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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

POETAS CANTAM A SAUDADE



 POETAS CANTAM A SAUDADE
*
Essa saudade que sinto
Parece espinho de palma
De manhã me fura o peito
De tarde me tira a calma
De noite é pelo encravado
Coçando dentro da alma
Hélio Crisanto
*
Esta saudade que sentes,
É coisa só de poeta
Que o espinho espeta
E vai deixando sementes,
Vai encantando ambientes
Com este teu versejar
D’um jeito bem singular
Que toca meu coração,
Só sendo lá do sertão
Quem assim sabe cantar!
Dalinha Catunda
*
A saudade é flor tristonha
Sem perfume, nem beleza
E possui uma natureza
que parece coisa estranha
Uma dor extemporânea
Que em segundos sumiu
E o tempo consumiu
Na mesma celeridade
Você não mede a saudade
Que deixou quando partiu.
Fred Monteiro
*
Foto do acervo de Dalinha Catunda
30-01 dia da saudade

O BURRO E O DEPUTADO

Anilda Figueiredo, presidente da ACC, e Luciano Carneiro


LUCIANO CARNEIRO

O folheto de cordel “O burro e o deputado” é um dos cinquenta títulos de autoria do poeta Luciano Carneiro que é um dos membros da Academia de Cordelistas do Crato, ocupando a cadeira de n° 2.

Em 1995, no Ceará, um deputado teve a “brilhante” ideia de criar uma lei que proibisse a utilização de animais puxando carroças e transportando cargas, nas ruas, avenidas e rodovias do Estado. Inclusive, esse projeto contou com o apoio da Sociedade Protetora dos Animais.

O poeta Luciano Carneiro participou de um Sarau que aconteceu sexta-feira passada, 25 de janeiro de 2013, na Bienal da UNE, realizada em Olinda, na Praça do Carmo. Além de Luciano Carneiro, abrilhantaram esse evento os poetas Dedé Monteiro e Chico Pedrosa e as poetisas Mariane Bigio e Luna Vitrolira, que deram um show de poesias, o que já era esperado e que eu tive a felicidade de assistir.

A novidade pra mim foi o poeta cordelista Luciano Carneiro, que eu ainda não conhecia e que fiquei encantado com seu cordel. Eis Cordel “O Burro e o Deputado”:

O BURRO E O DEPUTADO



O deputado e o burro
Tão num impasse danado
Vão findar trocando murro
O burro e o deputado
O burro quer trabaiá
O dotô num qué deixá
Diz que a carroça é pesada
Porém o burro enfezado
Diz que não é deputado
Pra ganhar sem fazê nada.

O burro inda diz assim
Eu trabaio pro meu patrão
Mais ele mim dá capim
Mim dá remédio e ração
Dá água bãe e vacina
E só me aprica disciprina
Quando invento bestêra
E você, seu deputado
Ee fosse disciprinado
Agia douta manêra.

Burro, cavalo e jumento
Tem mais é que bataiá
Se for no seu argumento
De vivê sem trabaiá
De disprezá o seu dono
Lhe deixá no abandono
Eles vai tranca o roçado
Tem razão, que a roça é sua
E joga nóis no mei da rua
Pra morrê atropelado

E será se essa tá
De proteção dos animais
Tem roçado, tem quintá
Cum água e cum capinzais?
Pra nóis vivê só cumeno
Bebeno água e correno
Tudo gordo e bem zelado
Viveno uma vida incrive
Iguá a que o senhô vive
Na câmara dos deputado?

Será que os dono da gente
Tem a merma opinião?
Que tem o seu presidente
O chefe dessa nação
Que cobra imposto danado
Do pobre lá do roçado
Do piqueno comerciante
Pra todo finá de mês
Pagá um montão pra vocês
Só pruquê são importante?

Eu num reparo o sinhô
Sê dotô, seu deputado
Esquecê seus inleitô
Que veve disagregado
Ou trabaiano na roça
Ou mermo nu’a carroça
Cuma meu patrãozim faiz
Tentano sobrevivê
Mas deixe de meter
Na vida dos animais.

Vá criá projeto novo
Vá cuidá doutos assunto
Fazê morada pro povo
Vá douto, fazê conjunto
Vá ajeitar as estrada
Que tão tudo esburacada
Dão má pra gente passá
Ou então fique parado
Ganhano seu ordenado
Mais deixe nóis trabaiá.

Parece que o sinhô
É mais burro do que eu
Que diabo é isso douto
O que foi que aconteceu?
E o pobe do deputado
Oiô pro burro ispantado
Sem tê o que respondê.
Findô falano pro burro:
- Se você me dé um murro
Eu dô um coice in você.
*
Matéria foi retirada do Jornal Besta Fubana postada por Ismael Gaião  em sua página Colcha de Retalhos. Foto de Quéops Arsênio.
Um detalhe: A apresentação deste cordel foi obra da poeta e cordelista Josenir Lacerda.
 



terça-feira, 29 de janeiro de 2013

MATIZES DO BRANCO, por Chico Sales e amigos


QUATORZE ou NOVE tons de BRANCO

Hoje amanheci assim
Neste verão carioca
Querendo cordelizar
Este tema que me toca
O mundo não acabou
O Maia se enganou
Não vou ficar nessa loca.

Quatorze ou nove por quê?
Minha dúvida é cruel
Fazendo uma pesquisa
Procurando ser fiel
Aos tantos tipos de branco
Assim querendo ser franco
Escrevendo no papel.

O papel aceita tudo
É só você escrever
Certo ou errado permite
O que se pensa dizer
Aqui na minha pesquisa
Vou de maneira concisa
Procurar esclarecer. 
(...)
CLIC no link para LER na ÍNTEGRA
*
E, finaliza com as estrofes:

Agora do branco da paz
Paz que o mundo almeja
O branco que mais se quer
Que o povo todo deseja
O branco deste papel
Onde escrevo este cordel
Da espuma da cerveja.

Por fim o branco do terno
De linho branco amassado
Tem o tom da boemia
É um branco esmerado
Agora chegando ao fim
Falo no branco cetim
Deixo o cordel encerrado.
(Chico Sales)
Jan. 2013
*
As noivas tem se vestido
De branco no casamento
Às vezes também de azul
Como cor do firmamento
A pureza na verdade
Tem o tom em irmandade
De branco como elemento. “
(Rosário Pinto)
*
O branco do guardanapo
Que limpa boca e nariz
Presente nas finas mesas
De mestre e aprendiz
Por incrível que pareça
Foi usado na cabeça
De políticos em Paris.”
(Ronald Cavaliere)
*
Participe, você também, dos vários matizes do branco, neste arco-iris poético. DEIXE AQUI seus comentários!!!