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terça-feira, 29 de outubro de 2024

Mulheres do Cordel com: EdiMaria


Mulheres do Cordel com: EdiMaria

Meu nome é EdiMaria

Minha terra é o nordeste

Catingueira e o velame

Enfeitavam o chão agreste

Herdei de lá a esperança

De um povo forte da peste.

 

Cordel é meu companheiro

Da vivência mais poética

Rimando, metrificando

Sem mensurar vida cética

E a oração me acompanha

Ritmo completa a estética..

*

Biografia de EdiMaria

Gerada e crescida nas terras do velho Chico, uma das minhas fontes de inspiração, mas precisamente Paulo Afonso, estado Bahia.

Migrei para São Paulo, nos anos 80, em busca de trabalhar com a arte da música.

A partir de 2015 comecei a ensaiar os primeiros passos para compor um cordel, depois de ter finalizado um cd com 07 composições autorais, Anjos da seca.

Abri meu selo editorial para ter uma autonomia para publicar meus cordéis numa quantidade menor e com variados títulos.

Hoje tenho a produção de 18 títulos com mais 08 produzidos em coletivos, 2 livros infantis e um cd de histórias.

Fiz parte do primeiro grupo para salvaguarda do cordel do coletivo SP Cordel.

 na FLIP em Paraty RJ, no ano de 2019.

Levei o Cordel para a Primavera dos Museus, através do Museu Ema Klabim em SP.,

Museu Casa Mario de Andrade, com um espetáculo em Cordel, Mario de Andrade Multiversos Desvairados, com o grupo Cordel Cantante.

Faço parte também do Coletivo Teodoras do cordel e temos espalhado as diversas faces do Cordel nas bibliotecas municipais, pelo segundo ano.

Em 2024 o Shopping Anália Franco, SP. convidou os coletivos Cordel Cantante e Teodoras do cordel para uma temporada durante o mês de julho.

@edimariacordelista

Face – edimariapoetisa

*

Postagem de Dalinha Catunda

Cordelista – Cirandeira – artesã e gestora dos blogs:

www.cantinhodadalinha.blogspot.com

www.cordeldesaia.blogspot.com

dalinhaac@gmail.com

terça-feira, 22 de outubro de 2024

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE, DIZ QUE É, MESMO SEM SER!

Poetas e poetisas “Glosando na Rede com Dalinha”

 

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE,

DIZ QUE É, MESMO SEM SER!

1

Quem vive se pabulando

Dizendo que muito é,

Confesso não levo fé,

E vejo o povo mangando,

Pois quem anda se exaltando

Não tem tempo de aprender,

E se você quer saber

Digo com sinceridade:

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE

DIZ QUE É MESMO SEM SER.

Glosa e mote de Dalinha Catunda

2

Quem disser que é o tal

É porque não é ninguém

Não tem sequer um vintém

É coitado, marginal,

Ignorante brutal,

Precisa ver para crer;

Escreve e não sabe ler,

Não tem curiosidade

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE

DIZ QUE É MESMO SEM SER.

Arimaté Sales

3

Alguém diz que é o tal

Quer estar na passarela

É só um pé de chinela

Mas quer ser um sem igual

Comprou lugar no mural

Só querendo aparecer

A todos quer convencer

Mas logo vem a verdade

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE

DIZ QUE É, MESMO SEM SER.

Rivamoura Teixeira igutu Ceará

4

Que conta muita lorota

Só querendo se gabar

O seu dia vai chegar

Ninguém é pois , idiota

Pra tudo tem sua cota

Todo mundo vai saber

Mostra pois queremos ver

Se procede de verdade

QUEM SÓ VIVE DE VAIDADE

DIZ QUE É MESMO SEM SER.

Glosa : Dulce Esteves

5

Gente que fala besteira

Que se exibe sem ter nada

Só pabulagem e zuada

Igual vendedor de feira

Será bem curta a carreira

De quem assim proceder

Ninguém queira se crescer

Através da falsidade

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE

DIZ QUE É, MESMO SEM SER.

Glosa:Jerismar Batista

6

Nariz empinado é

Coisa de gente idiota

Que come feijão e arrota

E diz que comeu filé

Anda de jumento e a pé

E fala com todo prazer

Como é bom a gente ter

Dólar que não é verdade

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE

DIZ QUE É, MESMO SEM SER.

Vânia Freitas

7

Quem quer chamar atenção,

Mostrando toda arrogância,

Com desdém e petulância,

Demonstrando ostentação,

É cheio de presunção,

Sem ter nada pra comer,

Quem ostenta sem poder,

É um ser sem humildade,

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE,

DIZ QUE É, MESMO SEM SER.

Glosa: Joabnascimento

8

Igual sepulcro caiado

Só importa a aparência

Seu miolo, sua essência

É de eterno fracassado,

Tenho dó desse coitado

Não vê o tempo correr

Seu verniz vai derreter

Pois perdeu a validade:

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE

DIZ QUE É, MESMO SEM SER.

Glosa de Bastinha Job

9

Agradável é ser real

Em nada dissimulada

Assim tal uma fachada

Em tudo artificial

Bom mesmo é ser natural

Ter beleza e dá prazer

O gostoso é a gente ver

Uma pessoa de verdade

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE

DIZ QUE É, MESMO SEM SER.

Glosa: F.de Assis Sousa

10

Quem explora a própria imagem

Como sendo o mais gostoso

Anda inchado e orgulhoso

Quer em tudo ter vantagem

Não carrega na bagagem

A semente do saber,

Pois no fundo ele quer ter

O que não tem, de verdade

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE

DIZ QUE É, MESMO SEM SER

Glosa: Giovanni Arruda

11

Quem come pura farinha,

Dizendo que é caviar,

Quem vive só de falar,

Sem nunca entrar na linha,

Quem não levanta e caminha

Nos caminhos do fazer,

Vive só do "vou vencer",

Mas a preguiça lhe invade...

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE,

DIZ QUE É, MESMO SEM SER!

Glosa: Compadre Lemos

12

Já chega falando grosso

Querendo me intimidar

Não tem nada pra doar

Só vive roendo um osso

Preço no fundo do poço

Fingindo que tem poder

É pobre sem nada ter

E detido na vaidade.

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE

DIZ QUE É MESMO SEM SER

Glosa: Jairo Vasconcelos.

*

Amigos e amigas, muito obrigada pela interação é muito bom contar com vocês.

Sempre que estou em minhas palestras, falo destes espaços virtuais que juntos mantemos, tanto O Conversa de Calçada Virtual, como O Glosando na Rede com Dalinha. Agradeço muito a participação de todos.

Dalinha Catunda

Cordelista – Cirandeira – artesã e gestora dos blogs:

www.cantinhodadalinha.blogspot.com
www.cordeldesaia.blogspot.com

dalinhaac@gmail.com

 

sábado, 19 de outubro de 2024

Dalinha Catunda na I FLI


  Estarei participando da I FeiraLiterária  de Inclusão no Instituto Benjamin Constant.

dalinhaac@gmail.


sexta-feira, 18 de outubro de 2024

O Cantador e o Comentário












O Cantador e o Comentário

Inspirado no poema, Sou Dalinha do Cordel, Aldy Carvalho – O Cantador – a quem mais uma vez agradeço, escreveu este significante comentário que me deixou bem lisonjeada e com vontade de dividir com meus amigos e amigas.

SOU DA LINHA DO CORDEL

*

Sou Cordel de Saia

Cordel de vestido

Cordel feminino

Cordel atrevido

Cordel de Calcinha

Cordel de Dalinha

Cordel divertido.

*

Sou manha e gracejo

Sou verso ladino

Sou canto nascido

No chão nordestino

Sou nesse universo

Cabocla do verso

Santo e libertino.

*

Sou alma do verso

Sou rima no ar

Sou dedos que contam

Pra metrificar

Sou inspiração

Dou voz a oração

No palco a cantar.

*

Saudações, Dalinha Catunda

Dalinha celebra a força e a identidade feminina dentro da tradição da literatura de cordel. A voz poética assume uma postura orgulhosa e autônoma e como é comum nesta poetisa, nesse poema, ela constrói uma imagem em que se define a partir de sua feminilidade e ousadia. A repetição da palavra "Cordel" com diferentes complementos – "de saia", "de vestido", "feminino", "atrevido" – sugere a multiplicidade de papéis e identidades que a mulher pode assumir. "Cordel de Calcinha" e "Cordel de Dalinha" reforçam essa ideia de intimidade com a arte e da autora consigo.

A metáfora de ser "alma do verso" e "rima no ar" sugere que ela se funde com a poesia, transcendendo as barreiras físicas e tornando-se parte da própria criação.

Dalinha, nesses versos, articula, com destreza, a presença e a força da mulher no cordel, revelando a profundidade e versatilidade da voz feminina no espaço da cultura popular. A cordelista se coloca como uma mulher múltipla, dona de sua criação e capaz de se expressar tanto com graciosidade quanto com irreverência.

Minhas todas palmas a esta nossa colega cordelista de prima.

Aldy Carvalho o Cantador 

Dalinha Catunda - Cordelista - Cirandeira - artesã e gestora dos blogs:

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quinta-feira, 17 de outubro de 2024

CORDEL NA FLIP EM 2024


 

CORDEL NA FLIP EM 2024

Mais uma vez o cordel marcou presença, na Festa Literária Internacional de Paraty. Desta feita os cordelistas arcaram com suas despesas, o patrocínio dos anos passados, infelizmente, não rolou este ano. Contudo, o IPHAN nos abriu as portas da Casa do Cordel, lutou por parcerias, ampliou nossos espaços, fora da casa do cordel, nos oferecendo muitas atividades.

Além da exposição e venda de cordéis, participei organizando e colocando em prática a Ciranda que já virou tradição com o grupo do Rio de Janeiro e a equipe do IPHAN.

Fiz a Ciranda da Peneira No Coreto do Areal, lá também me apresentei com Edi Maria e Cleusa Santo, mostrando a As Três Faces de Maria, enfocando Maria Bonita. Ainda no Coreto do Areal, dei início a uma roda de versos, com Edi e Cleusa, aproveitando o público presente.

Fiz parte da mesa de debates sobre Cordel e Ciranda e sobre o registro do cordel como bem imaterial. Fora isso, fiz animação na Casa do Cordel com Santini, fiz declamações e conversei muito com os leitores.

Posso garantir que valeu a pena ir a Paraty, prestigiar essa nossa conquista que foi a primeira ação de salvaguarda proposta pelo IPHAN do Rio após o registro.

Quero agradecer aos cordelistas que interagiram comigo, agradecer a Letícia, ao André, Pedro e agradecer muito a Lívia pela simpatia e por se desdobrar para fazer o seu melhor, e fez!

Dalinha Catunda

Cirandeira, cordelista e gestora dos blogs:

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