Seguidores

terça-feira, 29 de abril de 2014

Dalinha Catunda e Mané Sertão











Dalinha Catunda e Mané Sertão
*
Maneh Sertão
Pois eu gostei dos seus versos
Oh poetisa DALINHA
A tua poesia é bela
Muito melhor do que a minha
Dos versos do seu poema
Eu não sou nem uma linha
*
Dalinha Catunda
Comigo você se alinha
Não posso dizer que não
No meio deste teu nome
Traz estampado o sertão
Não é um Maneh qualquer
Pois encara uma mulher
E ainda faz louvação.
*
Maneh Sertão
Como posso me alinhar
Com alguém do seu cacife?
Sua poesia é famosa
Do Pajeú ao Recife
O seu verso é um arraso
Eu sou um soldado raso
E você é a xerife.
*
Dalinha Catunda
Se eu fosse mesmo xerife
Tu eras mais que tenente
De uma hora pra outra
Mudava tua patente
Mas sou apenas poeta
Versejar é minha meta
E meu sonho é o repente
*
Dalinha Catunda
Eu gostei de conhecer
O vate Maneh Sertão
Tem nome de bom poeta
Também tem inspiração
Não é de se atrapalhar
Sabe medir e rimar
E construir oração.
*


segunda-feira, 28 de abril de 2014

Dalinha Catunda & Compadre Lemos

NUNCA PEGUEI NA RODILHA
MAS TOMEI ÁGUA DE POTE
*
1 - Dalinha Catunda
*
Sou natural do Nordeste,
Nascida no Ceará.
Aprontei muito por lá
Na minha vidinha agreste
Aticei cabra da peste
Pra comigo dançar xote
Dançava, dava pinote,
Sem me assustar com braguilha.
Nunca peguei na rodilha
Mas tomei água de pote.
*
2- Compadre Lemos
*
Eu nunca fui enxadeiro,
Nem mateiro, seu Doutor.
Nunca guiei um trator,
Muito menos fui vaqueiro!
Mas, pra quê, se o tempo inteiro,
A minha vida é um mote?
Se Rosinha, com o seu dote,
Me fez o Rei da Bastilha?...
Nunca peguei na rodilha,
Mas tomei água de pote!

*
3 - Dalinha Catunda
*
A dança me faz sonhar
É coisa que me seduz.
O cavalheiro conduz,
Dama se deixa levar.
Vislumbrando um belo par.
Olhe, repare e anote,
E nova postura adote
Sem temer perder a trilha
Nunca peguei na rodilha
Mas tomei água de pote.
*
4 - Compadre Lemos
*
Eu senti sede três vezes,
Para nunca sentir mais.
Uma vez foi nos Gerais,
Na batalha dos Ingleses.
Outra vez, foi no Menezes,
E, depois, foi num serrote
Lá perto do Cocorote,
Não vou mais nessa armadilha...
Nunca peguei na rodilha,
Mas tomei água de pote!

*
5 - Dalinha Catunda
*
A sede que eu senti
Era mesmo de matar,
Não dava para esperar,
Atrás de água corri.
Quando um riacho eu vi,
Fui logo dando um pinote,
A água entrou no decote,
Molhou até a virilha!
Nunca peguei na rodilha,
Mas tomei água de pote!
*
6 - Compadre Lemos
*
Tive sede de cultura
Pois a ignorância é peste.
Fui morar lá no Nordeste,
Onde a Poesia é mais pura.
Apesar da vida dura,
Sem a luz do holofote,
Rapadura no caixote
Era doce maravilha...
Nunca peguei na rodilha,
Mas tomei água de pote!
*
7 - Dalinha Catunda
*

Eu sou alma nordestina
Peregrina, viajante.
Da minha terra distante
Vou cumprindo minha sina.
Saí de lá bem menina,
Ainda usando saiote,
Prossigo no mesmo trote,
Nesta vida de andarilha...
Nunca peguei na rodilha,
Mas tomei água de pote!
*
8 - Compadre Lemos

Pelegrino, ritirante,
Ismolante e ismoler,
Sou sòzinho, sem muler,
Sufrimento intinerante,
Nunca istudei o bastante,
Mais num caio no seu trote,
Sou pueta sem fricote,
Vou butar você na trilha...
Nunca peguei na rudilha,
Mais tumei água de pote!
*
9 - Dalinha Catunda
*

O meu pai tentou bastante
Minha mãe tentou também,
Porém eu não sou do bem
Voz comigo não levante!
Pois eu sou ignorante
Faço da língua chicote,
Viro cobra dando bote,
Enfrento sua quadrilha!
Nunca peguei na rodilha,
Mas tomei água de pote!

quinta-feira, 24 de abril de 2014

IPU - AILCA - AFAI





Falando de Ipu
Em janeiro dei uma passadinha na minha vizinha Ipu, para visitar a AILCA, Academia Ipuense de Letras Ciências e Artes.  Academia da qual eu faço parte, com muita honra, como membro correspondente.
Na sede da AILCA encontrei a acadêmica, Maria das Graças Ayres Martins, que me recebeu carinhosamente fazendo as honras da casa.
Em abril estive novamente em Ipueiras, e desta vez, recebi a visita de Ricardo Aragão acompanhado da sua esposa Karine, e das mãos deles recebi a agenda e o livro Revista Acadêmica. Nos últimos anos tenho participado com meus poemas desta antologia.
Não posso deixar de dizer que tenho um carinho todo especial por Ipu, tenho raízes nesta cidade, sou da família Ximenes e Aragão, e como não poderia deixar de ser, sou filiada a AFAI.
Se tudo correr como planejo, estarei no próximo encontro da AFAI, na festa de São Sebastião e comemorações culturais.
*
Na foto Dalinha Catunda e Maria das Graças Ayres
Texto e foto de Dalinha Catunda

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Wilson China & Dalinha Catunda











WILSON CHINA
*
Deus me deu sapiência
D’eu fazer verso ligeiro
Sou poeta cordelista
Também sou violeiro
Eu nasci numa tapera
Canto coisas da terra
Do nordeste brasileiro.
*
Eu sou um menestrel
Levo a vida a glosar
Pelas veredas do tempo
Eu sigo meu caminhar
Sou igual ao velho Pinto
É assim que eu me sinto
Na arte do improvisar.
*
DALINHA CATUNDA
*
Deus me deu atrevimento
Pra fazer verso brejeiro
Canto no meu Ceará
E no Rio de Janeiro
Sou cordelista de fato
Não aceito desacato
Nem fujo do meu roteiro.
*
Dizem que sou poetisa
Até chego a pelejar.
A Mocinha de Passira
Não posso me comparar
Sou simplesmente Dalinha
Vou seguindo minha linha
Pois conheço meu lugar.
*

O BAIÃO DA DALINHA











O BAIÃO DA DALINHA
*
Deve ser muito gostoso
mas falta uma farofinha
com uns pedaços de frango
e talvez uma abobrinha
só assim talvez então
e como desse baião
que preparaste, Dalinha!
RAUL LEVYR
*
Meu caro amigo Raul,
Que vive no Cariri
Pra comer do meu baião
Primeiro traga o pequi
E só sentará a mesa
Se trouxer de sobremesa
O doce de buriti.
DALINHA CATUNDA
*
Fotos de Dalinha Catunda