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sábado, 28 de março de 2020

EU NÃO VOU ME CONTENTAR EM PASSAR ÁLCOOL NA MÃO *


EU NÃO VOU ME CONTENTAR
EM PASSAR ÁLCOOL NA MÃO
*
Estou tomando cuidado
Com esse vírus fatal
Que pode até ser mortal
Por isso vai meu recado
Não basta ficar trancado,
Dispense a visitação
Não esqueça água e sabão
Quando for as mãos lavar
EU NÃO VOU ME CONTENTAR
EM PASSAR ÁLCOOL NA MÃO
*
Mote e glosa de Dalinha Catunda

terça-feira, 17 de março de 2020

CUIDADOS,SIM! PARANÓIA, NÃO


CUIDADOS, SIM! PARANÓIA, NÃO!
*
Quem for fraco da cabeça
Antes do vírus pegar
De tanto escutar falar
Provavelmente enlouqueça.
Tenha cuidado, obedeça,
Mas não fique apavorado
Mesmo estando confinado
Adote uma distração
Procure manter-se são
Conservando-se ocupado.
*
Versos e foto de Dalinha Catunda
dalinhaac@gmail.com

quarta-feira, 11 de março de 2020

2ª REUNIÃO ENTRE IPHAN/RJ X DETENTORES: AÇÕES DE SALVAGUARDA 10/03/2020


Literatura de cordel – Bem registrado em Setembro de 2018, no Livro das Formas de Expressão, como Bem de Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro.
Iphan/RJ – Letícia, Nina, Marcel
Cordelistas Rosário Pinto, Dalinha Catunda, William J. G. Pinto, Cícero do Maranhão, Severino Honorato, Zé Salvador, João Batista Melo, Victor Alvin (Lobisomem).
Pauta – ações de salvaguarda

Neste encontro foram apontadas várias diretrizes, que visam a divulgação da literatura de cordel e, principalmente, do processo criativo, observando sempre as regras básicas, que são observada pela comunidade de poetas como fundamentais:: verso, métrica, rima e oração. Nossa preocupação central é a de que não se desvirtue essas regras básicas.

Texto: Rosário Pinto
Colaboradora do CORDEL DE SAIA



quinta-feira, 5 de março de 2020

MULHER DE RAÇA






















MULHER DE RAÇA
*
Neguinha sou para amigas
Minha nega pro amado
Sou morena citadina
Meu cabelo é ondulado
Sou dona das minhas ventas
Sou das mulheres atentas
Tenho nariz empinado.
*
Sou cabocla sertaneja
E trago no matulão
A astúcia da matuta
Que desbravou o sertão
E que não poupou canela
Quando abriu sua cancela
Buscando libertação.
*
Da fralda da Ibiapaba
Sou das alas das guerreiras
Agarrada ao jacumã
Enfrentei as corredeiras
Em cima duma piroga
Sou guerreira que se joga
Nas águas das Ipueiras
*
Sou a mistura das raças
Sou a miscigenação
Sou Catunda, sou do Prado
Tenho sangue de Aragão
Sou cunhã, sou companheira,
Sou concubina parceira
Eu só não sou é padrão.
*
Versos e fotos de Dalinha Catunda cad. 25 da ABLC
dalinhaac@gmail.com


quarta-feira, 4 de março de 2020

A POETISA DO CRATO E O POETA DE ASSARÉ





A POETISA DO CRATO E O POETA DE ASSARÉ
Entre os agraciados com a Comenda Patativa do Assaré 2020, temos a poetisa Josenir Lacerda, que é destaque e referência entre poetas, cordelistas e simpatizantes.
Sempre que penso e falo em Josenir Lacerda, me vem a palavra zelo, pois além de inspirada, josenir Lacerda é cuidadosa e zelosa ao extremo com suas criações. Não foi por acaso que a poetisa recebeu do poeta e instrumentista Wllisses Germano o título de Dama dos versos encantados.
De Josenir, eu ouvia inebriada os relatos de suas conversas com Patativa do Assaré, aquelas conversas  com certeza foram sementinhas que vingaram e hoje a poetisa colhe os bons frutos.
Nesse pequeno relato quero dizer da minha admiração pelo poetisa Josenir Lacerda, do quanto fico feliz com seu sucesso, com esse reconhecimento e como amiga quero reforçar que mesmo distante fico na torcida e aplaudindo de pé suas merecidas conquistas.
As portas sempre se abrirão para quem tem a generosidade de abrir sua porta, acreditar e exercer a partilha.
Josenir Lacerda, você tem, meu carinho, meu respeito e minha gratidão.
Meu abraço,
Dalinha Catunda

ENCRENCA DE MULHER - CORDEL COLETIVO - EDIÇÃO VÂNIA FREITAS.


E POR FALAR EM CORDEL
Eis aqui uma rodada de versos que teve inicio com os versos da Poeta de cordel, Dalinha Catunda e a participação de vários cordelistas de muitos Estados do Brasil.
 Vânia Freitas, que se tornou uma grande parceira, vem juntando essas interações e registrando nossos trabalhos em cordel.
Essas produções editadas por Vânia Freitas, serão postadas no Blog Cordel de Saia, na página do face, Cordel de Maria e compartilhada com os participantes.
Quero agradecer a Vânia essa grande contribuição que é a propagação da Literatura de Cordel, da qual somos detentoras e legitimadas pelo registro do Cordel como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro, pelo IPHAN.
Dalinha Catunda

ENCRENCA COM MULHER
*
Bardo que não tem cautela
Tira da boca a tramela
Mas de repente amarela
Na quebrada da rotina
Pois a mulher na porfia
Com astúcia desafia
E o homem nem desconfia
Da esperteza feminina.
DALINHA CATUNDA
*
Cutucar com vara curta
A onça se espanta e surta
A valentia se furta;
O arrogante sequer
Dessa teia não escapa
Perdeu a mina e o mapa
Da Musa levou um tapa
Respeita, macho, a Mulher!
BASTINHA JOB
*
Cabra que arranha viola
Com estrume na cachola
Na merda sempre se atola
Por não saber acatar
O canto de espinho e flor
Que chega trazendo ardor
E não pede, por favor,
Para com macho cantar.
DALINHA CATUNDA
*
Êta, Dalinha, danada
Que jamais perde parada
Ao se mostrar preparada
Pra qualquer situação
Dando nó em pingo d’água
Sabe cantar sem ter mágoa
Nem a tristeza deságua
NOS OITO PÉS DE QUADRÃO.
JOSÉ WALTER
*
Meu amigo sou nojenta
Tenho cabelo na venta
E pouca gente aguenta
Quando entro em ação
Eu canto até ficar rouca
Se o bardo dormir de touca
Morre e não me deixa louca
NOS OITO PÉS DE QUADRÃO.
DALINHA CATUNDA
*
Eita que mulher valente
Quero ver cabra que enfrente
Essa dama do repente
Braba feito uma leoa
De versos fonte infinita
Dalinha tá bem na fita
Porque sempre sua escrita
Como melodia soa.
JERSON BRITO
*
Eu não conheço fadiga,
Não fujo da boa briga,
Não sou mulher com intriga,
Mas não sou de calmaria!
Na hora de pelejar
Gosto do nó apertar
Pra ver verso estrebuchar
Nos braços da poesia.
DALINHA CATUNDA
*
Homem, respeite Dalinha
Tome sua caipirinha
Vá brigar na sua rinha
Onde só tem confusão
Não irrite a minha amiga
Que ela nem gosta de briga
Fuja de qualquer intriga
Nos oito pés de quadrão.
CREUSA MEIRA
*
Porém se quiser chegar
Vá chegando de vagar
Não vai dar pra se espalhar
Na minha jurisdição
Não queira me ver irada
Pois baixo mesmo a porrada
E saio dando risada
Nos oito pés de quadrão.
DALINHA CATUNDA