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sábado, 27 de novembro de 2021

DIA DA BAIANA DE ACARAJÉ (25 de Novembro)

 Dia da Baiana de Acarajé 

25 de Novembro!
Grande comemoração,
Da Baiana de Acarajé.
Foi linda a celebração,
Na Matriz de Santa Rita,
E no Patrimônio inscrita,
Uma história de emoção.
(Rosário Pinto)


(...)
As baianas atuantes
Com seu panos e colares
Chamam pra si os olhares
Com atraentes turbantes
Batas bem interessantes.
Capricho na vestimenta.
O interesse assim aumenta
Diante do oferecido
E o tabuleiro sortido
A freguesia alimenta.
(Dalinha Catunda)

O traje dessa Baiana
Tem seda, tem fita e renda.
Sustenta sua vivenda,
E não é qualquer fulana,
Dela a energia emana,
Dos Saberes Culturais,
Com a carga de seus ais.
Percorre toda a cidade
Seguindo para a irmandade,
Em busca dos ancestrais.
(Rosário Pinto)

25de Novembro!
Dia de celebração
É dia que se festeja
Com ritos de tradição
Seguindo Ofício e Fé
A Baiana de Acarajé
Patrimônio da Nação.
(Dalinha Catunda)




Décimas extraídas do folheto Baiana de Acarajé, 2019. Uma parceria de Rosário Pinto e Dalinha Catunda.




segunda-feira, 22 de novembro de 2021

“FAÇO REMENDOS NO PEITO COM MOLAMBOS DE SAUDADE”


 

“FAÇO REMENDOS NO PEITO

COM MOLAMBOS DE SAUDADE”

Mote de Zé Bezerra

 

*

Minha rede está puída

Pungiu a transpiração

Foi o vaivém da paixão

Que me deixava moída

Mesmo sendo proibida

Digo com sinceridade

Dei corda a minha vontade

Relembrando me deleito:

“Faço remendos no peito

Com molambos de saudade”

Glosa de Dalinha Catunda

*

Uma colcha de retalho

Hoje cobre o meu peito

Retalhos de todo jeito

Descolorido,em frangalho

Meu coração é um paspalho

Vitimado pela idade

É essa realidade

O mais ferino conceito;

Faço remendos no peito

Com molambos de saudade!

Glosa de Bastinha Job

*

Há tempo vivo um lamento

que o tempo me faz bradar,

todo dia - ao despertar -

por vezes, já nem aguento

os dias sem graça e lentos

sem gosto e sem liberdade,

de ter a própria vontade

que é viver um novo jeito…

“Faço remendos no peito

 com molambos de saudade.”

Glosa de David Ferreira

*

Pego o fio da lembrança

E faço crocheteado

Pra ficar aliviado

Eu capricho na entransa

E com muita confiança

Tira um pouco ansiedade

A particularidade

Nos detalhes dou um jeito

Faço remendos no peito

Com molambos de saudade

Glosa de Rivamoura Teixeira

 *

A paixão é refrigério

Que alivia a dor da gente,

Mas se finda de repente

Sem motivo ou nada sério

Seu efeito deletério

Sem nenhuma piedade

Corta a gente na metade

Depois pica em rejeito

"Faço remendos no peito

Com molambos de saudade"

Glosa: Giovanni Arruda

*

Juntei papel colorido

Picotei todo em pedaço

Eu vivi em cada um o abraço

Que não dei e ficou perdido

No beijo já esquecido

Deixei a felicidade

Encostada na bondade

Daquele jovem sujeito

"Faço remendos no peito

Com molambos de saudade."

Glosa: Vânia freitas

 *

A paixão já não me ilude

Carrego essa dor no peito

A saudade não tem jeito

Chorar não é mais virtude

Já mudei de atitude

Já me livrei da maldade

Quando a tristeza me invade

Não me escondo desse efeito,

Faço remendos no peito

Com molambos de saudade!

Glosa de Claude Bloc

*

Roda de glosas coordenada por Dalinha Catunda

dalinhaac@gmail.com

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

MINHA MULHER TEM DE TUDO QUE OUTRA MULHER NÃO TEM


 

MINHA MULHER TEM DE TUDO

QUE OUTRA MULHER NÃO TEM

Mote de Heliodoro Morais

*

Eu não me canso de ouvir

Do meu marido adorado

O que ele já tem falado

E está sempre a repetir

Que eu gosto de me enxerir

Que sou teimosa também

Dou coice como ninguém

E bravo diz, carrancudo:

“minha mulher tem de tudo

que outra mulher não tem”

Glosa: Dalinha Catunda

*

Meu marido diz assim:

Eita baixinha atrevida

Dedicas a tua vida

Pensando tão mal de mim

Vou mesmo te dar um fim

E te despachar no trem

Pra comer te dou xerém

De que te serve o estudo?

“Minha mulher tem de tudo

Que outra mulher não tem!”

Glosa: Bastinha Job

*

Vez por outra ele me xinga

Grita chora e não me deixa

Diz que meu gosto de ameixa

Minha dança e minha ginga

Se mistura à sua pinga

Que bebe e não se contém

Gasta o último vintém

Caminha a passo miúdo

“Minha mulher tem de tudo

Que outra mulher não tem!”

Glosa de Vânia Freitas

*

As mulheres em geral

são dotadas de beldades,

diferentes das maldades

que o homem convencional

via de regra - em geral -

chama de mal ou de bem,

mas, elas, quaisquer ou quem,

tem seu próprio conteúdo...

“minha mulher tem de tudo

que outra mulher não tem”.

Glosa: David Ferreira.

*

Eita mulher arretada

Essa que casou comigo

É dona do próprio umbigo

Resolve qualquer parada

Quando chega a madrugada

Na dança do xenhenhém

Me carrega pro além

No tapete de veludo

“minha mulher tem de tudo

que outra mulher não tem”

Glosa: Giovanni Arruda.

*

Roda de glosas coordenada por Dalinha Catunda. Cad.25 da ABLC

dalinhaac@gmail.com

terça-feira, 9 de novembro de 2021

DALINHA CATUNDA E AS PELEJAS VIRTUAIS


 

DALINHA CATUNDA E AS PELEJAS VIRTUAIS

A peleja virtual é o repente teclado que a cada dia ganha mais espaço nas redes sociais.

É uma peleja, pois segue a disputa entre dois poetas. Não é, exatamente, um repente porque temos mais tempo para pensar e responder como poeta de bancada que somos.

Vê-se com frequência a disputa de poetas através do Facebook. Muitas vezes os poetas de cordel preferem trocar versos via e-mail, messenger ou whatsApp, para depois apresentar o debate pronto.

Quando a peleja é concluída, ela é editada e postada nas redes sociais, dependendo da vontade da dupla vai para a gráfica para ser editado.

Acredito que, como mulher, sou pioneira nessa modalidade. Minha primeira Peleja Virtual, data de 10 de janeiro de 2011. Fiz em parceria com a poetisa Rosário Pinto que gostou da ideia e aceitou meu convite.

Daí pra frente abri um leque de pelejas com vários poetas, entre eles: Fred Monteiro, Rosário Pinto, Josenir Lacerda, Anilda Figueiredo, Bastinha Job, Lindicássia Nascimento, Compadre Lemos, Dideus Sales. Joames do Piauí, Hélio Crisanto, Alba Helena, José Walter, Aldemá de Morais. Com outros tantos, tenho também a troca de versos sem síntese e sem intenção de editar.

Maria de Lourdes Aragão Catunda - Dalinha Catunda cad. 25 da ABLC

dalinhaac@gmail.com

NA CIRANDA DE VERSOS COM DALINHA CATUNDA


 

NA CIRANDA DE VERSOS COM DALINHA CATUNDA

1

CIRANDA DE VERSOS

A vida é um rebuliço,

E não vou me preocupar.

Não vou segurar a saia

Pro vento não levantar,

E quem não quiser ver bunda,

Basta apenas não olhar.

Dalinha Catunda/Rio de Janeiro

2

Eu fiquei a matutar

Ninguém quer entrar na roda?

A deixa é muito boa

Nem precisa fazer poda

Poetas dancem ciranda,

E ela não sai da moda!

Bastinha Job/ Crato/CE

 3

Eu vou brechar nesta roda

Que me ajude esse bom vento

Se for de ventilador

Vou esperar o momento

Do giro que o rotor faz

Pra manter como argumento.

Zé Salvador

4

Chão batido ou de cimento

Aquele chão bem vermelho

Onde qualquer pé de valsa

Não precisa de conselho

Entra na roda e dança

Perturbando igual pentelho.

Zé Salvador

5

Essa deixa aqui é foda

Pouco tenho pra rimar

Porém sacudi a saia

Vi uns versos popular

Da poetisa Dalinha

E a Bastinha a completar.

Lindicássia Nascimento/Barbalha-CE.

6

Vamos todos cirandar

Nessa roda de poesia,

Com a saia esvoaçada,

Vigor e muita alegria,

O povo participando

No calor que contagia.

Chica Emídio/Crato- CE

 7

Continuando a porfia

No ponto da fiandeira

Giro o mundo celebrando

Os passos da Cirandeira

Canto, danço e nessa roda

Viro arte brasileira.

Lindicassia Nascimento/Barbalha-CE

8

Venha ver saia brejeira

Que o vento vai balançar

Do balanço da ciranda

Todo mundo vai gostar

Pois que o vento faça festa

Na cultura popular

Rivamoura Teixeira

9

Se achegue mais pra cá.

Que a ciranda está boa.

Eu não vou ficar sozinho.

Já arranjei uma coroa.

É hoje que o bicho pega.

É hoje que a palha avoa.

Assis Mendes

10

Creusa Meira

Chego meio tabaroa

Nesta ciranda animada

Trago o meu verso ligeiro

Para a deixa ser colada

Botei fita no cabelo

Vesti a saia rodada

Creusa Meira/Salvador/Bahia

11

Basta apenas não olhar

Quem não quiser ver a bunda

Da mulher que tá dançando

Empenada e corcunda

Com a calcinha enterrada

Numa regada profunda.

Joabnascimento/Camocim-Ce

12

Todo dia me levanto,

antes do sol clarear,

para cedo ouvir o canto

do meu belo sabiá…

“Ciranda, cirandinha,

vamos todos cirandar…

David Ferreira/Teresina-Piauí

13

Eu sou louco por ciranda

Mas tô meio acabrunhado

Ver as moças rebolando

E o vestido arribado

Ponho as duas mãos na cara...

Com os dedos afastados

Giovanni Arruda? Fortaleza/CE

*

A proposta era cada poeta construir uma estrofe seguindo a  deixa, pois seria mais um grau de dificuldade no desenvolvimento da sextilha, mas não rolou uns assimilaram outros não.

Agradeço a todos os poetas que entraram nessa Ciranda de Versos. Foi muito boa a rodada independente da deixa.

Ciranda de versos coordenada por Dalinha Catunda

Meu abraço a todos.

Postagem de Dalinha Catunda idealizadora do blog Cordel de Saia

dalinhaac@gmail.com