POSSE DE PEDRO BANDEIRA NA ABLC
1
A Deus
peço inspiração,
E com a
musa converso
Para
passar com meu verso
Nesta
minha louvação.
No peito
meu coração,
Já
preparou seu roteiro,
E o santo
de Juazeiro
Já me deu
seu veredito:
- Cante,
mas cante bonito!
Pois
merece o cavalheiro.
2
Sei que
não sou a primeira
A falar
deste expoente,
Que soube
tão habilmente
Consagra-se
na carreira
É
ele, Pedro Bandeira!
Violeiro
e advogado,
Matuto do
pé rachado,
Que se
tornou bacharel
Luzindo
em cada papel
Por ele representado.
3
Bendito
foi o menino,
Que entre
versos viveu
O
universo conheceu
Do
repente nordestino.
Junto a
Manoel Galdino
Seu mestre
e avô querido.
Sendo
menino sabido
Com as
rimas se entendia.
Gostava
da cantoria
Por ela
foi atraído
4
Filho de
mãe poetisa
Herdeiro
por natureza
Na alma
guarda a riqueza,
Que todo
bardo precisa.
Entre
palavras desliza
Sem
faltar vocabulário
Na mente
traz um glossário
Onde não
lhe falta a rima
Pelo bom
verso ele prima
Pois é
esse o seu fadário.
5
Cada
irmão que Pedro tem
Traz na
veia a poesia
Dádiva
que contagia,
Uma
herança do bem,
E junto
com Pedro vem:
Daudeth,
Antônio e João,
E eles com
Francisco são
Galhos
duma mesma planta,
Duma
família que encanta
No canto
de geração.
6
Na casa
de Zé Vicente,
Na fazenda
Mandasaia,
Pedro
seus versos ensaia
Deixando
o povo contente,
Ele de lá
sai ciente,
Que
agradou quem assistia.
Foi este
o primeiro dia
Que o
vate se apresentou,
E seu
lugar conquistou
Como
sonhava e queria.
7
Ao fazer
dezesseis anos
Uma viola
comprou,
esse
instrumento abraçou
E após
fazer os seus planos
Sem
pensar em desenganos
Pegou
firme no batente.
E
dominando o repente
Dele fez
sua profissão,
Seu
lazer, seu ganha-pão,
Disposto,
seguiu em frente.
8
Riacho da
Boa vista
A sua
terra natal,
Ele
deixou, afinal,
Ao se tornar
um artista.
A fama de
repentista
Começou a
correr chão
Era Pedro
no mourão,
No
martelo agalopado,
No galope
variado,
Em
gemedeira e quadrão.
9
Seguindo
seu coração
A
Cajazeiras deixou.
Em
Juazeiro ficou
Por
desejo e devoção
A “Padim
Ciço” Romão
De quem
se tornou romeiro,
Santo
padre milagreiro,
Que mesmo
sendo cassado
Pelo povo
é adorado
Como
santo brasileiro.
10
Com a
popularidade
Na
profissão escolhida
Bandeira
ganhou a vida,
Também
notoriedade.
Hoje é
celebridade!
Faz rádio
e televisão,
Homem de
muita visão
É este
paraibano
Que
renasce a cada ano
Pondo
projeto em ação.
11
E este
cabra da peste
Nos
louros das suas metas,
É o
“Príncipe dos poetas
Populares
do Nordeste”.
Título
que o bardo veste
Orgulhando
sua gente,
Que
proclama alegremente
O vate e
sua nobreza,
Que de
posse da destreza
Faz da
palavra um presente.
12
Assim fez
sua história
E por
muitos é amado,
Aplaudido
e festejado
Nesta sua
trajetória.
Na
caminhada de glória
De quem
lutou e venceu
E por
isso apareceu
Encantando
gerações
Sem orgulho
sem senões
Com dotes
que Deus lhe deu.
13
A imponente Academia
Brasileira
de Cordel
Convoca
pra seu plantel
O craque
da cantoria,
Príncipe
da poesia,
De
carreira laureada,
Em sua
intensa jornada
Nossa
cultura ele preza,
Pois a
cartilha que reza
É
popular e sagrada.
14
Mestre
Gonçalo Ferreira
Decidido
e consciente,
Sendo
nosso presidente,
Convidou
Pedro Bandeira
Pra
assumir uma cadeira
Na casa
da poesia
E o vate
com galhardia
Sem
escusas aceitou.
Colegiado
aprovou
Com
aplausos e alegria.
15
Para ser
sua madrinha
Por Pedro
fui convidada.
Bastante
lisonjeada
Eu tratei
de entrar na linha,
E cada
palavra minha
Brotou da
admiração,
Que
inspira este cidadão,
Que nas
pelejas da vida
Aos bons
versos deu guarida
Tocando
meu coração.
16
Abram
alas minha gente
Para
Pedro o cantador
Com seu
verso tentador
Que bem
tempera o repente.
Agora
adentra contente
A morada
da cultura,
Casa da
literatura,
Da viola
e do saber,
Que se
alegra em receber
Tão
importante figura.
*
Cordel e
foto de Dalinha Catunda
Nenhum comentário:
Postar um comentário