Cordel de Saia
O Blog Cordel de Saia idealizado e criado pela poeta de cordel, Dalinha Catunda, é direcionado à cultura popular, a mulher aparecerá como figura principal. Aqui receberemos democraticamente, homens e mulheres praticantes deste contagiante mundo encantado da Literatura de cordel. O blog tem também como função divulgar eventos relacionados a literatura de cordel além de descobrir e divulgar a mulher cordelista. Contatos: dalinhaac@gmail.com e rosariuspinto@gmail.com
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terça-feira, 10 de maio de 2022
CONVERSA DE CALÇADA VIRTUAL - XI
segunda-feira, 9 de maio de 2022
LEVAR PRESENTE É BESTEIRA O PRESENTE É SER PRESENTE.
LEVAR
PRESENTE É BESTEIRA
O
PRESENTE É SER PRESENTE.
*
Quem
sua mãe esqueceu
Depois
de sair de casa
Quem
voou, quem criou asa,
Não
se achou, mas se perdeu.
A
mãe que vida lhe deu,
Hoje
está bem diferente,
Perdeu
forças, falha a mente,
Mas
lutou a vida inteira!
LEVAR
PRESENTE É BESTEIRA
O
PRESENTE É SER PRESENTE.
Mote
e glosa de Dalinha Catunda
*
Já
não tenho mais a minha
Deus
a chamou para o céu
Digna
de qualquer troféu
Ser
chamada de rainha
Ensinou
- me andar na linha
Hoje
meu coração sente
Uma
saudade frequente
E
de forma costumeira
LEVAR
PRESENTE É BESTEIRA
O
PRESENTE É SER PRESENTE.
MOTE
: Dalinha Catunda
Glosa:
Dulce Esteves
*
Tive
duas Mães na vida
Minha
mãe e minha avó
Eram
quase uma só
No
amor e na guarida
Mas
Deus fê-las acolhidas
E
eu não posso novamente
Abraça-las,
levemente
Como
fiz a vida inteira
LEVAR
PRESENTE É BESTEIRA
O
PRESENTE É SER PRESENTE
MOTE:
Dalinha Catunda
Glosa:
Giovanni Arruda
*
Devemos
ter gratidão
Por
tudo que ela faz
Por
transmitir tanta paz
Desde
a concepção
Lhe
tratar com afeição
Nunca
ser um filho ausente
Cuidar
diuturnamente
A
nossa mãe verdadeira
LEVAR
PRESENTE É BESTEIRA
O
PRESENTE É SER PRESENTE
MOTE
Dalinha Catunda
Glosa
Araquem Vasconcelos
*
A
minha mãe hoje está
Na
lembrança doce e bela
Vejo-a
à noite numa estrela
Quando
eu olho para lá
No
meu coração será
Adorada
eternamente
E
hoje na vida ausente
É
viva de outra maneira
LEVAR
PRESENTE É BESTEIRA
O
PRESENTE É SER PRESENTE
Mote-
Dalinha Catunda
Glosa
- Creusa Meira
*
O
mote dá o recado
Para
aquele consumista
Esbanja,
perde de vista
Esquece
o dia sagrado,
Mãe,
este ser tão amado,
Com
pouco fica contente
Na
simples flor ela sente
Perfume
da vida inteira:
LEVAR
PRESENTE É BESTEIRA
O
PRESENTE É SER PRESENTE.
MOTE
de Dalinha Catunda
Glosa
de Bastinha Job
*
Acho
grande hipocrisia
É
um filho desumano
Esquecer
a mãe um ano
Para
lembrá-la um só dia;
Nunca
lhe faz companhia,
Não
vê, não sabe nem sente,
Que
mãe é constantemente
Nossa
amiga verdadeira;
LEVAR
PRESENTE É BESTEIRA,
O
PRESENTE É SER PRESENTE.
Mote
de Dalinha.
Glosa
de Joames.
*
Dia
comemorativo
É
simplesmente, evento
Cada
um tem o momento
A
razão e um motivo
Mas
você pra ser ativo
Tem
que estar constantemente
Com
carinho forte e quente
Sendo
amor a vida inteira
LEVAR
PRESENTE É BESTEIRA
O
PRESENTE É SER PRESENTE.
Rivamoura
Teixeira
*
Mamãe
mudou para o céu
Ainda
não faz um ano
Levá-la
daqui foi plano
De
Deus que rasgou o véu
Pra
entregar a ela o troféu
De
quem verdadeiramente
Foi
mãe pacientemente
Com
coragem e sem canseira
LEVAR
PRESENTE É BESTEIRA
O
PRESENTE É SER PRESENTE.
Glosa
de Vânia Freitas
Mote
de Dalinha Catunda
*
Aos
noventa e três de idade
Minha
mãezinha partiu
Deus
à chamou ela subiu
Indo
para a eternidade
Ficou
comigo a saudade
Gravada
na minha mente
O
meu peito ainda sente
Falta
da mulher guerreira
LEVAR
PRESENTE É BESTEIRA
O
PRESENTE É SER PRESENTE.
Glosa
jerismar Batista
Mote:
Dalinha Catunda
*
Eu
aqui no Sítio Rosto
Na
tremenda buraqueira
Vivo
na fome trigueira
No
comezinho desgosto
Esse
prefeito aí posto
Não
olha cá para gente
Só
faz tudo diferente
Clamo
pra doutor Gesteira
LEVAR
PRESENTE É BESTEIRA
O
PRESENTE É SER PRESENTE...
José
Nilton Figueiredo
*
Hoje
o dia nos convida,
(ricos,
pobres e plebeus…),
a
sermos gratos a Deus,
por
tanta paz e guarida,
hoje,
decerto, auferida
por
quem de fato ama a gente
todo
sempre, eternamente,
solidária
e verdadeira…
“LEVAR
PRESENTE É BESTEIRA
O
PRESENTE É SER PRESENTE.”
David
Ferreira
*
Minha
mãe é Esmeralda
Jóia
rara e preciosa;
Sua
vida é grandiosa,
Em
Deus ela se respalda,
Casou
de véu e grinalda.
Hoje
saudade ela sente
Se
o filho estiver ausente;
Gosta
da prole em fileira.
LEVAR
PRESENTE É BESTEIRA
O
PRESENTE É SER PRESENTE.
Mote:
Dalinha Catunda
Glosa:
Chica Emídio-Crato-CE.
Roda de glosas coordenada por Dalinha Catunda
dalinhaac@gmail.com
segunda-feira, 4 de abril de 2022
CERTIFICADO DE MULHER CORAGEM
CERTIFICADO DE MULHER CORAGEM
Eu, Dalinha Catunda, Cidadã Barbalhense, benemérita da
Sociedade dos Poetas de Barbalha, laços conquistados através da poesia, nessas
poucas palavras, quero agradecer o Certificado de “MULHER CORAGEM” com o qual
fui agraciada e dizer aqui, da minha felicidade em fazer parte desse grupo de
mulheres que têm História para contar.
Meus agradecimentos a todos que participaram do projeto: Café
Mulher e Poesia.
Em especial a Lindicássia Nascimento, Gerente de Artesanato
e Economia Solidária do Município de Barbalha.
Dalinha Catunda cad.25 da ABLC
dalinhaac@gmail.com
sábado, 2 de abril de 2022
Lucélia Borges: MULHERES XILÓGRAFAS
LUCÉLIA
BORGES
Xilogravadora,
pesquisadora e contadora de histórias,
Lucélia Borges nasceu em Bom Jesus da Lapa, sertão baiano, e
viveu muitos
anos em Serra do Ramalho, região do Médio São Francisco, em
companhia da
bisavó Maria Magalhães Borges (1926-2004), uma grande mestra
da cultura
popular. Produtora cultural, xilogravadora e contadora de
histórias, dedica-se
à pesquisa das manifestações tradicionais do interior
baiano, com destaque
para a cavalhada teatral de Serra do Ramalho e de Bom Jesus
da Lapa, tema de
sua pesquisa para o mestrado na Universidade de São
Paulo-USP. Em 2018, a
convite do Sharjah Institute for Heritage, esteve nos
Emirados Árabes
Unidos, ministrando oficinas de xilogravura para crianças.
Ilustrou vários
folhetos de cordel e os livros A Jornada Heroica de Maria,
de Marco Haurélio
(Melhoramentos) e Ithale: fábulas de Moçambique, de
Artinésio Widnesse
(Editora de Cultura), e Moby Dick em cordel, de Stélio
Torquato (Nova
Alexandria).
Lucélia Borges
E-mail: luceliapardim@gmail.com
Fone: (11) 98597-4133
MULHER SABERES E OFÍCIO
MULHER
SABERES E OFÍCIO
*
A
mulher no seu trajeto
Marcou
bem sua conduta
Abraçando
profissões
Nunca
fugiu da labuta
Porém
muito consciente
Ela
sempre é presente
Na
base de cada luta.
*
Onde
o progresso era lerdo
Laborava
sua mão
Exercendo
cada ofício
Usando
a intuição
Mesmo
sem ter faculdade
Serviu
a sociedade
Sendo
informal em ação.
*
Todo
seu conhecimento
É
dote matriarcal
Aprendeu
fazer canteiro
Com
erva medicinal
E
lá nos tempos de então
Servia
a população
Com
plantas do seu quintal
*
Onde
não havia médico
Raizeira
sempre tinha
Mostrando
conhecimento
E
os saberes que detinha
Pra
quem não tinha dinheiro
O
remédio era caseiro
E
não faltava mezinha.
*
Folhas
para chás e emplastro
Era
comum ter na feira
Como
hortelã e mastruz
Arruda,
malva e cidreira
Também
raízes sortidas
Que
eram sempre vendidas
Através
da raizeira.
*
Nos
lugares mais remotos
Nas
mais distantes ribeiras
Pessoas
eram curadas
Pelas
mãos das benzedeiras
Que
faziam a benzedura
Seguindo
a velha cultura
Das
mulheres curandeiras
*
Na
fala da rezadeira
Ramo
molhado na mão
As
palavras milagrosas
Em
formato de oração
Chegavam
para curar
Quem
viesse procurar
Pro
seu mal a solução.
*
Mulheres
predestinadas
Recebem
a incumbência
A
de aparar as crianças
Pra
isso tinham ciência
São
essas aparadeiras
As
importantes parteiras
Mulheres
de experiência.
*
Eram
mulheres humildes
Morando
sempre distante
Por
serem solicitadas
A
qualquer hora e instante
Sendo
de noite ou de dia
A
pé ou de montaria
Elas
seguiam adiante.
*
O
artesanato faz parte
Da
ocupação feminina
Tricô,
crochê e bordados,
Do
filé a renda fina
Do
barro a palha e cipó
A
mulher trança e dá nó
No
decorrer da rotina.
*
A
destreza da mulher
No
trabalho artesanal
É
legado do passado
Vindo
do berço ancestral
É
motivo de alegria
É
sessão de terapia
O
bendito o ritual.
*
Esse
saber cultural
Tem
arte tem tradição
É
relíquia que artesã
Concretiza
em sua mão
O
fruto dessa magia
Traz
o pão de cada dia
É
base é sustentação.
*
O
ofício de fazer renda
É
mais que uma ocupação.
No
movimento dos bilros
A
mágica em cada mão
Vejo
a rendeira tecendo
E
a trama desenvolvendo
No
compasso da emoção.
*
A
arte de ser rendeira
Um
trabalho secular
Que
passa de mãe pra filha
E
sempre a salvaguardar
Os
fios da tradição
Dessa
nobre profissão
Que
a mulher soube abraçar.
*
A
Lavadeira de roupa
Dos
tempos de antigamente
Lavava
a roupa no rio
Sem
reclamar do batente
Cantava
com as amigas
No
rito velhas cantigas
Alegrando
o ambiente
*
Levava
sabão em barra
Para
a roupa ensaboar
Aproveitava
o sol quente
E
botava pra quarar
Na
pedra a roupa batia
Muitas
vezes repetia
Para
depois enxaguar.
*
Na
arte de passar roupa
A
mulher se destacava
Pois
era com ferro a brasa
Que
a roupa sempre passava
Engomar
terno de linho
Para
ficar bem durinho
Só
quem muito praticava.
*
Nos
mais distantes rincões
A
mulher se superava
Com
a lata na cabeça
Muita
água carregava
Com
um menino escanchado
Um
outro sendo arrastado
A
lata ela equilibrava.
*
Com
balaio na cabeça.
De
porta em porta ou na feira
É
sempre essa a rotina
Da
cabocla verdureira.
Que
monta barraca e anda
E
sua vida comanda
Na
labuta costumeira.
*
Tem
sempre a mão da mulher
Nos
lastros da agricultura
Sobrevive
com coragem
Encarando
essa cultura
Na
pesada profissão
Fazendo
calo na mão
Na
enxada e se aventura.
*
A
mulher que planta e colhe
É
raiz é fruto é flor
É
semente que se espalha
Segue
a lida com amor
Da
terra tira o alimento
E
faz esse movimento
Com
fé em Nosso Senhor.
*
Louvo
a mulher cordelista
Que
tem seu lugar de fala
Que
promove outras mulheres
Com
seus versos não se cala
Retira
do pensamento
Todo
seu conhecimento
E
ao mundo inteiro propala.
*
Louvo
avó, a mãe e a filha
Louvo
o elo de união
Que
traz no matriarcado
A
força da tradição
Louvo
a mulher aguerrida
Que
na bandeira da vida
Pôs
o mastro em sua mão.
*
Cordel
de Dalinha Catunda
Capa
de Dalinha Catunda
dalinhaac@gmail.com
*