Dia
13 de agosto de 2019 será exibido o Programa CAMINHOS DA REPORTAGEM, da TV
BRSIL, para o qual eu e Dalinha Catunda fomos convidadas.
Nossa
participação foi norteada por inúmeros subsídios teóricos e poéticos à volta da
produção feminina na literatura de cordel. Gravamos na Barraca da Chiquita na
Feira de São Cristóvão, que comemora seus 40 anos de Feira.de São Cristovão.
Apontamos
a posição da mulher na história da literatura de cordel. As dificuldades
vividas e a coragem de escrever e publicar num domínio masculino, onde a mulher
era mero objeto da poesia dos grandes romances nas décadas de 30/40 e 50.
Somente a
partir de 1970 é que se pode verificar a autoria feminina em publicação de
folhetos de cordel. A figura da mulher sempre apareceu com características de –
virtude, honestidade, beleza e, sob a ótica masculina e, com cunho moralizante.
A mulher, na sociedade patriarcal, era reclusa, aos cuidados do lar e a
educação dos filhos, à satisfação social do marido. Sua educação não ia além da
possibilidade de contar histórias e contos de encantamento para os filhos, das
cantigas de ninar; ler e escrever livros de receitas, quando muito. Valia o
jargão: “se uma mulher aprende a ler,
será capaz de receber cartas de amor”. A estrutura de reclusão era
imposta de forma muito velada e justificada como “zelo familiar”. Havia os gêneros mais adequados para as mulheres,
face à moral e os bons costumes. Ainda assim, algumas mulheres, neste jogo de
poder burlavam a vigilância patriarcal ou dos maridos e apoderavam das formas
poéticas executadas pelos homens Veja a quadrinha popular do início do século
XX, abaixo:
“Menina que sabe muito
É menina
atrapalhada,
Para ser mãe
de família,
Saiba
pouco, ou saiba nada.”
A primeira mulher que publicou, em
1938, o fez sob o pseudônimo masculino de Altino Alagoano, foi assim que Maria
José das Neves Batista Pimentel assinou seu folheto O Viulino do diabo ou o valor da honestidade.
Altino Alagoano [Maria das Neves Batista Pimentel]. O
viulino do diabo ou o valor da honestidade. [S.l.]: MEC/Pronascec
Rural - SEC/Pb - UFPb - Funnape, 1981. 48 p. 242 estrofes : sextilhas : 7
silabas. (Biblioteca da vida Rural Brasileira).
Texto: Rosário Pinto
Fotos: Dalinha Catunda e Rosário
Fotos: Dalinha Catunda e Rosário
Do CORDEL DE SAIA
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