LOUVANDO MADRINHA MENA
1
Conheci Madrinha Mena
Vendendo cordel na praça
Recebeu-me com sorriso
E conversava com graça
Fizemos logo amizade
E daquelas de verdade
Que o tempo não embaraça.
2
Foi ela quem me levou
Ao seio da Academia
Lá comecei declamando
Quando o momento pedia
Com grande satisfação
Eu via lá no salão
A madrinha que aplaudia.
3
Muitas vezes voltei lá
Porque vi sinceridade
O tempo foi reforçando
A nossa boa amizade
Que cultivo com carinho
Mena foi um bom caminho
Que trilhei nessa cidade
4
Hoje na ABLC
Posso bem assegurar
Foi o encontro com Mena
Que garantiu meu lugar
Esse encontro nordestino
Forjado pelo destino
Pra minha sorte traçar.
5
Por isso nesse cordel
Com muita satisfação
A Madrinha dos Poetas
Faço minha louvação
A musa peço passagem
Pra dizer nessa mensagem
O que dita a emoção.
6
Cearense do Ipu
Maria do Livramento
Era mais uma migrante
Fugindo do sofrimento
Foi no Rio de Janeiro
Que conheceu seu parceiro
E deu certo o casamento.
7
Mena sofreu no passado
Mas seu presente reluz
Ninguém passa a vida inteira
Apenas levando cruz
Sua vida não foi só fel
Apareceu o cordel
Pra dar brilho a sua luz.
8
Com seu Gonçalo Ferreira
Livramento se casou
Tendo um marido poeta
Ao cordel se dedicou
Essa guerreira Maria
Na feira cordel vendia
Três filhos assim criou.
9
Sendo Gonçalo poeta
Dona Mena violeira
Do céu caiu pra Gonçalo
Uma bendita parceira
Muito feliz vive Mena
A vida pra ela acena
Na morada da ladeira.
10
Quando ela afina a viola
Eu peço minha cantiga
É do tempo do cangaço
Gosto de música antiga
E sai “Maria Bonita”
Ela canta até faz fita
Para agradar a amiga.
11
Do cordel primeira dama
Viaja o Brasil inteiro
A cearense brejeira
Não se perde no roteiro
Gonçalo faz a palestra
O cordel vende a mestra
Apurando seu dinheiro.
12
Do cordel apologista
Dele faz sua leitura
Vende, difunde folheto
Promove a literatura
Quando o rapa era cruel
Brigou pra vender cordel
Pois defende essa cultura.
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Sua paixão pelas cordas
Vem dos tempos de menina
Dedilhar uma viola
Mas que paixão era sina
Amante da cantoria
No Ceará assistia
Essa moda nordestina
14
Madrinha Mena faz parte
Das damas da Academia
Sua presença marcante
É fato que contagia
Em sua simplicidade
Carrega a voz da verdade
Na casa da poesia.
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Mena não manda recado
Quando está incomodada
Tem fibra de sertaneja
E não engole calada
Sabendo que tem razão
Nos outros passa carão
Mas sem ser desaforada.
16
Mena merece respeito
Muita atenção e carinho
Pois em toda essa jornada
Gonçalo não está sozinho
Ela está sempre do lado
Se desmanchando em cuidado
Até abrindo caminho.
17
O cordel com os patronos
Madrinha idealizou
Sei que muitos cordelistas
Seu sonho realizou
Fazendo com poesia
A dita biografia
Que Mena arquitetou.
18
Mais de uma
cordelteca
Leva o nome da
Madrinha
Que tem no peito
o cordel
Junto com ele
caminha
Mena Merece um
troféu
Pra ela tiro o
chapéu
Nessa minha
louvaminha.
19
É ela Madrinha Mena
Que mantém a tradição
No mês de setembro tem
Festa, viola e baião,
Poetas, muita alegria
Nos anos da Academia
Não falta celebração.
20
Eu louvo Madrinha Mena
Por sua disposição
Pelo amor ao cordel
Pela viola na mão
Pelo seu canto aberto
Que quero ouvir de perto
Pra
relembrar meu sertão.
21
Eu louvo Madrinha Mena
Que vive em Santa Tereza
Que sobe e desce
ladeira
E toda sua riqueza
Consiste em
participar
Da cultura
popular
Que se traduz em
beleza.
22
Eu louvo
Madrinha Mena
Por sua língua
afiada
Pela sua
rebeldia
Por não se calar
por nada
Por querer o seu
espaço
Um sorriso, um
abraço,
Ser também
valorizada.
23
Eu louvo Madrinha
Mena
A Madrinha dos
poetas,
A mãe, esposa e
mulher,
Que cumpre bem
suas metas
Devota da
academia
Guerreira e anjo
guia
De atitudes
corretas.
24
Eu louvo
Madrinha Mena
E louvo de
coração
Agradeço a
amizade
Confirmo minha
afeição
Por isso cara madrinha
Pede-lhe a
benção Dalinha
No fim desta
louvação.
FIM
*
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