe propus

Botou foto no capuz

Do seu antigo corcel:

PRA COMER MARIA IZABEL

ELE LARGOU MEU CUSCUZ.

*

O negócio foi crescendo

Eu ganhava, ele ganhava

A freguesia aumentava

E a propaganda comendo

Porém eu fui percebendo

Algo estranho e me indispus

As garras então repus

Após provar do seu fel:

PRA COMER MARIA IZABEL

ELE LARGOU MEU CUSCUZ.

*

Traída covardemente

Eu fui e ele nem negou

Disse que se apaixonou

Por um menu diferente

Arroz com carne presente

Que a cozinheira introduz

A minha raiva eu expus

Diante do seu papel:

PRA COMER MARIA IZABEL

ELE LARGOU MEU CUSCUZ.

*

Quem comeu na minha mão

Sabe que sei cozinhar

Pois tenho bom paladar

E sou boa de fogão

Agora preste atenção

No peso da minha cruz

Foi pior do que supus

A minha saga cruel:

PRA COMER MARIA IZABEL

ELE LARGOU MEU CUSCUZ.

*

Versos e Fotos de Dalinha Catunda