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terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

NO PASSO DOS VERSOS

NO PASSO DOS VERSOS
*
Nos meus tempos de criança
Muitas quadrinhas eu lia
Nunca tirei da lembrança
As trovas que eu ouvia.
*
O tempo foi se passando
Logo saí da cartilha
Peguei o rumo dos versos
E fui seguindo essa trilha
Em pouco tempo saí
Das trovas para sextilha.
*
Fui gostando achando bom
Também fui “pegando pilha”
Acabei até fazendo
Meus versos para quadrilha
Metrificando e rimando
Bons conselhos escutando
Eu alcancei a setilha.
*
As mangas arregacei,
Nas oitavas eu cheguei,
Se no caminho pequei
Não foi falta de oração
Eu posso dizer até
Em meus versos boto fé
Caprichei em cada pé
Eis aqui o meu quadrão.
*
A décima tão querida
Foi a última a chegar
Veio para me encantar
Minha estrofe escolhida
Muitas vezes requerida
Na hora da criação
Com mote e inspiração
Sai uma glosa perfeita
Assim fico satisfeita
E termino a preleção.
*

Versos e fotos de Dalinha Catunda

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

GUARDEI NA MENTE O RETRATO, DA CASA QUE MOREI NELA.

GUARDEI NA MENTE O RETRATO,
DA CASA QUE MOREI NELA.
*
Eu tenho recordação…
Do casebre da fazenda,
Do meu almoço a merenda,
Preparada no fogão,
Eu vejo o velho pilão,
E uma tampa da panela,
Vi na brecha da janela
Um caco velho de prato.
Guardei na mente o retrato,
Da casa que morei nela.

Glosa: Washington Lucena
Mote: Silvano Lyra

*
Não esqueço a rapadura
Na hora de merendar
Quando eu ia me deitar
Na cama de vara dura
Muriçoca e picadura
Eu levava na canela
Nunca vi tanta mazela
Meu destino foi ingrato
GUARDEI NA MENTE O RETRATO,
DA CASA QUE MOREI NELA.

Glosa: Dalinha Catunda
Mote: Silvano Lyra