O MAL DESTRÓI A BELEZA
DAS MATAS CHEIAS DE FLORES
*
Quisera poder falar
Palavras soltas ao vento
Traduzindo o pensamento
De quem consegue sonhar
Quisera também trilhar
Caminhos multicolores
Balbuciando louvores
À grande mãe Natureza
O mal destrói a beleza
Das matas cheias de flores
*
O ar que envolve a cidade
Tem o nitrato e carbono
Que prejudicam o sono
Trazendo a enfermidade
Além dessa realidade
Há outros destruidores
Com barulhentos motores
E fome de malvadeza
O mal destrói a beleza
Das matas cheias de flores
*
O povo quer o progresso
Com responsabilidade
Sem expor a sociedade
A um clima de retrocesso
Quem visa o grande sucesso
Causando tantos horrores
São os aproveitadores
Esbanjantes de torpeza
O mal destrói a beleza
Das matas cheias de flores
*
Eu vejo tanta magia
No galho da aroeira
Na folha da amendoeira
Que cai no chão todo o dia
Vejo o rio que corria
Hoje a transportar odores
Vejo gente sem valores
Com poderes, sem nobreza
O mal destrói a beleza
Das matas cheias de flores
*
Por que tamanha ganância
Que só a maldade espalha
Por que não ser quem batalha
Na vida, com elegância
Por que cuspir arrogância
No chão de tantos amores
Por que não ter os primores
Da humildade e da presteza
O mal destrói a beleza
Das matas cheias de flores
*
Colunista do Cordel de Saia - Creusa Meira
Poeta de cordel, natural de Dom Basílio (BA), residente em
Salvador.
creusacaires@gmail.com