NO TEMPO DA FARINHADA
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No Sítio Serra da Brígida
Trabalhei em farinhada
Já penerei muita massa
Depois da massa prensada
Numa arupemba grande
Num caibro dependurada
A arupemba ia e vinha
Pegava a mão de Rosinha
E ela ficava acanhada
Aldemá de Morais
No sítio de seu João
Eu peguei uma peixeira,
E descasquei macaxeira
De fazer calo na mão,
Fui jogando num caixão
Enquanto outro pegava,
E rápido triturava
Para fazer a farinha,
A goma era tão branquinha,
Que eu até me admirava.
Dalinha Catunda
Quando era no fim dia
Se ajuntava as rapadeira
Nos caçuá de crueira
E era grande a folia
Rosinha, Marta e Maria
Joaquim e Sebastião
Quebrava goma na mão
Pra botar no secador
Só sabe quem trabalhou
Farinhada no sertão
Aldemá de Morais
Aldemá de Morais
No tempo
da farinhada
No meu
querido rincão
Acocorada
no chão
E junto com a molecada
Com uma faca afiada
Pegava na mandioca,
Pensava na tapioca
Que mais tarde iria ter
Pra meninada comer
No seio daquela toca.
Dalinha Catunda
Fotos de Dalinha Catunda
Parabéns, cordelistas!
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