CREUSA MEIRA NO MARTELO AGALOPADO
*
Ser Mulher é viver cortando os laços
Que a mantém presa
ao seu próprio mundo
É querer
libertar-se num segundo
Dos grilhões que
limitam os seus passos
Ser Mulher é
ocupar todos espaços
Que são seus por
direito e garantia
É lutar e é vencer
a cada dia
As batalhas
contra a desigualdade
A Mulher transforma
a sociedade
Caminhando com a
democracia
*
Ser mulher é
ter sonhos de mudança
É tomar decisões em
seu caminho
É alçar voos como
um passarinho
Vislumbrando
horizontes de bonança
É marcar o compasso
de uma dança
Com os passos da
sua alforria
Ser mulher é
ter força e ousadia
Pra vencer qualquer
adversidade
A mulher transforma
a sociedade
Caminhando com a
democracia
*
Ser mulher é
achar o rumo certo
Numa estrada de
curvas e desvios
É seguir como a
corrente dos rios
Desbravando o
caminho a céu aberto
Ser mulher é
alcançar o longe e o perto
Na tormenta, buscar
a calmaria
É ser facho
de luz que irradia
Os recintos da
obscuridade
A mulher transforma
a sociedade
Caminhando com a
democracia
*
Ser mulher é ser tudo
e muito mais
Do que apenas um
osso de costela
É ser bruxa,
ou fada, ou Cinderela
No convívio dos
tempos atuais
Garantindo os
direitos sociais
Conquistados na
luta, dia a dia
Ser mulher é
escutar a melodia
Da igualdade de
oportunidade
A mulher transforma
a sociedade
Caminhando com a
democracia
*
As quatro estrofes são no estilo martelo agalopado
com mote. O martelo é um estilo muito utilizado pelos cantadores
repentistas. São compostos por uma décima decassilábica, com as tônicas na
terceira, sexta e décima sílabas. Pesquisando no Google é possível aprender com
os exemplos de versos com as sílabas em negrito. O paraibano Silvino Pirauá de Lima (Patos, 1848 - Bezerros, 1923)
desenvolveu o que hoje é conhecido com o nome de Martelo agalopado. São versos
de 10 sílabas, com tônicas na terceira, sexta e décima sílaba. Seu esquema rítmico
seguiu o esquema das décimas dos
cantadores, ou seja, ABBAACCDDC.
Postagem de Dalinha Catunda