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quinta-feira, 29 de julho de 2010

CORDEL EM MOVIMENTO INFORMA : Programa da ONU para o Desenvolvimento (PNUD)

POETAS ! ! ! INSCRIÇÕES ATÉ 10 DE AGOSTO
Recebi da pesquisadora Rosilene Melo do PALAVRA CULTURA e repasso a todos os poetas. Vamos lá ?
Palavra Cultura
Chamada para cordelistas participarem do Relatório de Desen..
De: Rosilene Melo
Data: 28 de julho de 2010 11:12
Não perca essa grande chance,
meu amigo cordelista,
de escrever os seus bons versos,
aumentando a nossa lista
dos que querem paz no mundo,
e, então, respire fundo,
e seja um valoroso artista!

Se você já se pergunta
quem promove este evento:
É o Programa da ONU
para o Desenvolvimento,
almejando reunir
poetas pra resumir
ideias e pensamentos.

São pensamentos do povo,
que deseja ser feliz,
e que depois de uma pesquisa,
disse o que sempre quis:
o que falta, na verdade
pra mudar a realidade,
nosso coração que diz:

Com Valores, há Respeito
e Responsabilidade;
se há também Compreensão,
aí, temos Liberdade,
pois conviveremos bem,
sem discriminar ninguém,
essa é nossa vontade.

Mande dois de seus bons textos,
pra gente selecionar
os poetas que irão
com a gente participar
de oficina, por dois dias,
cobrimos as estadias,
café, almoço e jantar.

E, claro, também daremos
todo o custo da viagem.
Para isso, precisamos
receber sua mensagem,
informando-nos seus dados,
e, quem sabe, logo em breve
arrumará sua bagagem?

Diga o seu telefone,
endereço e o que faz.
Conte um pouco de você
e alguma coisa a mais.
Mande até 10 de agosto
e ocupe o seu posto.
Corra e não fique pra trás.
***
Todas as inscrições postadas com o carimbo de 10 de agosto serão recebidas. A escolha do lugar da oficina dependerá do lugar de onde tivermos o maior número de selecionados. Escreva para


Relatório de Desenvolvimento Humano Brasileiro
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)
EQSW 103-104 Bloco D
CEP 70670-350 - Brasilia DF

 

Para qualquer dúvida escreva para flavio.comim@ undp.org ou ligue para (61) 30389105.
 

Postado por Rosilene Melo no Palavra Cultura em 7/28/2010 11:11:00 AM
Contatos Rosilene Alves de Melo:
(83) 8814-1410
(88) 9922-1410

sexta-feira, 23 de julho de 2010

FURDUNÇO NO GALINHEIRO - para ouvir e rir


Dalinha Catunda cria em sua poesia uma confusão geral, quando um certo galo resolve tomar a "pilulinha azul" e instaurar um verdadeiro Furdunço no galinheiro.

Ouça os versos declamado no programa Sorria o humor tem poesia, na voz de Rossini Macedo.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

PRATA DA CASA

Ivamberto em apresentação na ABLC

Ivamberto Albuquerque de Oliveira,
Nasceu em Alagoa Grande PB em 25 de maio de i950.
Veio para o Rio de Janeiro com vinte anos de idade. É técnico em metal-mecânica pelo colégio metal-mecânica pelo Colégio Metalúrgico e complementação pedagógica pelo SENAI, e outros. Trabalhou dez anos na indústria metalúrgica, no ofício de ferramenteiro. Exerce a docência no ensino profissionalizante, há vinte três anos no SENAI e cinco na Taétec, em curso. Radicado na cidade do Rio de Janeiro é membro da ABLC Academia Brasileira de Literatura de Cordel ocupando a cadeira 31 que tem como patrono, Umberto Peregrino.

O MEU NOME É CORDEL.

O meu nome é cordel
Literatura popular
Eu venho de muito longe
Muito alem de além-mar
Vi Esparta guerreando
Atenas filosofando
Desapertando o pensar

Assiste as guerras púnicas
Cartago muito lutou
Mas Roma destruidora
Cartago incendiou
Desde a antiguidade
Que o povo, na oralidade
Vem narrando o que passou

O desafio entre pastores
Vem dos tempos de Homero
Da Grécia mitológica
Daqueles tempos austeros
O cordel é um legado
De tradição e passado
Hoje relembrar eu quero.

Roma foi indiferente
Com o canto amebeu
Só depois de muitos séculos
Ele reapareceu:
Na Europa das cruzadas,
Nas terras colonizadas,
No nordeste floresceu.

Nasceu em Florença:
As cantigas de amor
As cantigas de amigo
A canção do trovador
O escárnio é desafio
Este contexto é o fio
E o cordel seu condutor


Desembarcou na Bahia
Com o colonizador
Os padres jesuítas
Dele se utilizou
Pra divertir e educar
E o futuro começar
Entre vencido e vencedor

Na direção para o norte
O semi-árido encontrou
No sertão paraibano
Foi ali que prosperou
Primeiro a oralidade
O cantador foi na verdade
No Brasil seu precursor

O primeiro cantador
Foi Ugulino do Teixeira
Na impressão do cordel
Leandro é dianteira
Foi uma revolução
O cordel vai pro salão
Sem abandonar a feira


No começo ele cantou:
A donzela Teodora
Porcina e Magalona
De Calais, lembrei agora
Os Doze Pares de França
Na alma é só lembrança
Dos romances de outrora

O cordel foi no Nordeste
A cartilha de abc
O jornal que informava
Também ensinava a ler
Um acervo, uma memória
O cordelista fez histórias
Pelo impulso do querer

O cordel é literatura
O violeiro cantoria
O xilo é gravador
Folheteiro é alegria
O cordel lido ou cantado
Vai dando o seu recado
Nas sendas da poesia.

autor: Ivamberto A. de oliveira
Foto do acervo de Dalinha Catunda

terça-feira, 20 de julho de 2010

HOJE É O DIA DA AMIZADE

AMIZADE

Amizade é jóia rara,
Que pode se quebrar.
Mas da nossa amizade
Garanto que vou cuidar!
És grande em meu conceito,
Por isso te trago no peito,
Que de amigo é o lugar.
*
Hoje é o dia da amizade quero agradecer os amigos que passam por aqui e homenagear minha amiga e parceira Rosário.
Meu carinho e meu abraço a todos.
Dalinha Catunda

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O POETA ME CONTOU

O POETA ME CONTOU

Nas noites enluaradas
Carro de bois nas estradas
Gemiam pelo sertão.
Naquela melancolia
O caboclo valente seguia
Atrás de ganhar seu pão.

Na certa, mal dividido
Cabendo como é sabido
A maior parte ao patrão.
Enquanto o carro corria,
Me contava Jeremias
Um poeta do sertão,

Que os carreiros aos gritos,
Tocavam a condução.
Às vezes embalavam os bois,
Naqueles tempos de então
Entoando cantigas nativas,
E velhas loas como:

“vai, vai mandingueiro!
Vai, vai azulão!
Vaaai meu carro ligeiro!
Vai rei do sertão!”
Esta eu guardei na memória,
E não esqueço mais não.

Cada pau-d’arco abatido,
Cada Angico caído,
Doía no coração.
Talvez por isso o motivo,
Do carro entristecido
Chorando pelo sertão.

Texto: Dalinha Catunda
Imagem: correiolageano.com.br/galeria/0875.jpg

sexta-feira, 16 de julho de 2010

PLENÁRIA DE JULHO DA ABLC

Foto:Umberto Peregrino

Plenária dedicada a Umberto Peregrino com palestra do Acadêmico Ivamberto Albuquerque Oliveira

Academia Brasileira de Literatura de Cordel/ABLC
Rua Leopoldo Fróes, 37-Santa Teresa
DATA: 17 de julho de 2010
PAUTA: Homenagem a Umberto Peregrino

A plenária da ABLC, no próximo sábado, será em homenagem a Umberto Peregrino patrono de Ivamberto Albuquerque Oliveira que ocupa a cadeira nº 31. O Acadêmico Ivamberto e o presidente da ABLC, Gonçalo Ferreira da Silva profundo conhecedor e amigo pessoal do General Peregrino nos brindarão com uma rica palestra em homenagem a esse ilustre cearense.

O General Umberto Peregrino, Diretor da Biblioteca do Exército e fundador da casa de cultura São Saruê, grande amante da Literatura de Cordel, doou todo o acervo Cultural da São Saruê para a ABLC. Academia Brasileira de Literatura de Cordel e com esse ato sem dúvidas, deixou seu nome na história e no coração dos apreciadores da Literatura de Cordel.
Como de costume, além da palestra que iniciará a plenária, teremos a apresentações de outros acadêmicos animando esta tarde festiva.
Os acadêmicos, como sempre, convocamos! E aos amigos gentilmente, convidamos!


quinta-feira, 15 de julho de 2010

SALA DE VISITA RECEBE - SALETE MARIA


"Salete Maria, poeta de cordel, natural de São Paulo e radicada em Juazeiro do Norte (CE). Acredita que desde que escutava os primeiros versos, lá por volta dos cinco ou seis anos de idade, na casa de seus avós, passou a admirar os versos rimados. Dali em diante - e sempre com maior entusiasmo – foi lendo mais e mais folhetos e adulta, escolheu fazer da voz e da escrita um instrumento de denúncias e pronúncias sobre todo e qualquer tipo de preconceito. "
O CASO 'ELIZA SAMUDIO'
E O MACHISMO TOTAL
.
O caso Eliza Samudio
Que tem chocado o Brasil
Emerge como prelúdio
De um grande desafio:
Exortar nossa Justiça
Pra deixar de ser omissa
Ante o machismo tão vil!
.
Trata-se de um momento
De grande reflexão
Pois não basta só lamento
Ou alguma oração
É hora de provocar
Propondo um outro olhar
Sobre processo e ação
.
Saiu na televisão
Rádio, internet e jornal
Notícia em primeira mão
Toda manchete é igual:
Ex-amante de goleiro
(Aquele cheio de dinheiro!)
Sumiu sem deixar sinal
.
Muita especulação
- discurso de autoridade-
Uns dizem que é armação
Outros dizem que é verdade
Polícia e delegacia
Justiça e promotoria:
Fogueira de vaidades!
.
Mei-mundo de advogados
Investigação global
Cada um no seu quadrado
Falando em todo canal
Subjacente a tudo
Um peixe muito graúdo:
Androcentrismo total!
.
A mídia fala em Bruno
Eliza e gravidez
Flamengo, orgia e fumo
-esta é a bola da vez!-
Tem muito 'especialista'
Em busca de alguma pista
Pra ser o herói do mês
.
E a história se repetindo
Mudando apenas o nome
Outra mulher sucumbindo
Sob ameaça dum homem
Uma vida abreviada
Cuja morte anunciada
A estatística consome
.
Assim é a violência
Lançada sobre a mulher
Ela pede providência
E cara faz o que quer
Mas a Justiça, que é lerda,
Machista, 'fazendo merda'
Vem com papo de mané
.
E oito meses depois
Da 'denúncia' inicial
Que é o feijão com arroz
Do distinto tribunal
Nadica de nada existe
Mas autoridade insiste
Que isto, sim, é normal:
.
“A culpa é do Instituto
Que não mandou o exame”
- isto soa como insulto
e daqueles mais infame-
Não era caso de urgência?
-tenha santa paciência!-
Para que serve um ditame?
.
A moça buscou amparo
Na Justiça do país
Agiu correto, é claro
E esperou do juiz
O tal reconhecimento
Sobre o pai do seu rebento
Tendo a vida por um triz
.
Também fez comunicado
Ao campo policial
Dizendo que o namorado
Praticou crimes e tal
Buscou as vias legais
Enfrentou feras reais
Terá sido este o seu mal?
.
Mesmo com a delegacia
Dita especializada
E com toda a apologia
De uma Lei avançada
Faltou ter a ruptura
Com aquela velha cultura
De que a mulher é culpada
.
E o cumprimento legal
No caso, muito importante
Seria mais um arsenal
Para enfrentar o gigante
Mudar a mentalidade
De nossas autoridades
É fator preponderante
.
E para que isto ocorra
Entre outra alternativa
Antes que mais uma morra
E o caso fique à deriva
É preciso compreender
Que Justiça é pra fazer
Enquanto a mulher tá viva!
.
Sei que nada justifica
Que haja tanta demora
E enquanto o caso complica
A vítima 'já foi embora'
Sem medida protetiva!
Sequer prisão preventiva!
Quanto inoperância aflora!
.
Se o exame era necessário
À elucidação do crime
O Estado-perdulário
Neste campo fez regime
Ficando no empurra empurra
No velho: ''mulher é burra,
e joga no outro time”
.
Todo crime tem problemas
De toda diversidade
Assim como há esquemas
Também há dificuldades
Mas pra mim é evidente
Que o machismo presente
Premia a impunidade
.
Machismo compartilhado
Por gente de toda cor
Do goleiro ao empregado
Do primo ao executor
Autoridades também
Implicitamente têm
Um machismo inspirador
.
Cada 'doutor' se expressa
Centrado no garanhão
É o mote da conversa:
Fama, grana e traição
Ao se referir a ela
Falam da menina bela
Que fez filme de tesão
.
Falta a compreensão
Da questão relacional
Gênero, classe, profissão
Cor e status social
O processo é narrativa
Que emerge da saliva
Falocêntrica-legal
.
E ainda que alguns digam
“Oh, Eliza, coitadinha”
E suas doutrinas sigam
Desvendando pegadinhas
A escola dogmática
Do direito-matemática
Perpetua ladainhas
.
Processo judicial
Só serve para punir?
Havia tanto sinal...
Não dava pra prevenir?
E a tal ação civil?
Alimentos deferiu?
Para o bebê consumir?
.
É um momento de dor
Para a família dos dois
O caso é multifator
Não basta dar nome aos bois
A lógica policial
Cartesiana e formal
Festeja tudo depois
.
Por isso se faz urgente
Conjugar gênero e direito
Pois um trabalho decente
Que surta algum efeito
Não se limita a julgar
Mas também a estudar
O cerne do preconceito
.
Homens que matam mulheres
Em relações de poder
Isto tem se dado em série
Mas é preciso entender
Que subjaz ao evento
Um histórico comportamento
Que vai construindo o ser
.
A nossa sociedade
Apesar da evolução
Reproduz iniquidade
E também muita opressão
Homem que bate em mulher
- E “ninguém mete a colher” -
Sempre foi uma 'lição'
.
Aprendida por goleiros
Delegados, professores
Motoristas, marceneiros
Pedreiros e promotores
Garçons e malabaristas
Médicos e taxistas
Juízes e adestradores
.
Por isto em nossos dias
De conquistas sociais
De novas filosofias
Direitos especiais
Não podemos aceitar
Justiça só pra apurar
Crimes tão excepcionais
.
Que a Justiça também
Sirva para (se) educar
Chega deste nhém-nhém-nhém
Deste eterno blá-blá-blá
A Lei Maria da Penha
Existe pra que não tenha
Tanta morte a lamentar!!!
.
Texto: Salete Maria
Imagem do blog cordelirando

quarta-feira, 7 de julho de 2010

MANDACARU, SIM SENHOR!

MANDACARU, SIM SENHOR!

Não dou sombra nem encosto,
Mas não vejo defeito em mim.
Tenho um verde exuberante.
Meu fruto é da cor de carmim.
Minha flor esbranquiçada
Dignifica qualquer jardim.

Dono de uma beleza agreste.
No sertão enfeito caminhos.
Tenho um caule suculento,
Todo bordado de espinhos,
Entre pedras broto e cresço
Nem com a seca eu definho.

Sou um fiel representante
Do forte povo nordestino.
O verde traduz esperança,
Vermelho a grande paixão,
De uma gente que tanto adora:
Sua terra, seu mundo, seu chão.

Os espinhos são as agruras,
Do sertanejo tão sofredor.
A paz vinda com as chuvas,
Represento em minha flor.
Ninguém melhor do que eu,
O nordestino representou.
.
Texto e foto de Dalinha Catunda