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sexta-feira, 26 de abril de 2019

O POETA E O FOLHETEIRO, 2019, 2ª edição


Acaba de sair do forno pela Cordelaria Manoel Monteiro a segunda edição da publicação O poeta e o folheteiro, da edição à venda, 2019.   

O folheto nos traz a trajetórias desses “dois figurões”, em tempos em que a divulgação da notícia era raro. Então, o poeta de cordel e o folheteiro assumiram esse papel. 

A importância não ficou restrita à notícia, mas ao Registro das manifestações da cultura popular, das festas religiosas, das brincadeiras, das cantigas e do conhecimento de rezas, benzeduras e da influência climática no plantio e na vida de cada pessoa.

O poeta e o folheteiro
1
Dois figurões importantes
Neste mundo do cordel
Um compõe o outro vende
Andando de léu em léu
Marcando assim, uma vida
De poesia, sortida
Divulgando o menestrel
2
LEANDRO foi precursor
A narrar toda esta saga
Do folheto de cordel
Que até hoje se propaga
Por este Brasil inteiro
Por isto que o pioneiro
Da lembrança não se apaga...
3
Poeta e grande tipógrafo
Seus folhetos imprimia
Entregando ao folheteiro
Que logo os distribuía
A correr feiras e vilas
E o povo fazendo filas
Para comprar poesia
4
Poucos recursos havia
O comércio era precário
Sustentou muita gente,
Vendendo: de Abecedário
Aos romances de Amor,
De Aventura e de Terror,
Pelejas e Anedotário.
5
Por sítios, vila e cidade,
Viajando toda a vida
Seu Lendro produzindo
E o folheteiro na lida
Apurando alguns mil réis,
Com a venda dos cordéis,.
Tinha renda garantida.
6
O folheteiro enfrentava
Todo impasse, todo obstáculo
Andando de sol a sol
Em busca do espetáculo
De ver o povo sorrir,
Pensar, amar, refletir,
Fazendo do verso oráculo.
7
LEANDRO compôs uns mil
Títulos foram vendidos
Sua Tipografia era
Um trabalho de aguerridos
O seu eterno borralho
Foi montando o cabeçalho,
Folheteiros atendidos.
8
Ferramentas mudaram
Esta bela profissão.
O folheteiro hoje vende
Folhetos em profusão,
Mas, nas Redes Sociais,
Não nas feira naturais,
Como foi na ocasião.
9

terça-feira, 23 de abril de 2019

CORDEL DE SAIA NA FLIPORTELA




CORDEL DE SAIA NA FLIPORTELA
*
O cordel dançou ciranda
Lá na quadra da Portela
A mulher fez requebrado
Com sua dança singela
Carioca e nordestina
Abraçando a mesma sina
Deixando a feira mais bela.
*
Clarice ocupou seu campo
Da malha não teve dó
Danou-se a fazer boneca
Ligeira como ela só
Acabei ficando fã
Dessa mulher artesã
Que faz boneca com nó.
*
A Verônica deu voz
A poesia popular
Em sua apresentação
Teve graça ao declamar
Ela se vestiu de chita
E com sua voz bonita
Fez a plateia dançar.
*
Nessa feira eu conheci
Com muita satisfação
A sorridente Kish Lopes
Também Eliza Jordão
E vi Solange Medeiros
Tivemos papos ligeiros
Mas guardei no coração.
*
Passeando pela quadra
Encontrei Gustavo melo
Expondo como autor
Com ele já tinha um elo
Pois somos do Ceará
Falamos muito de lá
Do nosso canto singelo.
*
O Lobisomem também
Estava na exposição
Exibindo seus cordéis,
Seus livros, na ocasião,
Entretido em sua tenda
Trocando e fazendo venda
Como manda a tradição.
*
Carlos Maia apareceu,
Prestigiando o evento
Um ator muito simpático
Moço de muito talento
E foi boa companhia
Alegrando nosso dia
É verdade, não invento.
*
Beth Araújo elegante
Diretora em seu papel
Ensaiou as cordelistas
Para as cenas com cordel
Comigo e com Rosário
Produziu um bom cenário
Caprichou no painel.
*
Paulo Carneiro, fotógrafo
Fez Brilhar o nosso dia
Se esmerou para fazer
A nossa fotografia
Coisa de profissional
Ficou sensacional
E melhor ninguém faria.
*
Assim o Cordel de Saia
Desfilou na passarela
Visitando Madureira
Indo a quadra da Portela
Era Rosário e Dalinha
Botando o cordel na linha
Nos passos da FLIPORTELA.
*
Eu aos organizadores
Quero parabenizar
Por tudo que vi na quadra
Não saí sem me encantar
Saí feliz e contente
Quando tiver novamente
Garanto que vou voltar.
*
Cordel de Dalinha Catunda cade. 25 da ABLC
dalinhaac@gmail.co,


segunda-feira, 22 de abril de 2019

FESTA LITERÁRIA DA PORTELA, 2019

Solange, Clarice,Verônica, Dalinha, Rosário, Beth e Elisa
Elisa Jordão, Rosário Pinto, Solange Medeiros e Dalinha Catunda
Estive com Dalinha            Catunda na companhia de várias professoras da rede municipal de educação na Fli-Portela - FESTA LITERÁRIA DA PORTELA, 2019. Na ocasião a professora Verônica Carvalho apresentou meu poema Feira Nordestina e em seguida uma estrofe marcando a força da mulher com o mote “se tem mulher cordel, você tem que respeitar”, de Dalinha Catunda. Logo depois veio a Ciranda com a participação de alunos professores.
Trocamos folhetos com o escritor Júlio Emílio Braz, que nos ofereceu seu livro Pretinha, Eu?.
*
A ocasião foi propicia para divulgarmos nosso papel como legítimas representantes da literatura de cordel, assumindo a responsabilidade do significado de sermos hoje detentoras desse Bem de Patrimônio Cultural Brasileiro, que atravessa os tempos e mantém viva a tradição.
*
Lá encontramos o poeta Lobisomem Victor Lobisomem, que é nosso confrade na ABLC - Academia Brasileira de Literatura de Cordel, o escritor Gustavo Melo e a equipe da Biblioteca Itinerante do SESC e oferecemos folhetos de cordel para a formação de uma Cordelteca.
João Gustavo Melo, Dalinha Catunda e Rosário Pinto
*
CORDEL é literatura.
Vem de antiga tradição,
Por ele tenho afeição.
Reflete nossa cultura.
Tem regras, tem estrutura.
Do homem já foi reduto
Seja erudito ou matuto.
Mas finalmente a mulher,
Chegou com sua colher,
E mexeu neste produto.
*
Meu nome? Rosário Pinto
Vou deixando a minha glosa.
Faço verso, faço prosa,
Expresso tudo que sinto,
O machismo eu não consinto!
As poetas brasileiras
Ultrapassaram barreiras
Firmando seus belos versos
Em cenários adversos
Abrindo novas clareiras.
(Rosário Pinto)
Beth Araujo, Rosário Pinto Kishinora, Dalinha Catunda
Nota: CORDEL DE SAIA
Rosário Pinto

sábado, 20 de abril de 2019

Cordel de Saia na FLIPORTELA


CORDEL DE SAIA na FliPortela – Festa Literária, 2019 – Portela Cultural
Nós, do CORDEL DE SAIA, Dalinha Catunda e Rosário Pinto, representantes da literatura de cordel, no Rio de Janeiro, estivemos presentes na abertura da primeira edição da FliPortela – Festa Literária, 2019, na Quadra da Portela.
 A professora Verônica Carvalho, numa performance especial, apresentou o poema de cordel Feira nordestina, de Rosário Pinto, intercalado com extrato do folheto Se tem mulher no cordel, você tem que respeitar, mote de Dalinha Catunda. Na sequencia participamos de uma ciranda com um grupo de alunos e professoras.
Lá encontramos o poeta Victor Alvim Garcia [Lobisomem] nosso confrade na Academia Brasileira de Literatura de Cordel com quem trocamos ideias e folhetos.
Fizemos doação de títulos para a biblioteca itinerante da rede SESC, nessa primeira FLIPORTELA que promete.
Nota do Cordel de Saia:
Dalinha Catunda e Rosário Pinto



quinta-feira, 18 de abril de 2019

Deposito Legal e Literatura de Cordel



A Literatura de Cordel – Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro - na Coleção “Memória Nacional” da Biblioteca Nacional:

 Atenção cordelistas de todo Brasil, Alessandra Moraes, atual responsável pela Divisão de Depósito Legal da Biblioteca Nacional está nos informando que estão retomando a divulgação do Depósito Legal numa nova fase após a Literatura de Cordel ter se transformado em Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro. Os cordelistas que já doaram cordéis se tiverem novos cordéis, por favor, remeter 01 exemplar de cada. E para os que nunca doaram da mesma forma, basta 01 exemplar.
Dalinha Catunda

A Literatura de Cordel – Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro - na Coleção “Memória Nacional” da Biblioteca Nacional:

Através do Depósito Legal (Leis 10.994/2004 e 12.192/2010) a Biblioteca Nacional recebe para seu Acervo a produção intelectual brasileira, na qual a Literatura de Cordel desempenha um papel fundamental.

Envie 01 exemplar de cada uma de suas obras de Cordel, importante Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro, para integração à Coleção “Memória Nacional”, que reúne as publicações e obras musicais realizadas no país ao longo do tempo.

Endereço:

FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL
Av. Rio Branco, 219 - 3º andar - Centro
20040-008 - Rio de Janeiro - RJ
A/C: Divisão de Depósito Legal

Contatos:

Divisão de Depósito Legal:
Tels.: (21) 2220 1892, (21) 3095 3950 e (21) 3095 3951

Dalinha Catunda cad. 25 da ABLC
dalinhaac@gmail.com

segunda-feira, 8 de abril de 2019

MEMÓRIAS DO CORDEL DE SAIA II


MEMÓRIAS DO CORDEL DE SAIA II
Trazendo para o presente as boas contribuições do Blog CORDEL DE SAIA para a Literatura de Cordel.
CORDEL DE SAIA EM EDIÇÃO EM BRAILE
Dia 08 de abril, comemora-se O Dia Nacional do Braile, sistema de leitura em alto-relevo para deficientes visuais. Foi inventado pelo francês Louis Braille, em 1827.
Comemora-se na data de nascimento de José Álvares de Azevedo, O Patrono da Educação dos  Cegos no Brasil
O Cordel de Saia, formado pelas cordelistas: Dalinha Catunda e Rosário Pinto, participou de uma importante edição, de um livro em braile, CORDELIZANDO A INCLUSÃO, organizado por Rosangela Silva (IFRJ); Vanderson Pereira (IFRJ) e Waldmir Araujo Neto (UFRJ). Pela ABLC, participou o presidente Gonçalo Ferreira da Silva.
Essa edição contou com o apoio Academia Brasileira de Literatura de Cordel, do blog www.cordeldesaia.blogspot.com.
Na realização tivemos o apoio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia,
Universidade Federal do Rio de Janeiro,
E Instituto Benjamin Constant.
Cada poeta de cordel contribuiu com dois títulos voltados para a inclusão de alunos com deficiência visual e que almejam conhecer a literatura de cordel.
CORDEL DE SAIA
 Fotos e texto: Dalinha Catunda

domingo, 7 de abril de 2019

Coleção DEZ MULHERES POTIGUARES


CORDEL DE SAIA - registro e preservação da memória de mulheres que marcaram e marcam a memória da cultura brasileira.
Recebi da poetisa Jardia Maia coleção DEZ MULHERES POTIGUARES, com 10 títulos de autoras de literatura de cordel. A coleção visa trazer à baila nomes como:

Palmyra Wanderley, por Jardia Maia;
Clotilde Tavares, por Emília Carla;
 Leilane Assunção, por Vani Fragosa;
 Ana Maria Cascudo, por Rosa Regis;
Glorinha Oliveira, por Rosa Regis;
Zila Mamede, por Rosa Regis;
 Auta de Souza, por Rita Cruz;
Júlia Augusta de Medeiros, por Jussiara Soares;
 Nísia Floresta, Sirlia lima; e,
Noilde Ramallho, por Sirlia Lima.

Todas, autoras e biografadas, mulheres que deixam suas marcas e seus nomes registrados na história da literatura brasileira.


Xilogravuras: Célia Albuquerque

CORDEL DE SAIA
Texto e foto: Rosário Pinto

Apresentação: professora Aparecida Rego
Edições Casa do Cordel

quarta-feira, 3 de abril de 2019

Não vou mudar de calçada/Pra você não me encontrar.


NÃO VOU MUDAR DE CALÇADA
PRA VOCÊ NÃO ME ENCONTRAR.
Mote de Dalinha Catunda
*
DALINHA CATUNDA
Com toda sinceridade,
Pois eu sou sincera, sim!
Quem quiser gostar de mim
Não venha com falsidade.
Se eu for a sua cidade,
Com você me deparar
Minha cara vou virar,
Sem bater em retirada.
NÃO VOU MUDAR DE CALÇADA
PRA VOCÊ NÃO ME ENCONTRAR.
*
LINDICÁSSIA NASCIMENTO
Eu acho que você pensa
Que eu lhe dou atenção
Porém não faço questão
Minha verdade é ofensa
Pra mim você não compensa
Não preciso nem lembrar
Não venha me adular
Não gosto de palhaçada
NÃO VOU MUDAR DE CALÇADA
PRA VOCÊ NÃO ME ENCONTRAR.

*
FRANCILDO SILVA
Não tenho medo de nada
Nesta vida neste chão
Por isso falo ao mundão
Que sou ruim igual pancada
Na canela inflamada
Como pinto a beliscar
Numa pereba a picar
Estando ela apostemada
NÃO VOU MUDAR E CALÇADA
PRA VOCÊ NÃO ME ENCONTRAR
*
BASTINHA JOB
Não tenho rabo de palha
Se não devo, nada temo,
Na gemedeira, não gemo
Nem vou jogar a toalha;
Eu já levei muita galha
E isso me fez pensar
Se você não soube dar
Fique então de mão fechada
NÃO VOU MUDAR DE CALÇADA
PRA VOCÊ NÃO ME ENCONTRAR.

*
AGLIBERTO BEZERRA
 Quem cultiva inimizade
Fica andando na espreita
Cedo da noite se deita
Vive sem ter liberdade
Anda pouco na cidade
Se no campo então morar
Quando frequenta um bar
Não dá as costas pra entrada
NÃO VOU MUDAR DE CALÇADA
PRA VOCÊ NÃO ME ENCONTRAR
*

CREUSA MEIRA
Tive uma amiga na infância
Que pegava meus brinquedos
Quebrava tudo com os dedos
E eu nem dava importância
Não agia com arrogância
Mas deixava de falar
Com ela e ia brincar
Com a outra mais educada
EU MUDAVA DE CALÇADA
PRA ELA NÃO ME ENCONTRAR.
*
LUIZ BENICIO
Se você não quer me ver,
Mude você de caminho,
Porque eu serei espinho,
Que no seu pé vai doer,
Para você aprender,
Comigo não mais brincar,
Pois eu serei seu azar,
De outra vida passada.
NÃO VOU MUDAR DE CALÇADA,
PRA VOCÊ NÃO ME ENCONTRAR.
*
Mote de Dalinha Catunda