Da esquerda para direita: Moreira de Acopiara, Daniele del Giudice, Dalinha Catunda e Dideus Sales. |
DIDEUS
SALES E DALINHA CATUNDA
DS
Dalinha,
quando degusto
A tua
literatura,
Às vezes
até me assusto
Com tanta
desenvoltura.
Acho que
tu és elétrica,
Pois
produz muito, e a métrica
Agora
está bem na linha!
O verso
tá bom de um jeito,
Que ao
ver um verso bem feito
Já penso
que é de Dalinha!
DC
Dideus eu
fico contente
Com tua
apreciação.
És um
vate competente
Esta é
minha opinião.
Nos
versos tu és atleta
Que traz
a alma repleta
De
inspiração e magia
A tua
maior riqueza
Concentra-se
na beleza
De
difundir alegria.
*
DS
Com
elegância e magia
Sem
pensamentos dispersos
Dalinha
borda em seus versos
As
questões do dia a dia,
Com
vigorosa poesia
Aborda
hodiernos temas,
Alegrias
e problemas
Dos
sertanejos valentes
São
fortes ingredientes
Contidos
em seus poemas.
DC
Tento
cantar a riqueza
Típica do
meu sertão,
E sem
mudar a feição
Vou
retratando a beleza
D’uma
agreste natureza,
Campesina
a me encantar
Lá das
terras de Alencar
Onde a
bonita palmeira
Chamada
carnaubeira
Ensina o
vento a cantar.
DS
Dalinha é cria
silvestre
Nascida no sertão
virgem,
Suas rimas têm origem
No florescer do
campestre.
Foi Deus o eterno
mestre
Que lhe doou este
oásis,
O seu versejar tem
bases
No encanto e na
beleza,
E a sagrada natureza
Lhe dá de presente as
frases.
DC
Sim, sou cria
do sertão,
E da
natureza amante
Até mudo
meu semblante
Quando
piso no meu chão.
Nos
festejos de São João
Danço em
volta da fogueira
Como
milho e macaxeira
Ponho
vestido de Chita
Ponho até
laço de fita
Só pra
desfilar faceira.
DS
Dalinha, sempre altaneira,
Merece aplauso e
laurel
Por hastear a
bandeira
Do verdadeiro cordel,
Poetisa inteligente,
Canta o berço e sua
gente
Com a mais forte
expressão
Do seu canto natural,
Como fez o magistral
Gerardo Mello Mourão.
DC
Dideus teu canto bonito
É canto de sertanejo
O verso vem num lampejo
Trazendo com ele um mito,
Assim seguimos o rito,
Cantando nosso rincão
Escorados num Mourão
Da estirpe de Gerardo!
Com certeza o maior bardo,
Que conheceu o sertão.
DS
A seca sem compaixão
Assola o meu Ceará,
Não se ouve o sabiá
Na caatinga do sertão,
O vento da precisão
Soprando desembestado,
O matuto apavorado,
Imerso em mar de quizília
Sem feijão para a família,
Sem forragem para o gado.
DC
Apelando pro sagrado
O pobre faz oração.
Repleto de precisão
Se sentindo atordoado
Suplica pelo roçado
Pede chuva ao criador,
E o céu não muda de cor
O sol queima a plantação
Ele chora e molha o chão,
Com seu pranto e sua dor.
*
Amigos, o Cordel de Saia tem tentado uma interação maior entre os poetas e aqui, estou postando esta minha troca inacabada com Dideus.
Tenho trocado versos com Fred Monteiro poeta de mão cheia e poderá ser com outros, gosto de ver a mistura de poetas. Venha!!!!!
Foto do acervo de Dalinha Catunda
Nenhum comentário:
Postar um comentário