E
POR FALAR EM SERTÃO
*
Confesso
sou retirante
Mas
adoro o meu rincão
As
festas da padroeira
Os
festejos de São João
Distante
do meu lugar
Não
quero sempre ficar
Nem
só ter recordação.
Dalinha
Catunda
*
Adoro
mais meu sertão,
Quanto
mais florido fica.
E
cantado em verso e prosa
Por
quem o dignifica,
Me
dá um desejo imenso
De
correr pra lá. Só penso
No
cuscuz e na canjica.
Humberto
Paz
*
Minha
saudade triplica
É
no tempo da invernada,
Comer
meu cuscuz com leite,
Me
empanturrar com coalhada.
Banhos
de chuva tomar,
Ir
pro rio tibungar,
Junto
com a molecada.
Dalinha
Catunda
*
O
canto da passarada,
Banho
de rio e açude,
Leite
mugido e gemada
Eu
tomei enquanto pude.
Pra
não morrer de saudade,
Imploro
por caridade:
Papai
do céu, me ajude!
Humberto
Paz
*
Enquanto
eu tiver saúde,
Meu
rancho nas Ipueiras,
Eu
não vou deixar de ouvir,
O
som das carnaubeiras.
O
vento se faz presente,
Em
cada palma virente,
Movimentando
as palmeiras.
Dalinha
Catunda
*
Na
sombra das ingazeiras
Deixei
minha doce infância.
Corri
pelo mundo afora,
Indo
e seguindo, na ânsia
De
um dia me firmar,
Pra
depois poder voltar,
Mas
só aumenta a distância.
Humberto
paz
*
Quando
estou em minha estância
Parece
que estou no céu
Quando
chego na porteira
Zoada
faz o tetéu
Passando
no meu terreiro
Me
cumprimenta o vaqueiro
Me
acenando com chapéu.
Dalinha
Catunda
*
Quem
tem na mão o pincel
Que
pinta as cores da vida,
Quem
canta sua terra e deixa
A
cena mais colorida,
Quem
ama o sertão merece
As
graças de uma prece
À
Mãe do Céu dirigida.
Humberto
Paz
*
Eu
fico toda enxerida
Pra
falar do meu sertão
Vou
retirando palavras
De
dentro do coração
Nessa
minha ladainha
Vou
fazendo louvaminha
No
percurso da oração.
Dalinha
Catunda
*
Pra
visitar meu torrão
Topo
qualquer desafio.
Também
não meço distância.
Vou
correndo a mais de mil.
Toco
no rumo de lá.
Só
precisa alguém falar
Para
acender o pavio.
Humberto
Paz
*
Com
meu linguajar macio,
Com
seu canto nordestino,
Nós
fomos trocando versos,
Sem
cometer desatino.
Esse
canto sertanejo,
É
fruto do nosso desejo,
Com
muito gosto eu assino.
Dalinha
Catunda
*
Aprendi
desde menino,
Nas
sagradas escrituras,
Que
amar é tudo de bom.
Entre
a cozinha e a costura,
Mamãe
com gestos suaves.
Vou
guardar a sete chaves,
Esta
sua assinatura.
Humberto
Paz
*
Versos
e fotos de:
Dalinha
Catunda e Humberto Paz
dalinhaac@gmail.com
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