Mulheres
poetas
1
Dalinha,
vou aceitar
Seu
convite pra cantar
Cantaremos
as mulheres
Em
seus cordéis a fiar
Na
peleja também tem
Mulher
a desafiar
2
No
Ceará conhecemos
As
mulheres cordelistas
Publicando
seus folhetos
Começando
a dar nas vistas
Rimando
com maestria
Nunca
perdendo as pistas
3
Os
poetas reconhecem
Sua
métrica e sua rima
Aperfeiçoando
os versos
Que
ninguém subestima
E
recebendo o apoio
Dos
poetas lá de cima
4
Você
sabia, Dalinha
Que
Altino era alcunha?
De
uma mulher de valor...
Que
sequer pintava unha
Pintava
mesmo era verso,
Sem
pudor e sem mumunha?
5
Alargando
os espaços
Construindo
oração
Aprimorado
os versos
Com
amor no coração
Descobri
os pseudônimos
Com
orgulho e emoção
6
Crato
hoje é celeiro
Das
mulheres cordelistas
Preparando
os seus versos
Arrumando
suas listas
Cordelando
muitos temas
Provando
que são artistas
7
Quando Leandro criou
Sua velha sergipana
Que desafiava homens
Na mansão ou na cabana...
Ele inventou a peleja.
Disso, ninguém se engana.
8
Vinha não sei se era
De Sergipe ou de Canudo
A verdade é que deixou
Nosso Leandro iracudo!
Nunca pensou que um dia
Receberia cascudo
9
Aquela velha danada
Se dizia araripana,
Mas Leandro apostou
Achou que seria bacana
Peleja com uma mulher
Mesmo sendo sergipana.
10
Quem diria, miga Dalinha,
Q’eu uma peleja faria
Você me incentivando,
Tempos atrás, eu temia
Q’os poetas descobrissem
A tamanha ousadia!
(Maria Rosário Pinto)
Rio, 11 de julho 2010
Se 7 já era bom, 10 estrofes muito mais!
ResponderExcluirUma peleja e tanto, Rosário, Mulher Poeta.
Obrigada, pela deliciosa partilha.
Um abraço,
da Lúci