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quinta-feira, 24 de maio de 2012

Deu Saudade de Repente


DEU SAUDADE DE REPENTE
*
Lembro-me dos belos dias
Tão repletos de alegrias
Onde as velhas cantorias
Encantavam meu rincão.
Com jeitinho de repente
Eu revivo no presente
Este canto absorvente
Nos oito pés a quadrão.
*
Gostava da brincadeira
De pegar numa peixeira
E descascar macaxeira
Pras bandas do meu sertão
Porém minha realidade,
 Residindo na cidade
É matar minha saudade
Nos oito pés a quadrão.
*
Morando na minha oca,
Descascava a mandioca
Para fazer tapioca
Naqueles tempos de então
Depois deitava na rede
Tacava o pé na parede
Hoje mato minha sede
Nos oito pés a quadrão
*
O rádio eu sempre ligava
Quando a aurora raiava,
E cantando acompanhava
O canto do Gonzagão.
Nosso bom cabra da peste,
O rei caboclo do agreste
E que já cantou o Nordeste
Nos oito pés a quadrão.
*
Sei que não sou repentista,
Porém vou seguindo a pista
Sem baixar a minha crista
Sem ter medo de esporão.
Eu gosto de versejar
E não importa o lugar
Mas você vai me escutar
Nos oito pés a quadrão.
*
Isto é canto de mulher
Que vai metendo a colher
E como quem nada quer
Na cumbuca mete a mão.
De lá tira agulha e linha
Não dá nó nem desalinha
Pois é canto de Dalinha
Nos oito pés a quadrão.
*
Texto de Dalinha Catunda 
Foto retirada da internet

2 comentários:

  1. Dalinha,
    gosto muito desta modalidade
    Oito pés a quadrão...
    estou exercitando, aguarde novidades,,

    abraço!!

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  2. Olá Niko,
    O repente tem modalidades muito interessante, gosto de estudar o assunto.
    A sextilha pode ser feita do mesmo modo, lógico, com menos dois versos e sem repetir o ultimo verso que deverá ser substituido por outro que rime com o terceiro.
    Já recebi sua poesia vou publicar no Cordel de saia e estarei linkando seu blog também.
    Um abraço e obrigada pelo intercâmbio.
    É Crato e nós!!!!!

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