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quinta-feira, 9 de julho de 2020

Pense, num rojão na viagem a Canindé.


*
QUANDO EU IA ELE VOLTAVA
QUANDO EU VOLTAVA ELE IA
1
Namorei um Zé Mané
Porém não fiquei contente
Pois gostava de aguardente
Nele eu não botava fé
Fui com ele a Canindé
Numa moto romaria
Quando na moto eu subia
Da moto ele escorregava
QUANDO EU IA ELE VOLTAVA
QUANDO EU VOLTAVA ELE IA
2
E naquela confusão
Para escapar do fuxico
Me apeguei com São Francisco
Fiz promessa e oração
Para não cair no chão
Eu gritava e me benzia
Enquanto eu me maldizia
Sua moto ele empinava
QUANDO EU IA ELE VOLTAVA
QUANDO EU VOLTAVA ELE IA
3
Agarrada na cintura
Eu apertava o sujeito
Era sim daquele jeito
Que gostava a criatura
Eu já estava com gastura
E o cabra não reduzia
Minha bolsa escapulia
Nele meu corpo roçava
QUANDO EU IA ELE VOLTAVA
QUANDO EU VOLTAVA ELE IA
4
Um vento forte bateu
Nessa viagem sofrida
Minha saia colorida
Para segurar não deu
Minha bunda apareceu
Enquanto a saia subia
Segurar eu não podia
E o vento não ajudava
QUANDO EU IA ELE VOLTAVA
QUANDO EU VOLTAVA ELE IA
5
E sem nenhum arranhão
Nós chegamos a cidade
Ao parar em Caridade
Me livrei do beberrão
Deixei ele no balcão
E acabei com a agonia
Pois enquanto ele bebia
De fininho eu escapava
QUANDO EU IA ELE VOLTAVA
QUANDO EU VOLTAVA ELE IA
6
Minha promessa paguei
Na matriz de Canindé
Depois daquele banzé
Minha graça eu alcancei
O Bebum eu despachei
Mas pra ter a regalia
Mas de mil Ave Maria
São Francisco me cobrava
QUANDO EU IA ELE VOLTAVA
QUANDO EU VOLTAVA ELE IA.
*
Versos de Dalinha Catunda cad. 25 da ABLC
dalinhaac@gmail.com



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