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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Livro de Graça na Praça 10 Anos de História




Josenir Lacerda, poeta e cordelista, sempre envolvida com o movimento da literatura de cordel, referência no assunto, principalmente, na região do Cariri, prestigiando o projeto de José Mauro da Costa, Livro de Graça na Praça, lançou um cordel de sua autoria onde relata o caminho percorrido por José Mauro em prol da propagação da literatura em geral.
Parabéns a José Mauro e a Josenir Lacerda que prestam grande serviço a literatura deste país.
Dalinha Catunda
 

LIVRO DE GRAÇA NA PRAÇA
10 ANOS DE HISTÓRIA
1
“Livro de Graça na Praça”
O que é que vem a ser?
Muita gente me pergunta
Eu vou tentar responder:
É um valoroso evento
Gestado com o talento
De quem faz acontecer
2
Foi José Mauro da Costa
Homem audaz e guerreiro
Quem despertou a ideia
E dela foi pioneiro
No pomar fértil da mente
Semeou boa semente
Que desabrochou ligeiro
3
E ele então relembrando
O tempo em que a leitura
Era quase obrigatória
Do ensino, era estrutura
Sente preocupação
Com a atual geração
E o destino da futura
4
Quando dos sessenta anos
Da tradicional escola
Grupo José Bonifácio
Um encontro se desenrola
De alunos veteranos
Velhos sonhos, novos planos
Brotam em cada cachola
5
O notável professor
Refém dessa nostalgia
Pois é também veterano
Na recordação se alia
Surpreso, ele se reclama
Ao ver que não se declama
Nem se lê mais poesia
6
E dessa inquietação
Que se faz forte e latente
Surge a necessidade
De uma ação competente
Em prol da boa leitura
Favorecendo a cultura
Fragilizada e carente
7
Em forma de antologia
Essa atitude aparece
Com o nome “Ouvindo Estrelas”
Cria forma e acontece
Dois mil e três é o ano
Assim então forma o plano
Organiza e oferece
8
E foi essa antologia
Com esmero planejada
Que deu o primeiro passo
Dessa sublime escalada
Sopro de boa leitura
Mais incentivo à cultura
Nova luta iniciada
9
Esse livro conseguiu
Aceitação ideal
Sendo inclusive adotado
No Programa Nacional
Biblioteca da Escola
Que serviu de impulso e mola
A esse voo cultural
10
E cada biblioteca
Do país, o recebeu
Cada acervo certamente
Com a oferta enriqueceu
Pois foi bem elaborado
Cada clássico resgatado
 Foi planta que floresceu
11
A partir dessa edição
O projeto tomou vulto
Com novos livros nascendo
O plano ficou adulto
Com ação e movimento
Cada ano um novo evento
Em prol de um povo mais culto
12
Ano a ano um novo tema
Escolhido, é a carona
Onde escritor ou poeta
O seu recado aciona
Repassando no teor
O processo inspirador
Que no livro vem à tona
13
No ano dois mil e quatro
Acontece o “Atrás da Porta”
Que José Mauro oferece
E em quinze contos comporta
Estilo, classe e cultura
Com incentivo à leitura
No cais da mente ele aporta
14
Chegando dois mil e cinco
Um novo livro é gestado
O nome “Conto dos Contos”
Escolhido e aprovado
Nova centelha de glória
Mais um grito de vitória
No projeto acrescentado
15
Surge o “Ócios e Ofícios”
Dois mil e seis é o ano
Nele, o grupo de autores
Num ideal soberano
Faz nascer um livro novo
Que “de graça” vai ao povo
Mais um fruto desse plano
16
Nesse momento o cordel
Aparece, entra em ação
O vate Edésio Batista
Cumpre uma nobre missão
Pois do verso ele é maestro
A batuta faz do estro
E rege a apresentação

17
O livro “A Primeira Vez”
Vira notícia e manchete
Lançado num grande evento
No ano dois mil e sete
Onde vinte e quatro autores
Demonstram bem seus valores
No êxito que se repete
18
Tem no rico conteúdo
Prosa, cordel e poema
Focando “A Primeira Vez”
Em torno do mesmo tema
Cada arte, uma maravilha
Embora na mesma trilha
Cada um faz seu esquema
19
No “Perdidos e Achados”
Novas sementes e flores
Vinte escritos registrados
Produção de vinte autores
No ano dois mil e oito
O projeto mais afoito
Ganhou vivas e louvores
20
Ainda em dois mil e oito
Chega o infanto-juvenil
Com o “Riscos e Rabiscos”
De capa alegre e gentil
Sucesso já na chegada
Contemplando a criançada
E o futuro do Brasil
21
Dois mil e nove apresenta
O novo tema: “Segredo”
E cada autor alimenta
A inspiração sem medo
O assunto interessante
Deu resultado brilhante
No conjunto, um lindo enredo
22
Com o título “Descobri!”.
Foi lançado o infantil
Nove autores escreveram
De modo doce e sutil
Textos cheios de ternura
Alimentando a cultura
Das crianças do Brasil

23
Primeiro cordel em braile
Nessa edição foi lançado
Que foi “Do Selo Lambido
Ao Ponto Com” nomeado
Zé Mauro, Ulisses Germano
São autores desse plano
Feliz e abençoado
24
O ano dois mil e dez
Mostra a oitava edição
Cujo tema então sugere
O foco na “Tradição”
Textos de dezoito autores
Mostram com letras e cores
A cultura da nação
25
O cordel nela acontece
E lança uma coletânea
Vinte autores versejando
De forma bem espontânea
“Tradições do Cariri”
Festas, reisado, pequi
Em poética miscelânea
26
Em Dois mil e onze, “Sonhos”
Foi o tema sugerido
Então vinte e dois autores
Num gesto comprometido
Criam na mente um recanto
Onde literário encanto
Brota e é oferecido
27
A festa em dois mil e doze
Em grande estilo acontece
O tema “Belo Horizonte”
Saúda quem bem merece
A Praça da Liberdade
Vira templo de amizade
Na celebração da messe
28
Dia nove de setembro
É data de aniversário
Dez anos de atividades
Sinaliza o calendário
É mais que livro na praça
É conquista, força e raça
Num anseio solidário

29
São dez anos de batalha
De abençoada guerrilha
Aonde um Rondon mineiro
Abriu caminhos, fez trilha
Na qual cada companheiro
Foi aliado e guerreiro
Num ideal que ora brilha
30
O evento tem apoio
Num grupo de companheiros
Porém na infantaria
Conta com quatro escudeiros
Que seguram ano a ano
Bandeira, traçado e plano
E garra de bons guerreiros
31
São eles: Arthur Vianna
Também Luís Carlos Eiras
Que com Fernando Fabrinni
São pilastras verdadeiras
Zé Mauro bendiz a sorte
E busca neles, suporte
Para transpor as fronteiras
32
Resumo assim em cordel
Essa luminosa saga
E o seu rastro tão marcante
Que é certo, não mais se apaga
Pois a nutrição da mente
Resulta em boa semente
Que irrompe e se propaga
33
Parabéns LGP
Pelo espírito varonil
Parabéns Belo Horizonte
Ninho que acolhe gentil
Esse grandioso evento
Que oferta luz, alimento
E esperança ao Brasil.

Josenir Alves de Lacerda
Academia dos Cordelistas do Crato – Cadeira 03
Academia Brasileira de Literatura de Cordel – Cadeira 37
Setembro/2012

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