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sexta-feira, 31 de agosto de 2018

OFICINA DE CORDEL NA CENA CARIOCA

Curso Versos de Cordel na Cena Carioca
Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro 
O projeto é decorrente do interesse despertado a partir do espetáculo Mulheres no cordel. Chega na esteira do Poesia Encena,  projeto vitorioso, concebido e realizado por Beth Araújo com o apoio da Secretaria Municipal de Educação do Estado do Rio de Janeiro. 
Dinamizador, Apresentação do curso, Dinâmica e Bibliografia.
Maria Rosário Pinto – Licenciatura em Letras PUC/RJ, pesquisadora e documentalista da área de cultura popular, dedicada à literatura de cordel. É poeta de cordel. Trabalhou por 18 anos na Biblioteca Amadeu Amaral/CNFCP/IPHAN. Responsável pela seleção, higienização, catalogação, indexação, guarda e disponibilização deste acervo. Tem alguns artigos e textos publicados em livros, folhetos, catálogos, no site da Fundação Casa de Rui Barbosa, no espaço de biografias de poetas de cordel, também no site IELT - Instituto de Estudos de Literatura e Tradição, em Portugal. Membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel – ABLC, desde 2001. Classifica no Edital Mais Cultura – Prêmio Patativa do Assaré, 2010, com a publicação de 3.000 exemplares pelo Ministério da Cultura.

> o que motivou a proposição deste curso;
> a qualificação e experiência da dinamizadora;
> a dinâmica de apresentar poemas de um saber sedimentado pelas tradições de transmissão entre gerações;
> trabalhar o modo de fazer literário;
> indicação da bibliografia utilizada; e,  
 > experimentação prática de composição.

A evolução da literatura de cordel

A importância dos estudos da literatura de cordel face à necessidade de manter a tradição dos conhecimentos da oralidade. A literatura de cordel é ferramenta fundamental de estímulo a alunos e professores. A produção de folhetos de cordel desafia os tempos modernos mantendo-se viva e atuante.

A função da oralidade como fonte de transmissão, e a riqueza das formas de expressão e do saber e fazer literário. O poeta cordelista é, sobretudo, um atento observador dos processos de atualização da sociedade em sua estrutura social, política e/ou tecnológica.

A oficina sobre Literatura de cordel tem como base a inserção da literatura de cordel como ferramenta fundamental de estímulo a alunos e professores, com o objetivo de estimular a leitura, a reflexão e a transposição do universo literário dos folhetos para o próprio universo. Despertar o gosto pela narrativa e pela estética dos folhetos.

Apresentar os conhecimentos básicos para a composição do folheto de cordel, e despertar o interesse do grupo envolvido. 

O curso toma por base: a história da literatura de cordel, poetas e editores, verso, métrica, rima, oração e a confecção do folheto e de suas capas.


Bolsas poéticas

Fontes de pesquisas: sites e blogs

Biblioteca Amadeu Amaral, do CENTRO NACIONAL DE FOLCLORE E CULTURA POPULAR/CNFCP/Iphan/MinC – www.cnfcp.gov.br

Academia Brasileira de Literatura de Cordel – ABLC – www.ablc.com.br


Facebook – Rosário Pinto e Cordel de Maria

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Texto: Rosário Pinto

terça-feira, 28 de agosto de 2018

A PRODUÇÃO FEMININA NA LITERATURA DE CORDEL

Mulheres autoras na Cordelteca – Memória da literatura de cordel
Biblioteca Amadeu Amaral/CNFCP/Iphan/Minc

A Biblioteca Amadeu Amaral, do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular disponibiliza em mídia digital, no Portal www.cnfcp.gov.br, seus acervos de recortes de jornais (Hemeroteca), folhetos de cordel (Cordelteca), xilogravuras (Xiloteca), Catálogos da Sala do Artista Popular (SAP) e Revista Brasileira de Folclore. Os projetos têm como objetivo difundir os acervos junto a instituições similares, bem como para pesquisadores nacionais e do exterior e a todos os interessados na área de conhecimento da cultura popular.
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A Cordelteca – Memória da literatura de cordel, tem sob sua guarda, mais de 10.432 exemplares, dos quais 7.936  títulos estão digitalizados e disponíveis para leitura on-line, a partir da Base de Dados do Portal do CNFCP - www.cnfcp.gov.br. Temos mais 50 poetisas e 176 títulos. É mote para boas pesquisas.
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Com a listagem abaixo, esperamos contribuir para a divulgação das mulheres poetisas que de "musas", passaram a autoras, editando seus títulos, decidindo suas temáticas, linguagens e suas modalidades. Afinal, elas sempre foram as responsáveis pelas tradições da oralidade, desde a maternidade.
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Este levantamento foi realizado no exercício de 2013. Atualmente este número é bem superior.
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Não deixe de clicar nos links para fazer a leitura, na íntegra dos folhetos aqui selecionados.
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quarta-feira, 22 de agosto de 2018

NOTAS PARA O ESTUDO DA LITERATURA DE CORDEL


A CANÇÃO DE ROLAND

 La chanson de Roland é um poema épico composto no século XI em francês antigo, sendo a mais antiga das canções de gesta escrita em uma língua românica.
A primeira época lírica portuguesa é chamada de Trovadorismo e as composições dos trovadores são conhecidas como cantigas. A poesia dos cancioneiros pode dividir-se em lírica e satírica.
As cantigas lírico-amorosas apresentam duas modalidades: as cantigas de amigo, nas quais o poeta põe as palavras na boca de uma mulher, apresentando por isso um eu lírico feminino, e as cantigas de amor, nas quais o poeta fala por si próprio, contendo, por isso, um eu lírico masculino.

Canção de Gesta é um longo poema épico medieval, no geral em versos, que celebrava feitos históricos, heroicos ou ilustres. A mais antiga canção de gesta preservada é A Canção de Rolando, 4002 versos, mas algumas canções podiam chegar a dezenas de milhares de versos. Quase sempre concentrando a ação nos feitos ilustres de Carlos Magno (século VIII).

tanto do ponto de vista dos conteúdos – novelas de cavalaria, grandes batalhas, romances, que aqui foram transportados para as lutas do cangaço, a religiosidade popular, o patriarcalismos das famílias de latifundiários, dificuldades com as grandes secas, enchentes, e as histórias de animais (sempre com um cunho moralizante); como do ponto de vista das formas – obedecem às mesmas dimensões gráficas de tamanho e paginação.

-- os feitos heroicos do cancioneiro medieval:

Freire, João Lopes. A história de Carlos Magno e os doze pares de FrançaRio de Janeiro: [s.n., 19--]. 43 p. 210 estrofes 

A BATALHA de Oliveiros. Editor proprietário: José Bernardo da Silva. Juazeiro do Norte: Tipografia São Francisco, 1957. 32 p

A prisão de Oliveiros. Editor Proprietário: José Bernardo da Silva. Juazeiro do Norte: Tipografia São Francisco, 1958. 48 p. 

Barros, Leandro Gomes de. Roldão no leão de ouroEditor Proprietário: Filhas de José Bernardo da Silva. Juazeiro do Norte: Lira Nordestina, [19--]. 40 p.

Silva, João Melquíades Ferreira da (1869/1933). Roldão no leão de ouroRio de Janeiro, RJ: Academia Brasileira de Literatura de Cordel, 2005. 32 p.


Cantiga de amigo: na lírica medieval galego-portuguesa, cantiga de amigo é composição breve e singela posta na voz de uma mulher apaixonada. Devem o seu nome ao facto de que na maior parte delas aparece a palavra amigo. Sempre com o sentido de pretendente e/ou amante e esposo.

Silva, Manoel Monteiro da (1937). Cantigas de amigocordel em quadras. Campina Grande, PB: Cordelaria Poeta Manoel Monteiro, 2012. 8 p


Cantiga de amor: nas cantigas de amor o homem se refere à sua amada como sendo uma figura idealizada, distante. Nas cantigas de amor o poeta chama sua amada de senhor, pois naquela época, todas as palavras que terminavam com “or”, em galego-português não tinham feminino, portanto ele dizia - “minha senhor!”

­­– Cantiga de escárnio é a sátira indireta, sutil, irônica, sarcástica, evitando-se citar o nome da pessoa-alvo da zombaria.

 Cantiga de maldizer é a sátira direta, desbocada, vulgar, grosseira, chula, por vezes obscena ou pornográfica, chegando a citar o nome da pessoa-alvo da sátira. No exemplo abaixo, o autor faz uma depreciação à imagem de um trovador, considerando-o literariamente fraco.

Dinâmica:

Essa dinâmica vale para o tratamento de todos os tipos de modalidades e temas, seja para os folhetos – de ocasião, biográficos, romances, abeces.

– levantar glossário dos termos que mais chamem a atenção;
– interpretar as ações do texto;
– observar as primeiras estrofes onde o poeta enuncia como contará sua história. Pelo caráter narrativo, a literatura de cordel tem sempre princípio, meio e fim;
­– nestas primeiras estrofes estabelecer o assunto, de que forma vai desenvolvê-lo e;
– nas últimas estrofes prepara o leitor para o desfecho, o grande final, em que agradece a leitura e a compra do folheto;
– observar os apelos feitos em prol da maior inspiração  > o poeta apela às musas, às divindades, etc. 



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Texto:  Maria Rosário Pinto
http://www.cordeldesaia.blogspot.com

terça-feira, 7 de agosto de 2018

MULHERES IGNORADAS NO CORDEL


MULHERES IGNORADAS NO CORDEL
*
A mulher tem comprovado
Sua grande competência.
No cordel, literatura,
Mostra sua sapiência,
Mas continua invisível,
Isso é inadmissível,
Resta-nos resiliência?
*
Obedecendo a preceitos,
Somos muitas escrevendo,
Porém nos grandes eventos
Espaço estão nos devendo.
As nossas fotografias,
Estão em monografias,
Pesquiso e estou sabendo.
*
A mulher que é poetisa,
E se dedica ao cordel,
Embora seja atrevida,
Ainda prova do fel!
Do preconceito real,
Que segue com seu aval,
Numa cegueira cruel.
*
A mulher tem que firmar,
Com mulheres parceria,
E não disputar o pódio,
Sem buscar a harmonia!
Ser da outra adversária,
É coisa desnecessária,
Quebra nossa hegemonia.
*
Em meu conceito nos falta:
Do homem a compreensão,
Da mulher cumplicidade,
Esse é minha opinião.
Pois somos bem preparadas,
Mas somos ignoradas.
Não venham dizer que não.
*
Versos e foto de Dalinha Catunda.

OS ENSINAMENTOS DO POETA JOAMES

OS ENSINAMENTOS DO POETA JOAMES
Por sugestão da amiga poetisa Dalinha Catunda, exemplificaremos a seguir algumas regras de versificação. Não o fazemos por nos julgar sábio nem superior a outrem, mas para facilitar o trabalho daqueles que não tiveram acesso a tais ensinamentos. Postaremos duas estrofes, uma em decassílabos e outra em hendecassílabos, metrificadas e acentuadas de acordo com as regras da versificação. É conveniente salientar aos poetas principiantes, que a contagem das sílabas poéticas difere da contagem das sílabas gramaticais. Em versos, quando uma palavra termina com vogal átona e a palavra seguinte começa com vogal (átona ou tônica), a última sílaba da primeira palavra se une à primeira sílaba da segunda, formando uma única sílaba, lembrando ainda que só se conta até a última sílaba tônica de cada verso. 
Os versos decassílabos podem ser acentuados de várias maneiras, mas as mais praticadas são os acentuados (tônicas) na sexta e décima sílabas chamados “decassílabos heróicos”, muito usados pelos poetas eruditos, e os acentuados (tônicos) na terceira, na sexta e na décima sílabas chamados “decassílabos "martelinos”, esses, praticados pelos repentistas e escritores de cordel. Nos hendecassílabos, as sílabas tônicas são obrigatoriamente a segunda, a quinta, a oitava e a décima primeira. A seguir os exemplos.
Primeiro exemplo: Martelo agalopado.
Jesus Cristo, o profeta verdadeiro,
O Messias que Deus mandou à Terra,
Sua palavra foi sempre contra a guerra,
Homem santo, divino mensageiro;
Muito pobre de bens e de dinheiro,
Muito rico de amor e de perdão,
Para muitos deu a ressurreição
E quem era leproso foi curado;
Só Jesus que viveu sem ter pecado
Tem poder de nos dar a salvação.
Observem que as sílabas terceira, sexta e décimas de todos os versos são tônicas.
Segundo exemplo: Galope à beira-mar.
Meu verso tem brilho de estrela candente,
Perfume de rosa, de lírio e verbena,
Orvalho da noite tranquila e serena,
Murmúrio das águas de mansa corrente;
Tem som de viola gemendo plangente
No peito de um bardo cantando ao luar,
Sussurro da brisa que vem devagar
Trazendo os odores da noite sombria,
Assim fica bela qualquer cantoria
Nos dez de galope da beira do mar.
Vejam que a segunda, quinta, oitava e décima primeira sílabas de todos os versos são tônicas.
Espero haver contribuído para com os poetas iniciantes.
Joaquim Mendes Joames

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

NESTE BRASIL DE MÃE PRETA E...



NESTE BRASIL DE "CABOCO",
DE MÃE PRETA E PAI JOÃO.
*
DALINHA CATUNDA
O que vejo atualmente
Nessa minha terra amada
É que ela foi assaltada
No passado e no presente
Não posso viver contente
Em meio a tanto ladrão
Que saqueando a nação
Deixa todos no sufoco:
“NESTE BRASIL DE "CABOCO",
DE MÃE PRETA E PAI JOÃO.”
*
JOAQUIM MENDES - JOAMES
Se alguém desafiar
Um caboclo nordestino
Vai ser triste seu destino,
No inferno vai morar,
Porque na lei do lugar
A justiça é o facão,
Cemitério é a prisão
E o juiz um cabra louco;
Neste Brasil de "caboco",
De Mãe Preta e Pai João.

*
Xilo de Cícero Lourenço

sábado, 4 de agosto de 2018

Dalinha Catunda X Jerson Brito


















JERSON BRITO.
Desventuras vêm e vão...
Com queixas não se detenha!
O tempo é fogo, glutão;
a vida, parceiro, é lenha.

*
DALINHA CATUNDA
Temor da vida não tenha
Faça da mesma parceira
Com estaca boa venha
Que dou jeito na fogueira.
*

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

NOSSO REI DO BAIÃO


NOSSO REI DO BAIÃO
*
O Gonzaga é diamante
É nosso maior tesouro
É muito mais do que ouro
O nosso astro brilhante
Seu nome segue adiante
E disso ninguém duvida
Seu canto e sanfona em vida
Fez nosso povo vibrar
E o rei caboclo aclamar
Antes e após a partida.
*
Desde os tempos de menina
Eu gostava de escutar
Luiz Gonzaga cantar
A música nordestina
Lembro-me de Carolina,
Na voz do rei do baião,
E do pássaro carão
Que não me sai da memória
O nosso rei fez história
Encantando esta nação.
                                           
*
Foto e versos de Dalinha Catunda