VIRA-LATA
Foi com cara de
faminto
Que em minha
porta surgiu.
Com olhar de cão
sem dono
Abrigo então me
pediu,
Eu fiquei
compadecida
E ao curar sua
ferida,
A vida então lhe
sorriu.
*
Eu pensei ter
pedigree
Mas era um
vira-lata.
Nem mesmo para
mijar
Levantava sua
pata
Acionei a
carrocinha
Desmanchei sua
casinha
Pois sei que
burrice mata.
*
E hoje quando me
vê
O rabo logo
balança,
Quer lamber e me
cheirar
Relembrando a
bonança,
O tempo bom que
viveu
E da ração que
comeu
Enchendo com
gosto a pança.
*
Gosto muito de
saber
Que posso lhe
dominar
Basta estalar os
dedos
Ou então
assobiar
Para ter em
minha mão
Um projetinho de
cão,
Vira-lata a se
arrastar.
*
Texto e foto de
Dalinha Catunda
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