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quinta-feira, 26 de julho de 2018

EU NÃO GOSTO DE ATACAR / PORÉM SEI ME DEFENDER!




EU NÃO GOSTO DE ATACAR
PORÉM SEI ME DEFENDER
*
DALINHA CATUNDA
Nunca pise no meu calo
Que não vou pisar no seu,
Isso é defeito meu,
Para qualquer um eu falo:
Afronto sem intervalo,
Quem fizer por merecer.
Aquele que me ofender,
Vai ter que me aguentar:
EU NÃO GOSTO DE ATACAR
PORÉM SEI ME DEFENDER.

LINDICÁSSIA NASCIMENTO
Não sou de ficar calada
Não aceito desaforo
Não sou de cair no choro
Nem mesmo apaixonada
Sofro sorrindo, por nada
E ninguém vai perceber
Deixo a fúria aparecer
Caso venham me humilhar
EU NÃO GOSTO DE ATACAR
PORÉM SEI ME DEFENDER.
*
BASTINHA JOB
Nunca fui de fazer briga
Fico olhando de soslaio 
Não meto a mão no balaio 
Evito qualquer intriga 
Valente não me fustiga
E se quiser me bater
Aí vou aparecer 
E minha força mostrar:
EU NÃO GOSTO DE ATACAR
PORÉM SEI ME DEFENDER!
*

quarta-feira, 25 de julho de 2018

Encontro de tradutores e intérpretes de conferências




A convite de Raquel Schaitza e de Richard Laver, e reprentando o CORDEL DE SAIA, Rosário Pinto e Dalinha Catunda, participaram do encerramento do Encontro do HiiT (Higt Intensivy Interpreting Training), promovido pela AIIC (Associação Internacional de Intérpretes de Conferências, sediada em Genebra e realizado na PUC/RJ. Curso intensivo de prática de interpretação simultânea para intérpretes estrangeiros que desejam melhorar o compreensão da língua portuguesa. O curso inclui componentes linguísticos e culturais.
Dessa forma, levamos para a apresentação, breve histórico da literatura de cordel, enfatizando o caráter da oralidade e a transmissão através das gerações, o modo de fazer, os temas mais recorrentes e, principalmente a participação da mulher na história do fazer dessa literatura tão poética e que por muito tempo esteve restrita às composições masculinas.
Apresentamos a participação da mulher em 3 (três) tempos:
1º - o tempo da Oralidade – o repasse das tradições culturais através de advinhas, contos, cantos, cantiga de ninar, de roda, as lendas, os “causos”, as meisinhas; e, as superstições;
2º - o tempo dos grandes romances da literatura de cordel – a mulher como temas dos poetas populares – ora musa, ora deusa, ora bruxa. Nestes tempos, a figura da mulher sempre esteve presente e apresentada sob os rígidos pontos de vista da sociedade patriarcal.
3º - o tempo da mulher atuante, a poeta popular. Ela compõe e publica seus folhetos e tem presença marcante na difusão e nas interfaces da mídia virtual da literatura de cordel.

Texto: Rosário Pinto
Foto: acervo Cordel de Saia

terça-feira, 24 de julho de 2018















AS FERAS DA PELEJA VIRTUAL.

*
Entre o verso e uma prosa
Na peleja virtual
Entre Dalinha e Rosário
É coisa sensacional
Eu fico admirada
Com cada fera tomada
Pelo o dom especial.
*
É gosto que dar prazer
Vê mulheres pelejando
Métrica, rima e oração
No verso vai desfilando
Cada uma em seu estilo
Sem medo disso ou daquilo
Com a poesia encantando.
*
A mulher sim é garbosa
É encanto, sinfonia
Passou de musa a poeta
Escreve com maestria
Seu canto é vasto, completo
Tem afinco é seleto
É a alma da poesia.
*
Por isso que sobre o canto
Eu decanto o sentimento
Dessas mulheres guerreiras
Revestidas de talento
Rosário Pinto e Dalinha
Nenhuma foge da rinha
E eu aprovo cem por cento.
*
- Lindicássia Nascimento.

Desafio com Dalinha Catunda e Rosário Pinto


Desafio com Dalinha Catunda e Rosário Pinto
*
ROSÁRIO PINTO
Convidei dona Dalinha
pra comigo pelejar
Para nesse Informativo
Uma peleja postar
Ela aceitou de pronto:
A peleja tá no ar.
.
DALINHA CATUNDA
Querida amiga Rosário
Amiga de confraria.
Onde canta seu José
Tem vaga pra Sá Maria
Por isso vamos testar
Se estamos em sintonia.
.
ROSÁRIO PINTO
Já que você aceitou
Meu convite pra cantar
Cantaremos as mulheres
Em seus cordéis a fiar
Na peleja também tem
Mulher a desafiar.
.
DALINHA CATUNDA
As mulheres desafiam,
Desde a sua criação.
Eva lá no paraíso
Provocou o tal Adão.
Ele caiu direitinho.
E dançou na sua mão.
.
ROSÁRIO PINTO.
Dalinha, pare com isto
Não é esta nossa prosa.
Aqui nestes nossos versos
Você só quer ser garbosa.
Mas este mundo tá cheio,
De mulheres talentosas.
.
DALINHA CATUNDA
Não fujo duma peleja
Tô pro que der e vier
Se eu quero ser garbosa,
É só porque sou mulher
E não venha me dizer
Que você também não quer!
.
ROSÁRIO PINTO
No Ceará conhecemos
As mulheres cordelistas
Publicando seus folhetos
Começando a dar nas vistas
Rimando com maestria
Nunca perdendo as pistas.
.
DALINHA CATUNDA
Você também tá na pista,
Na peleja virtual.
Pois o seu gosto por versos,
Nasceu lá em Bacabal
Juntinho com o seu pai
Lá no seu torrão natal.
.
ROSÁRIO PINTO
Esta sua afirmação
É verdade, verdadeira
Seu Hugo me ensinou
A gostar da brincadeira
Tomei gosto pelo verso
E isto não é besteira.
.
DALINHA CATUNDA
Sendo para ressaltar
Mulher e sua conquista.
Eu pego firme a estrada
Pra seguir a mesma pista.
Com mulheres no cordel
Um novo tempo se avista.
.
ROSÁRIO PINTO
Os poetas reconhecem
Bela métrica e oração.
As mulheres cantadoras
Cantam com o coração.
No litoral ou na serra,
Sobretudo no sertão!
.
DALINHA CATUNDA
Hoje já temos poetas
Apoiando a mulherada.
Pois elas já colocaram
Com firmeza o pé na estrada.
Cantando com maestria,
Desde coco à embolada.
.
ROSÁRIO PINTO
E quem diria Dalinha,
Que pelejas eu faria
Você me incentivando,
Tempos atrás, eu temia
Que poetas descobrissem
A tamanha ousadia!
.
DALINHA CATUNDA
Você é tão importante
Em nossa literatura.
Catalogando cordel
E divulgando a cultura.
Se hoje faz os seus versos,
É porque tem estrutura.
.
ROSÁRIO PINTO
De tanto ler cordel,
De tanto catalogar,
Tomei gosto pelo verso,
E cultura popular.
Agora que tomei gosto,
Vai ser difícil parar.
.
DALINHA CATUNDA
E é assim que se fala
Ô querida amiga minha.
No rumo da poesia
Você faceira caminha
Para andar de braços dados
Com sua amiga Dalinha.
*
Versos de Dalinha Catunda e Rosário Pinto
Fotos do acervo de Dalinha Catunda.

terça-feira, 17 de julho de 2018

CREUSA MEIRA - DESENHANDO VERSOS

Lanço o olhar ao céu da tarde,
Desenhando em pensamento,
Figuras, nas nuvens cinzas,
Que se movem com o vento;
São imagens conhecidas
Na lembrança, construídas
Neste quadro que eu invento.

segunda-feira, 16 de julho de 2018

MULHER, DIFUSÃO E CORDEL



MULHER, DIFUSÃO E CORDEL.
*
Antigamente a mulher
Apenas lia cordel.
Depois passou a ser musa
Nos versos do menestrel.
Querendo contar história
Tirou versos da memória,
E passou para o papel.
*
Fim de tarde na calçada
Nos mais diversos rincões,
As tias, avós e mães,
Difundiam tradições           .
Naquele entretenimento,
Passavam conhecimento,
Para as novas gerações.
*
E foi assim que aprendi
A gostar de versejar
Minha mãe é poetisa
Tia Isa, de contar
As histórias de princesa
Eu achava uma beleza
Hoje vivo a recontar.
*
Ser musa era muito pouco
A mulher queria mais.
Contar apenas histórias
Feria seus ideais.
Queria escrever também,
Poderia ir além,
Em tudo via sinais.
*
Disposta pegou a pena,
Sem ter pena de escrever,
Resgatou lá da gaveta,
O que chegou a esconder.
No presente está escrito,
Que a mulher deu o seu grito
E o que faz é com prazer.
*
Versos e foto de Dalinha Catunda



quarta-feira, 11 de julho de 2018

LOGO - CORDEL DE SAIA





LOGO - CORDEL DE SAIA
*
DALINHA CATUNDA
O Cordel de Saia Chega
Trazendo renovação
Cada saia pendurada
Tem a representação
Da mulher que pinta e borda
E para o cordel acorda
Com a sua aplicação.
*
ROSÁRIO PINTO
Cordel de Saia festeja
A sua nova versão
Ressaltando os trabalhos
Feitos com o coração.
Versos e laços de fita
Onde a mulher acredita
Dedicar sua paixão.
*
DALINHA CATUNDA
De flores fiz a moldura
Pra ficar mais feminino
De chita fiz cada saia
Dando o toque nordestino
O pontinho de corrente
Une a mulher do presente
Que tem cordel no destino.
*
ROSÁRIO PINTO
Agora tem nova cara
Com marca artesanal
Pano, linha e agulha,
Desenho fenomenal,
De toda mulher artista,
Da cultura ativista.
Saias em grande varal.
*
Logomarca: Dalinha Catunda
*

terça-feira, 10 de julho de 2018

O GALO IOIÔ


O GALO IOIÔ
*
Vi um galo fanfarrão,
Que fez o maior salseiro,
Se achando dono da rinha
Cagou no pau do poleiro,
Por isso foi condenado,
Mas agora encarcerado,
Protesta o arruaceiro.
*
Chamou os três mosqueteiros
Pra lhe tirar da prisão.
Pegou outro galo amigo,
Que estava de plantão,
Mas vendo bater badalo
Distante cantou de galo
Quem tinha a chave na mão.
*
O galo velho ciscou,
E fez roda e fez titica.
Um dizia solta o galo,
Já o outro, o galo fica!
O galo ia e voltava,
E desse jeito ficava,
Igual a couro de pica.
*
Versos e foto de Dalinha Catunda

SOL E LUA por Lindicássia Nascimento

Hoje eu vi o sol saudando
Com ar de apaixonado
A deusa da noite clara
Com raio iluminado
Eu vi no céu toda nua
Pendurada, linda, lua
Deixando- o inebriado.
*

Lindicássia Nascimento.
Poeta de Cordel e Presidente da Sociedade dos Poetas de Barbalha.

quinta-feira, 5 de julho de 2018

DANDO CARÃO NO DÃO


DANDO CARÃO NO DÃO
*
DÃO DE JAIME
Não sei porque o destino
Tá fazendo isso comigo
Meu coração de menino
Está correndo perigo
Pensa que tá numa boa
Se apaixonando a toa
Fica todo derretido
Mas essa louca paixão
É por outro coração
Que já é comprometido.
*
DALINHA CATUNDA
Meu querido amigo Dão
Vou lhe dizer num segundo
Só coração vagabundo
Vive essa situação
Quem lhe tem no coração
É o amor da sua vida
A sua mulher querida
Sua santa companheira
A sua eterna parceira
Que lhe acompanha na lida.
*
Dalinha Catunda

Dalinha Catunda e Mareira de Acopiára


TIRANDO UMA LASQUINHA 
*
MOREIRA DE ACOPIARA
Repare e preste atenção
No que eu tenho pra dizer:
Falta pouco pra morrer
De sofrer ingratidão.
Falta consideração,
Sobra botada perdida,
Postura e língua comprida,
Mas a musa se projeta.
Optei por ser poeta,
Sou um lascado da vida.
*
DALINHA CATUNDA
Eu faço verso a granel
Eu faço trova e poema
Pois versejar é meu lema
Vivo feito um menestrel
Faço e recito cordel
Nos versos sou atrevida
Só escolhi esta lida
Porque já nasci poeta
Se a musa nunca me veta
Não sou lascada na vida.
*
Foto Dalinha Catunda

terça-feira, 3 de julho de 2018

MULHERES NO MARTELO AGALOPADO


MULHERES NO MARTELO AGALOPADO
*
DALINHA CATUNDA
Quando a chuva caiu forte no chão
Eu rezei muito mais do que devia
Vi enfim que o milagre acontecia
De alegria vibrou meu coração
De repente enverdece meu sertão
A campina engalana-se com flores
Na paisagem divina tem mil cores
No gorjeio festivo o passarinho
Se acasala e concebe mais um ninho
A bonança chegou ouço rumores.
*
CREUSA MEIRA
Esse tempo de seca que eu vivi
Na infância distante e adolescência
Deu-me grande lição e experiência
Para cada caminho que segui
Toda a vez que uma chuva cai aqui
E ouço o ronco bem forte do trovão
Bate em mim uma certa emoção
Que me faz esquecer por um momento
As mazelas de um desmoronamento
Tão frequente na atual situação.

*
Versos de Dalinha Catunda e Creusa Meira
Decassílabo com Tonicidade: na terceira, sexta e décima.