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sábado, 6 de maio de 2023

CONVERSA DE CALÇADA VIRTUAL - XII


 

CONVERSA DE CALÇADA VIRTUAL - XII

0

Sertanejo sente falta

Dos costumes do sertão.

De se sentar à tardinha,

Lá na sombra do oitão,

Para contação de história.

A saudade, é sim, notória!

Nem venha dizer que não.

1

Sinto falta do penico,

Que encurtava a estrada,

E do galo que cantava

No meio da madrugada.

Da piscada e do coió,

E do flerte no forró,

Que terminava em Cantada.

Dalinha Catunda

2

Tantas saudades que tenho

Do meu tempo de criança

Minhas idas pro engenho

Nunca me sai da lembrança

Essa dor é tão ingrata

Cada vez ela retrata

Desde quando usa trança .

Dulce Esteves

3

Badalar "chucái" tampado ;

Bulir "cum" dedo a sirene ;

O blén-blém da capelinha,

No sino de dona Irene.

Baticum pisano "mie",

Muié sentada "cum" " fie",

Na lata de querosene.

Wellington Santiago

4

O meu sonho de criança

Deixei lá no meu rincão

Para seguir os ditames

Do meu próprio coração

Buscando fama e vitória,

Mas sucesso, fama e glória

Não passam de uma ilusão.

(Joames).

5

Ah, se pudessem voltar

Na calçada, as cadeiras

E na roda de família

Contar causos e asneiras

As fofocas mais recentes

Dos vizinhos e parentes

Gargalhando a noite inteira

Giovanni Arruda

6

Saudade das brincadeiras

De bilro,de amarelinha,

Pular corda na calçada

De conversar co'a vizinha;

Nada disso mais existe

Só a Saudade persiste

Do tempo bom que eu tinha.

Bastinha Job

7

Sou de fibra, nordestina

Qualidade que protejo

Trabalhando sol a sol

No Sudeste aqui pelejo

Não fugi de minha terra

Sou sertanejo da serra

Da serra sou sertanejo .

Zé Salvador

8

Naquela casa de taipa

Deixei a rede esticada,

Vovó torrando café,

Vovô comendo coalhada,

Um barrão escramuçando

E um vaqueiro cantando,

Ajuntando a bezerrada.

Anilda Figueiredo

9

Terço na casa de vó

Todo dia era sagrado

A rotina era fiel

A Jesus crucificado

Seguíamos sem embaraço

No tempo ficou o traço

Do nosso santo passado.

Vânia Freitas

10

Eu queria que voltasse

O que vivi no sertão

A turminha reunida

Nas debulhas de feijão

Tinha o momento fiel

Pra papai ler um cordel

E exaltar a tradição.

Rivamoura Teixeira

11

Vou fazer uma viagem

Pra as bandas do meu passado

Lá no tempo da moagem

Em que me via melado

Com o melaço da cana

Este foi um tempo bacana

Que deixou grande legado...

Gerardo Carvalho Pardal

12

Saudades das brincadeiras

De Roda, adivinhação

Tô no poço e anel

Nas festas de renovação

Saudades que faz doer

Nunca vou me esquecer

Guardarei no coração.

Lucia Luna

13

Recordo vovó limpando

A fornalha do fogão

Mascando fumo de rolo

Eu sentado no pilão

Acendia o fogo ligeiro

Com lenha de marmeleiro

Já com o papeiro na mão...

Jairo Vasconcelos.

14

Sinto falta do cinema

Do carrinho e do pião

Do parque boa esperança

E da subida do balão

Do coreto lá da praça

Do trem soltando fumaça

Chegando na estação.

Jerismar Batista

15

Uma setilha não dá

Para narrar a lembrança

Das noites de São João,

No meu tempo de criança,

Dos presépios no Natal

E a alegria no coral

Do reisado e da festança.

Creusa Meira

16

Tinha o dia do purgante

Ao raiar da madrugada

De um óleo repugnante

Numa porção programada

Da qual ninguém escapava

E que a mamãe obrigava

Ou levava chinelada.

José Walter Pires

17

Sinto falta das crianças

Tranquilas na sua escola

Do campinho improvisado

Onde se jogava bola

Do abença mãe, bença pai

Vitamina vitasay

Das bolachas na sacola.

PAULO FILHO

18

São João do Jaguaribe CE

Responder2 d

Araquém Vasconcelos

Sinto falta do reisado

Das festas de São Gonçalo

Do forrozim pé de serra

Até o cantar do galo

Do berro forte do gado

E do vaqueiro encourado

Galopando em seu cavalo

Araquem Vasconcelos

19

Sinto falta das carreiras,

Ao brincar de garrafão,

Das apostas com castanhas,

De soltar o meu pião,

Olho do peixe arrancar,

Uma bola pra jogar,

De tecar bila no chão.

Joab Nascimento

20

Sinto falta dos terreiros

Do meu tempo de criança

E do pé de juazeiro

Onde, a sombra, uma bonança,

Eu e uma prima minha

Brincávamos de casinha.

Tempo cheio de esperança.

Chica Emídio

21

Das delícias que mamãe

Preparava no fogão

Numa panela de barro

Que saboroso feijão!

E também dos meus brinquedos

E animados folguedos

Das noites de São João.

Mana Cardoso,

22

Nasci na simplicidade,

Num ambiente gostoso,

Meio pacato e feliz

De espírito generoso.

Entre o terreiro e a rua,

Ouvia em noite de lua

Às histórias de Trancoso.

Pedro Monteiro

23

Edição do: Conversa de Calçada Virtual?

Basta uma setilha de cada poeta ou poetisa, para nossa Ciranda de Versos,

falando do que ficou no seu rincão e hoje sente falta.

*

Exemplo de setilha

*

Sertanejo sente falta(A)

Dos costumes do sertão. (B)

De se sentar à tardinha, (C)

Lá na sombra do oitão, (B)

Para contação de história. (D)

A saudade, é sim, notória! (D)

Nem venha dizer que não. (B)

*

Meu abraço, meus parabéns e meu muito obrigada a todos.

Gostei muito do resultado.

Proponente e coordenadora: Dalinha Catunda.

dalinhaac@gmail.com

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