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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

RELATO DE JOSÉ WALTER PIRES

Moreira de Acopiara, Zé Walter e Morais Moreira

Poeta José Walter Pires relata momentos na ABLC

"Aniversário de 20 anos da ABLC"

Como anunciado anteriormente, retorno da Cidade Maravilhosa, onde participei do aniversário de vinte anos da ABLC, no sábado dia 15/09, tendo gravado nessa feliz oportunidade um depoimento literário para o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), durante quase duas horas. Estou aguardando a remessa do vídeo para divulgação.

Presentes ao evento, na sede da Academia, poetas vindo de vários lugares, além de visitantes e da presença de Moraes Moreira, agora, reconhecido cordelista, como tem demonstrado, declamando em seus shows e nos livros publicados.
A solenidade foi dirigida pelo Presidente da ABLC, o poeta Gonçalo Ferreira da Silva, consagrado cordelista e defensor intimorato dessa literatura, que, graças a ele, o cordel ganha novas dimensões no cenário nacional, contando com apoio de outros poetas que também vão descortinando os mesmos horizontes na atualidade.
Participaram desse primeiro depoimento literário, além de mim, o cantador, cordelista, músico e poeta Beto Brito , piauiense, e Moreira do Acopiara, cearense residente, hoje, em São Paulo, versátil poeta, com várias obras publicadas , entre as quais “O Sertão é o meu lugar”, Editora Duna Dueto, 2011, que merece ser lida pelos amantes do cordel de todos os tempos.
De alguma forma, estou entre eles, ainda que modestamente, com as minhas produções, que primam pelas qualidades essenciais do cordel, sendo bem acolhido e mencionado por todos os presentes, em especial pelo carinho das poetisas amigas Rosário Pinto e Dalinha Catunda, ao lado de Fernando, um voluntário militante em prol dessa arte poética, pesquisador, que, em não sendo cordelista, dedica-se, além dos seus afazeres profissionais, a esse diletante prazer de amar e enaltecer a nossa ABLC.
A presença de Moraes Moreira, permitam-me dizer, deu um cunho significativo ao evento, ali permanecendo de forma descontraída e prazerosa, como revelou-me ao final, a ponto de mostrar-se inquieto e preocupado com a falta de apoio oficial e privado para a Academia.
No momento da minha fala, também pude revelar essa indignação, como tenho feito por onde passo, no sentido da valorização do cordel, integrando-o, definitivamente, à literatura brasileira, reconhecendo-se nos poetas cordelistas o mesmo status dos poetas canônicos, sem o dualismo preconceituoso, ainda presente nos meios artísticos e literários.
E para mostrar que poeta é poeta em qualquer circunstância revelei esses meus sentimentos em um singelo soneto, como poderia ter feito em veros de cordel.
"(...)
DESCORTINANDO FRONTEIRAS


Salve a literatura brasileira
De cordel, as raízes da cultura
Dessa gente alvissareira,
Que por longa história perdura

.
Salve, pois, essa fonte pioneira
De arte, numa singela tessitura
De versos, que de forma costumeira,
Dão ao cordel, legitima estrutura.

.

Do passado ao presente, destemido,
Mesmo diante das dificuldades,
Resistiu, sem jamais tombar, vencido. 

 
Mas, agora, o futuro definido,
É ir além das praças e feiras,
Descortinando espaços e fronteiras!"


*
 
José Walter Pires
Setembro de 2012 

*
Texto retirado do site da ABLC, foto do acervo de Dalinha Catunda

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