CORDEL
DE SAIA
vem, mais uma vez, trazer à baila a discussão sobre a inclusão da
literatura de cordel na educação.
A
literatura de cordel na educação. (por
Maria Rosário
Pinto)
*
A
importância de estudar o cordel em sala de aula está sendo
enfatizada em projetos ousados e inovadores, como os que veem
ocorrendo em Campina Grande, Pb, através do poeta Manoel Monteiro da
Silva, que desenvolve atividades na Universidade Rural de Campina
Grande em educação de crianças e adultos; e, o Acorda Cordel,
(http://fotolog.terra.com.br/acorda_cordel:107),
coordenado pelo poeta popular, radialista, ilustrador e publicitário
cearense Arievaldo Viana Lima, em Fortaleza, Ce., Sávio Pinheiro,
médico, também cearense e, que dirige suas temáticas para a área
de saúde pública, em especial à saúde da mulher; Josenir Lacerda,
do Crato, Ce, volta suas temáticas para as plantas medicinais dentre
outros assunto; Dalinha Catunda, Ipueiras, Ce, residente lá e cá no
Rio de Janeiro, preocupa-se com a mulher, do ponto de vista da defesa
de seus direitos, além de narrar fatos do cotidiano do sertão e da
cidade, todos, membros da Academia Brasileira de Literatura de
Cordel, dentre outros tantos poetas e poetizas que, hoje estão
preocupados em divulgar seus trabalhos e despertar o interesse
público para esta forma tão simples de observar a natureza
ambiental, social, política e humana.
Inserir
a literatura de cordel nas salas de aula, em todas as fases do
ensino: fundamental, segundo grau e, também para a alfabetização
de adultos, justifica-se face ao caráter lúdico e informativo, além
de constituir-se em importante ferramenta para o estudo da
estruturação poética – verso, métrica, rima, ritmo e oração.
A
literatura de cordel é um veículo que permite ao povo participar da
vida do país, debater a realidade, expressar suas necessidades e
aspirações. Retratando tradições, costumes, lendas e
acontecimentos; e, trazendo consigo todo um conjunto de manifestações
artísticas e culturais. Sua importância é inestimável para a
história e para o folclore - não apenas do Nordeste, mas de todo o
país.
Situar
a literatura de cordel no Brasil – como aqui chegou, onde melhor se
adaptou e como se desenvolveu e continua sua rota de sucesso, por
meio da oralidade dos cantadores/repentistas, e de veículo de
comunicação como o rádio, televisão, cinema, as asas da internet,
que a faz percorrer o caminho de volta a Península Ibérica, agora,
como gênero genuinamente brasileiro, implica qualidade e
responsabilidade.
Observar
que a maioria dos poetas, por estarem comprometidos com suas
comunidades e com os acontecimentos do Brasil e do mundo, em geral,
abordam temáticas de interesse geral, sob várias formas e conteúdos
temáticos como:
ABECÊ
– forma de composição em que o poeta de cordel inicia as estrofes
de seu poema seguindo a seqüência de letras do alfabeto - (A) a
(Z). É composto em sextilhas (estrofes de seis versos) ou setilhas,
(estrofes de sete versos) e aplica-se a qualquer tema conforme
ilustração ainda Franklin
Maxado Nordestino [Franklin de Cerqueira Machado]. O
cordel do cordel. São
Paulo: [s.n.], 1982. 8 p
“(...)
No
Brasil ele ficou
Chamado
de abecê
Ou
de folheto de feira.
Você
pode isso ler.
E
ficou mais no Nordeste
Com
seu povo a sofrer.
BIOGRAFIA
(tratam da vida e obra de personalidades religiosas, políticas; e do
universo das ciências, letras e artes);
EDUCAÇÃO
ESCOLAR
(vai de encontro às necessidades de formação de alunos em qualquer
idade, com a publicação em versos de cartilhas gramaticais, de
saúde pública, ecologia, preservação da natureza, dentre tantos
outros assuntos);
SAÚDE
PESSOAL
(esclarecem crianças, jovens e adultos sobre cuidados especais com
sua própria saúde, hábitos de higiene, cuidados no consumo de
alimentos, atenção para a qualidade e preservação de lavouras e
trato de animais);