Josenir Lacerda, poeta e
cordelista, sempre envolvida com o movimento da literatura de cordel, referência
no assunto, principalmente, na região do Cariri, prestigiando o projeto de José
Mauro da Costa, Livro de Graça na Praça, lançou um cordel de sua autoria onde
relata o caminho percorrido por José Mauro em prol da propagação da
literatura em geral.
Parabéns a José Mauro e a Josenir
Lacerda que prestam grande serviço a literatura deste país.
Dalinha Catunda
LIVRO DE GRAÇA NA PRAÇA
10 ANOS DE HISTÓRIA
1
“Livro de
Graça na Praça”
O que é que
vem a ser?
Muita gente
me pergunta
Eu vou
tentar responder:
É um
valoroso evento
Gestado com
o talento
De quem faz
acontecer
2
Foi José
Mauro da Costa
Homem audaz
e guerreiro
Quem
despertou a ideia
E dela foi
pioneiro
No pomar
fértil da mente
Semeou boa
semente
Que desabrochou
ligeiro
3
E ele então
relembrando
O tempo em
que a leitura
Era quase
obrigatória
Do ensino,
era estrutura
Sente
preocupação
Com a atual
geração
E o destino
da futura
4
Quando dos
sessenta anos
Da
tradicional escola
Grupo José
Bonifácio
Um encontro
se desenrola
De alunos
veteranos
Velhos sonhos,
novos planos
Brotam em
cada cachola
5
O notável
professor
Refém dessa
nostalgia
Pois é
também veterano
Na
recordação se alia
Surpreso,
ele se reclama
Ao ver que
não se declama
Nem se lê
mais poesia
6
E dessa
inquietação
Que se faz
forte e latente
Surge a
necessidade
De uma ação
competente
Em prol da
boa leitura
Favorecendo
a cultura
Fragilizada
e carente
7
Em forma de antologia
Essa atitude
aparece
Com o nome
“Ouvindo Estrelas”
Cria forma e
acontece
Dois mil e
três é o ano
Assim então
forma o plano
Organiza e
oferece
E foi essa
antologia
Com esmero
planejada
Que deu o
primeiro passo
Dessa
sublime escalada
Sopro de boa
leitura
Mais
incentivo à cultura
Nova luta
iniciada
9
Esse livro
conseguiu
Aceitação
ideal
Sendo
inclusive adotado
No Programa
Nacional
Biblioteca
da Escola
Que serviu
de impulso e mola
A esse voo
cultural
10
E cada
biblioteca
Do país, o
recebeu
Cada acervo
certamente
Com a oferta
enriqueceu
Pois foi bem
elaborado
Cada
clássico resgatado
Foi planta que floresceu
11
A partir
dessa edição
O projeto
tomou vulto
Com novos
livros nascendo
O plano
ficou adulto
Com ação e
movimento
Cada ano um
novo evento
Em prol de
um povo mais culto
12
Ano a ano um
novo tema
Escolhido, é
a carona
Onde
escritor ou poeta
O seu recado
aciona
Repassando
no teor
O processo
inspirador
Que no livro
vem à tona
13
No ano dois
mil e quatro
Acontece o
“Atrás da Porta”
Que José
Mauro oferece
E em quinze
contos comporta
Estilo,
classe e cultura
Com
incentivo à leitura
No cais da
mente ele aporta
14
Chegando
dois mil e cinco
Um novo
livro é gestado
O nome
“Conto dos Contos”
Escolhido e
aprovado
Nova
centelha de glória
Mais um
grito de vitória
No projeto
acrescentado
15
Surge o
“Ócios e Ofícios”
Dois mil e
seis é o ano
Nele, o
grupo de autores
Num ideal
soberano
Faz nascer
um livro novo
Que “de
graça” vai ao povo
Mais um
fruto desse plano
16
Nesse
momento o cordel
Aparece,
entra em ação
O vate
Edésio Batista
Cumpre uma
nobre missão
Pois do
verso ele é maestro
A batuta faz
do estro
E rege a
apresentação
17
O livro “A
Primeira Vez”
Vira notícia
e manchete
Lançado num
grande evento
No ano dois
mil e sete
Onde vinte e
quatro autores
Demonstram
bem seus valores
No êxito que
se repete
18
Tem no rico
conteúdo
Prosa,
cordel e poema
Focando “A
Primeira Vez”
Em torno do
mesmo tema
Cada arte,
uma maravilha
Embora na
mesma trilha
Cada um faz
seu esquema
19
No “Perdidos
e Achados”
Novas
sementes e flores
Vinte
escritos registrados
Produção de
vinte autores
No ano dois
mil e oito
O projeto
mais afoito
Ganhou vivas
e louvores
20
Ainda em
dois mil e oito
Chega o
infanto-juvenil
Com o
“Riscos e Rabiscos”
De capa
alegre e gentil
Sucesso já
na chegada
Contemplando
a criançada
E o futuro
do Brasil
21
Dois mil e
nove apresenta
O novo tema:
“Segredo”
E cada autor
alimenta
A inspiração
sem medo
O assunto
interessante
Deu
resultado brilhante
No conjunto,
um lindo enredo
22
Com o título
“Descobri!”.
Foi lançado
o infantil
Nove autores
escreveram
De modo doce
e sutil
Textos
cheios de ternura
Alimentando
a cultura
Das crianças
do Brasil
23
Primeiro
cordel em braile
Nessa edição
foi lançado
Que foi “Do
Selo Lambido
Ao Ponto
Com” nomeado
Zé Mauro,
Ulisses Germano
São autores
desse plano
Feliz e
abençoado
24
O ano dois
mil e dez
Mostra a
oitava edição
Cujo tema
então sugere
O foco na
“Tradição”
Textos de
dezoito autores
Mostram com
letras e cores
A cultura da
nação
25
O cordel
nela acontece
E lança uma
coletânea
Vinte
autores versejando
De forma bem
espontânea
“Tradições
do Cariri”
Festas,
reisado, pequi
Em poética
miscelânea
26
Em Dois mil
e onze, “Sonhos”
Foi o tema
sugerido
Então vinte
e dois autores
Num gesto
comprometido
Criam na
mente um recanto
Onde
literário encanto
Brota e é
oferecido
27
A festa em
dois mil e doze
Em grande
estilo acontece
O tema “Belo
Horizonte”
Saúda quem
bem merece
A Praça da
Liberdade
Vira templo
de amizade
Na
celebração da messe
28
Dia nove de
setembro
É data de
aniversário
Dez anos de
atividades
Sinaliza o
calendário
É mais que
livro na praça
É conquista,
força e raça
Num anseio
solidário
29
São dez anos
de batalha
De abençoada
guerrilha
Aonde um
Rondon mineiro
Abriu
caminhos, fez trilha
Na qual cada
companheiro
Foi aliado e
guerreiro
Num ideal
que ora brilha
30
O evento tem
apoio
Num grupo de
companheiros
Porém na
infantaria
Conta com
quatro escudeiros
Que seguram
ano a ano
Bandeira,
traçado e plano
E garra de
bons guerreiros
31
São eles:
Arthur Vianna
Também Luís
Carlos Eiras
Que com Fernando
Fabrinni
São pilastras
verdadeiras
Zé Mauro
bendiz a sorte
E busca
neles, suporte
Para
transpor as fronteiras
32
Resumo assim
em cordel
Essa
luminosa saga
E o seu
rastro tão marcante
Que é certo,
não mais se apaga
Pois a
nutrição da mente
Resulta em
boa semente
Que irrompe
e se propaga
33
Parabéns LGP
Pelo
espírito varonil
Parabéns
Belo Horizonte
Ninho que
acolhe gentil
Esse
grandioso evento
Que oferta
luz, alimento
E esperança
ao Brasil.
Josenir
Alves de Lacerda
Academia dos
Cordelistas do Crato – Cadeira 03
Academia
Brasileira de Literatura de Cordel – Cadeira 37
Setembro/2012
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