Patativa do Assaré [Silva, Antônio Gonçalves da]. A triste partida. Juazeiro do Norte: Univ. Reg. do Cariri - URCa : Vozes : Lira Nordestina, [190-]. 8 p.*
Neste mês em que proliferaram as homenagens ao nosso Rei do Baião, Luis Gonzaga, cabe lembrar um dos mais belos poemas para o qual emprestou a voz.
CORDEL
DE SAIA traz à tona dois dos mais belos poemas do Mestre
Patativa do Assaré. Poeta que tão bem soube cantar as alegrias e
dores do sertão Nordestino. A Triste Partida
e ABC
do Nordeste
flagelado.
O mesmo Nordeste que ilustrou a passagem de Patativa e de Luís
Gonzaga, por mais de cem anos e, que ainda reclama – que a chuva
não vem.
Passou-se
setembro,
outubro
e novembro
estamos
em dezembro
meus
Deus que é de nós?
Assim
diz o pobre,
do
seco Nordeste
com
medo da peste
e
da fome feroz
*
A
treze do mês
fez
experiência
perdeu
sua crença
nas
pedras de sal
com
outra experiência
de
novo se agarra
esperando
a barra
do
alegre Natal
(...)”
Silva,
Antônio Gonçalves da. ABC
do Nordeste
flagelado.
Juazeiro
do Norte: Secretaria de Cultura e Desporto de Juazeiro do Norte,
[19--]. 16 p.
A
– Ai como é duro viver
nos
estados do Nordeste
quando
nosso Pai Celeste
não
manda a chuva chover.
É
bem triste a gente ver
findar
o mês de janeiro,
depois,
findar fevereiro
e
março também passar,
sem
o inverno começar
no
Nordeste brasileiro.
*
B
– Berra o gado impaciente
reclamando
o verde pasto,
desafigurado
e arrasto
com
o olhar de penitente.
O
fazendeiro, descrente,
um
jeito não pode dar,
o
sol ardente a queimar
e
o vento forte soprando,
a
gente fica pensando
que
o mundo vai se acabar.
*
C
– Caminhando pelo espaço,
como
trapos de um lençol,
p’ras
bandas do pôr do sol,
as
nuvens vão fracasso:
aqui
e ali um pedaço
vagando...
sempre vagando.
Quem
estiver reparando
faz
logo a comparação
de
umas pastas de algodão,
que
o vento vai carregando
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Parabéns por todo conteúdo aqui postado. Página inteligente, satisfação em ler. Grande abraço. Carlos Magno (Maninho). www.maninhodesenhos.blogspot.com
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