Dalinha Catunda, cirandeira, poeta de cordel e artesã
Cad. 25 da ABLC
dalinhaac@gmail.com
O Blog Cordel de Saia idealizado e criado pela poeta de cordel, Dalinha Catunda, é direcionado à cultura popular, a mulher aparecerá como figura principal. Aqui receberemos democraticamente, homens e mulheres praticantes deste contagiante mundo encantado da Literatura de cordel. O blog tem também como função divulgar eventos relacionados a literatura de cordel além de descobrir e divulgar a mulher cordelista. Contatos: dalinhaac@gmail.com e rosariuspinto@gmail.com
Cad. 25 da ABLC
dalinhaac@gmail.com
NA REDE COM DALINHA
*
RAINILTON DE SIVOCA
Quando eu era pequeno
Minha vó sempre dizia:
Manga com leite é veneno
Se eu chupasse morria
Toda vez era esse enredo
Mas eu chupava sem medo
E nem se quer me ofendia.
*
DALINHA CATUNDA
Quando eu era inda pequena
Mas já mocinha faceira
Minha mãe sempre dizia
Não prove da macaxeira
Mas eu provei e foi quente
E o meu bucho de repente
Cresceu com a brincadeira.
*
DAVID FERREIRA
No tempo d'eu meninote,
vi coisa que desarreada!...
Os mais "véi" sempre diziam
"ovo e manga e tiro e queda!"
Mas eu chupei, não o ovo,
manga madura - né povo!
pois, sendo verde, ela azeda.
*
VÂNIA FREITAS
Eu comi manga com febre
Nem morri como dizia
Fiquei foi muito valente
Comigo ninguém mexia
Não tinha medo de homem
Nem também de lobisomem
De mim o bicho corria.
*
GIOVANNI
ARRUDA
Quando
eu era pixoxoto.
Não
comia doce quente
Minha
mãe sempre dizia
Que
furava o meu dente
Mas
eu era muito esperto
Quando
mãe não tava perto
Nunca
fui obediente
*
ARAQUEM
VASCONCELOS
Quando
eu era um "culumim "
Minha
avó sempre dizia
Quando
for tomar café
Não
misture com água fria
Pra
não ter constipação
Sofrer
uma congestão
E
morrer no mesmo dia
*
DULCE
ESTEVES
Minha
avó sempre dizia
Cuidado
com banho quente
Mas,
eu não me prevenia
Era
muito inconsequente
Evite,
pois , ventania...
Tu
fica troncha demente!
Dulce
Esteves
*
ALBERTO
FRANCISCO
Quando
eu era molecote
me
dizia meu Irmão
que
não podia engolir
a
semente Do Limão
inventei
fazer um suco
não
prestei muita atenção
uma
semente desceu
ainda
Ia Nos Pulmão
eu
já sentia um alicate
puxando
as cordas dos grão.
*
JOAQUIM
MENDES JOAMES
Quando
eu era adolescente
Meu
pai me dizia: rapaz,
Se
perder alguma coisa,
Busque,
lute, corra atrás;
Mas
se perder a vergonha
Buscá-la
não se disponha,
Porque
não encontra mais!
*
RIVAMOURA
TEIXEIRA
Eu
era pirritotinho
Mãe
dizia meninada
Faça
o sinal da cruz
Passando
embaixo da escada
Quando
olhar uma estrela
Não
aponte não ao vê-la
Nascem
verrugas, moçada.
*
Xilo
de Carlos Henrique.
postagem de Dalinha Catunda
dalinhaac@gmail.com
4º ENCONTRO DE POETAS POPULARES + TENDÊNCIAS
Autoras:
Rosário Pinto e Dalinha Catunda
Venha para o
nosso Encontro
De Poetas Populares
Em sua quarta edição
Traz poesia e cantares
Do Cordel e do Repente
E de Tendência atraente
De alegria pelos ares.
RP
É em vinte e oito de julho
Que começa a animação
Na Arena Fernando Torres
Tem Cordel, tem tradição,
Tem canto, tem brincadeira,
No espaço de Madureira,
E Oficinas em ação.
DC
Chame todos os amigos!
Os que admiram o cordel.
Vamos nos fortalecer.
Fazer tal qual menestrel,
Para aqui valorizar,
A cultura popular,
Viajar neste corcel
RP
Até trinta e um de julho,
Você pode apreciar,
O Canto de Repentista
E quem veio pra falar,
Sobre Arte, sobre Cultura.
E o Cordel literatura,
Vai ter palco pra brilhar.
DC
Cordel é Cultura viva!
Patrimônio Cultural.
Temos que salvaguardar.
É literatura Oral.
Poeta é Detentor,
Registro tem seu valor.
É Bem Imaterial
RP
Este é o 4º Encontro.
Você não pode faltar,
De Poetas Populares
Que veio para ficar.
Na verdade, um Festival!
E vai ser sensacional,
Você pode acreditar!
DC
Os versos desta programação do 4º Encontro de poetas populares + Tendências são compostos em setilhas (sete pés ou linhas, com sete sílabas métricas, no esquema de rimas do 2º com o 4º e o 7º; e, o 5º e 6º entre si.
E no dia 30 de julho estaremos Miguel Bezerra, Dalinha Catunda e Rosário Pinto, num Bate Papo, que você não pode perder.
Esperamos todos lá, Arena Fernando Torres, Parque de Madureira, Rio de Janeiro, RJ
Os
Giros da Cirandeira
*
Com
uma flor nos cabelos
Vai
ela toda faceira
Com
a maleta na mão
Caminha
essa cirandeira
E
enfeita com a poesia
Os
passos do dia a dia
A
poetisa brejeira.
*
De Dalinha
Catunda para Lindicássia Nascimento
Cordelista - Cirandeira e artesã
dalinhaac@gmail.com
EU
ME PERMITO O DIREITO
DE
VIVER OUTRA VERDADE
*
Não
moro numa palhoça
Não
vivo numa choupana
Mesmo
não sendo em cabana
Eu
vivo a vida da roça
As
vezes até faço troça
Da
vida lá da cidade
Competição
falsidade
Faz
moradia no peito
EU
ME PERMITO O DIREITO
DE
VIVER OUTRA VERDADE
Mote
e glosa de Dalinha Catunda
Cachoeiras
de Macacu- RJ
*
Morando
na capital
Não
posso nem reclamar
Mas,
o meu melhor lugar
É
com cheiro de curral
Poder
curtir animal
Viver
com mais liberdade
Sem
barulho de cidade
Numa
rede me deleito
EU
ME PERMITO O DIREITO
DE
VIVER OUTRA VERDADE.
MOTE
: Dalinha Catunda
Glosa
: Dulce Esteves
*
A
vida já é tão lesta
Pra
não gozá-la inteirinha
Com
modéstia, simplesinha
Com
o que é bom, o que presta;
Dalinha
se manifesta
Salutar
pra toda idade
Somente
quem tem maldade
Pousa
de insatisfeito:
EU
ME PERMITO O DIREITO
DE
VIVER OUTRA VERDADE.
Mote
de Dalinha Catunda,
Glosa
de Bastinha Job
*
Moro
numa capital
Sem
querer num apartamento
Que
chamo de apertamento
Que
não é original
Prefiro
casa e quintal
Que
me traz felicidade
Hoje
me resta saudade
Agora
não tem mais jeito
EU
ME PERMITO O DIREITO
DE
VIVER OUTRA VERDADE
Mote
de Dalinha Catunda
Glosa
de Vânia Freitas
*
Passei
por uma mudança
Para
poder estudar,
Foi
duro me acostumar,
Ainda
é forte a lembrança
Ninguém
volta a ser criança
Correndo
com liberdade,
Hoje
é outra realidade
O
que já fiz está feito
EU
ME PERMITO O DIREITO
DE
VIVER OUTRA VERDADE
Mote
- Dalinha Catunda
Glosa
- Creusa Meira
*
EU
ME PERMITO O DIREITO
DE
VIVER OUTRA VERDADE
Eu
sou pobre nordestino,
um
cidadão respeitado,
sou
cabra considerado,
sou
honesto desde menino,
eu
tracei o meu destino,
buscando
prosperidade,
consegui
ter na verdade,
muita
amizade e respeito
EU
ME PERMITO O DIREITO
DE
VIVER OUTRA VERDADE
Glosa
Joabnascimento Camocim-CE
Mote
de Dalinha Catunda
*
Eu
não moro, choramingo
Num
"ap" trancafiado
Mas
me sinto compensado
Sexta,
sábado e domingo
Viajando
eu me vingo
Das
mazelas da cidade
Quando
o verde me invade
Me
renovo, me deleito
EU
ME PERMITO O DIREITO
DE
VIVER OUTRA VERDADE
Mote:
Dalinha Catunda
Glosa:
Giovanni Arruda
*
Sou
nascido no Nordeste
Mesmo
que queira mudar
Eu
não consigo enganar
Fez
enquanto, eu falo "peste"
Hoje,
moro no Sudeste
Em
uma média cidade
Minha
originalidade
Não
me causa preconceito
EU
ME PERMITO O DIREITO
DE
VIVER OUTRA VERDADE.
Glosa
Jairo Vasconcelos
Mote,
Dalinha Catunda .
*
Sou
nativa do sertão
Vivo
nele até agora
Minha
alma aqui mora
Mas
chegando a arribação
Deixo
aqui meu coração
E
vou em velocidade
Fincar
meus pés na cidade
Mesmo
com dores no peito
EU
ME PERMITO O DIREITO
DE
VIVER OUTRA VERDADE
Glosa:
Ritinha Oliveira
Mote:
Dalinha Catunda
*
A
vida que me pertence
Eu
que tomo decisão
E
disso não abro mão
Esse
mote me convence
Portanto
você não pense
Que
a minha felicidade
E
sua propriedade
Imposição
não aceito
EU
ME PERMITO O DIREITO
DE
VIVER OUTRA REALIDADE.
Francisco
De Assis Sousa
*
Cedo
sai do interior
Da
palhoça onde nasci.
Mas,
confesso que vivi!
E
com a idade ainda em flor.
A
mudança causou dor.
Tinha
dez anos de idade.
Hoje
ainda tenho saudade
E
embora me doa o peito,
EU
ME PERMITO O DIREITO
DE
VIVER OUTRA VERDADE
Mote:
Dalinha Catunda
Glosa:
Rosário Pinto
*
Eu
tenho dignidade
Moro
numa casa bela
De
uma beleza singela
Porém
Deus habita nela
O
que vejo da janela
Não
fica numa cidade
Mas
mora a felicidade
Fica
num sítio perfeito
EU
ME PERMITO O DIREITO
DE
VIVER OUTRA VERDADE
Alcinete
Pereira
Roda de glosas organizada por Dalinha Catunda
cad. 25 da ABLC
dalinhaac@gmail.com