Amigos,
Estou chegando do Ceará, dei uma rápida passada em Crato,
para assinalar mais um ponto, neste tão desejado intercâmbio entre cordelistas
da ACC – Academia dos Cordelistas do Crato e ABLC - Academia Brasileira de
Literatura de Cordel.
Com apresentação de Luciano Carneiro, xilo de Maércio Lopes
e ação conjunta de Josenir Lacerda, Anilda Figueiredo e eu, Dalinha Catunda, editamos
uma peleja coletiva concretizando assim, esta interação entre as duas
Academias.
Quero agradecer a todos que pegaram carona nesta minha
viagem.
Da esquerda para direita:Teresa, o casal Miguel Josenir e Dalinha Catunda, na casa ecológica de nossa amiga Fanca |
APRESENTAÇÃO
*
Este trabalho foi feito
Com
sutileza e magia
A
inclusão graciosa
Da
brincadeira sadia
Cumprimos
todas as metas
Deus
só permite aos poetas
Brincar
com a poesia.
*
Parabenizo
a Dalinha
Pela
iniciativa
E
a todos que fizeram
Parte
desta comitiva
Com
o astral lá em cima
Brincamos
com métrica e rima
Ficou
bela a narrativa.
Luciano
Carneiro
(Da Academia dos Cordelistas do Crato)
*
O
GALO DE DALINHA
1
Lá
em casa tinha um galo
Que
era a figura do cão
Por
ser um galo tarado
Não
faltava animação
Bagunçou
o galinheiro
Provocou
grande salseiro
Fez
a maior confusão
Dalinha
Catunda.
2
Eu
me criei no sertão
Vendo
mãe deitar galinha
Galo
subir no poleiro
Todo
dia à tardezinha
Vi
muito macho danado
Mas
não vi galo tarado
Como
o galo de Dalinha
(Aldemá
de Morais)
3
Aldemá
este meu galo
É
galo de estimação
Foi
presente do meu pai,
Que
arrematou num leilão
Mas
já fez tanta marmota,
Deixou
galinha cambota
Não
dispensou nem capão.
(Dalinha
Catunda)
4
No
terreiro de vovó
Lembro
era só o que tinha
Pedrês,
suru, indiano
Pato
peru e galinha
Até
frango delicado
Só
não vi galo tarado
Feito
o galo de Dalinha
(Josenir
Lacerda)
5
Josenir
se esse meu galo
Visse
toda esta fartura
Sua
querida vovó
Certamente
ia a loucura
Pois
meu galo esfomeado
Para
não deixar de lado
Papou
até saracura.
(Dalinha
Catunda)
6
Sou
da família dos Pinto
Onde
reina só pintinha,
Não
tem galo sem vergonha
Correndo
atrás de galinha
Nem
arruaçando os Pinto
Nesta
peleja não minto
Como
o galo da Dalinha
(Rosário
Pinto)
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Meu
galo você não come,
E
nem dele faz pirão.
Seu
pinto pode socar
Ou
levar pro maranhão.
Mas
deixe suas pintinhas
E
se puder as galinhas
Para
meu galo pimpão.
Dalinha
Catunda
8
Em
minha casa apareceu
Um
galo muito catito
Minha
galinha comeu
E
papou meu periquito
E
ele falou: Bastinha
Sou
o galo de Dalinha
como
tudo cru ou frito!
Bastinha
Job
9
Ô
Bastinha, este meu galo
Só
tendo pauta com cão,
Papar
o seu periquito!
Que
desconsideração,
Mas
eu soube que a galinha
Se
rebolava todinha
Querendo
repetição.
Dalinha
Catunda
10
Eu
tinha uma pinta sura
que
mandava no terreiro
a
bicha tinha esporão
que
assustava o galinheiro
deu
tanta surra em galinha
que
o galo de Dalinha
baixou
a crista ligeiro.
Anilda Figueiredo
11
Meu
galo baixou a crista,
Quando
viu o esporão,
Só
porque a sura de Anilda
Deve
ter até culhão!
E
tirou o seu da reta
E
dando uma de atleta,
Correu
mais do que ladrão.
Dalinha
Catunda
12
Galo
que é galo não voa
Pra
não perder a festinha
Papando
lá no terreiro
Galinha
e franga novinha
O
dono da casa aposta
Não
há galinha composta
Vendo
o galo de Dalinha.
Gildemar
Ponte.
13
Gildemar
este meu galo,
É
cheio de presepada,
Pegou
a galinha pedrês
Debaixo
de uma latada
E
uma galinha amarela
Teve
que ir pra panela,
Pois
ficou escambichada
Dalinha
Catunda
14
De
grão em grão o meu galo
Visita
cada poleiro
Come
quieto de mansinho
É
um Dom Juan fuleiro
Feito
o galo de Dalinha
Ele
sempre perde a linha
Quando
o assunto é galinheiro
(Ulisses
Germano)
15
Este
teu galo quietinho
Este
teu Dom Juan fuleiro
Que
anda comendo calado
O
que vê no galinheiro
Digo
sem medo de errar
Tu
mandaste encomendar
No
triângulo mineiro.
(Dalinha
Catunda)
16
Eu
tinha um frango bonito
Foi
presente da vizinha,
Competia
com o galo
namorando
a Pintadinha,
mas
meu frango arrupiado
nunca
foi assim tarado
como
o galo da Dalinha.
(Nezite Alencar)
17
No
terreiro do meu galo
Não
tinha competição
O
bicho nunca cansava
E
nem perdia o tesão
Confesso
que vi, Nezite,
Ele
cheio de apetite
Traçando
um belo pavão.
(Dalinha
Catunda)
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A
minha vó tinha um galo
pior
que galo guerrinha;
traçava
perua e pata,
capota
e até rolinha,
nada
pôde lhe parar
só
não conseguiu traçar
foi
o galo da Dalinha.
(Raul
Poeta)
19
Este
teu galo Raul,
Que
gosta d’uma rolinha
Me
deixou preocupada.
Acho
que ele é mariquinha
Lamento
ser tão cruel,
Mas
ele queima o anel
E
não encara uma rinha.
Dalinha
Catunda
20
Ouvi
dizer duma franga
Pedrês, toda arrumadinha,
Que não quer se transformar
Jamais em uma galinha
Com ela só vai casando.
Diz que tá quase noivando
Com o galo de Dalinha.
(
Williana Brito Matos)
21
Esta
franguinha romântica,
Que
vive em vão a sonhar
Vai
ficar no caritó
E
nunca vai se casar
Pois
meu galo é vacinado
Não
casa nem amarrado
Eu
posso lhe assegurar
(Dalinha
Catunda)
22
Também
vou contar um "causo"
lá
dos fundos da cozinha
de
um galo do meu terreiro
com
ciúme da galinha
tarado
e muito valente
que
corria atrás da gente
parecendo
o de Dalinha
(Rosário
Lustosa)
23
Querida
amiga Rosário
Este
galo ciumento
Pra
você deve ter sido
Causa
de grande tormento
Com
o meu galo tarado
Eu
já tenho é rebolado
Para
ter discernimento.
Dalinha
Catunda
24
Este
galo de Dalinha
Come
tudo que tem pena
Pato,
capote, galinha
E
periquita pequena
É
um grande “pegador”
Come
até espanador
Se
entrar no seu esquema
João
Nicodemos
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Este
galo aprontou tanto
Aprontou
mesmo de fato
Aprendeu
até nadar
Só
para papar um pato
Andou
afogando o ganso
Ao
peru não deu descanso
Mas
o meu galo não mato.
Dalinha
Catunda
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A
Dalinha tem um galo
Ele
é fogoso e matreiro
Fica
sempre na espreita
Bem
de baixo do poleiro
É,
as galinhas descendo
E
o bicho lhe vencendo
Na
vara do marmeleiro.
(Ivamberto
Albuquerque)
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Ivamberto
este meu galo,
Desce
a ripa nas galinhas.
Tanto
pega as bem cevadas
Como
pega as bem magrinhas
Gosta
de vadiação
Jamais
perde seu tesão
E
dispensa as camisinhas.
(Dalinha
Catunda)
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Amigos
esse meu galo
Sempre
bem fora da linha
Juntou
todos meus amigos
E
todos na mesma rinha
Achei
que a briga foi boa
Cada
um com sua loa,
Para
o galo da Dalinha.
Dalinha
Catunda
Valei-me Nossa Senhora
ResponderExcluirQue galo danado o de Dalinha,
No terreiro da cordelista
Não respeita nenhuma galinha.
Que peste mais tarado,
Parece um touro indiabrado,
Correndo atrás das bichinhas.