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sexta-feira, 28 de maio de 2010

A literatura de cordel na sala de aula

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Trabalhando
A literatura de cordel na sala de aula

A importância de estudar o cordel em sala de aula está sendo enfatizada em projetos ousados e inovadores, em vários municípios e cidades do Nordeste e do Rio de Janeiro, cidade que situa a Academia Brasileira de Literatura de Cordel. São muitos os poetas que se dedicam a levar a poesia popular para as salas de aula como ferramenta que desperte a curiosidade de alunos e incentivá-los ao gosto pela poesia e às normas que regem a composição poética. Temos relatos de poetas e professores de que seus alunos dedicaram mais atenção aos estudos com o uso da literatura popular em verso.

Inserir a literatura de cordel nas salas de aula, em todas as fases do ensino: fundamental, segundo grau e, também para a alfabetização de adultos, justifica-se face ao caráter lúdico e informativo, além de constituir-se em importante ferramenta para o estudo da estruturação poéticaverso, métrica, rima, ritmo e oração.

A literatura de cordel é um veículo que permite ao povo participar da vida do país - debater a realidade, expressar suas necessidades e aspirações. Retratando tradições, costumes, lendas e acontecimentos; e, trazendo consigo todo um conjunto de manifestações artísticas e culturais. Sua importância é inestimável para a história e para o folclore - não apenas do Nordeste, mas de todo o país. Situar a literatura de cordel no Brasil – como aqui chegou, onde melhor se adaptou e como se desenvolveu e continua sua rota de sucesso e de veículo de comunicação de grande qualidade.

Observar que a maioria dos poetas, por estarem comprometidos com suas comunidades e com os acontecimentos do Brasil e do mundo, em geral, abordam temáticas de interesse geral, tais como: ABECÊ (forma de composição poética em que cada estrofe começa com uma letra do alfabeto – os abecês, podem trazer todos os outros temas como os biográficos, fatos do cotidiano, lendas, saúde, educação política, et.c.); BIOGRAFIA (tratam da vida e obra de personalidades religiosas, políticas; e do universo das ciências, letras e artes); EDUCAÇÃO ESCOLAR (vai de encontro às necessidades de formação de alunos em qualquer idade); SAÚDE PESSOAL (esclarecem crianças, jovens e adultos, sobre cuidados especais com sua própria saúde); POLÍTICAS PÚBLICAS (esclarecem sobre a qualidade da saúde pública –, reclamam investimentos nas áreas escolares, hospitalares, programas de saneamento básico, de combate às doenças endêmicas, etc.); MEDICINA POPULAR. (o poeta de cordel aborda cotidianamente este tema, também desenvolve certos medicamentos caseiros, como unguentos, xaropes, chás de ervastodos aqueles conhecimentos que são transmitidos pela oralidade de geração em geração. São publicados, normalmente, em folhetos intitulados Anuários ou Almanaques também se referem aos métodos de trabalhos agrícolasmelhores estações para o plantio e a colheita); ROMANCE (tratam de conto, romance, tanto dos romances tradicionais, quanto de outros elaborados pelo próprio poeta, a partir de suas vivências e possibilidades narrativas poéticas); e, REPORTAGEM / FATOS DO COTIDIANO (como sagaz observador do mundo e de seus acontecimentos, o poeta sai na vanguarda da notícia e da crônica, esclarecendo sobre os últimos acontecimentos jornalísticos do momentoem versos); CANTORIAS / DESAFIOS (as cantorias e os desafios pode ser decorrentes da criação do poeta ou de alguma de que tenha participado ou ouvido e guardado na memória.

Todos esses temas e suas forma de elaboração poderão ser levados às escolas de maneira leve sem, contudo, perder a seriedade que as informações requerem.
       
E assim, chegamos ao mundo globaliza do qual o poeta não se furta: toma conta e segue em frente com talento e beleza.



BIBLIOGRAFIA

Tesauro de Folclore e Cultura Popular Brasileira. Disponível em (www.cnfcp.gov.br)
Mestre Azulão [José João dos Santos]. O que é literatura de cordel? Japeri, RJ : [s.n., 200-].
Barros, Leandro Gomes de. Peleja de Riachão com o diabo. Fortaleza : Editora Tupynanquim, 2001.
_____. O cachorro dos mortos. São Paulo : Prelúdio, [19--]. 32 p.
_____. Os sofrimentos de Alzira. São Paulo : Luzeiro, [19--]. 32 p.
Melo, João Batista. A internet no reino da rapadura. Niterói : [s.n.,19--].
Messias, Manoel Messias. Peleja de Manoel Messias com Francisco Carolino :Juazeiro do Norte : Ed. Prop. Jose Bernardo da Silva, Tip. São Francisco, [19--].
Nogueira, Maria Aparecida Lopes. O cabreiro tresmalhado: Ariano Suassuna e a universalidade da cultura. São Paulo : Palas Athena, 2002.
Nordestino, Franklin Maxado. O cordel do cordel. São Paulo: [s.n.], 1982.
_____. O cordel televivo, futuro, presente e passado da literatura de cordel. Rio de Janeiro: Codecri, 1984.
Santamaria, Manoel. Defenda-se contra o cólera. Araruama: [s.n.], 1992.
Santos, Manoel Camilo dos. Peleja de Manoel Camilo com Antonio Correia. Campina Grande : Ed. Prop. Manoel Camilo dos Santos : A Estrela da Poesia, 1958
Silva, Delarme Monteiro da. Nordeste, cordel, repente, canção. Bezerros, PE: Ed. Prop. J. Borges, [19--].
Silva, Gonçalo Ferreira da. Lenda do Saci Pererê. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Literatura de Cordel, [200-].
_____. Lenda do Caipora. Guarabira : Tipografia Pontes, [19--].
_____. Lenda da Vitória Régia. Guarabira : Tipografia Pontes, [19--].
Lima, Arievaldo; Viana; Lima, Klévisson Viana e, Maria de Fortaleza. A didática do cordel. Fortaleza : Editora Tupynanquim, 2005.


Folhetos de cordel:

Alencar, Edigar de. Vida e morte gloriosa do grande músico negro Pixinguinha. Juazeiro do Norte : Mascote, 1982. 18 p.
Silva, Minelvino Francisco. Vida, profissão e morte de João Marrtins de Athayde. Salvador : Núcleo de Pesquisa e Cultura da Literatura de Cordel, 19--. 8 p.
Oliveira, José Rodrigues de. O cordel e a medicina popular. [S.l.: s.n., 19--]. 8 p.
______. Origem e identidade do cordel. Nova Iguaçu : [s.n.], 1994. 8 p.
______. O cordel na pedagogia. Nova Iguaçu : [s.n.], 1983. 8 p.
Nordestino, Franklin Maxado. O cordel do cordel. São Paulo: [s.n.], 1982. 8 p.
Cavalcante, Rodolfo Coelho. Origem da literatura de cordel e a sua expressao de cultura nas letras de nosso pais (para colegios e faculdades). Salvador : [s.n.], 1984.  8 p. (Literatura de Cordel, n. 1884)
Santos, Juvenal Evangelista. Origem da literatura de cordel. Teresina : Gráfica Mendes, 1984. 22 p.
Silva, Gonçalo Fereira dos. Tragédia aérea mata Mamonas. Rio de Janeiro : Academia Brasileira de Literartura de Cordel, 1996. 8 p.
Santos, José João dos. O que e literatura de cordel?. Japeri (RJ) : [s.n., 20--].  8 p.
Folheto patrocinado pelo Prefeito de Japeri, Doutor Carlos Moraes Costa
______. O caos nos hospitais públicos. Japeri : [s.n.]. 8 p.
Souza, Manoel Alves de. Defenda-se contra o cólera. Araruama : [s.n.], 1992.  8 p. (contem ilustrações em desenho)
______. O projetão a reconstrução nacional e o trambique da previdência. Araruama: [s.n.], 1991.  8 p.
Nascimento, José Maria do (poeta popular). A gramática em cordel. 3.ed.. Canindé : Editora Tupynanquim, 2001. 16 p


Livros:

Cascudo, Luís da Câmara. Vaqueiros e cantadores : folclore poético do sertão de Pernambuco, Paraiba, RioGrande do Norte e Ceará . Rio de Janeiro : Ediouro, [199-].  275 p. (Brasileira de ouro)
Literatura popular em verso : estudos. Rio de Janeiro : Fundação Casa de Rui Barbosa, 1973.  xvi, 421 p. : il. (Textos da língua portuguesa moderna)
Curran, Mark J. História do Brasil em cordel. 2. ed. São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo, 2001.  283 p. : il.

[1]          (*) Nogueira, Maria Aparecida Lopes. O cabreiro tresmalhado: Ariano Suassuna e a universalidade da cultura. São Paulo : Palas Athena, 2002.

Pesquisa realizada na Cordelteca
Biblioteca Amadeu Amaral
Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular
Rua do Catete, 179
Tel.: (21) 22850441  – ramais 218/231
www.cnfcp.gov.br


Um comentário:

  1. Eu acrescentaria cordéis voltados para cidadania, para o Direito e educacionais. Eu mesmo já escrevi: Maria da Penha em Cordel e a Declaração Universal dos Direitos Humanos em Cordel, entre outros. Visitem meu blog: www.valdecyalves.blogspot.com

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