MULHER NA PELEJA
*
É feio bater em mulher,
Mas bem pior é apanhar.
Na hora de pelejar
Não escolha uma qualquer.
Se você sabe o que quer
Não pegue dama atrevida
Não arrisque sua vida
Nem pense em provocação.
Pois você vai ver o cão
Na entrada e na saída.
Décima de Dalinha Catunda
*
*
*
De minha parte não faço
uma tal besteira dessa
pois bater numa mulher
mas, nem que ela me peça !
mulher é pra se beijar
se amar, acariciar
tudo, sem a menor pressa..
Setilha de Fred Monteirouma tal besteira dessa
pois bater numa mulher
mas, nem que ela me peça !
mulher é pra se beijar
se amar, acariciar
tudo, sem a menor pressa..
*
Fred deixe de conversa
E não mude a pontaria,
Aqui falo é de peleja
Na base da poesia
Destampe sua panela
Entre logo na querela
Pois sei de sua ousadia
Setilha de Dalinha Catunda
Quer ler a peleja toda? clique aqui
*
Eu tou aqui matutando
na razão desse seu mote
e por mais que eu me devote
de cima pra baixo eu ando
continuo procurando
mas vou chegar lá um dia
pra dizer por esta via:
pra quem bem a lira arpeja,
não existe uma peleja
em que perca a poesia !
Décima de Fred Monteiro
Quer ler a peleja toda? clique aqui
*
Eu tou aqui matutando
na razão desse seu mote
e por mais que eu me devote
de cima pra baixo eu ando
continuo procurando
mas vou chegar lá um dia
pra dizer por esta via:
pra quem bem a lira arpeja,
não existe uma peleja
em que perca a poesia !
Décima de Fred Monteiro
*
A razão deste meu mote,
A razão deste meu mote,
Sei que você quer saber
Anote vou lhe dizer:
Já tomei água de pote
Já escapei no pinote
Somente pra pelejar
Canto sem pestanejar,
Só não sei tocar viola
Mas tenho boa cachola
Mas falta alguém pra cantar.
Décima de Dalinha Catunda
*
*
Vou seguindo nesta linha
dando o meu parecer
e tentando discorrer
sobre o mote de Dalinha
A peleja é uma rinha
de valor extravagante
em que o erro do aspirante
é rima desencontrada
um pé-quebrado na estrada
dando o meu parecer
e tentando discorrer
sobre o mote de Dalinha
A peleja é uma rinha
de valor extravagante
em que o erro do aspirante
é rima desencontrada
um pé-quebrado na estrada
uma estrofe malsoante
Décima de Fred Monteiro
*
Meu caro Fred Monteiro,
Meu caro Fred Monteiro,
Arguto versejador
Já se tornou trovador,
Toca tambor e pandeiro
Além de bom batuqueiro,
Aprendeu a cirandar
Hoje canta pra ninar
Os netos que Deus lhe deu
E vive seu apogeu,
Buscando se renovar.
Décima de Dalinha Catunda
*
Mas se quiser briga eu brigo
Dalinha poeta quente
porque pra cantar repente
tem que ter sangue no umbigo
eu canto mas não me intrigo
se derrubar cantador
e não peço por favor,
com licença, coisa e tal,
quando quero eu meto o pau
e derrubo o seu andor.
Décima de Fred Monteiro
*
Mas se quiser briga eu brigo
Dalinha poeta quente
porque pra cantar repente
tem que ter sangue no umbigo
eu canto mas não me intrigo
se derrubar cantador
e não peço por favor,
com licença, coisa e tal,
quando quero eu meto o pau
e derrubo o seu andor.
Décima de Fred Monteiro
*
Pra derrubar meu andor,
Seu Fred preste atenção,
Só tendo pauta com o cão
Que das trevas é o senhor,
Ou sendo crente e pastor
Que nega Nossa senhora.
Só quero saber agora
É se vai me derrubar,
Ou vai pra casa rezar,
Como rezava outrora.
Décima de Dalinha Catunda
Pois eu te digo Dalinha
Quando quero eu viro o bicho
fico brabo e nem me lixo
não faço pauta com o cão
sou pior que o Capetão
não rezo pra padim Ciço
e nem conheço estrupiço
que me faça ajoelhar
só vou pra casa rimar
e fazer meu rebuliço.
Quando quero eu viro o bicho
fico brabo e nem me lixo
não faço pauta com o cão
sou pior que o Capetão
não rezo pra padim Ciço
e nem conheço estrupiço
que me faça ajoelhar
só vou pra casa rimar
e fazer meu rebuliço.
Décima de Fred Monteiro
*
Va fazendo seu tumulto
Como gosta o satanás,
Que eu venho logo atrás,
Proferindo mais insulto
São Cipriano consulto
Me transformo em cascavel
Nem ligo para seu fel,
Eu também sou de amargar
E se quiser me enfrentar
Saiba que sou bem cruel.
Décima de Dalinha Catunda
Quando eu entro na peleja
eu não entro pra perder
nem me importo se escolher
o estilo que quiser
brigo com homem e mulher
na sextilha e na oitava
na sétima eu já rimava
e no martelo estou só
pois nasci em Maceió
onde nas onças mamava
eu não entro pra perder
nem me importo se escolher
o estilo que quiser
brigo com homem e mulher
na sextilha e na oitava
na sétima eu já rimava
e no martelo estou só
pois nasci em Maceió
onde nas onças mamava
Décima de Fred Monteiro
*
Eu aqui vou pelejando
Sem tirar o meu da reta
Vou cumprindo minha meta
Do martelo escapando
Do meu modo vou rimando
Pois nasci nas Ipueiras,
Eu gosto das brincadeiras
E sou mesmo uma figura
Eu já comi tanajura,
A mando de rezadeiras.
Décima de Dalinha Catunda
Eu nasci em Maceió
Lá no bairro do Farol
e chorei em mi bemol
um berro bem enfezado
fui ficando aperreado
e do berço dei um pulo
quase que eu estrangulo
o cachorro do vizinho
porque ele era feinho
manco, sarnento e cangulo.
Lá no bairro do Farol
e chorei em mi bemol
um berro bem enfezado
fui ficando aperreado
e do berço dei um pulo
quase que eu estrangulo
o cachorro do vizinho
porque ele era feinho
manco, sarnento e cangulo.
Décima de Fred Monteiro
*
Eu nasci nas Ipueiras,
No sertão do Ceará
Aprontei muito por lá
Rebolei muito as cadeiras
Eu sou d’ala das faceiras
Dançadeira de forró
Dos meus pés não tenho dó
Porque gosto de dançar,
Porque gosto de dançar,
E você pode apostar
Que na dança não fico só
Décima de Dalinha Catunda
*
De repente me deu fome
comi dois tachos de doce
cortei cana com uma foice
tão cega nem enxergava
e que nem sabão cortava
nem o rabo da sereia
pois matei uma baleia
que passava pelo porto
cabra "fei" que nem aborto
eu dou-lhe surra de pêia.
comi dois tachos de doce
cortei cana com uma foice
tão cega nem enxergava
e que nem sabão cortava
nem o rabo da sereia
pois matei uma baleia
que passava pelo porto
cabra "fei" que nem aborto
eu dou-lhe surra de pêia.
Décima de Fred Monteiro
*
A tua fome Monteiro,
Não foi maior que a minha
Eu comi uma galinha
Que peguei no galinheiro,
Um porco lá do chiqueiro
Entrei também no peru
Com fome fiz um rebu,
Não dispensei nem a rola,
Temperada com cebola
Tracei ela com angu.
Décima de Dalinha Catunda
Décima de Dalinha Catunda
Dalinha, nesse meu verso
me metendo a cantador
não sei derrubar andor
e nem tenho mau costume
não tenho faca de gume
não pense tão mal de mim
porque nunca fui assim
eu sou um cara pacato
nunca faço um desacato
nem sou cheio de pantim.
me metendo a cantador
não sei derrubar andor
e nem tenho mau costume
não tenho faca de gume
não pense tão mal de mim
porque nunca fui assim
eu sou um cara pacato
nunca faço um desacato
nem sou cheio de pantim.
Décima de Fred Monteiro
*
Você puxou a peixeira
Falou que era valentão
Agora pede perdão
E vem com a choradeira
Homem deixe de besteira,
E pegue já no batente
Vamos seguir em frente
Vamos tocar a contenda
Seguir adiante aprenda
Não perca sua
patente.
Décima de Dalinha catunda
Pois aceite o meu abraço
sou seu aluno aplicado
e se tenho aqui treinado
é somente pra aprender
com quem sabe o metier
e é da Academia
do cordel tem a magia
pois nascida no sertão
tem na alma a emoção
e na mente a poesia !
sou seu aluno aplicado
e se tenho aqui treinado
é somente pra aprender
com quem sabe o metier
e é da Academia
do cordel tem a magia
pois nascida no sertão
tem na alma a emoção
e na mente a poesia !
Décima de Fred Monteiro
*
O teu abraço eu aceito
Mas não queira me enganar
Se veio pra martelar,
Já me martelou de jeito
Pois bateu no meu defeito
Estou aqui assumindo
E mesmo assim prosseguindo
Sem fugir desta jornada
Pois eu sou desenrolada,
Não diga que estou mentindo.
Décima de Dalinha catunda
Vou ficando por aqui
a Deusa Noite me chama
pra deitar na sua cama
e sob um céu estrelado
dormir com ela abraçado
pra sonhar com minhas rimas
tangendo bordões e primas
acordes apaixonados
em divinos sons gerados
nas celestiais vindimas
a Deusa Noite me chama
pra deitar na sua cama
e sob um céu estrelado
dormir com ela abraçado
pra sonhar com minhas rimas
tangendo bordões e primas
acordes apaixonados
em divinos sons gerados
nas celestiais vindimas
Décima de Fred Monteiro
*
Quando o céu fica estrelado
Quando é noite de luar
Eu me ponho a contemplar
O infinito bordado,
O céu parece encantado
A noite então me fascina
Eu sonho e viro menina,
Diante da natureza,
Que mostra sua beleza,
Nesta ostentação divina.
Décima de Dalinha Catunda
Tanajura é excelente
fritadinha na manteiga
e no meio da refrega
é tira gosto decente
para um trago de aguardente
mas anote em seu caderno
do mêi pro fim do inverno
as bichinha tão voando
cai no tacho e vão torrando
feito capeta no inferno
fritadinha na manteiga
e no meio da refrega
é tira gosto decente
para um trago de aguardente
mas anote em seu caderno
do mêi pro fim do inverno
as bichinha tão voando
cai no tacho e vão torrando
feito capeta no inferno
Décima de Fred Monteiro
*
Na minha terra natal
A bunda da tanajura
Que tinha certa gordura
Era um bem medicinal,
O povo achava normal
Comer aquela formiga
Que me embrulhava a barriga,
E dava até caganeira
Eu saía na carreira
Depois era só fadiga.
Décima de Dalinha Catunda
Você pediu, tá pedido
pois então que assim seja
vou em frente na peleja
e seja o que Deus quiser
pois sem medo de mulher
pode ser da mansa ou braba
vou quebrando a sua aba
de chapéu de cangaceira
mais não venha com gagueira
seu terror não se acaba.
pois então que assim seja
vou em frente na peleja
e seja o que Deus quiser
pois sem medo de mulher
pode ser da mansa ou braba
vou quebrando a sua aba
de chapéu de cangaceira
mais não venha com gagueira
seu terror não se acaba.
Décima de Fred Monteiro
*
Você veio arrastado
Como quem vai para a cruz
Gritou até por Jesus
Mas já estava dominado,
E vai penar um bocado
Comendo na minha mão
É esta a situação
De quem foge do terreiro
Mesmo sendo um Monteiro
Ataco e pego a facão.
Décima de Dalinha Catunda
Eu te puxei pro martelo
porque sou alagoano
e estava no meu plano
martelar o seu juízo
mas nem disso eu preciso
vou pegar a minha estrofe
avermelhar meu mau-bofe
editar como quiser
pra enfiar a colher
e você não filosofe
porque sou alagoano
e estava no meu plano
martelar o seu juízo
mas nem disso eu preciso
vou pegar a minha estrofe
avermelhar meu mau-bofe
editar como quiser
pra enfiar a colher
e você não filosofe
Décima de Fred Monteiro
*
Eu fugi do seu martelo
Porque estava enferrujado.
O cabo estava dobrado
Não pregava nem chinelo.
Nestas horas me acautelo
Pois não gosto de aturar
Um martelo sem pregar.
Um martelo sem ação
É de tirar o tesão
Só serve pra chatear.
Décima de Dalinha Catunda
Você tá muito enganada
olhou pro martelo errado
pois o meu não é dobrado
e foi forjado no aço
seu nome é quebra-cabaço
foi feito nas alagoas
já lhe dedicaram loas
e não somente ele prega
como não perde refrega
se a matéria for das boas.
olhou pro martelo errado
pois o meu não é dobrado
e foi forjado no aço
seu nome é quebra-cabaço
foi feito nas alagoas
já lhe dedicaram loas
e não somente ele prega
como não perde refrega
se a matéria for das boas.
Décima de Fred Monteiro
*
Um martelo de respeito
É pau para toda obra,
Sua batida ninguém cobra,
Nem nele bota defeito
Sendo você bom sujeito
Vou fazendo que acredito,
Mas mentir não é bonito
Diz a boa educação
Porém dou o meu perdão
Sem dar o meu veredito.
Décima de Dalinha Catunda
*
Calado, eu tava assuntando
já que fui desafiado
nunca rejeito esse fado
e pra luta vou chegando
viola vou afinando
la, re, sol, si, mi, bordão
a minha voz de trovão
por detrás da serrania
no furor da poesia
tem força de um furacão.
Décima de Fred Monteiro
*
*
Calado, eu tava assuntando
já que fui desafiado
nunca rejeito esse fado
e pra luta vou chegando
viola vou afinando
la, re, sol, si, mi, bordão
a minha voz de trovão
por detrás da serrania
no furor da poesia
tem força de um furacão.
Décima de Fred Monteiro
*
A minha voz é afiada
Feito gume de navalha
Você não me atrapalha
E nem me sinto insultada,
Vá seguindo sua estrada
Com sua voz de trovão
Porque nesta discussão
Perdeu a sua viola,
Ganhou a minha cachola
Este é minha conclusão.
Décima de Dalinha Catunda
*
*
Não quis fugir da parada
só tava me desculpando
pela dor que for causando
quando lhe der bordoada
você poeta afiada
voltou com gosto de gás
pensando ser mais capaz
não me faz medo ou sobroço
vou lhe deixar só no osso
depois da surra bem dada
Décima de Fred Monteirosó tava me desculpando
pela dor que for causando
quando lhe der bordoada
você poeta afiada
voltou com gosto de gás
pensando ser mais capaz
não me faz medo ou sobroço
vou lhe deixar só no osso
depois da surra bem dada
*
Eu aqui estou esperando
A tal surra prometida
Posso parecer metida
Mas não estou apanhando!
Na verdade estou e dando
Um cacete violento
Em quem no debate é lento
E só pensa que é o tal
Mas no fundo se dá mal,
Eu sou melhor no momento!
Décima de Dalinha Catunda
*
*
quando começo não paro
pois a musa me instiga
para não sair da briga
e nem mostrar despreparo
de madrugada o meu faro
é leopardo faminto
te digo porque não minto
fica bem mais aguçado
colha logo o seu roçado
pois ele vai ser extinto
pois a musa me instiga
para não sair da briga
e nem mostrar despreparo
de madrugada o meu faro
é leopardo faminto
te digo porque não minto
fica bem mais aguçado
colha logo o seu roçado
pois ele vai ser extinto
Décima de Fred Monteiro
*
Já plantei e já colhi
Tudo quanto eu mais queria
E te deixei na agonia
Da luta não desisti.
Pelejando percebi
Que sabia pelejar,
E quem me desafiar
Decore sua ladainha
E a cartilha de Dalinha,
Encare se respeitar.
Décima de Dalinha
Se tem no mundo um chinelo
que eu não calço é o mentir
não vou aqui insistir
na força do meu martelo
porém o que eu não anelo
é dar peleja por ganha
feito você fez na manha
não titubeio a resposta
rimo como o diabo gosta
aqui e na Alemanha.
que eu não calço é o mentir
não vou aqui insistir
na força do meu martelo
porém o que eu não anelo
é dar peleja por ganha
feito você fez na manha
não titubeio a resposta
rimo como o diabo gosta
aqui e na Alemanha.
Décima de Fred Monteiro
*
Não vou ficar martelando
Na mesma tecla batendo,
Porque ganhando ou perdendo
Nós estamos propagando
Em peleja divulgando
A cultura popular,
Brejeira bem singular,
Que enfeitiçou o sertão
Tomou conta da nação,
E devemos preservar.
Décima de Dalinha Catunda
Na brincadeira de arenga
dessa peleja rimada,
dois poetas de bancada:
Uma mestra e um aprendiz.
E a nossa força motriz
poesia e tradição
do cordel lá do sertão
que nunca vai se acabar
pela palavra espalhar
a cultura da Nação !
Décima de Fred Monteiro
Na brincadeira de arenga
dessa peleja rimada,
dois poetas de bancada:
Uma mestra e um aprendiz.
E a nossa força motriz
poesia e tradição
do cordel lá do sertão
que nunca vai se acabar
pela palavra espalhar
a cultura da Nação !
Décima de Fred Monteiro
Fred Cruz este combate
Vou te dizer de
verdade:
Trouxe-me
felicidade,
Gostei do bate e
rebate
Já sonho com novo
embate,
Que traga mais
alegrias
Como as velhas
cantorias
Dos antigos
repentistas
Que de fato eram
artistas
Detentores de
magias.
Décima de Dalinha
Catunda
Dalinha,
eu te agradeço
pela
oportunidade
e já
fiquei com saudade..
Esse
prazer não tem preço !
Versejamos
sem tropeço,
sem
ofensa e com humor
Receba
aqui meu louvor
pois sua
poesia é fina
como
orvalho da campina
no bico
de um beija-flor !
Décima de Fred Monteiro
*
*
Fred,
fico muito grata,
Foi boa a
provocação
Você foi
mestre na ação,
Onde a
graça se resgata,
E em cada
verso se cata
A cultura
nordestina,
E nisso
virei menina
Buscando
o canto do mato
Com a
ciranda fiz trato
Pois
cantar é minha sina
Décima de Dalinha Catunda
*
Xilo de Erivaldo
De minha parte não faço
ResponderExcluiruma tal besteira dessa
pois bater numa mulher
mas, nem que ela me peça !
mulher é pra se beijar
se amar, acariciar
tudo, sem a menor pressa..
sem querer e até mesmo por mania
ResponderExcluirde escrever tanta sétima aqui
não notei a mudança, quando li
esta décima escrita com harmonia
a Dalinha mestrando uma porfia
na peleja ela mostra uma elegância
que retira de nós a menor ânsia
que lhe possa levar antipatia
muito menos agrida com a sangria
do rancor, sob qualquer circunstância
Eu tou aqui matutando
ResponderExcluirna razão desse seu mote
e por mais que eu me devote
de cima pra baixo eu ando
continuo procurando
mas vou chegar lá um dia
pra dizer por esta via:
pra quem bem a lira arpeja,
não existe uma peleja
em que perca a poesia !
Vou seguindo nesta linha
ResponderExcluirdando o meu parecer
e tentando discorrer
sobre o mote de Dalinha
A peleja é uma rinha
de valor extravagante
em que o erro do aspirante
é rima desencontrada
um pé-quebrado na estrada
uma estrofe malsoante
MAs se quiser briga eu brigo
ResponderExcluirDAlinha poeta quente
porque pra cantar repente
tem que ter sangue no umbigo
eu canto mas não me intrigo
se derrubar cantador
e não peço por favor,
com licença, coisa e tal,
quando quero eu meto o pau
e derrubo o seu andor
eu calado aqui tava assuntando
ResponderExcluirresolvi, já que fui desafiado
já que nunca rejeito esse meu fado
e sem medo pra luta vou chegando
a viola de dez vou afinando
la, re, sol, si, mi, feito um violão
minha voz vai lhe parecer trovão
quando vem lá por traz da serrania
transformada em furor de poesia
com a força de um grande furacão
Olá, eu sempre costumava acessar o site da ABLC (Academia Brasileira de Cordel) para saber novidades sobre os cordéis.
ResponderExcluirHoje, porém, fui acessar o site e descobri que estava fora do ar.
Vocês sabem o que aconteceu ou têm alguma notícia sobre isso?
Obrigada desde já.
Olá Sol,
ResponderExcluirTambém acessei e vi que estava fora do ar, liguei para saber ele disse que o site estava com problemas mas que será resolvido o mais breve possivel,
Um abraço,
Muito obrigada pela resposta, Dalinha!
ExcluirTorcemos para que se resolva logo!
E parabéns pelo blog e pelos cordéis!!!
Pois eu te digo Dalinha
ResponderExcluirQuando quero eu viro o bicho
fico brabo e nem me lixo
não faço pauta com o cão
sou pior que o Capetão
não rezo pra padim Ciço
e nem conheço estrupiço
que me faça ajoelhar
só vou pra casa rimar
e fazer meu rebuliço
Quando eu entro na peleja
ResponderExcluireu não entro pra perder
nem me importo se escolher
o estilo que quiser
brigo com homem e mulher
na sextilha e na oitava
na sétima eu já rimava
e no martelo estou só
pois nasci em Maceió
onde nas onças mamava
Eu nasci em Maceió
ResponderExcluirLá no bairro do Farol
e chorei em mi bemol
um berro bem enfezado
fui ficando aperriado
e do berço dei um pulo
quase que eu estrangulo
o cachorro do vizinho
porque ele era feinho
manco, sarnento e cangulo
De repente me deu fome
ResponderExcluircomi dois tachos de doce
cortei cana com uma foice
tão cega nem enxergava
e que nem sabão cortava
nem o rabo da sereia
pois matei uma baleia
que passava pelo porto
cabra "fei" que nem aborto
eu dou-lhe surra de pêia
Dalinha, nesse meu verso
ResponderExcluirme metendo a cantador
não sei derrubar andor
e nem tenho mau costume
não tenho faca de gume
não pense tão mal de mim
porque nunca fui assim
eu sou um cara pacato
nunca faço um desacato
nem sou cheio de pantim
Pois aceite o meu abraço
ResponderExcluirsou seu aluno aplicado
e se tenho aqui treinado
é somente pra aprender
com quem sabe o metier
e é da Academia
do cordel tem a magia
pois nascida no sertão
tem na alma a emoção
e na mente a poesia !
Vou ficando por aqui
ResponderExcluira Deusa Noite me chama
pra deitar na sua cama
e sob um céu estrelado
dormir com ela abraçado
pra sonhar com minhas rimas
tangendo bordões e primas
acordes apaixonados
em divinos sons gerados
nas celestiais vindimas
Tanajura é excelente
ResponderExcluirfritadinha na manteiga
e no meio da refrega
é tira gosto decente
para um trago de aguardente
mas anote em seu caderno
do mêi pro fim do inverno
as bichinha tão voando
cai no tacho e vão torrando
feito capeta no inferno
Você pediu, tá pedido
ResponderExcluirpois então que assim seja
vou em frente na peleja
e seja o que Deus quiser
pois sem medo de mulher
pode ser da mansa ou braba
vou quebrando a sua aba
de chapéu de cangaceira
mais não venha com gagueira
seu terror não se acaba
Eu te puxei pro martelo
ResponderExcluirporque sou alagoano
e estava no meu plano
martelar o seu juízo
mas nem disso eu preciso
vou pegar a minha estrofe
avermelhar meu mau-bofe
editar como quiser
pra enfiar a colher
e você não filosofe
calado, eu tava assuntando
ResponderExcluirjá que fui desafiado
nunca rejeito esse fado
e pra luta vou chegando
viola vou afinando
la, re, sol, si, mi, bordão
a minha voz de trovão
por detrás da serrania
no furor da poesia
tem força de um furacão
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ResponderExcluirnão quis fugir da parada
Excluirsó tava me desculpando
pela dor que for causando
quando lhe der bordoada
você poeta afiada
voltou com gosto de gás
pensando ser mais capaz
não me faz medo ou sobroço
vou lhe deixar só no osso
depois da surra bem dada
quando começo não paro
ResponderExcluirpois a musa me instiga
para não sair da briga
e nem mostrar despreparo
de madrugada o meu faro
é leopardo faminto
te digo porque não minto
fica bem mais aguçado
colha logo o seu roçado
pois ele vai ser extinto
você tá muito enganada
ResponderExcluirolhou pro martelo errado
pois o meu não é dobrado
e foi forjado no aço
seu nome é quebra-cabaço
foi feito nas alagoas
já lhe dedicaram loas
e não somente ele prega
como não perde refrega
se a matéria for das boas
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ResponderExcluirSe tem no mundo um chinelo
Excluirque eu não calço é o mentir
não vou aqui insistir
na força do meu martelo
porém o que eu não anelo
é dar peleja por ganha
feito você fez na manha
não titubeio a resposta
rimo como o diabo gosta
aqui e na Alemanha
Na brincadeira de arenga
ResponderExcluirdessa peleja rimada,
dois poetas de bancada:
Uma mestra e um aprendiz.
E a nossa força motriz
poesia e tradição
do cordel lá do sertão
que nunca vai se acabar
pela palavra espalhar
a cultura da Nação !
Dalinha, eu te agradeço
pela oportunidade
e já fiquei com saudade
esse prazer não tem preço
versejamos sem tropeço
sem ofensa e com humor
receba aqui meu louvor
pois sua poesia é fina
como orvalho da campina
no bico de um beija-flor !