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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

MULHER NA PELEJA

MULHER NA PELEJA
*
É feio bater em mulher,
Mas bem pior é apanhar.
Na hora de pelejar
Não escolha uma qualquer.
Se você sabe o que quer
Não pegue dama atrevida
Não arrisque sua vida
Nem pense em provocação.
Pois você vai ver o cão
Na entrada e na saída.
Décima de Dalinha Catunda
*
De minha parte não faço
uma tal besteira dessa
pois bater numa mulher
mas, nem que ela me peça !
mulher é pra se beijar
se amar, acariciar
tudo, sem a menor pressa..
Setilha de Fred Monteiro
*
Fred deixe de conversa
E não mude a pontaria,
Aqui falo é de peleja
Na base da poesia
Destampe sua panela
Entre logo na querela
Pois sei de sua ousadia
Setilha de Dalinha Catunda

Quer ler a peleja toda? clique aqui
*

Eu tou aqui matutando
na razão desse seu mote
e por mais que eu me devote
de cima pra baixo eu ando
continuo procurando
mas vou chegar lá um dia
pra dizer por esta via:
pra quem bem a lira arpeja,
não existe uma peleja
em que perca a poesia ! 

Décima de Fred Monteiro 

A razão deste meu mote,
Sei que você quer saber
Anote vou lhe dizer:
Já tomei água de pote
Já escapei no pinote
Somente pra pelejar
Canto sem pestanejar,
Só não sei tocar viola
Mas tenho boa cachola
Mas falta alguém pra cantar.
Décima de Dalinha Catunda
*
Vou seguindo nesta linha
dando o meu parecer
e tentando discorrer
sobre o mote de Dalinha
A peleja é uma rinha
de valor extravagante
em que o erro do aspirante
é rima desencontrada
um pé-quebrado na estrada
uma estrofe malsoante 
Décima de Fred Monteiro 
 *
Meu caro Fred Monteiro,
Arguto versejador
Já se tornou trovador,
Toca tambor e pandeiro
Além de bom batuqueiro,
Aprendeu a cirandar
Hoje canta pra ninar
Os netos que Deus lhe deu
E vive seu apogeu,
Buscando se renovar.
Décima de Dalinha Catunda
*
Mas se quiser briga eu brigo
Dalinha poeta quente
porque pra cantar repente
tem que ter sangue no umbigo
eu canto mas não me intrigo
se derrubar cantador
e não peço por favor,
com licença, coisa e tal,
quando quero eu meto o pau
e derrubo o seu andor.

Décima de Fred Monteiro
*

Pra derrubar meu andor,
Seu Fred preste atenção,
Só tendo pauta com o cão
Que das trevas é o senhor,
Ou sendo crente e pastor
Que nega Nossa senhora.
 Só quero saber agora
É se vai me derrubar,
Ou vai pra casa rezar,
Como rezava outrora.
Décima de Dalinha Catunda

Pois eu te digo Dalinha
Quando quero eu viro o bicho
fico brabo e nem me lixo
não faço pauta com o cão
sou pior que o Capetão
não rezo pra padim Ciço
e nem conheço estrupiço
que me faça ajoelhar
só vou pra casa rimar
e fazer meu rebuliço.
Décima de Fred Monteiro
*
Va fazendo seu tumulto
Como gosta o satanás,
Que eu venho logo atrás,
Proferindo mais insulto
São Cipriano consulto
Me transformo em cascavel
Nem ligo para seu fel,
Eu também sou de amargar
E se quiser me enfrentar
Saiba que sou bem cruel.
Décima de Dalinha Catunda 

Quando eu entro na peleja
eu não entro pra perder
nem me importo se escolher
o estilo que quiser
brigo com homem e mulher
na sextilha e na oitava
na sétima eu já rimava
e no martelo estou só
pois nasci em Maceió
onde nas onças mamava
Décima de Fred Monteiro
*
Eu aqui vou pelejando
Sem tirar o meu da reta
Vou cumprindo minha meta
Do martelo escapando
Do meu modo vou rimando
Pois nasci nas Ipueiras,
Eu gosto das brincadeiras
E sou mesmo uma figura
Eu já comi tanajura,
A mando de rezadeiras.
Décima de Dalinha Catunda

Eu nasci em Maceió
Lá no bairro do Farol
e chorei em mi bemol
um berro bem enfezado
fui ficando aperreado
e do berço dei um pulo
quase que eu estrangulo
o cachorro do vizinho
porque ele era feinho
manco, sarnento e cangulo.
Décima de Fred Monteiro
*
Eu nasci nas Ipueiras,
No sertão do Ceará
Aprontei muito por lá
Rebolei muito as cadeiras
Eu sou d’ala das faceiras
Dançadeira de forró
Dos meus pés não tenho dó
Porque gosto de dançar,
E você pode apostar
Que na dança não fico só
Décima de Dalinha Catunda

*
De repente me deu fome
comi dois tachos de doce
cortei cana com uma foice
tão cega nem enxergava
e que nem sabão cortava
nem o rabo da sereia
pois matei uma baleia
que passava pelo porto
cabra "fei" que nem aborto
eu dou-lhe surra de pêia.
Décima de Fred Monteiro
*
A tua fome Monteiro,
Não foi maior que a minha
Eu comi uma galinha
Que peguei no galinheiro,
Um porco lá do chiqueiro
Entrei também no peru
Com fome fiz um rebu,
Não dispensei nem a rola,
Temperada com cebola
Tracei ela com angu.
Décima de Dalinha Catunda

Dalinha, nesse meu verso
me metendo a cantador
não sei derrubar andor
e nem tenho mau costume
não tenho faca de gume
não pense tão mal de mim
porque nunca fui assim
eu sou um cara pacato
nunca faço um desacato
nem sou cheio de pantim.
Décima de Fred Monteiro
*
Você puxou a peixeira
Falou que era valentão
Agora pede perdão
E vem com a choradeira
Homem deixe de besteira,
E pegue já no batente
Vamos seguir em frente
Vamos tocar a contenda
Seguir adiante aprenda
 Não perca sua patente.
Décima de Dalinha catunda

Pois aceite o meu abraço
sou seu aluno aplicado
e se tenho aqui treinado
é somente pra aprender
com quem sabe o metier
e é da Academia
do cordel tem a magia
pois nascida no sertão
tem na alma a emoção
e na mente a poesia !
Décima de Fred Monteiro
*
O teu abraço eu aceito
Mas não queira me enganar
Se veio pra martelar,
Já me martelou de jeito
Pois bateu no meu defeito
Estou aqui assumindo
E mesmo assim prosseguindo
Sem fugir desta jornada
Pois eu sou desenrolada,
Não diga que estou mentindo.
Décima de Dalinha catunda

Vou ficando por aqui
a Deusa Noite me chama
pra deitar na sua cama
e sob um céu estrelado
dormir com ela abraçado
pra sonhar com minhas rimas
tangendo bordões e primas
acordes apaixonados
em divinos sons gerados
nas celestiais vindimas
Décima de Fred Monteiro
*
Quando o céu fica estrelado
Quando é noite de luar
Eu me ponho a contemplar
O infinito bordado,
O céu parece encantado
A noite então me fascina
Eu sonho e viro menina,
Diante da natureza,
Que mostra sua beleza,
Nesta ostentação divina.
Décima de Dalinha Catunda

Tanajura é excelente
fritadinha na manteiga
e no meio da refrega
é tira gosto decente
para um trago de aguardente
mas anote em seu caderno
do mêi pro fim do inverno
as bichinha tão voando
cai no tacho e vão torrando
feito capeta no inferno
Décima de Fred Monteiro
*
Na minha terra natal
A bunda da tanajura
Que tinha certa gordura
Era um bem medicinal,
O povo achava normal
Comer aquela formiga
Que me embrulhava a barriga,
E dava até caganeira
Eu saía na carreira
Depois era só fadiga.
Décima de Dalinha Catunda 

Você pediu, tá pedido
pois então que assim seja
vou em frente na peleja
e seja o que Deus quiser
pois sem medo de mulher
pode ser da mansa ou braba
vou quebrando a sua aba
de chapéu de cangaceira
mais não venha com gagueira
seu terror não se acaba.
Décima de Fred Monteiro
*
Você veio arrastado
Como quem vai para a cruz
Gritou até por Jesus
Mas já estava dominado,
E vai penar um bocado
Comendo na minha mão
É esta a situação
De quem foge do terreiro
Mesmo sendo um Monteiro
Ataco e pego a facão.
Décima de Dalinha Catunda

Eu te puxei pro martelo
porque sou alagoano
e estava no meu plano
martelar o seu juízo
mas nem disso eu preciso
vou pegar a minha estrofe
avermelhar meu mau-bofe
editar como quiser
pra enfiar a colher
e você não filosofe
Décima de Fred Monteiro
*
Eu fugi do seu martelo
Porque estava enferrujado.
O cabo estava dobrado
Não pregava nem chinelo.
Nestas horas me acautelo
Pois não gosto de aturar
Um martelo sem pregar.
Um martelo sem ação
É de tirar o tesão
Só serve pra chatear.
Décima de Dalinha Catunda 

Você tá muito enganada
olhou pro martelo errado
pois o meu não é dobrado
e foi forjado no aço
seu nome é quebra-cabaço
foi feito nas alagoas
já lhe dedicaram loas
e não somente ele prega
como não perde refrega
se a matéria for das boas.
Décima de Fred Monteiro
*
Um martelo de respeito
É pau para toda obra,
Sua batida ninguém cobra,
Nem nele bota defeito
Sendo você bom sujeito
Vou fazendo que acredito,
Mas mentir não é bonito
Diz a boa educação
Porém dou o meu perdão
Sem dar o meu veredito.
Décima de Dalinha Catunda
*
Calado, eu tava assuntando
já que fui desafiado
nunca rejeito esse fado
e pra luta vou chegando
viola vou afinando
la, re, sol, si, mi, bordão
a minha voz de trovão
por detrás da serrania
no furor da poesia
tem força de um furacão.

Décima de Fred Monteiro


A minha voz é afiada
Feito gume de navalha
Você não me atrapalha
E nem me sinto insultada,
Vá seguindo sua estrada
Com sua voz de trovão
Porque nesta discussão
Perdeu a sua viola,
Ganhou a minha cachola
Este é minha conclusão.
Décima de Dalinha Catunda

Não quis fugir da parada
só tava me desculpando
pela dor que for causando
quando lhe der bordoada
você poeta afiada
voltou com gosto de gás
pensando ser mais capaz
não me faz medo ou sobroço
vou lhe deixar só no osso
depois da surra bem dada
Décima de Fred Monteiro
*
Eu aqui estou esperando
A tal surra prometida
Posso parecer metida
Mas não estou apanhando!
Na verdade estou e dando
Um cacete violento
Em quem no debate é lento
E só pensa que é o tal
Mas no fundo se dá mal,
Eu sou melhor no momento!
Décima de Dalinha Catunda
*
quando começo não paro
pois a musa me instiga
para não sair da briga
e nem mostrar despreparo
de madrugada o meu faro
é leopardo faminto
te digo porque não minto
fica bem mais aguçado
colha logo o seu roçado
pois ele vai ser extinto
Décima de Fred Monteiro
*
Já plantei e já colhi
Tudo quanto eu mais queria
E te deixei na agonia
Da luta não desisti.
Pelejando percebi
Que sabia pelejar,
E quem me desafiar
Decore sua ladainha
E a cartilha de Dalinha,
 Encare se respeitar.
Décima de Dalinha

Se tem no mundo um chinelo
que eu não calço é o mentir
não vou aqui insistir
na força do meu martelo
porém o que eu não anelo
é dar peleja por ganha
feito você fez na manha
não titubeio a resposta
rimo como o diabo gosta
aqui e na Alemanha.
Décima de Fred Monteiro
*
Não vou ficar martelando
Na mesma tecla batendo,
Porque ganhando ou perdendo
Nós estamos propagando
Em peleja divulgando
A cultura popular,
Brejeira bem singular,
Que enfeitiçou o sertão
Tomou conta da nação,
E devemos preservar.
Décima de Dalinha Catunda 
Na brincadeira de arenga
dessa peleja rimada,
dois poetas de bancada:
Uma mestra e um aprendiz.
E a nossa força motriz
poesia e tradição
do cordel lá do sertão
que nunca vai se acabar
pela palavra espalhar
a cultura da Nação !

Décima de Fred Monteiro

Fred Cruz este combate
Vou te dizer de verdade:
Trouxe-me felicidade,
Gostei do bate e rebate
Já sonho com novo embate,
Que traga mais alegrias
Como as velhas cantorias
Dos antigos repentistas
Que de fato eram artistas
Detentores de magias.
Décima de Dalinha Catunda
Dalinha, eu te agradeço
pela oportunidade
e já fiquei com saudade..
Esse prazer não tem preço !
Versejamos sem tropeço,
sem ofensa e com humor
Receba aqui meu louvor
pois sua poesia é fina
como orvalho da campina
no bico de um beija-flor !
 Décima de Fred Monteiro
*

Fred, fico muito grata,
Foi boa a provocação
Você foi mestre na ação,
Onde a graça se resgata,
E em cada verso se cata
A cultura nordestina,
E nisso virei menina
Buscando o canto do mato
Com a ciranda fiz trato
Pois cantar é minha sina
Décima de Dalinha Catunda

  
   *
Xilo de Erivaldo

27 comentários:

  1. De minha parte não faço
    uma tal besteira dessa
    pois bater numa mulher
    mas, nem que ela me peça !
    mulher é pra se beijar
    se amar, acariciar
    tudo, sem a menor pressa..

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  2. sem querer e até mesmo por mania
    de escrever tanta sétima aqui
    não notei a mudança, quando li
    esta décima escrita com harmonia
    a Dalinha mestrando uma porfia
    na peleja ela mostra uma elegância
    que retira de nós a menor ânsia
    que lhe possa levar antipatia
    muito menos agrida com a sangria
    do rancor, sob qualquer circunstância

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  3. Eu tou aqui matutando
    na razão desse seu mote
    e por mais que eu me devote
    de cima pra baixo eu ando
    continuo procurando
    mas vou chegar lá um dia
    pra dizer por esta via:
    pra quem bem a lira arpeja,
    não existe uma peleja
    em que perca a poesia !

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  4. Vou seguindo nesta linha
    dando o meu parecer
    e tentando discorrer
    sobre o mote de Dalinha
    A peleja é uma rinha
    de valor extravagante
    em que o erro do aspirante
    é rima desencontrada
    um pé-quebrado na estrada
    uma estrofe malsoante

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  5. MAs se quiser briga eu brigo
    DAlinha poeta quente
    porque pra cantar repente
    tem que ter sangue no umbigo
    eu canto mas não me intrigo
    se derrubar cantador
    e não peço por favor,
    com licença, coisa e tal,
    quando quero eu meto o pau
    e derrubo o seu andor

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  6. eu calado aqui tava assuntando
    resolvi, já que fui desafiado
    já que nunca rejeito esse meu fado
    e sem medo pra luta vou chegando
    a viola de dez vou afinando
    la, re, sol, si, mi, feito um violão
    minha voz vai lhe parecer trovão
    quando vem lá por traz da serrania
    transformada em furor de poesia
    com a força de um grande furacão

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  7. Olá, eu sempre costumava acessar o site da ABLC (Academia Brasileira de Cordel) para saber novidades sobre os cordéis.
    Hoje, porém, fui acessar o site e descobri que estava fora do ar.
    Vocês sabem o que aconteceu ou têm alguma notícia sobre isso?

    Obrigada desde já.

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  8. Olá Sol,
    Também acessei e vi que estava fora do ar, liguei para saber ele disse que o site estava com problemas mas que será resolvido o mais breve possivel,
    Um abraço,

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    Respostas
    1. Muito obrigada pela resposta, Dalinha!
      Torcemos para que se resolva logo!
      E parabéns pelo blog e pelos cordéis!!!

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  9. Pois eu te digo Dalinha
    Quando quero eu viro o bicho
    fico brabo e nem me lixo
    não faço pauta com o cão
    sou pior que o Capetão
    não rezo pra padim Ciço
    e nem conheço estrupiço
    que me faça ajoelhar
    só vou pra casa rimar
    e fazer meu rebuliço

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  10. Quando eu entro na peleja
    eu não entro pra perder
    nem me importo se escolher
    o estilo que quiser
    brigo com homem e mulher
    na sextilha e na oitava
    na sétima eu já rimava
    e no martelo estou só
    pois nasci em Maceió
    onde nas onças mamava

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  11. Eu nasci em Maceió
    Lá no bairro do Farol
    e chorei em mi bemol
    um berro bem enfezado
    fui ficando aperriado
    e do berço dei um pulo
    quase que eu estrangulo
    o cachorro do vizinho
    porque ele era feinho
    manco, sarnento e cangulo

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  12. De repente me deu fome
    comi dois tachos de doce
    cortei cana com uma foice
    tão cega nem enxergava
    e que nem sabão cortava
    nem o rabo da sereia
    pois matei uma baleia
    que passava pelo porto
    cabra "fei" que nem aborto
    eu dou-lhe surra de pêia

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  13. Dalinha, nesse meu verso
    me metendo a cantador
    não sei derrubar andor
    e nem tenho mau costume
    não tenho faca de gume
    não pense tão mal de mim
    porque nunca fui assim
    eu sou um cara pacato
    nunca faço um desacato
    nem sou cheio de pantim

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  14. Pois aceite o meu abraço
    sou seu aluno aplicado
    e se tenho aqui treinado
    é somente pra aprender
    com quem sabe o metier
    e é da Academia
    do cordel tem a magia
    pois nascida no sertão
    tem na alma a emoção
    e na mente a poesia !

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  15. Vou ficando por aqui
    a Deusa Noite me chama
    pra deitar na sua cama
    e sob um céu estrelado
    dormir com ela abraçado
    pra sonhar com minhas rimas
    tangendo bordões e primas
    acordes apaixonados
    em divinos sons gerados
    nas celestiais vindimas

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  16. Tanajura é excelente
    fritadinha na manteiga
    e no meio da refrega
    é tira gosto decente
    para um trago de aguardente
    mas anote em seu caderno
    do mêi pro fim do inverno
    as bichinha tão voando
    cai no tacho e vão torrando
    feito capeta no inferno

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  17. Você pediu, tá pedido
    pois então que assim seja
    vou em frente na peleja
    e seja o que Deus quiser
    pois sem medo de mulher
    pode ser da mansa ou braba
    vou quebrando a sua aba
    de chapéu de cangaceira
    mais não venha com gagueira
    seu terror não se acaba

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  18. Eu te puxei pro martelo
    porque sou alagoano
    e estava no meu plano
    martelar o seu juízo
    mas nem disso eu preciso
    vou pegar a minha estrofe
    avermelhar meu mau-bofe
    editar como quiser
    pra enfiar a colher
    e você não filosofe

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  19. calado, eu tava assuntando
    já que fui desafiado
    nunca rejeito esse fado
    e pra luta vou chegando
    viola vou afinando
    la, re, sol, si, mi, bordão
    a minha voz de trovão
    por detrás da serrania
    no furor da poesia
    tem força de um furacão

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  20. Respostas
    1. não quis fugir da parada
      só tava me desculpando
      pela dor que for causando
      quando lhe der bordoada
      você poeta afiada
      voltou com gosto de gás
      pensando ser mais capaz
      não me faz medo ou sobroço
      vou lhe deixar só no osso
      depois da surra bem dada

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  21. quando começo não paro
    pois a musa me instiga
    para não sair da briga
    e nem mostrar despreparo
    de madrugada o meu faro
    é leopardo faminto
    te digo porque não minto
    fica bem mais aguçado
    colha logo o seu roçado
    pois ele vai ser extinto

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  22. você tá muito enganada
    olhou pro martelo errado
    pois o meu não é dobrado
    e foi forjado no aço
    seu nome é quebra-cabaço
    foi feito nas alagoas
    já lhe dedicaram loas
    e não somente ele prega
    como não perde refrega
    se a matéria for das boas

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  23. Respostas
    1. Se tem no mundo um chinelo
      que eu não calço é o mentir
      não vou aqui insistir
      na força do meu martelo
      porém o que eu não anelo
      é dar peleja por ganha
      feito você fez na manha
      não titubeio a resposta
      rimo como o diabo gosta
      aqui e na Alemanha

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  24. Na brincadeira de arenga
    dessa peleja rimada,
    dois poetas de bancada:
    Uma mestra e um aprendiz.
    E a nossa força motriz
    poesia e tradição
    do cordel lá do sertão
    que nunca vai se acabar
    pela palavra espalhar
    a cultura da Nação !

    Dalinha, eu te agradeço
    pela oportunidade
    e já fiquei com saudade
    esse prazer não tem preço
    versejamos sem tropeço
    sem ofensa e com humor
    receba aqui meu louvor
    pois sua poesia é fina
    como orvalho da campina
    no bico de um beija-flor !

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