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segunda-feira, 26 de agosto de 2019

FLIPA – FEIRA LITERÁRIA DE PARACAMBI, RJ

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À convite da Professora Ana Paula estive representando o Cordel de Saia na FLIPA – FEIRA LITERÁRIA DE PARACAMBI, RJ, em 23.08.2019. Dalinha Catunda, criadora do Blog, está na XIII BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO, CE., divulgando e firmando a produção feminina na literatura de cordel.

Convidei as professoras Clarice Campos e Rita Alves para a atividade poética. Elas, como a professora Ana Paula empenham-se na difusão da literatura de cordel nas escolas, fato que nos deixa bem felizes, especialmente neste momento em que buscamos caminhos que viabilizem a inserção da literatura de cordel na grade curricular dos alunos.
Fica aqui o agradecimento e a expectativa de voltarmos no próximo ano para Paracamibi, RJ, nesta Feira tão rica e repleta de autores de literatura infanto-juvenil e, onde fomos tão gentilmente acolhidas.



Texto e fotos: Rosário Pinto
para o Blog Cordel de Saia

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

RECEPÇÃO A PESQUISADORA ROSILENE MELO NA ABLC

Recepção ROSILENE MELO no quadro de pesquisadores da Academia Brasileira de Literatura de Cordel – ABLC
Sessão Plenária de 21 de Agosto de 2019


A Academia Brasileira de Literatura de Cordel realizou nesta quarta-feira, dia 21 de agosto de 2019 a Sessão Plenária de posse da Professora ROSILENE MELO no quadro de Pesquisadores da Instituição. É uma cadeira simbólica pelos trabalhos realizados pela professora no âmbito da literatura de cordel.
Na ocasião fiz, com muito o discurso de apresentação, deixando para Rosilene a palavra principal.
Recepcionar a professora-doutora Rosilene Melo na nossa Academia não é tarefa, é honra. Espero fazê-lo com o mesmo olhar afetuoso que ela sempre imprimiu aos seus trabalhos.

Conheci Rosilene Melo no ano de 2003, quando ela foi primeira colocada no Concurso Sílvio Romero de monografias, idealizado com o propósito de estimular a produção científica sobre os temas do folclore e da cultura popular. Instituído em 1959, lançado anualmente o edital que confere ao primeiro e segundo colocados prêmios pagos em dinheiro, prevendo-se, ainda, até três menções honrosas, Prêmios conferidos por Comissão de especialistas indicada pelo Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular/Iphan/MinC(¹).


O rumo de sua monografia foi a Tipografia São Francisco, de José Bernardo da Silva, em Juazeiro do Norte, Ce., maior editora de literatura de cordel no país entre as décadas de quarenta e setenta do século XX. O resultado desta pesquisa é a publicação de Arcanos do verso: trajetórias da literatura de cordel, 2010. Nessa pesquisa a professora Rosilene Melo faz uma longa trajetória por outras tipografias do Nordeste.

Rosilene Melo aponta que ainda no século XIX, quando a literatura de cordel dava seus primeiros passos no Brasil já apareceram aqueles que a pesquisadora chama de necrófilos, os apregoadores da morte da literatura de cordel. E, como o passar das décadas e o aparecimento de novos meios de comunicação – jornais, revistas, rádio, televisão e mais recentemente a internet – os apregoadores da morte continuam em seu discurso mórbido. Não alcançam a capacidade que têm poetas/poetisas e repentistas de se apropriar com talento e criatividade de todo e qualquer meio de comunicação fazendo deles seus aliados.


Na ocasião da premiação da professora, em 2003 e, pela intimidade com a literatura de cordel fui indicação para fazer a entrega do Prêmio. Procurei ler a tese que lhe conferiu a premiação. Queria saber quem era a professora que se debruçou sobre o ícone que foi a Tipografia São Francisco, criada pelo meu patrono nesta Academia, José Bernardo da Silva, nascido em Palmeira dos Índios - AL, em 02 de novembro de 1901 e, que chega ao Juazeiro do Norte, em 1926, atraído pela figura de Padre Cícero Romão Batista.

Não quero enumerar todas as titulações de Rosilene Melo, são muitas, quero replicar o que senti quando li seu trabalho: trabalho científico, mas escrito com o coração, na linguagem do amor. É isto que ela nos transmite em sua escrita e suas falas.

A pesquisa do Registro da Literatura de Cordel Como Bem de Patrimônio Cultural Brasileiro, que ela também coordenou foi mais um exercício amoroso. Os recursos recebidos por Emenda Parlamentar não foram suficientes e foi necessário mais espera de mais alguns anos, por mais alguns recursos. Enquanto isto, Rosilene trabalhava com o orçamento do prazer pelo que faz.

Uma mulher que pesquisa/estuda a fala, a escrita e as emoções do povo, só pode ser uma pessoa sábia. E a cada leitura que faço de pesquisas publicadas pela professora Rosilene Melo, aprendo sempre mais.”


Texto e fotos:Maria Rosário Pinto
para o Blog Cordel de Saia

 (¹) sigla do extinto Ministério da Cultura, em 2019.


segunda-feira, 12 de agosto de 2019

CAMINHOS DA REPORTAGEM - TV BRASIL


Dia 13 de agosto de 2019 será exibido o Programa CAMINHOS DA REPORTAGEM, da TV BRSIL, para o qual eu e Dalinha Catunda fomos convidadas.

Nossa participação foi norteada por inúmeros subsídios teóricos e poéticos à volta da produção feminina na literatura de cordel. Gravamos na Barraca da Chiquita na Feira de São Cristóvão, que comemora seus 40 anos de Feira.de São Cristovão.

Apontamos a posição da mulher na história da literatura de cordel. As dificuldades vividas e a coragem de escrever e publicar num domínio masculino, onde a mulher era mero objeto da poesia dos grandes romances nas décadas de 30/40 e 50.

Somente a partir de 1970 é que se pode verificar a autoria feminina em publicação de folhetos de cordel. A figura da mulher sempre apareceu com características de – virtude, honestidade, beleza e, sob a ótica masculina e, com cunho moralizante. A mulher, na sociedade patriarcal, era reclusa, aos cuidados do lar e a educação dos filhos, à satisfação social do marido. Sua educação não ia além da possibilidade de contar histórias e contos de encantamento para os filhos, das cantigas de ninar; ler e escrever livros de receitas, quando muito. Valia o jargão: se uma mulher aprende a ler, será capaz de receber cartas de amor”. A estrutura de reclusão era imposta de forma muito velada e justificada como “zelo familiar”. Havia os gêneros mais adequados para as mulheres, face à moral e os bons costumes. Ainda assim, algumas mulheres, neste jogo de poder burlavam a vigilância patriarcal ou dos maridos e apoderavam das formas poéticas executadas pelos homens Veja a quadrinha popular do início do século XX, abaixo:

Menina que sabe muito
É menina atrapalhada,
Para ser mãe de família,
Saiba pouco, ou saiba nada.”


A primeira mulher que publicou, em 1938, o fez sob o pseudônimo masculino de Altino Alagoano, foi assim que Maria José das Neves Batista Pimentel assinou seu folheto O Viulino do diabo ou o valor da honestidade.

Altino Alagoano [Maria das Neves Batista Pimentel]. O viulino do diabo ou o valor da honestidade. [S.l.]: MEC/Pronascec Rural - SEC/Pb - UFPb - Funnape, 1981. 48 p. 242 estrofes : sextilhas : 7 silabas. (Biblioteca da vida Rural Brasileira). 


Texto: Rosário Pinto
Fotos: Dalinha Catunda e Rosário
Do CORDEL DE SAIA

domingo, 11 de agosto de 2019

NA FESTA LITERÁRIA DE PARATY IX



NA FESTA LITERÁRIA DE PARATY IX
*
Severino Honorato
Lá na Casa do Cordel,
O agitador cultural,
Fez um bonito papel.
O poeta aboiador
Foi bom apresentador
Prestigiando o plantel.
*
Obrigada Severino
Pela sua atenção
Nossa cultura agradece
A sua dedicação
Divulgar nossa história
E resguardar na memória
A popular tradição.
*
Fotos de Daniela Reis
Versos de Dalinha Catunda
Cad. 25 da ABLC
Fundadora do Cordel de Saia.

MULHERES NEGRAS NA LITERATURA BRASILEIRA


Fragmentos do cordel "HERANÇA DA DIÁSPORA AFRICANA" de Tereza Custódio.

Homenagem a Maria Firmino dos Reis, Auta de Souza, Carolina Maria de Jesus, Conceição Evaristo, Ana Maria Gonçalves, Jarid Arraes, Beatriz Nascimento, Alzira Rufino, Mel Duarte, Geni Guimarães, Lia Vieira, Lélia Gonzalez, Sueli Carneiro e Claudete Alves.
*

MULHERES NEGRAS NA LITERATURA BRASILEIRA
1
São diversas competências
Que a negritude legou.
U’a constelação de gênios
Nas belas-letras brilhou,
Apresento essas mulheres
Que nas letras cintilou
2
Das bandas do Maranhão,
A primeira romancista:
Foi a Firmina dos Reis
Mestra abolicionista,
Escreveu alguns romances,
Mostrando ser grande artista.
3
"Úrsula" foi publicado
No ano cinquenta e nove.
Foi o primeiro romance
Do século dezenove.
A obra da nordestina
Cativa, encanta, comove.
4
Professora concursada
De uma rede estadual,
Firmina dos Reis nos deu
Outro livro magistral:
"A Escrava" nos relata
Uma vivência real.
5
No século dezenove,
Auta de Souza escreveu
"Horto", livro singular
Da autora, a que venceu
A cruel tuberculose,
E ela, em Natal, morreu.
6
Carolina de Jesus,
Negra pobre, desprezada,
Escreveu no seu diário,
Numa folha desbotada
Suas dores, suas mágoas
De mãe e de favelada.
7
Estudou só por dois anos,
E aprendeu a escrever.
Narrou "Quarto de Despejo",
Best-seller veio a ser:
Mais de quarenta países
Tal obra vieram a ler.
8
A Conceição Evaristo,
Uma escritora mineira,
É doutora de prestígio,
Deixou mensagem altaneira:
Mulher negra escreve bem
Mesmo sem eira nem beira.
9
Participou de palestras
Nas Feiras de Paraty.
Sua obra "Olhos d’água"
Deu-lhe o prêmio Jabuti.
O livro "Ponciá Vicêncio"
Recomendo para ti.
10
Ana Maria Gonçalves,
Outra escritora mineira,
Em "Um Defeito de Cor",
Relatou a saga inteira
De uma idosa africana
Que foi vítima da cegueira.
11
O livro "Lugar de Negro"
Lélia Gonzalez lançou.
A grande Claudete Alves
"Virou Regra" nos legou.
Cito o livro "Mulher Negra"
que Sueli divulgou.
12
São tantas mulheres negras
Que cabe a nós aclamar.
Lia Vieira e Cidinha
Nós devemos exaltar.
A Beatriz Nascimento
Também cabe destacar.
13
A Djamila Ribeiro,
Filósofa e feminista,
Lança "O que é lugar de fala"?
Propagando uma voz mista,
Induzindo a repensar
A sociedade classista.
14
Jarid Arraes, cearense,
Cordelista renomada,
A destreza no cordel
Da família foi herdada.
Em "Quinze Heroínas Negras",
Sua grandeza é mostrada.
*
Fragmentos do cordel "HERANÇA DA DIÁSPORA AFRICANA" de Tereza Custódio.
Homenagem a Maria Firmino dos Reis, Auta de Souza, Carolina Maria de Jesus, Conceição Evaristo, Ana Maria Gonçalves, Jarid Arraes, Beatriz Nascimento, Alzira Rufino, Mel Duarte, Geni Guimarães, Lia Vieira, Lélia Gonzalez, Sueli Carneiro e Claudete Alves.
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Postagem de Dalinha Catunda, Cad. 25 da ABLC

Fundadora do Cordel de Saia

terça-feira, 6 de agosto de 2019

NA FESTA LITERÁRIA DE PARATY VIII















NA FESTA LITERÁRIA DE PARATY VIII
Conheci e interagi com muita gente na Festa de Paraty.
 Foi Festa Literária para ficar marcada no coração dos cordelistas e de todos que lá estiveram.
Festas dos Encontros, das trocas de ideias e de muita celebração.
A casa do cordel encheu-se de cores e de alegria e foi nesse clima, que conheci Bráulio Tavares, escritor, compositor, pesquisador de literatura, e também roteirista e tradutor.
Traduzir Bráulio? Seria difícil... Mas posso dizer que, apesar de todos esses requisitos, Bráulio é uma pessoa alegre, divertida e de uma simplicidade sem igual, é moleque, é menino, tem um sorriso do tamanho de um bonde e por dois dias completou o nosso time.
Time composto por: Anilda Figueiredo, Arievaldo Viana, Klevisson Viana e Dalinha Catunda.
A Bráulio repassei parte dos meus cordéis, dele recebi autografado, o livro Galos de Campina. Já li e gostei. O livro reúne três paraibanos, e só lendo para saber no que deu a mistura de Bráulio Tavares, Jessier Quirino e Kydelmir Dantas.
Dalinha Catunda cad. 25 da ABLC
dalinhaac@gmail.com.br

domingo, 4 de agosto de 2019

CORDEL NA FEIRA 2019 COM DALINHA CATUNDA


CORDEL NA FEIRA COM DALINHA CATUNDA
*
Estou preparando as malas
Com muita satisfação
Mas uma vez vou ao Crato
Não me falta animação
Vou Lançar mais um cordel
Ao SESC eu sou fiel
E cumpro a programação.
*
Estão todos convidados
Para esse lançamento
Vai ter forró pé de serra
Animando esse momento
Vai ter flor e vai ter chita
E também mulher bonita
Participando do evento.
*
Meu cordel mais uma vez
Vai falar de tradição
Vou versar nesse folheto
Sobre o antigo São João
Como era diferente
O cordel de antigamente
Que guardei no coração.
*
Eu conto com os amigos
De Crato e de juazeiro
Com o povo de Barbalha
Povo amigo e prazenteiro
Vamos pro Cordel Feira
Vai ser boa a brincadeira
E o forró vai ser maneiro.
*
Versos e fotos de Dalinha Catunda

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

TV BRASIL - CAMINHOS DA REPORTAGEM


Eu e Dalinha Catunda, em nome do CORDEL DE SAI, fomos entrevistadas pela jornalista Aline Beckstein, para depoimento no Documentário: CAMINHOS DA REPORTAGEM, da TV BRASIL que irá ao ar neste mês de agosto.

TV BRASIL nos convidou
Para falar de MULHER
Vamos meter a colher
CORDEL DE SAIA chegou
E seu relato postou
Lá narramos toda a história
Da MULHER, sua MEMÓRIA:
Coragem e valentia
Exibindo a poesia
Dias de muita GLÓRIA!
*
Pois na TV é cabedal
Está presente na tela
O Documento revela
Nesta saga magistral
Vem mostrar que é plural
Inspiração bem serena
Nem precisa de novena
Assista na hora mais certa
Poesia não despreza
Deixe alerta sua antena.
(Rosário Pinto)

Texto: Rosário Pinto