O Blog Cordel de Saia idealizado e criado pela poeta de cordel, Dalinha Catunda, é direcionado à cultura popular, a mulher aparecerá como figura principal. Aqui receberemos democraticamente, homens e mulheres praticantes deste contagiante mundo encantado da Literatura de cordel. O blog tem também como função divulgar eventos relacionados a literatura de cordel além de descobrir e divulgar a mulher cordelista. Contatos: dalinhaac@gmail.com e rosariuspinto@gmail.com
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domingo, 7 de março de 2010
MULHERES MUSAS
1
Divina musa! inspirai-me
Para narrar uma história
Que os menestréis me contaram.
Mulheres de amor e glória,
Ilustraram os romances
de beleza e vitória
2
Meus poetas cordelistas
Hoje, venho vos narrar,
As histórias do passado,
De princesas vou falar,
Vivendo encasteladas,
Querendo o amor desfrutar
3
E muitas destas princesas
Em noites de escuridão
Choraram por seus amores
Naquela horrível prisão
Sonhando contos de fadas
De amores e paixão
4
Mas isto foi lá na Europa
Aqui a vida é mais dura
Não há príncipe encantado
Somente a desventura
Marcada pelo cangaço
E um mundo de amargura
5
Sem desfrutar do amor
Mulheres, quase meninas,
Transformaram suas vidas
Num castelo de ruínas
Filhas de pais muito austeros
Amargaram tristes sinas
6
E quando se rebelavam,
Seus pais desorientados
Reféns da ignorância
Davam-lhes as costas, coitados!
Sem imaginar que um dia
Sem preconceito ou pecados
7
Aquelas mesmas mulheres
Que lutaram por amores
De suas prisões voaram,
Superando suas dores
Cantando e trabalhando
Desenvolvendo pendores
8
Com amor e com trabalho
Conquistaram seu espaço
Ampliaram os horizontes
Vivendo sob o compasso
Do pensamento liberto
Nunca pensando em fracasso
9
Nosso mundo evoluiu
Hoje a mulher determina
Que norte dará à vida
Mesmo sendo nordestina
Não carrega o estigma
Daquela pobre menina
10
Tristes tempos do passado
Quando as meninas caseiras
Sem muita oportunidade
Só casamento e canseiras
Cheias de filhos, coitadas!
Era muita trabalheira
11
Hoje ela tem profissão
Escolhe a vida que quer
Sem preconceito que diga
Se meretriz, ou qualquer!
Conquistou a felicidade
O orgulho de ser mulher
12
No mercado de trabalho
Conquistou sua projeção
Em outros tempos diriam
Isso é conversação
Num mundo tão masculino
É mesmo pura invenção
13
Estatísticas demonstram
Em percentual seguro
A mulher ultrapassou
Da universidade o muro
Soma número relevante
Demarcando o seu futuro
14
Além de educadoras,
De propensões naturais
São cientistas, sim senhor!
Estudam mapas astrais,
Olhos observadores,
Nos círculos celestiais
15
Antes os olhos só viam
Estrelas de romantismo...
Indagam solenes, agora,
Sobre o ambientalismo
Não esquecendo sequer,
De estudar o ecologismo...
16
São mulheres engajadas
Crescendo junto com os filhos,
Os companheiros percebem
Na profissão os seus brilhos
À braços com suas mulheres
Têm que andar nos trilhos
17
Com o futuro garantido
E sempre pra frente olhando
Uma vida mais tranqüila
Assim, vão assegurando,
Vivendo de seus trabalhos
Elas vão se orgulhando
18
São as mulheres de hoje
Cumprindo suas jornadas
São mães e profissionais
Caminhando nas estradas
Sustentando os seus lares
Amando e sendo amadas
FIM
Maria Rosário Pinto
Rio, 8 de março 2010.
No DIA INTERNACIONAL DA MULHER, dedico o poema a Dalinha Catunda, poeta popular. Mulher guerreira - rompendo preconceitos e atravessando fronteiras.
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Excelente iniciativa!
ResponderExcluirLerei sempre.
Fernando Assumpção
Olá Rosário,
ResponderExcluirEu queria agrdecê-la pela homenagem e parabenizar todas as mulheres pelo dia de hoje e pelos dias de sempre.
Beijos,
Dalinha
Tenho apreciado essas formosuras nordestinas. O cordel devia ser lido nas escolas como se le as outras formas da literatura. Adoro o jeito simples de narrar os fatos nos pequenos livros, assim como dos desenhos de suas capas que me retem a minha infancia.
ResponderExcluirParabens a Rosario e a Dalinha, mulheres arretadas!
Do Carmo muito obrigada,
ResponderExcluirPor nos trazer alegria
Seu apoio emociona
Você também é Maria
Sabe bem do que falamos
Do valor da poesia
Grande beijo,
Maria Rosário