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sexta-feira, 30 de julho de 2021

A DUPLINHA GLOSANDO NA REDE


 

BASTINHA JOB

Cada estrelinha piscou

Admirando a cena,

Na imensidão da arena

O céu sereno ficou,

Na terra tudo quedou

Face ao luar inspirado

Todo mundo extasiado

Ante Deus e sua obra:

A LUA JÁ FEZ MANOBRA

NO SEU CAMPO ALUMIADO.

*

DALINHA CATUNDA

Quando ele chegou sorrindo

Mexeu com meu coração

Em seus braços a emoção

Logo foi me possuindo

O luar chegou tingindo

Esse nosso entrelaçado

Nos braços do meu amado

Eu ganhei amor de sobra:

A LUA JÁ FEZ MANOBRA

NO SEU CAMPO ALUMIADO.

*

MOTE:  Eleomar Figueira Neto.

dalinhaac@gmail.com

 

quinta-feira, 29 de julho de 2021

Dalinha Catunda por Letícia Isabelle Filgueira


 

A Literatura de Dalinha Catunda: um Acordar de Conflitos

 Letícia Isabelle Alexandre Filgueira

Maria de Lourdes Aragão Catunda nasceu em Ipueiras (Ceará), no dia 28 de outubro de 1952. Dalinha é poeta que desde cedo aprendeu a transformar seus sentimentos em versos e prosas, logo, conquistou espaço até então predominantemente masculino da Academia Brasileira de Literatura e Cordel (ABLC), além de ser sócia benemérita da Academia dos Cordelistas do Crato (ACC) e criadora do blog Cordel de Saia que agrega mulheres do cordel. Realiza um amplo trabalho de divulgação de Literatura de Cordel, em sites e blogs.

É declamadora de cordel, que para ela, é o canto de uma cearense que adora suas raízes, canto da mulher destemida que ao sair das entranhas nordestinas, abriu uma janela para cantar sobre sua aldeia para o mundo, para que outros poetas cordelistas desfrutem da melodia que suas vivências transmitem através da arte.

Em suas obras a autora trabalha temas relevantes, como machismo, violência contra a mulher, abuso de autoridade patriarcal etc., como por exemplo no poema “Mulher tem que ter peito”, onde Dalinha traz para a arte a realidade de muitas mulheres, expondo os diversos problemas da submissão errônea da mulher para com seu cônjuge e também o que a mulher deve fazer para se valorizar quando há em seu meio homens machistas. Dalinha também preza pela valorização da mulher na Literatura feminina, pois acredita que a mulher veio para preencher a lacuna que lhe cabia por direito na Literatura de cordel.

A poeta ao longo de suas obras recebeu muitas críticas por suas temáticas serem polêmicas, porém tais críticas só a fizeram crescer enquanto sujeito histórico que pensa, escreve e resiste através da arte literária. Em contraposição, também é muito elogiada por sua criatividade em seus textos e na forma como procura expor a realidade de muitas mulheres que não têm voz.  Dalinha ainda ressalta que, “a mulher e questões feministas”, são os principais temas em seu trabalho. 

A autora, em sua poética, expõe auto relato de suas origens, unificando sua vida à sua inserção histórica e sociocultural. Com temática sempre empoderada, Dalinha cria suas obras carregada de musicalidade, humor, sensibilidade e com rimas impecáveis. Com criatividade intensa, ao encontrar um tema qualquer, já inicia uma rima com estruturação de orações.

terça-feira, 27 de julho de 2021

A primeira mulher cordelista a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Literatura de Cordel.


 

A primeira mulher cordelista a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Literatura de Cordel.

A descoberta!

Tudo começou com a indagação do poeta de cordel e pesquisador, Kydelmir Dantas, que me fez a seguinte pergunta: - Qual foi a primeira cordelista a tomar posse na ABLC e em que ano?

Eu não tendo resposta no momento, indiquei outras fontes a serem pesquisadas, entre elas o próprio presidente da ABLC, atualmente presidente de Honra, Gonçalo Ferreira da Silva.

Hoje, logo cedo, recebi uma ligação do mestre Gonçalo, papo vai, papo vem, lembrei-me de fazer a pergunta feita por Kydelmir Dantas.

Qual não foi minha surpresa, ao ouvir de Sr. Gonçalo, que a primeira mulher legitimamente cordelista, a ocupar uma cadeira na ABLC, teria sido eu, Dalinha Catunda.

Outras mulheres passaram pela ABLC, cada uma com sua competência, mas sem escrever literatura de cordel.

Para registro de pesquisas, segundo Gonçalo Ferreira da Silva, presidente na época, a primeira mulher a tomar posse na Academia Brasileira de Cordel, foi a cearense de Ipueiras, Maria de Lourdes Aragão Catunda, conhecida como Dalinha Catunda.

Filha de Espedito Catunda de Pinho e Maria Neuza Aragão Catunda. Nascida na cidade de Ipueiras, em 28 de outubro de 1952.

A posse se deu no dia 20 de setembro de 2008, passei a ocupar a cadeira número 25 que tem como patrono Juvenal Galeno, poeta e folclorista cearense.

Quando entrei para academia, levei do meu pequeno acervo apenas cinco títulos publicados: O Forró de Zeca, O jumento do Maurício, A Panela Remendada, A Rosa Apavorada e A Donzela Que Virou Índia.

Através de mim outras cearenses entraram nessa academia e hoje mantemos um ótimo intercâmbio cultural o que me deixa muito orgulhosa.

Dalinha Catunda, cad. 25 da ABLC

dalinhaac@gmail.com

sexta-feira, 23 de julho de 2021

O RÁDIO ONTEM E HOJE


 

O RÁDIO ONTEM E HOJE

Nasci e me criei em Ipueiras, sertão do Ceará. Vivi um tempo em que o rádio estava no seu auge.

Recordo muito bem, que além de acordamos com o canto do galo, outro concorrente nos acordava, o rádio! Ainda hoje ecoa em minha lembrança, as músicas de Luiz Gonzaga e as do Coronel Ludugero. Essas tocavam com mais frequência.

Tínhamos também uma rádio local, Rádio Vale do Jotobá, que fazia a alegria dos ipueirenses.

Um locutor apelidado de Casca, por ser magrinho, fazia o programa: Sucessão de Sucesso que se Sucede Sucessivamente Sem Cessar. Esse programa era escutado através de uma amplificadora, pela juventude que aos pares davam voltas na pracinha principal, enquanto os casais de namorados ocupavam os bancos da praça.

 Nesse meio tempo os rapazes mandavam bilhetinhos para a rádio pedindo e oferecendo músicas. O locutor todo solícito, atendia aos ouvintes:

- Essa música, é um alguém que está oferecendo a outro alguém não diz o nome para não dar confusão.

- Essa música, é um rapaz de camisa listada que está oferendo a uma moça de blusa vermelha, e assim a rádio fazia a animação da praça.

Hoje, já na fase adulta, através da Difusora de Cajazeiras da Paraíba, reencontro-me com o rádio e no mesmo clima de antigamente, no programa SHOW DA DIFUSORA, do radialista Josemar de Aquino, lógico que, com as devidas alterações que pede a modernidade.

A rádio eu escuto através do celular, as mensagens são enviadas pelo whatsApp, os amigos que não temos numa pracinha ou colados em um rádio, temos virtualmente em cada canto do país e até no exterior.

É um programa bem popular, com notícias, músicas e gracejos. Josemar de Aquino esbanja animação no comando do programa que vai das 20:00 até a meia noite e nessa animação vai unindo virtualmente ouvintes das mais variadas partes do Brasil.

Já faz algum tempo, que com muito orgulho, tenho uma participação diária no programa, Agradeço a Josemar de Aquino e convido a todos vocês  a fazerem uma visitinha ao Show da difusora de Cajazeiras, através do link:

Texto e foto de Dalinha Catunda cad. 25 da ABLC

 

quarta-feira, 14 de julho de 2021

MOTE- NÃO DEIXO O HOMEM BATER NEM EM MEU ATREVIMENTO!

 

NÃO DEIXO O HOMEM BATER

NEM EM MEU ATREVIMENTO!

1

Acho muita covardia

Homem bater em mulher

Quem ser respeitado quer

Não pode entrar nessa fria

Pois quem a lei desafia

Causa seu próprio tormento

Passa a ser mau elemento

E começa a padecer.

NÃO DEIXO O HOMEM BATER

NEM EM MEU ATREVIMENTO!

Mote e glosa de Dalinha Catunda

2

Não me bate nem com flor;

Flor é pra ser ofertada,

A mulher quando ultrajada,

Qualquer que seja o agressor,

Que nada sabe do amor;

Não serve nem pra jumento,

Pois este tem sentimento;

Castigo é a " penca" perder:

Não deixo o homem bater

Nem no meu atrevimento!

Mote de Dalinha Catunda ,

Glosa de Bastinha Job

 3

Gosto de ser respeitada

E também de respeitar

Se respeitar é amar

Eu amo e me sinto amada

Nunca fui desrespeitada

Eu não dou vez a jumento

Pois eu fiz um juramento

Pra o homem não me ofender

NÃO DEIXO O HOMEM BATER

NEM EM MEU ATREVIMENTO!

Glosa - Vânia Freitas

Mote de Dalinha Catunda

4

Quem agride uma mulher

Por ciúme ou por despeito

Ou por se achar no direito

De forçar o que ele quer

Não passa de um pangaré

Desses bichado e sarnento

Findando no isolamento

Sem ninguém pra defender

NÃO DEIXO O HOMEM BATER

NEM EM MEU ATREVIMENTO

Mote: Dalinha Catunda

Glosa: Giovanni Arruda

5

Nunca elevaram a voz,

E fosse pai, irmão ou marido.

Eu não tolero alarido.

Da nascente até a foz,

Ninguém será meu algoz.

Nunca aceito ciumento,

Me enfrente só no talento.

Anote isto e, podes crer:

NÃO DEIXO O HOMEM BATER

NEM EM MEU ATREVIMENTO!

(Mote: Dalinha Catunda

Glosa: Rosário Pinto)

6

Bater em mulher se chama

Um ato de covardia

Coisa de mente vazia

De um covarde sem-futuro

Isso eu lhe asseguro

Nesse tal procedimento

Quando a panela ferver

NÃO DEIXO O HOMEM BATER

NEM EM MEU ATREVIMENTO!

Glosa: Claude Bloc

Mote: Dalinha Catunda

*

Xilo de Erivaldo Ferreira

Roda de glosa coordenada por Dalinha Catunda.

Obrigada pela interação, poetas e poetisas.

 


quarta-feira, 7 de julho de 2021

QUEM DERA EU TER LIBERDADE SÓ PARA ESCRUVITIAR.


 

QUEM DERA TER LIBERDADE

SÓ PARA ESCRUVITIAR

Mote de Dalinha Catunda

1

Eu nesse confinamento

Tô feito boi no cercado

Que cisca e fica enfezado

Até o cão eu atento

Dou coice que nem jumento

Sem rédeas quero ficar

Mas devo me resguardar

Saúde é prioridade:

QUEM DERA TER LIBERDADE

SÓ PARA ESCRUVITIAR

Glosa e mote de Dalinha Catunda

2

De cabeça atubibada

Muita coisa me azucrina

Não vou no bar da esquina

Pegar a loura suada

A vida tá bitolada

Esse vírus de lascar

Veio aqui pandemiar

E trazer ansiedade

QUEM DERA TER LIBERDADE

SÓ PARA ESCRUVITIAR

Glosa Rivamoura Teixeira

3

O vírus me diz que não

Meus amigos dizem sim

Estou esperando o fim.

Da pandemia do cão

Pra sair deste alçapão

Ser livre pra passear

Sem máscara pra sufocar

Matar esta ansiedade

QUEM DERA TER LIBERDADE

SÓ PARA ESCRUVITIAR

Glosa Araquém Vasconcelos.

4

Há tempos vivo trancada.,.

Igual uma criminosa

A vida maravilhosa

Há dois anos tá parada

A China amaldiçoada

Quer ser potência a reinar

Fez o vírus circular

Já perdi a sanidade:

QUEM DERA TER LIBERDADE

SÓ PARA ESCRUVITIAR!

Glosa de: Bastinha Job

 5

Nessa tal de pandemia

Fiquei muito estressada

Vivo só encafurnada

Tô brigando todo dia

Cachorro, gato que mia

Meu papagaio a gritar

Eu mandando se lascar

Não falei nem a metade

QUEM DERA TER LIBERDADE

SÓ PRA ESCRUVITIAR.

Glosa: Dulce Esteves

6

Veio Uma Tal De Vacina

Pra Dá Fim Ná Pamdemia

Morre Gente Todo Dia

Os Medicos Nem Examina

O Virus Que Veio Dá China

Tá Dificio De Matar

Os Que Os Medicos Entubar

Vái Para A Eternidade

QUEM DERA TER LIBERDADE

SO PARA ESCRUVITIAR

Glosa Alberto Francisco

 7

Acabando a pandemia

Compro um par de Havaiana

Vou andar toda semana

Pelas sete freguesia(s)

E só vou voltar no dia

Que a tira se soltar

GPS não vai me achar

No sítio nem na cidade

QUEM DERA TER LIBERDADE

SÓ PARA ESCRUVITIAR.

Glosa: F.de Assis Sousa.

8

O pior desta prisão

É o trabalho que dá

Limpa aqui, limpa acolá

Lava roupa, faz pirão

Não tenho descanso, não

O bom mesmo é passear

Bater um papo no bar

Isso é que é felicidade

QUEM DERA TER LIBERDADE

SÓ PARA ESCRUVITIAR

Glosa: Creusa Meira

9

Há dois anos que não saio.

Sempre nesta Agonia.

Xô! Vai embora Pandemia.

Passou Abril, passou Maio,

Na janele de soslaio,

Levo a vida a contemplar.

Quero pintar e bordar...

No Rio e em toda cidade,

QUEM DERA TER LIBERDADE

SÓ PARA ESCRUVITIAR

Glosa: Rosário Pinto)

10

Tô preso sem ser julgado

Não sei, o tamanho da pena

Por qual crime me condena

Nem adianta advogado

O jeito é ficar calado

Deixando o tempo passar

Todos tem que se trancar

Pra não ir, pra eternidade

QUEM DERA TER LIBERDADE

SÓ PARA ESCRUVITIAR.

Glosa, Jairo Vasconcelos

11

Eu nunca pensei um dia

Ver o povo engaiolado

Escola sem alunado

E trabalho em moradia

Já tá me dando agonia

Não posso nem passear

Tô doido pra fofocar

Passo até necessidade

QUEM DERA TER LIBERDADE

SÓ PARA ESCRUVITIAR

Glosa: Giovanni Arruda

12

Ninguém sabe o que fazer

Com o vírus que demora

Durmo sem pensar na aurora

E o tempo passa a correr

Parece que vou morrer

De tristeza e falta de ar

Tô doida pra viajar

Para matar a vontade

QUEM DERA TER LIBERDADE

SÓ PARA ESCRUVITIAR

Glosa: Vânia Freitas

13

Eu estou enclausurado

Nessa triste quarentena

Eu já sinto até gangrena

No meu tornozelo inchado

Por viver aprisionado

Sem poder me ausentar

Nem tomar uma no bar

E mentir barbaridade

QUEM DERA TER LIBERDADE

SÓ PARA ESCRUVITIAR

Glosa: Joabnascimento

14

Essa tal de pandemia

Me deixou desassossego,

Proibiu meu aconchego

E se fez anomalia,

Causando melancolia

A quem com ela encontrar.

Resta a todos esperar

A total imunidade,

QUEM DERA TER LIBERDADE

SÓ PRA ESCRUVITIAR.

Glosa: Chica Emídio.

15

Em tempos de pandemia

tal qual essa que vivemos,

inda que nós expressemos

nossa paz, nossa alegria,

em favor de um novo dia,

será mero verberar

muito menos granjear

nossa própria idoneidade…

QUEM DERA EU TER LIBERDADE

SÓ PARA ESCRUVITIAR.

David Ferreira

*

Xilo de Carlos Henrique

Amigos e amigas do universo da poesia, obrigada pela interação.

É muito gratificante glosar na rede com vocês.

Meu abraço a todos,

Roda de glosas organizada por Dalinha Catunda cad. 25da ABLC.

dalinhaac@gmail.com

terça-feira, 6 de julho de 2021

A primeira mulher cordelista a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Literatura de Cordel.



A primeira mulher cordelista a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Literatura de Cordel.

A descoberta!

Tudo começou com a indagação do poeta de cordel e pesquisador, Kydelmir Dantas, que me fez a seguinte pergunta: - Qual foi a primeira cordelista a tomar posse na ABLC e em que ano?

Eu não tendo resposta no momento, indiquei outras fontes a serem pesquisadas, entre elas o próprio presidente da ABLC, atualmente presidente de Honra, Gonçalo Ferreira da Silva.

Hoje, logo cedo, recebi uma ligação do mestre Gonçalo, papo vai, papo vem, lembrei-me de fazer a pergunta feita por Kydelmir Dantas.

Qual não foi minha surpresa, ao ouvir de Sr. Gonçalo, que a primeira mulher legitimamente cordelista, a ocupar uma cadeira na ABLC, teria sido eu, Dalinha Catunda.

Outras mulheres passaram pela ABLC, cada uma com sua competência, mas sem escrever literatura de cordel.

Para registro de pesquisas, segundo Gonçalo Ferreira da Silva, presidente na época, a primeira mulher a tomar posse na Academia Brasileira de Cordel, foi a cearense de Ipueiras, Maria de Lourdes Aragão Catunda, conhecida como Dalinha Catunda.

Filha de Espedito Catunda de Pinho e Maria Neuza Aragão Catunda. Nascida na cidade de Ipueiras, em 28 de outubro de 1952.

A posse se deu no dia 20 de setembro de 2008, passei a ocupar a cadeira número 25 que tem como patrono Juvenal Galeno, poeta e folclorista cearense.

Quando entrei para academia, levei do meu pequeno acervo apenas cinco títulos publicados: O Forró de Zeca, O jumento do Maurício, A Panela Remendada, A Rosa Apavorada e A Donzela Que Virou Índia.

Através de mim outras cearenses entraram nessa academia e hoje mantemos um ótimo intercâmbio cultural o que me deixa muito orgulhosa.

Dalinha Catunda, cad. 25 da ABLC

dalinhaac@gmail.com

quinta-feira, 1 de julho de 2021

ENQUANTO VOU PRA NOVENA ELA VAI PRO CULTO ORAR

ENQUANTO VOU PRA NOVENA

ELA VAI PRO CULTO ORAR

*

Encontrei uma parceira

Amiga de antigamente

Mas agora virou crente

Anda cheia de besteira

Não aceita brincadeira

Não consigo conversar

Só ao Senhor quer louvar

Pois assim se sente plena

ENQUANTO VOU PRA NOVENA

ELA VAI PRO CULTO ORAR.

Mote e glosa de Dalinha Catunda

*

Eu sou de uma religião

Ela de outra doutrina

Sigo a capela sistina

Ela a um pastor pagão

Isto dá uma confusão

Na hora de meditar

Ela grita a proclamar

Eu uso a voz mais amena

ENQUANTO VOU PRA NOVENA

ELA VAI PRO CULTO ORAR

Mote Dalinha Catunda

Glosa Araquém Vasconcelos

*

Nós dois vivemos o amor

Somos quase, em tudo igual

Mais no caminho espiritual

Há um pequeno divisor

Louvamos, um só senhor

Mais em diferente altar

Sou da igreja secular

E ela de igreja pequena

ENQUANTO VOU PRA NOVENA

ELA VAI PRO CULTO ORAR.

MOTE, Dalinha Catunda

Glosa Jairo Vasconcelos.

*

Amo ela de paixão,

Me amarro na boca dela

Toda vez que pego ela

Não peço desculpa não ,

Estendo, beijo uma mão

Fé demais vou demonstrar

Seja já pra se casar

Cacofonia dá pena:

Enquanto eu vou pra novena

Ela vai pro culto orar

Mote de Dalinha Catunda,

 Glosa de Bastinha Job

 *

Jurei que sempre amaria

Mas, quebrei foi minha jura

Nem a benzedeira cura

Se pudesse ama - la- ia

Essa tal cacofonia

Fez às coisas piorar

Nem a mala vou levar

Pois sei que não vale à pena

Enquanto eu vou pra novena

Ela vai pro culto orar.

Mote: Dalinha Catunda

Glosa: Dulce Esteves

*

Eu amava ela demais

Nossa vida era um jardim

Mas num desses dias ruim

Ela me jogou pra trás

Um pastor do satanás

Prometendo céu e mar

Desmontou o nosso lar.

Ela hoje é obscena

ENQUANTO VOU PRA NOVENA

ELA VAI PRO CULTO ORAR

Mote: Dalinha Catunda

Glosa: Giovanni Arruda

*

Xilo do meu acervo, obra de Erivaldo Ferreira

Roda de glosa organizada por Dalinha Catunda

Obrigada aos  glosadores, pela interação, meu abraço a todos.

dalinhaac@gmail.com