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quarta-feira, 27 de abril de 2016

MULHERES CANTANDO QUADRÃO À BEIRA-MAR


MULHERES CANTANDO QUADRÃO À BEIRA-MAR


1
O sol empalidecendo
Ondas subindo e descendo
Nossa paixão acendendo
E o barco a sacolejar.
No balanço do veleiro
Um amor aventureiro
Vivi com meu timoneiro
No quadrão à beira-mar.
Dalinha Catunda
2
Lá no Planalto Central
Em Brasília a capital
Numa noite magistral
A lua a desmaiar
Uma paixão, de repente
Na vida se fez presente
Na cidade reluzente
No quadrão à beira-mar.
Rosário Pinto
3
Queria por um momento
Falar de contentamento
Esquecer o sofrimento
Neste breve versejar
Sorrir para não chorar
Ao lembrar o triste dia
Que perdi minha alegria
No quadrão à beira mar.
Creusa Meira
4
Pelo mar, entre os abrolhos,
Lembro o verde dos seus olhos,
Lágrimas descem aos molhos,
Pois é grande o meu penar:
Um dia um barco ligeiro
Levou meu amor primeiro
Vestido de marinheiro
No quadrão à beira mar.
Nezite Alencar
5
Sentindo a brisa cheirosa
Naquela hora saudosa
Ouvi uma voz bondosa
Dentro de mim declarar:
A vida é dom, é presente,
Amor é o que move a gente,
Cante e viva bem contente
No quadrão à beira-mar.
Williana Brito
6
Meu amor vai na garoa
Remando em sua canoa
Cantando uma rima boa
Pra solidão espantar.
eu fico aqui tão sozinha,
Levando a mesma vidinha,
Da sala para a cozinha
No quadrão a beira-mar.
Francy Freire
7
A natureza tão bela
A gente sente e ver nela
A mão de deus que nos vela
No céu, na terra , no ar;
No dia quando amanhece
Na noite quando escurece,
Nossa mão se eleva em prece
No quadrão a beira mar.
Bastinha Job
8
A onda beijando a praia
No poente o sol desmaia
E o céu perene atalaia
Dia e noite a vigiar.
Assim também é meu sonho
Ora alegre, ora tristonho.
Em versos traduzo e ponho
No quadrão a beira mar.
Josenir Lacerda
9
No luar do meu sertão,
Entreguei meu coração,
Ao fogo de uma paixão,
Hoje resta recordar:
Fecho os olhos, sinto o cheiro
Daquele belo vaqueiro,
Que me abraçou no terreiro,
No quadrão à beira-mar.
Anilda Figueiredo
10
À noite viro sereia
A cantar, deito na areia
Meu pensamento vagueia
No leve tom do luar
Elevo meu pensamento
Sinto a leveza do vento
Eu sou toda sentimento
No quadrão a beira mar.
Lusyennir Lacerda
11
Naquele encontro marcante
Naquela brisa ofegante
Sentimos por um instante
Uma brisa a deslizar
Vivenciamos beleza
Com afago e singeleza
E curtindo a natureza.
No quadrão à beira-mar.
Ivonete Morais
12
No mastro do meu navio
Vento louco acaricío
Ele no seu rodopio 
Me faz até delirar
Num balanço à deriva
O mar lindo me cativa
E me deixa cansativa
No quadrão a beira-mar.
Vânia Freitas
13
Minhas amigas, converso:
Este meu humilde verso
Em honraria é imerso
Para com vocês cantar
Farei jus a nossa lida
Na poesia querida
Mesmo se a vida é sofrida
No quadrão a beira-mar!
Josy Maria
14
Cai a tarde, muda o clima
Cá, da rede, olho pra cima
E me pego a fazer a rima
A espera do luar
Vento bate e me balança
Traz setembro a esperança
Pois a vida é que nem dança
No quadrão a beira-mar.
Luciana Costa
15
Vejo o luar, que beleza
Prateando a Natureza
Com harmonia e leveza
Um belo quadro sem par
É visão que propicia
No coração, alegria
Mergulho de poesia
No quadrão à beira mar.
Fátima Correia
16
Queria que por encanto
Restasse-me acalanto
Do amor que sinto tanto
No meu peito a versejar
Sabendo da incerteza
Retrato essa tristeza
E a lágrima é fortaleza
No quadrão a beira mar.
Lindicássia Nascimento
17
Uma bela poesia
Quando Deus concede o dia
Faz o astro da energia
No firmamento brilhar
Este ser puro e eterno
Não precisa de caderno
E escreve no Livro Eterno
No quadrão a beira mar.

Izabel Nascimento

MULHERES E CORDEL COLETIVO

Sobre o Cordel: MULHERES CANTANDO QUADRÃO Á BEIRA-MAR.
Poetas, enfim, nosso cordel coletivo.
Quero agradecer a todas vocês pela participação e reafirmar que com estas iniciativas estamos contribuindo para ampliar e propagar a presença feminina na Literatura de Cordel.
Estamos pensando em fazer um lançamento no Cariri, em maio, pois boas partes das cordelistas residem lá.
Com a poetisa Josenir Lacerda ficaram os cordéis das cordelistas do Crato, Juazeiro e Barbalha, podem apanhar e acertar com ela.
Com a poetisa e cordelista Vânia Freitas ficaram os cordéis das participantes de Fortaleza, que também podem pegar e acertar com ela.
Os cordéis de Rosário Pinto ela pegará em minha casa.
Já os cordéis da cordelista Creusa Meira e da cordelista Izabel Nascimento, mandarei aqui do Rio de Janeiro, espero o endereço das duas. Podem enviar para o e-mail: dalinha@gmail.com
Mais uma vez obrigada pela interação.
Meu abraço para todas,

Nota de Dalinha Catunda
Xilo de Erivaldo Ferreira

terça-feira, 26 de abril de 2016

“A GENTE LEVA DA VIDA A VIDA QUE A GENTE LEVA.”

*
VÂNIA FREITAS
Hoje lancei a semente
Na roça do coração
De paz amor e união
E digo sinceramente
O que se planta na mente
Bem ou mal cresce e se eleva
Para o céu ou para a treva
A semente é colhida
“A GENTE LEVA DA VIDA
A VIDA QUE A GENTE LEVA.”
*

DALINHA CATUNDA
Sou mulher bem humorada
Não arrumo confusão
Eu tenho meu pé no chão
Para seguir minha estrada
Por Deus sou bem comandada
Não tenho sina maleva
A poesia me enleva
E assim prossigo aguerrida
“A GENTE LEVA DA VIDA
A VIDA QUE A GENTE LEVA.”
*
*
BASTINHA JOB
Semente boas semeio
Rego com muito carinho
E deixo pelo caminho
Um saboroso recheio
Na força do bem eu creio
Igual ao Éden de Eva
Sem a serpente que entreva,
Na maçã não dou mordida
"A GENTE LEVA DA VIDA
A VIDA QUE A GENTE LEVA"
*
Mote de Vânia Freitas
“A GENTE LEVA DA VIDA
A VIDA QUE A GENTE LEVA.”

A NATUREZA E EU

A NATUREZA E EU

Em cima daquela serra

De longe bem destacada

Uma cruz marca o lugar

Especial da chapada

È lá que me sinto bem

Envolvida com alguém

Com a natureza abraçada!
*

E quando lá eu me encontro

Exalo o cheiro do mato

A natureza seduz

Me pega pelo olfato

Embevecida de amor

Envolvida no calor

Num arrepio sensato.
*
Assim eu me sinto bem

Nos braços da natureza

É eu protegendo ela

E ela a mim com firmeza

Somos duas protetoras

De uma a outra defensora

Unidas nessa beleza.
*
Foto de Dalinha Catunda
Versos de Lindicássia Nascimento

segunda-feira, 25 de abril de 2016

ABLC PLENÁRIA DE ABRIL

ABLC PLENÁRIA DE ABRIL
A plenária de abril da ABLC contou com a presença da Presidente da Federação das Academias, Maria Amélia Amaral Palladino, que marcou sua presença compondo a mesa e declamando um lindo poema de sua autoria.
No primeiro momento tivemos um recital com sonetos de Augusto dos Anjos, declamados pelo presidente da ABLC Gonçalo Ferreira da Silva e o poeta Cordelista Moreira de Acopiara.
O recital foi conduzido por Spalo Campêlo. Entre outros poetas que declamaram, declamei Árvore da Serra, um soneto, que eu acho lindo, também de Augusto dos Anjos.
Ainda na minha fala, fiz minha homenagem ao Mestre azulão, lendo umas estrofes que participarão de um cordel em homenagem ao nosso saudoso poeta.
Em seguida, cumpri a missão destinada pelo nosso presidente, apresentando o nome do poeta e cordelista, o nosso mestre Lucas Evangelista, que deverá ocupar uma cadeira na ABLC.
Além de parte dos poetas da casa, tivemos a visita do poeta Zé Salvador, que também fez sua homenagem ao mestre Azulão e a presença do poeta Francisco Egídio.

Nota e foto de Dalinha Catunda – cad. 25 da ABLC

LUCAS EVANGELISTA E A ABLC

O Convite da ABLC a Lucas Evangelista
Em Janeiro fui ao Ceará, e convidada por Gonçalo Ferreira da Silva, Presidente da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, Fomos visitar a Biblioteca e Cordelteca de Crateús.
A Cordelteca leva o nome do Mestre, poeta e cordelista, Lucas Evangelista, um dos grandes representantes e divulgador da nossa literatura de cordel.
Na ocasião o Presidente da ABLC convidou, o Mestre do cordel, a ocupar uma cadeira na Academia de Literatura de Cordel. E incumbiu-me de repassar a boa nova ao colegiado da ABLC, na primeira plenária de 2016.  Por motivos pessoais não pude comparecer na referida plenária, assim sendo, só na plenária de abril que aconteceu quarta, dia 20, pude cumprir minha missão.
Digo então, ao mestre Lucas Evangelista, ao poeta Humberto Rodrigues Paz que, minha missão já foi cumprida, conforme o prometido diante de vocês e do presidente da ABLC, Gonçalo Ferreira da Silva.

Nota e foto de Dalinha Catunda.

domingo, 24 de abril de 2016

Tributo a Mestre Azulão

Mestre Azulão, em seu depoimento para o projeto Nossos Mestres do Cordel.,  idealizado e executa por Fernando Assumpção, gravação realizada na Feira de São Cristóvão.

Tributo a Mestre Azulão
*
Viajou Mestre Azulão
Deixando muita saudade.
Foi fazer verso no céu
Venceu adversidade.
Veio pro Rio de Janeiro
E aqui foi um pioneiro
Desde a sua mocidade.
*
Foi juntar-se a outros bardos.
No céu hoje, com certeza,
Junto a Manoel Monteiro,
Não haverá mais tristeza
Vai ter muita cantoria
Só cantará alegria
Ressaltando a natureza.
*
Empunhando a viola
Fez um grande escarcéu
Chegou com sua alegria
Acenou com seu chapéu
Com sua sensibilidade
Só deixou verso e saudade
Hoje canta lá no céu.

 (Maria Rosário Pinto)
Membro da ABLC, cadeira nº 18

quinta-feira, 14 de abril de 2016

PARTE O MESTRE AZULÃO


PARTE O MESTRE AZULÃO
Morre aos 84 anos, José João dos Santos, mais conhecido como Mestre Azulão, que ocupa a cadeira de nº 05 na ABLC e tem como patrono José Camelo. Mestre Azulão nasceu em Sapé, na Paraíba. Cantador, poeta, cordelista, repentista e um dos fundadores da Feira de São Cristóvão. Entre muitas homenagens que o mestre recebeu, participei da homenagem dia 25 de junho de 2012, onde na ocasião, Mestre Azulão, recebeu a Medalha Tiradentes no Plenário Barbosa Lima Sobrinho – Palácio Tiradentes.
Estive algumas vezes com mestre Azulão na feira de São Cristóvão, e outras tantas nas antigas plenárias. Sem dúvidas estarei sempre aplaudindo esta importante figura da Literatura popular que soube tão bem representar nossa cultura nordestina e deixa uma lacuna difícil de ser preenchida.
 Nestes versos uma pequena homenagem ao nosso Mestre Azulão

AZULÃO UM MESTRE CANTADOR
*
Azulão canta bonito,
Azulão é cantador
Já cantou tanto na vida
Do repente é portador
Pra defender o povão
Canta dobrado azulão
Este mestre trovador.
*
É bardo que quando canta
Não tem pena de cantar.
As palavras vão brotando
Se espalhando pelo ar
É de fato um passarinho
Que abandonou seu ninho
E migrou para cantar.
*

Texto, versos e fotos de Dalinha Catunda

sexta-feira, 8 de abril de 2016

EITA PAU PEREIRA!


EITA PAU PEREIRA!!!!
*
DAVID FERREIRA
Não sei qual, dos dois, o pau, 
pegou e onde escondeu. 
Se, Dalinha - onde meteu?
Se Tonico - eu sei... Uhau! 
Como tinha um berimbau, 
pegou um pau e levou, 
mas depois se desgostou, 
pelo "lapso" que se deu, 
pois ele achou qu'era o seu, 
o que a Dalinha pegou...
*
DALINHA CATUNDA
Eu respondo seu doutor
E sem fazer confusão
O pau que eu botei a mão
Eu lhe digo sem pudor
Meti no perguntador
Foi peia demais no lombo
Nos versos eu nunca tombo
E nem perco o rebolado
Gosto de chumbo trocado
E boto pra ver o rombo.
*
DAVID FERREIRA
Deus me livre, minha amiga! 
Não tenho garra pra tanto, 
falando assim eu me espanto 
e me dar dor de barriga... 
Portanto, só um não briga, 
e o meu perfil é somar, 
prefiro então recuar, 
enquanto a vida me pede, 
feliz daquele que cede 
pra se livrar de apanhar...
*
DALINHA CATUNDA
Sendo assim digo obrigada
Por me poupar do debate
Embora somente trate
De contenda versejada
Onde a palavra rimada
Usa-se com precisão
Dando voz a oração
Numa disputa medida
Que na mente é concebida
Dando vida a criação.
*
BASTINHA JOB
David Ferreira, foi bom
Desistir dessa contenda
Assim ela vira lenda
Você sustentou o tom
Ceder ainda é um dom
E a peleja enaltece
A gente até agradece
Porque você e Dalinha
Se mantiveram na linha
Aquela que enobrece!
*
Xilo Cícero Lourenço

quarta-feira, 6 de abril de 2016

O PAU DA LATA

O PAU DA LATA
*
DALINHA CATUNDA
A lata de pegar água
Que tanto vi no sertão
Tinha um pau groso no meio
Fazia calo na mão
Na cabeça eu não levava
Com ela água eu puxava
De dentro do cacimbão.
*
VÂNIA FREITAS
Neste pau eu não peguei
Era muito grande e grosso
 Uma lata em cada mão
Para mim era um colosso
Trazia muito feliz
Sem tranqueira no pescoço.
*
DALINHA CATUNDA
Vânia eu vou lhe contar
Pegar eu até peguei
Mas na hora de levantar
Confesso não aguentei
Do pau eu tirei a mão
A lata deixei no Chão
E a água eu não levei.
*
Versos de Dalinha Catunda e Vânia Freitas

Foto: Dalinha Catunda

terça-feira, 5 de abril de 2016

VERSOS DE DAVID FERREIRA

VERSOS DE DAVID FERREIRA
*
Essas jovens poetisas, 
são mesmo muito centradas. 
Juntas fazem, disfarçadas, 
recatadas e concisas, 
rimas ricas e precisas, 
enaltecendo um cordel 
que, mais seleto e fiel, 
cumpre o dever salutar
de tudo, bem, informar 
por ser também seu papel...

Vânia Freitas, Creusa Meira, 
Dalinha e Bastinha Job, 
carregam, todas, o hobby 
de se manterem ordeiras, 
vigilantes, verdadeiras, 
fazendo valer a arte, 
cada uma a sua parte, 
sem destoar a cantiga... 
Qu'esse bom grupo de amigas, 
jamais se rompa ou descarte.

*

Uma homenagem do poeta David Ferreira  a Creusa Meira, Vânia Freitas,Dalinha Catunda e Bastinha Job

segunda-feira, 4 de abril de 2016

MULHERES, MOTES E GLOSAS

MULHERES, MOTES E GLOSAS
*
VÂNIA FREITAS
Bebo a seiva de Alencar

No cálice de Iracema
Adormeço com o poema
Pra sonhar em alto mar
Num barco a navegar
Nas ondas em romaria
Fazendo com maestria
O que fez o menestrel
NO CAMINHO DO CORDEL
COLHENDO SÓ POESIA.

CREUSA MEIRA
Tentando me concentrar

Em meio a um caos profundo
Sinto-me vagar no mundo
Distante do meu lugar
Sei que o tempo há de chegar
Trazendo paz, calmaria
À luz da democracia
A verve sai no papel
NO CAMINHO DO CORDEL
COLHENDO SÓ POESIA

DALINHA CATUNDA
Não busco inspiração
Ela vem naturalmente
Se apossa da minha mente
Em notada profusão
Com muita satisfação
Eu entro nessa magia
De posse da montaria
Eu voo no meu corcel
NO CAMINHO DO CORDEL
COLHENDO SÓ POESIA
*
BASTINHA JOB
Vânia Freitas fez o mote
Medido em redondilha
Arrumei minha rodilha
Pra segurar bem o pote
Não faço á décima boicote
Sigo à isorritmia
Obedeço á isometria
Meu estro não tem revel
NO CAMINHO DO CORDEL
COLHENDO SÓ POESIA!

*
Mote de Vânia Freitas