SÁ ANA
Com sua saia rodada,
Sua passada ligeira.
Sua blusa desbotada,
ia e vinha à lavadeira.
Era Sá Ana outra vez,
rumo à casa de Sinhá.
Para pegar roupa suja,
seu ofício era lavar.
Sá Ana pegava Anil.
Sá Ana pegava sabão.
Com a trouxa na cabeça,
voltava pro Lamarão.
Acocorada no açude,
cumpria sua missão.
Batia a roupa na pedra,
depois de passar sabão.
Dava gosto de se ver,
as lavadeiras antigas.
Batendo a roupa na pedra,
entoando velhas cantigas.
Com sua saia rodada,
Sua passada ligeira.
Sua blusa desbotada,
ia e vinha à lavadeira.
Era Sá Ana outra vez,
rumo à casa de Sinhá.
Para pegar roupa suja,
seu ofício era lavar.
Sá Ana pegava Anil.
Sá Ana pegava sabão.
Com a trouxa na cabeça,
voltava pro Lamarão.
Acocorada no açude,
cumpria sua missão.
Batia a roupa na pedra,
depois de passar sabão.
Dava gosto de se ver,
as lavadeiras antigas.
Batendo a roupa na pedra,
entoando velhas cantigas.
*
Texto de Dalinha Catunda em homenagem a Sá Ana uma antiga lavadeira da cidade de Ipueiras no Ceará.
Tela do talentoso artista plástico Demócrito Borges. Contato: democritoartistaplastico@gmail.com
Pretinha, linda e faceira
ResponderExcluircom um bruguelo no braço
e um outro de pé descalço
vai andando a lavadeira
(que era boa parideira,
tinha outro na barriga)
não gostava de intriga
e levava sua vida
com alegria desmedida
de servir sem ver a quem
agradecia o vintém
com que comprava a comida
Era assim que ela vivia
naqueles tempos malvados
que mesmo assim relembrados
nos dão certa nostalgia
lavadeiras de hoje em dia
de metal, fios e plástico
não têm nada de fantástico
a não ser sua moer a roupa
amassa, rasga e não poupa
seu matraqueado cáustico