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Nas noites enluaradas
Carro de bois nas estradas
Gemiam pelo sertão.
Naquela melancolia
O caboclo valente seguia
Atrás de ganhar seu pão.
Na certa, mal dividido
Cabendo como é sabido
A maior parte ao patrão.
Enquanto o carro corria,
Me contava Jeremias
Um poeta do sertão,
Que os carreiros aos gritos,
Tocavam a condução.
Às vezes embalavam os bois,
Naqueles tempos de então
Entoando cantigas nativas,
E velhas loas como:
“vai, vai mandingueiro!
Vai, vai azulão!
Vaaai meu carro ligeiro!
Vai rei do sertão!”
Esta eu guardei na memória,
E não esqueço mais não.
Cada pau-d’arco abatido,
Cada Angico caído,
Doía no coração.
Talvez por isso o motivo,
Do carro entristecido
Chorando pelo sertão.
Texto: Dalinha Catunda
Imagem: correiolageano.com.br/galeria/0875.jpg
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