Seguidores

quarta-feira, 12 de março de 2014

POSSE DE PEDRO BANDEIRA NA ABLC

 POSSE DE PEDRO BANDEIRA NA ABLC
1
A Deus peço inspiração,
E com a musa converso
Para passar com meu verso
Nesta minha louvação.
No peito meu coração,
Já preparou seu roteiro,
E o santo de Juazeiro
Já me deu seu veredito:
- Cante, mas cante bonito!
 Pois merece o cavalheiro.
2
Sei que não sou a primeira
A falar deste expoente,
Que soube tão habilmente
Consagra-se na carreira
 É ele, Pedro Bandeira!
Violeiro e advogado,
Matuto do pé rachado,
Que se tornou bacharel
Luzindo em cada papel
Por ele representado.
3
Bendito foi o menino,
Que entre versos viveu
O universo conheceu
Do repente nordestino.
Junto a Manoel Galdino
Seu mestre e avô querido.
Sendo menino sabido
Com as rimas se entendia.
Gostava da cantoria
Por ela foi atraído
4
Filho de mãe poetisa
Herdeiro por natureza
Na alma guarda a riqueza,
Que todo bardo precisa.
Entre palavras desliza
Sem faltar vocabulário
Na mente traz um glossário
Onde não lhe falta a rima
Pelo bom verso ele prima
Pois é esse o seu fadário.
5
Cada irmão que Pedro tem
Traz na veia a poesia
Dádiva que contagia,
Uma herança do bem,
E junto com Pedro vem:
Daudeth, Antônio e João,
E eles com Francisco são
Galhos duma mesma planta,
Duma família que encanta
No canto de geração.
6

Na casa de Zé Vicente,
Na fazenda Mandasaia,
Pedro seus versos ensaia
Deixando o povo contente,
Ele de lá sai ciente,
Que agradou quem assistia.
Foi este o primeiro dia
Que o vate se apresentou,
E seu lugar conquistou
Como sonhava e queria.
7
Ao fazer dezesseis anos
Uma viola comprou,
esse instrumento abraçou
E após fazer os seus planos
Sem pensar em desenganos
Pegou firme no batente.
E dominando o repente
Dele fez sua profissão,
Seu lazer, seu ganha-pão,
Disposto, seguiu em frente.
8
Riacho da Boa vista
A sua terra natal,
Ele deixou, afinal,
Ao se tornar um artista.
A fama de repentista
Começou a correr chão
Era Pedro no mourão,
No martelo agalopado,
No galope variado,
Em gemedeira e quadrão.
9
Seguindo seu coração
A Cajazeiras deixou.
Em Juazeiro ficou
Por desejo e devoção
A “Padim Ciço” Romão
De quem se tornou romeiro,
Santo padre milagreiro,
Que mesmo sendo cassado
Pelo povo é adorado
Como santo brasileiro.
10
Com a popularidade
Na profissão escolhida
Bandeira ganhou a vida,
Também notoriedade.
Hoje é celebridade!
Faz rádio e televisão,
Homem de muita visão
É este paraibano
Que renasce a cada ano
Pondo projeto em ação.
11
E este cabra da peste
Nos louros das suas metas,
É o “Príncipe dos poetas
Populares do Nordeste”.
Título que o bardo veste
Orgulhando sua gente,
Que proclama alegremente
O vate e sua nobreza,
Que de posse da destreza
Faz da palavra um presente.
12
Assim fez sua história
E por muitos é amado,
Aplaudido e festejado
Nesta sua trajetória.
Na caminhada de glória
De quem lutou e venceu
E por isso apareceu
Encantando gerações
Sem orgulho sem senões
Com dotes que Deus lhe deu.
13
A imponente Academia
Brasileira de Cordel
Convoca pra seu plantel
O craque da cantoria,
Príncipe da poesia,
De carreira laureada,
Em sua intensa jornada
Nossa cultura ele preza,
Pois a cartilha que reza
 É popular e sagrada.
14
Mestre Gonçalo Ferreira
Decidido e consciente,
Sendo nosso presidente,
Convidou Pedro Bandeira
Pra assumir uma cadeira
Na casa da poesia
E o vate com galhardia
Sem escusas aceitou.
Colegiado aprovou
Com aplausos e alegria.
15
Para ser sua madrinha
Por Pedro fui convidada.
Bastante lisonjeada
Eu tratei de entrar na linha,
E cada palavra minha
Brotou da admiração,
Que inspira este cidadão,
Que nas pelejas da vida
Aos bons versos deu guarida
Tocando meu coração.
16
Abram alas minha gente
Para Pedro o cantador
Com seu verso tentador
Que bem tempera o repente.
Agora adentra contente
A morada da cultura,
Casa da literatura,
Da viola e do saber,
Que se alegra em receber
Tão importante figura.
*
Cordel e foto de Dalinha Catunda

Nenhum comentário:

Postar um comentário