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segunda-feira, 12 de abril de 2010

RAINHA DA RAPADURA




RAINHA DA RAPADURA

Não eram cinco horas,
Quando o galo cantou.
O canto de outros galos
A bela aurora despertou,
E um coro de passarinhos
Cantando o dia saudou.

Na rede me espreguicei
Na cozinha o café cheirou.
Juntei os pés e levantei,
Rezei pra nosso senhor,
E agradeci pelo bom dia,
Que a natureza ofertou.

Um alpendre, uma rede,
O amanhecer no sertão,
Um velho rádio tocando
Moda de viola e baião
Não é apenas saudade
Que trago no coração.

Tenho o meu ranchinho,
E por ele tenho paixão.
A rainha da rapadura
Me sinto naquele chão.
Quando a saudade aperta
Eu volto pro meu sertão.

Esse rancho meu amigo,
Fica na minha Ipueiras.
Lá pras bandas do Ceará,
Com o Piauí faz fronteira
De lá se avista a beleza
Da serra grande inteira.

Quando a lua ilumina
O manto azul da serra,
Totalmente embevecida
Dou vivas a minha terra,
Que sempre ao meu olhar
A mais pura beleza encerra.

Foto de Dalinha Catunda no alpendre de sua casa em Ipueiras-Ce
Texto de Dalinha Catunda

3 comentários:

  1. Ê alpendrezinho bão, sô!!!
    E essa redinha aí, então!!!

    Amiga Dalinha, tenho certeza que seu ranchinho em Ipueiras (o qual tive o prazer de visitar algumas vezes) é uma grande fonte de inspiração.

    Parabéns por traduzir tão bem os seus sentimentos em belos versos.

    Grande abraço!
    Ricardo

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  2. Poeta, quando é poeta faz destas maravlhas que acabo de ler. PARABÉNS! Dalinha, sua verve é inesgotável...
    Beijossssss
    sua amiga Rosário

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  3. Querida amiga, muito obrigado pela visita.


    Quem tem uma vida boa
    Deita-se com formosura,
    Fica pensando na vida
    Comendo até rapadura,
    Com um bom livro na mão
    Em cordel literatura.

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