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domingo, 27 de fevereiro de 2011

II Encontro com Poetas Populares e Rodas de Cantoria

Academia Brasileira de Literatura de Cordel
ABLC

II Encontro com Poetas Populares e Rodas de Cantoria

            Contemplado pela Secretaria de Estado de Cultura do Governo do Estado do Rio de Janeiro, o projeto Encontro com Poetas Populares e Rodas de Cantoria busca difundir o cordel, levando à reflexão, ao debate, discutindo características, temas e abordagens; resgatando e apresentando ao público algumas de suas obras mais notórias, além de fomentar a produção e a formação de novos leitores e poetas.
Idealização de Fernando Assumpção, benemérito da ABLC, é o 3º edital conquistado junto a Secretaria de Estado e Cultura do Rio de Janeiro. Realização da ABLC, em parceria com o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular -  www.cnfcp.gov.br - este projeto contribui para o debate sobre a literatura de cordel e a cultura popular produzidas no Brasil deste o seu aparecimento, tendo sido estas acompanhadas de perto pela ABLC nos seus 22 anos de existência. Dessa forma, resgata e dissemina a produção intelectual de seus poetas e o seu histórico na literatura nacional. Além disso, mostra a contribuição de autores e estudiosos para a consolidação desse gênero literário.
Serão dois dias de encontros literários, 17 e 18 de março de 2011, com entrada gratuita, no auditório do Museu de Folclore Edison Carneiro, à rua do Catete, 179. Conduzidos por poetas e cantadores convidados, dentre nomes importantes do universo da literatura de cordel, e que têm atuação constante na ABLC.
Estes encontros organizados no formato de aulas-espetáculo, contarão com a participação especial do poeta Manoel Monteiro, de Campina Grande, PB, o presidente da ABLC, Gonçalo Ferreira da Silva.

PROGRAMAÇÃO

Dia 17 MAR

14:30h – Oficina: O Cordel, suas manhas e mumunhas – com Separo Campelo;

16:00h – Encontro: Literatura de cordel: o tempo é hoje.
Como a literatura de cordel evoluiu e permanece viva com gênero literário e fragmento da cultura popular, transitando entre o simbólico e a resignificação dos códigos.
Com presidente da ABLC, Gonçalo Ferreira da Silva, poeta Manoel            Monteiro e Maria Rosário Pinto.

18:30h – Roda de Cantoria – com Mestre Azulão

Dia 18 MAR

14:30h – Oficina: A literatura de Cordel, evolução e firmamento – com Mestre Campinense

16:00h – Encontro: Literatura de Cordel, Desafio e Pelejas: o cordel na contemporaneidade
Como a Literatura de cordel se apropriou das novas formas de comunicação e fez material para a divulgação de seu conteúdo e instrumento para o processo identitário nacional.

Com Dalinha Catunda, João Batista Mello e Ivamberto Albuquerque

18:30 – Roda de Cantoria com Sergival e Chico Salles

Consulte o blog:

http://encontrocompoetas.blogspot.com/
II Encontro de poetas populares e Rodas de Cantoria
17 e 18 de março, no CNFCP – auditório do Museu de Folclore Edison Carneiro,
das 14:30 às 18:30  h 
Entrada franca

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Ciranda - CORDEL NA INTERNET


Ciranda - CORDEL NA INTERNET


Caros poetas que contribuíram com suas estrofes para a postagem “Cordel na Internet,”
Cordel de Saia retoma as costumeiras Cirandas, aqui organizadas, com o objetivo de agregar poetas cordelistas e firmar o valor da internet como fonte de informação, tema e ferramenta de trabalho de grande parte dos poetas de cordel nos dias atuais.
Parabenizamos a todos pela abordagem desta temática em versos e deixamos aqui os nossos mais sinceros agradecimentos.

Cordialmente,
Dalinha Catunda
Rosário Pinto


*
Filho amado da mente nordestina,
Sempre teve o cordel grande sucesso.
Cavalgando no dorso do progresso,
Mas fiel à escola leandrina
Muitas vezes saiu da oficina,
Em notícia de impacto social.
Foi aí que o cordel se fez jornal,
Na linguagem padrão e não matuta,
Sendo a modernidade absoluta
Pode e deve o cordel ser virtual.
(Gonçalo Ferreira - Ipu/CE)

*
A internet chegou
Como grande aliada
Pro cordel abriu estrada,
E o cordelista gostou
No virtual apostou
E com tecnologia
Espalhou sua poesia
Por este mundo global
Onde o cordel tem aval
Nesta metodologia.
(Dalinha Catunda – Ipueiras/CE)

*
O cordel hoje é manchete.
Está na mídia virtual.
Antes, ele foi oral.
Passou pelo ofsete.
Namora com a internet.
Hoje, com tranquilidade,
Mostra versatilidade,
Dela tira seu proveito,
Tem com ela laço estreito.
Brinca, qual marionete.
(Rosário Pinto – Bacabal/MA)

*
O cordel tem esse jeito
De caminhar sem cair
E também de exibir
Seu talento e respeito
Mostrando com muito jeito
O saber da paciência
Alertando a consciência
Da grandeza cultural
Agora também virtual
Mantém sua coerência.
(Chico Salles – Souza/PB)

*
Pra quem procura por perto
Morada pra poesia,
Pode dizer com alegria
Que encontrou lugar certo:
A net é espaço aberto
Pra o poeta versejar
E em verso desafiar
Os quatro cantos do mundo,
Numa fração de segundo,
Sem sair do seu lugar.
(Nezite Alencar – Crato/CE)

*
O cordel na internet
Ganhou vez, voz e espaço
Internautas num abraço
Fizeram dele, vedete
Nos sites virou manchete
Nos blogs ganhou mais fama
Feliz, não mais se reclama
Nem teme o anonimato
Reconhecido de fato
Toda a rede lhe proclama.
(Josenir Lacerda-Crato/CE)

*
Graças à tecnologia
Tudo tem novo valor
Abra o seu computador
E poste a sua poesia
Aquela... que ninguém lia
E nesse mundo virtual
Com linguagem digital
O mundo vai percorrer
E você vai agradecer
A esse espaço genial.
(Nelcimá de Morais – Santa Luzia/PB)

*
O cordel na internet
É uma necessidade
Pela dificuldade
De expor nosso trabalho
Uma vaca sem chocalho
Ninguém sabe onde está
Precisamos propagar
Costumes e tradição
Deixe o corisco e o trovão
Explodir no meio do mar.
(Ivamberto Albuquerque-Alagoa-Grande/PB)

*
Está na universidade
Aqui e em outras nações,
Falando das tradições
Pra gente de toda idade;
Invadiu sertão, cidade
Cresceu e virou manchete
Qualquer assunto reflete
De forma mais verdadeira
Ultrapassou a fronteira
E brilha na internet  !
(Bastinha Job – Santo Amaro Assaré/CE)

*
Quem pensa que folhetos de papel
E impressão com rasteira qualidade
É a forma, com exclusividade,
De se ver publicado o cordel
Não percebe que o grande carrossel
Deste mundo não para de girar.
O cordel, para se modernizar,
A mudança do mundo ele reflete,
Foi assim que o cordel na internet
Começou, de repente, a se espalhar.
(Marcos Mairton – Fortaleza /CE)

*
Para mim que sou do tempo antigo
INTERNET parece coisa estranha,
Porém, sei com ela o cordel ganha
Asas pra voar e, sem perigo,
Se nas feiras ontem tinha abrigo
Hoje tem por cliente o mundo inteiro,
Professor, estudante, oficineiro
Podem ler o cordel a qualquer hora
Por isso o cordel se faz agora
Acessível a todo brasileiro.
(Manoel Monteiro da Silva – Bezerros/PE)

*
Os versos de artistas tão tradicionais
Aderaldo, Patativa e também Azulão
Botado em livreto, pendurado em cordão
Prática que fez dos cordéis os jornais
Mais lidos nas feiras e também nos quintais
Hoje, esse costume ficou rarefeito
E apesar do verso se manter perfeito
É mais lido na tela de um computador
Na tal da internet veio com clamor
Adeus ao papel! Danou-se! Tá feito
(Ricardo Aragão – Ipu/CE)

*
Com o cordel na internet
Vislumbro a oportunidade
De quem faz e não promete
Viver na modernidade
E com personalidade
Mostrar a nova feição
Sem fugir à tradição
Dessa fonte cultural
Com a forma original
Para a sua criação
(Zé Walter [José Walter Pires] – Brumado/BA)

*
Publicar virtualmente
Um cordel, hoje é possível
A tecnologia é incrível
E está dando patente
A quem antes era ausente
Da cintilância da fama,
A internet é a cama
Pra o poeta deleitar
Conhecer e publicar
Essa arte que o Brasil ama.
(Raul Poeta – Juazeiro do Norte/CE)

*
Com a chegada da Internet
O cordel ganhou mais vida.
Agora não tem saída
Nós vamos pintar o sete
Na TV, rádio, manchete
Em qualquer lugar fecundo
Nosso versejar profundo
Estará mais que presente
Alegrando a toda gente
No Brasil e além mundo.
*

(Antonio Barreto - BA)

*
Gostaria de opinar sobre o tema
A respeito do cordel na Internet
Acho que a cada cordelista compete
Divulgar beira-mar, mourão poema
Afinal, dos versos, todo o sistema
Entendo que o cordel é soberano
Mostremos para o mundo novo plano
Se se afastar muito do passado
Lembremos cada vate renomado
Nos dez pés do martelo alagoano
(Antônio de Araújo Campinense - Campina Grande/PB)

*
O livreto pendurado
Em cordão numa barraca
Já é visão meio fraca
Que faz lembrar o passado.
Hoje muito divulgado
Em diferentes canais,
Nos saraus, em recitais
Recebe aplausos, confete
O cordel na internet
Cresce cada dia mais.
(Creusa Meira – BA)

*
Quando vi em plena feira
um cabra se esgoelando
bonitos versos cantando
fiquei ali de bobeira.
Ele desceu da cadeira
e ficou a me olhar
parecendo advinhar:
"Menino, você promete,
o Cordel na internet
sua vida vai mudar".
(José Alberto CostaMaceió/AL)

*
Com a inclusão digital,
Um novo leque se abriu
E dentro dele surgiu
O poeta virtual.
Acessando esse portal,
O poeta usa um teclado.
Que corrige o verso errado,
Lapida, cola e copia.
Salve a tecnologia
E o Cordel modernizado!
 (Damião Metamorfose)

*
Antes do computador
Tínhamos fragilidades,
Hoje nas comunidades
O cordel tem mais valor.
Cordelista ou cantador
Quando um cordel escrevia,
Era só ele quem lia,
O caderno amofumbava.
Uma parte o mofo dava,
A outra, a traça comia.
(Eduardo Viana)


Ilustração: Xilo de Severino Borges retirada da intenet


terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

CORDEL EM MOVIMENTO


Poetas, leitores e amantes do cordel,
Recebi do prof. Casemiro Campos este convite e também um reforço do poeta Marcos Mairton, ciente que a divulgação é o que de melhor podemos fazer por um autor, estou repasando a nota recebida.
 Gostaria de acrescentar que Zé Maria de Fortaleza é  membro da ABLC ocupando a cadeira 24 que tem como patrono Francisco Sales Areda.
Cordialmente
Dalinha Catunda

CONVITE

O SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO e a EDITORA IMEPH têm a honra de convidar-lhe para o Projeto Bazar das Letras, a realizar-se nesta quarta-feira - dia 16 de fevereiro de 2011, às 18h, no SESC-Centro - Rua 24 de maio 692 - Centro, oportunidade que teremos o lançamento dos livros:
- A Gramática em Cordel
Autor: Zé Maria de Fortaleza
- A História de Antonio Conselheiro
Autor: Geraldo Amancio.
- Ambos pela Editora IMEPH.
Projeto Bazar das Letras
Dia: 16 de fevereiro de 2011;
Hora: às 18h;
Local: SESC-Centro - Rua 24 de Maio, 692 - Centro.
Carto da sua atenção,
Grato,
Prof. Casemiro Campos.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

CORDEL NA INTERNET

LEMBRETE:
Caros poetas,
Já recebemos um numero considerável de estrofes, referentes à postagem: “Cordel na Internet”
Como pedimos apenas décimas, sem maiores explicações, estamos aceitando outras modalidades como: Martelo, martelo alagoano, e a décima propriamente dita.
Estaremos encerrando o recebimento das contribuições quinta-feira dia 17 de fevereiro.
Os poetas que ainda não contribuíram, por favor, mandem no final da estrofe além do nome a cidade de origem.
Companheiros da ABLC- Academia Brasileira de Literatura de Cordel.
 Estamos preparando uma postagem para publicar no blog Cordel de Saia e no blog da ABLC que terá como título: CORDEL NA INTERNET.
Gostaríamos que cada um da vocês fizessem uma décima falando sobre a importância da internet para o cordel.
Caso se interessem pelo assunto mandem seu versos para:dalinhaac@gmail.com e em cc para rosariuspinto@gmail.com
Assessoria de imprensa da ABLC
Dalinha Catunda
Rosário Pinto

sábado, 5 de fevereiro de 2011

MINHA REVOLTA

Amigos, desfrutem do oportuno texto do acadêmico da ABLC Ivamberto Albuquerque
Minha Revolta
Quando alguém solta um pum
Fecha o nariz balança a mão
Ninguém quer assumir
É igual ao apagão
O governo não tem resposta
Sente-se o cheiro da bosta.
Nos quatro cantos da nação.

Quem manda na energia
É o Edson Lobão
Ele morreu e não sabe
Já perdeu toda noção
Ele é amigo do Sarney
Que explora eu e vocês.
Desde o tempo de Adão.
*
O país tem três poderes
Vem outro na contra-mão
É o poder econômico
Que explora toda nação
Quando o dinheiro fala
A razão logo se cala.
Quem se lasca o cidadão.

Dobrar os seus salários
Não lhes falta competência
O quarto poder massacra
Sem a menor consciência
Ficam mesmo á vontade
As nossas autoridades.
Ainda lhe faz continência.
*
Está elite sem vergonha
Envergonha o país
Abutres exploradores
Que destino infeliz!
Vamos fazer uma teia
Cortar o pulso e a veia
E o mau pela raiz.
Texto: Ivamberto Albuquerque.
 Comentário da Cordelista Rosário Pinto
Amigos, solidarizo-me com o colega Ivamberto na revolta com tantos desmandos. Se já observaram, agora pagamos, em nossas contas de luz, um cota para a aluminação pública... Isto não é pagar imposto em dobro?!? 
O povo passando fome
E com a barriga vazia
Já perdeu as esperanças
E também a fantasia
Pagando pelos enganos
Com erros em demasia

Se você observar
Na sua conta de luz
Vem um adicional
Essa é a nossa cruz
Pagar impostos dobrados
Morrer pregado na cruz

Sem ter a quem reclamar
Paga conta exorbitante
Liga para o ouvidor
Com ouvidos de mercante
Cansado, o povo desiste
Do sonho de reclamante
Comentário do professor Licínio Filho
Estes versos indignados
do cordelista Ivamberto
ecoarão na internet
como um grito de protesto
É hora de dizer basta
aos canalhas do Congresso

Êta corja de larápios
eleitos pela nação
Êta povo atrapalhado
que não vota certo não
Será por falta de escola
que admiramos o ladrão? 


Foto: Dalinha Catunda.
Visite também:
www.continhodadalinha.blogspot.com
www.rosarioecordel.blogspot.com

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A ARTE DE APANHAR

A ARTE DE APANHAR
*

Fui menina levada
Aprontando pelo sertão.
Apanhei de corda e relho,
E bainha de facão.
*
Tomei benção à palmatória,
Não escapei de cipó,
De cinturão com fivela,
Apanhei de fazer dó.
*
Já era eu diplomada,
Na arte de apanhar,
Antes que o pau comesse
Já começava a gritar.
*
Era assim que chamava,
Dos vizinhos a atenção.
E as surras do dia-a-dia
Tinham menor duração.
*
O certo é que eu apanhava,
Dia sim, outro também,
Mas fazia o que queria
Sem me importar com ninguém.
*
E foi debaixo de peia,
Que construí meu caminho,
Não se pode colher rosa,
Sem esbarrar em espinhos

Texto: Dalinha Catunda
Imagem:inblogs.com.br
Visite também: http://www.cantinhodadalinha.blogspot.com/