A ARTE DE APANHAR
*
Fui menina levada
Aprontando pelo sertão.
Apanhei de corda e relho,
E bainha de facão.
*
Tomei benção à palmatória,
Não escapei de cipó,
De cinturão com fivela,
Apanhei de fazer dó.
*
Já era eu diplomada,
Na arte de apanhar,
Antes que o pau comesse
Já começava a gritar.
*
Era assim que chamava,
Dos vizinhos a atenção.
E as surras do dia-a-dia
Tinham menor duração.
*
O certo é que eu apanhava,
Dia sim, outro também,
Mas fazia o que queria
Sem me importar com ninguém.
*
E foi debaixo de peia,
Que construí meu caminho,
Não se pode colher rosa,
Sem esbarrar em espinhos
Texto: Dalinha Catunda
Imagem:inblogs.com.br
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