Dalinha e Josenir na peleja
Recordar
Seguindo o exemplo dos
repentistas que se enfrentam em pelejas, debates, combates, hoje, os
cordelistas fazem algo parecido, chamado, peleja virtual, onde dois poetas
trocam versos via internet, seja por e-mail, facebook, Orkut, o que resulta num
ótimo intercâmbio entre poetas de diferentes estados. Aqui minha peleja com a
poeta Josenir.
Dalinha Catunda
RECORDAR - NOS
DEZ DE QUEIXO CAÍDO
JL
Dalinha não leve
a mal
A proposta que
eu lhe faço
A musa jogou o
laço
Nem esperou meu
aval
Chegou feito um
vendaval
Ou flechada de
cupido
Cochichou no pé
do ouvido
Sobre o tema
"Recordar"
E mandou eu lhe
peitar
Nos dez de
queixo caído
DC
Minha cara
Josenir,
Se a musa jogou
seu laço
Nele não me
embaraço
Da raia não vou
fugir
Se a inspiração
fluir
Peite-me que eu
revido
Vou fazer um
alarido
Vou falar do meu
sertão
De folclore e
tradição
Nos dez de
queixo caído.
JL
Já que aceitou o
embate
Prepare-se pra
disputa
Pois tudo indica
que a luta
Terá um feroz
combate
Não venha com
disparate
Nem com jeitão
atrevido
Porque no prego
batido
Exijo a ponta
virada
Em
"passado" sou formada
Nos dez de
queixo caído.
DC
Rezei a Salve
Rainha
E já bati na
madeira
Agora queira ou
não queira
Vai debater com
Dalinha
Pois quando
entro na rinha
Com meu jeitão
enxerido
Pra falar de
acontecido
De passado e
tradição
Eu acendo meu
tição
Nos dez de
queixo caído.
JL
Você fala de tição
E eu de fogão de lenha
De brasa, graveto e brenha
Do xerém feito em pilão
De vovó fazendo o pão
De milho seco, moído
Para ser depois servido
Com leite, numa tigela
Cenas que o sertão revela
Nos dez de queixo caído.
DC
Você relembra o fogão
Eu vou falar de fogueira
De dança de brincadeira
De quadrilha e de são João
De aluá e de quentão,
Pamonha e milho cozido
Rojão que dói no ouvido
Quando escuto o papocar
Forró eu quero é dançar
Nos dez de queixo caído.
Você fala de tição
E eu de fogão de lenha
De brasa, graveto e brenha
Do xerém feito em pilão
De vovó fazendo o pão
De milho seco, moído
Para ser depois servido
Com leite, numa tigela
Cenas que o sertão revela
Nos dez de queixo caído.
DC
Você relembra o fogão
Eu vou falar de fogueira
De dança de brincadeira
De quadrilha e de são João
De aluá e de quentão,
Pamonha e milho cozido
Rojão que dói no ouvido
Quando escuto o papocar
Forró eu quero é dançar
Nos dez de queixo caído.
JL
E eu do tindô
lêlê
Jogo de bila e
do mata
Equilibrista na
lata
Bicheirinha e
bambolê
Canção de uni
duni tê
Do cinturão
escondido
Um mundo tão
colorido
Gaiola azul da
lembrança
Que prende
eterna criança
Nos dez de
queixo caído.
DC
Já eu que sou bem sapeca
E gosto de cirandar
Nesta roda vou entrar
Depois vou jogar peteca
Brincar com minha boneca,
E nela botar vestido
Vendo passado mantido
Eu digo tindô lá lá!
E volto pro Ceará
Nos dez de queixo caído.
DC
Já eu que sou bem sapeca
E gosto de cirandar
Nesta roda vou entrar
Depois vou jogar peteca
Brincar com minha boneca,
E nela botar vestido
Vendo passado mantido
Eu digo tindô lá lá!
E volto pro Ceará
Nos dez de queixo caído.
JL -
Aprendi inda criança
Fazer boneca de pano
Vovó ensinou o plano
Titia a roupa e a trança
Mamãe deixou-me a herança
De tudo bem concluído
Sem fiapo e embutido
Até hoje, brinco e faço
Com roupa de chita e laço
Aprendi inda criança
Fazer boneca de pano
Vovó ensinou o plano
Titia a roupa e a trança
Mamãe deixou-me a herança
De tudo bem concluído
Sem fiapo e embutido
Até hoje, brinco e faço
Com roupa de chita e laço
Nos dez de
queixo caído.
DC
Naqueles tempos
d’ então
Minha boneca
embalava,
Enquanto
cantarolava
Olhava pro meu
irmão
Que soltava seu
pião
E meu olhar
atraído
Completamente
perdido
Achava
espetacular
Ver o seu pião
girar
Nos dez de
queixo caído.
JL
É essa saudade
intrusa
Que puxa à força
a tramela
Abre a porta e a
janela
E a tela da
mente usa
Exibe em cena
confusa
Chão de barro
comprimido
O teto dando
estalido
Quando o vento
sopra a palha
No torno, mostra
a cangalha
Nos dez de
queixo caído.
12
Na saudade
perfumada
Quem vem lá do
meu sertão
Sinto cheiro de
baião,
De carne seca e
buchada,
Cuscuz com leite
e qualhada
Eu sempre tenho
comido,
Pois mesmo tendo
partido
Meu menu é
sertanejo
Mato sempre meu
desejo
Nos dez de
queijo caído.
13
Vou citar meu
Cariri
Que é polo de
iguaria
Em cujos pratos
varia
A tradição do
Pequi.
O Doce de Buriti
,
É regalo
preferido.
Nossa água é um
fluído
Que quem bebe
não esquece
Volta, fica,
comparece
Nos dez de
queixo caído.
14
Eu não saio sem
falar
Do Jatobá tão
amado
Rio do meu
passado
Onde eu ia me
banhar
Brincava de
tibungar
Naquele rio
querido
Este tempo bem
vivido.
Eu preservo na
memória
E resgato minha
história
Nos dez de queixo
caído.
15
Nossa ode é
nordestina
Cordel é nossa
cantiga
A musa que é
fada amiga
Supre essa nobre
sina
Deus abençoa e
ensina
O caminho a ser
seguido
Por ele temos
seguido
Com amor, zelo e
coragem
Levando a nossa
mensagem
Nos dez de
queixo caído.
16
Este canto
nordestino
Traduzido em
cordel
Tal canto de
menestrel
É um canto
feminino
É canto sem
desatino
Que agora é
exibido
E se for bem
aplaudido
Eu volto pro meu
sertão
Transbordando de
emoção.
Nos dez de
queixo caído.
17
Juntamos minha
saudade
Com sua
recordação
Botamos num
caldeirão
E mexemos com
vontade.
O carinho da
amizade
Foi o tempero
escolhido
Que virou prato
sortido;
Sendo vocês,
aplaudia...
Adeus, até outro
dia!
Nos dez de
queixo caído.
Repostei no meu blog
ResponderExcluirÉ muito grande eu odiei é horrível
ResponderExcluir🤬🤬🤬😡🖕🖕