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quarta-feira, 26 de junho de 2013


CORDEL DE SAIA traz para sua pauta um dos mais lúcidos versos de José Walter, que  expressa em versos a realidade em que vivemos. É competente no versejar e na coerência das denúncias. PARABÉNS, poeta.


VEM PRA RUA, BRUMADO

Paciência tem limite
Diz o adágio popular
E viver só de esperança
Já não se pode aceitar
Pra sair do berço esplêndido
O povo tem de lutar

Ir às ruas protestar
Sem temer a reação
Do Poder constituído
Que comanda esta Nação
Em todos os escalões
Num mar de corrupção

Camuflando a podridão
Vive atuando o Congresso
Com falsa legislação
Atravancando o progresso
Favorecendo a desordem
Em que o país vive imerso

E nesse falso processo
Do seu Desenvolvimento
O povo vai pelejando
Carregando o sofrimento
Fruto da desigualdade
Que transborda no momento

Assim o padecimento
Tem motivos variados
Para a revolta do povo
Pelos direitos negados
Dentro da realidade
Como podem ser provados

Sendo à sorte, relegados
E à mercê das falsidades
Padecem os brasileiros
Tanto do campo ou cidades
Salvo os privilegiados
As mesmas desigualdades

São reais necessidades
De saúde e educação,
Terra, trabalho e teto
Segurança e proteção
Garantidos pelo Estado
Sem nenhuma distinção

Direito à locomoção
Respeito à dignidade
Para todo ser humano
Com vida de qualidade
Sem drogas, sem violência
Garantia de liberdade

Que seja cada cidade
Um espaço de prazer
De alegria em cada praça
Com muito esporte e lazer
Sem diferenças de idades
Pra dar gosto de viver

Acima de tudo é dever
De qualquer um cidadão
Saber cobrar seus direitos
E buscar a proteção
Nos preceitos garantidos
Pela Constituição

À violência dizer, não
E da droga ficar fora
Sem se deixar corromper
Denunciar sem demora
Corruptos de plantão
Que agem a toda hora

A mentira não vigora
Quando encontra resistência
Só a coragem prospera
Frente a qualquer prepotência
Defender nossos direitos
É ato de consciência

Não é nenhuma imprudência
Os protestos coletivos
Quando o povo vai às ruas
Com verdadeiros motivos
Em manifesto pacífico
Distante dos atos nocivos

Nos momentos decisivos
Agir com serenidade
Não pichar nem destruir
Apenas por crueldade
Bens públicos e privados
Existentes na cidade

É boa a oportunidade
Do protesto brasileiro
Para mostrar aos turistas
O cenário verdadeiro
Do país do futebol
Que gastou tanto dinheiro

Um futuro alvissareiro
É o desejo premente
De um Brasil sempre mais novo
Construído no presente
Pelo labor do seu povo
Forte, unido, consciente!

Marchemos, pois, minha gente!
De mãos dadas nesta tarde
Numa só voz entoando
O brado da liberdade
Pelo mundo anunciando
A nova realidade

A hora e a vez da verdade
Ecoando sobranceira
Não mais a corrupção
É o fim da roubalheira
Mude querida Brumado
Mude Nação Brasileira!.

José Walter Pires
Uma colaboração para a marcha de Brumado em 20.06.2013

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