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sexta-feira, 28 de abril de 2023

O PAVÃO MISTERIOSO FEZ CEM ANOS DE EXISTÊNCIA

O PAVÃO MISTERIOSO
FEZ CEM ANOS DE EXISTÊNCIA
Mote de Dalinha Catunda
1
Digo e posso confirmar
Que o Romance do Pavão
No meu pequeno sertão
Já deu muito o que falar
Na feira para escutar
Era bem grande a frequência
E o povo com paciência
Escutava curioso:
O PAVÃO MISTERIOSO
FEZ CEM ANOS DE EXISTÊNCIA!
Dalinha Catunda
2
Clássico da Literatura
De Cordel no mundo inteiro
Seu autor, um brasileiro
De grande desenvoltura;
José Camelo figura
De afinada inteligência,
Não tinha vasta ciência,
Mas foi muito habilidoso;
O PAVÃO MISTERIOSO
FEZ CEM ANOS DE EXISTÊNCIA.
(Joames).
3
Esse clássico perfeito
É referência bendita
Porque, de fato, habilita
Inspiração sob efeito
Dum enredo sem defeito
Que desperta a consciência
Para vermos a essência
Do Cordel esplendoroso.
- O PAVÃO MISTERIOSO
FEZ CEM ANOS DE EXISTÊNCIA
(Prof. Weslen)
4
A estória de Evangelista
É um clássico da cultura
Um ícone da literatura
Sendo o primeiro da lista
Belo escritor grande artista
Poeta por excelência
Contou o fato com cadência
E que Cordel precioso
O PAVÃO MISTERIOSO
FEZ CEM ANOS DE EXISTÊNCIA.
Jairo Vasconcelos.
5
Araquém Vasconcelos
Era um moço pobrezinho
Que namorou uma donzela
Uma princesa tão bela
Mas seu pai um rei mesquinho
Pois a pedra no caminho
O jovem com inteligência
Utilizou a ciência
Num invento maravilhoso
O PAVÃO MISTERIOSO
FEZ CEM ANOS DE EXISTÊNCIA
Araquém Vasconcelos
6
Um cordel tão consagrado
Em nossa literatura
Que nos mostra na cultura
Tal " Mistério" encantado
Na grandeza dum legado
Na riqueza dessa essência
Despertando a consciência
De modo lindo e gostoso
O PAVÃO MISTERIOSO
FEZ CEM ANOS DE EXISTÊNCIA.
Dulce Esteves
7
Este cordel exemplar
Atravessou gerações
Já foram mil edições
Best seller popular
E quem não ouviu falar
Certamente tem demência
Ou leitor sem competência
Coitado, rude e ocioso;
O PAVÃO MISTERIOSO
FAZ CEM ANOS DE EXISTÊNCIA.
Arimatéa Sales.
8
Esse bicho é bem falado
Na cidade e interior
Ednardo até gravou
Seu mistério encantado
Antes foi cordializado
Pela mão da competência
Hoje o mundo tem ciência
Desse verso tão famoso
O PAVÃO MISTERIOSO
FEZ CEM ANOS DE EXISTÊNCIA
Giovanni Arruda
9
Meu pai me contou um dia
Ter lido um belo folheto
Um romance tão perfeito
Que jamais esqueceria
O nome Creusa, daria
À filha, nessa sequência
Teve plena consciência
Desse mimo precioso
O PAVÃO MISTERIOSO
FEZ CEM ANOS DE EXISTÊNCIA
Creusa Meira
10
Ednardo, o cantor
Compositor menestrel
Se inspirou nesse cordel
Pra sua canção compor;
A letra é um primor
Traz do folheto a essência
A Globo com sapiência
Fez tudo ficar famoso:
O pavão misterioso
FEZ 100 ANOS DE EXISTÊNCIA.
MOTE DE DALINHA CATUNDA
Bastinha Job
11
Clássico da literatura
Brasileira de cordel
Reúne bardo a granel
Pra decantar a cultura
E com muita desenvoltura
Dalinha com competência
Na linha da experiência
Fez gesto maravilhoso
O PAVÃO MISTERIOSO
FEZ CEM ANOS DE EXISTÊNCIA.
Lindicássia Nascimento
12
Um relatório perfeito
Um conto bem relatado
Quem ler fica admirando
Eita, que cordel bem feito
José Camelo, com jeito
Foi usando a sua essência
A mente com paciência
E a força do poderoso
O PAVÃO MISTERIOSO
FEZ CEM ANOS DE EXISTÊNCIA
Jerismar Batista
13
Este cordel quando ouvi
Tinha oito anos de idade
Ah como tenho saudade
Da moça que nunca vi
Meus sonhos ali vivi
No pavão por excelência
Feito com tanta ciência
Um causo tão curioso
O PAVÃO MISTERIOSO
FEZ CEM ANOS DE EXISTÊNCIA!
Vânia Freitas
14
Contínua tremulando
No varal do universo
Esse folheto este verso,
Todo mundo festejando
Em gerações vai mostrando
Cultura com eficiência
Literatura, vivência,
Um século, canto ditoso...
O pavão misterioso
Faz cem anos de existência
Rivamoura Teixeira
15
Passando por gerações
Antes mesmo do varal,
Sem outro romance igual,
Terão comemorações
No Brasil e seus rincões!
Esta obra rica, é influência,
Sempre esteve em evidência;
Deixa o cordel mais famoso...
O PAVÃO MISTERIOSO
FEZ CEM ANOS DE BEXISTÊNCIA!
Zé Salvador.
16
Oh! pavão encantador,
É tão linda sua história,
Cheia de mistério e glória,
Desencanto e amor,
Sua plumagem multicor,
É bela por excelência,
Durante a sua vivência,
Sempre serás majestoso,
O PAVÃO MISTERIOSO
FAZ CEM ANOS DE EXISTÊNCIA
Joab Nascimento
17
Dia de segunda-feira
Na feira livre do Crato
Sua leitura era um fato
E a plateia verdadeira
Exposto sobre a esteira
Num sinal de resistência
Envolto em leve aparência
De conteúdo garboso
O PAVÃO MISTERIOSO
FEZ CEM ANOS DE EXISTÊNCIA.
Josenir Lacerda
18
Não conheci o pavão,
consagrado e fervoroso,
inda que misterioso,
conforme entoa a canção.
Devoto a minha atenção,
com decoro e deferência
à nobreza e reverência
desse pássaro formoso…
O PAVÃO MISTERIOSO,
FEZ CEM ANOS DE EXISTÊNCIA.
David Ferreira
19
E "Nas Asas do Pavão",
Prestei minha homenagem.
Um Romance de coragem.
Já vendeu mais de um milhão.
Este famoso Pavão,
Permanece em evidência,
Marcando grande influência.
De poeta talentoso,
O PAVÃO MISTERIOSO
FEZ CEM ANOS DE EXISTÊNCIA!
Glosa: Rosário Pinto)
20
Foi de um fantástico plano
De um engenheiro famoso
Que com seu feito engenhoso
Criou um aeroplano
E que voou sem engano
Sobre a rica residência,
Desafiando a ciência,
Por um amor ardoroso:
O PAVÃO MISTERIOSO
FEZ CEM ANOS DE EXISTÊNCIA!
José Walter Pires
Cordel proposto e coordenado por Dalinha Catunda
Capa: Valdério Costa

 

O SEMEAR DE LINDICÁSSIA


 O SEMEAR DE LINDICÁSSIA

- Dalinha Catunda
Você é semente ao vento
Brota em qualquer estação
Em toda farta colheita
Tem seu pulso, sua mão,
Você é mulher que faz
É de batalha e de paz
Nunca se abate em ação.
*
É a semente plantada
É tronco reprodutor
Seus galhos se espalharam
Nas folhas do esplendor
Oriunda de Barbalha
Fruto seu nasce sem falha
No cultivo do que for.
*
E semeando cultura
Pela serra se esparrama
Desce e sobe agilmente
E se desenrola em rama
Por novos cantos circunda
Nessa difusão profunda
Da raiz vem sua fama.
*
Lindicássia Nascimento
Filha de Dona Angelina
Traz a força da mulher
Num sorriso de menina
E com muita garra e luz
Essa cabocla conduz
Nossa arte nordestina.
*
Versos de Dalinha Catunda
Em homenagem a Lindicássia.

 Foto do acervo de Lindicássia

dalinhaac@gmail.com

.

 

 


quarta-feira, 19 de abril de 2023

A Índia no Pico do Yayu

PERSEGUIÇÃO DE UMA ÍNDIA NO PICO DO YAYU

Aqui em Santa Luzia

Existe um monte isolado

Indo para São Mamede

Ele fica bem dum lado

Dividindo as duas cidades

De YAYU é chamado.

*

YAYU é gigante

Um filho da natureza

Quem olha de bem distante

Vê quão grande é sua riqueza

Aqueles que passam ali

Admiram a sua grandeza.

*

Muitos índios lutadores

Ao teu lado batalharam

Vivendo com suas mulheres

Que a ele as confiaram

Redemoinho e tempestade

Nunca lhe incomodaram.

*

Gigante observador

Fitando o céu com ternura

Vem nos trazer emoção

Tanta beleza perdura

Mostre bem para os seus filhos

Essa tão bela figura.

*

Há uma lenda que diz

Das sílabas pronunciadas

Que formando YA YU

Duas podem ser contadas

Ditas por uma mulher

E até hoje lembradas.

*

Essa lenda ainda conta

Que era indígena a mulher

Fugindo de Teodósio

Por ser um branco qualquer

Correu em busca do morro

Que pra ela era um Pajé.

*

Ficou lá refugiada

Uma cabana construiu

E quando à procura d’água

Um dia a índia saiu

Não reparou que um branco

Bem de longe a perseguiu.

*

A índia foi perseguida

E quando foi alcançada

Diante dos traidores

Ela ficou acuada

Olhava sempre pro pico

Querendo ser abençoada.

*

Na subida desse monte

A índia não escapou

Sabia que ia morrer

E para o monte apontou

Fitando bem o seu pico

E YAYU exclamou.

*

YAYU foi um grito

No instante de sua morte

Era uma mulher anônima

Imaginamos seu porte

Seria uma linda história

Se ali houvesse um repórter.

*

YA seria advérbio

Depois de bem pesquisado

Significando ALI

E o YU estudado

Seria o “SER SUPREMO”

Dando esse resultado.

*

YAYU é um pico

Com muita interpretação

Seu Ademar pesquisou

Essa esquisita expressão

Pra ele seria ALI, DEUS!

Será que há tradução?

*

Aquela mulher indígena

Que ao sozinha ficar

Num morro bem desolado

Tivesse a procurar

O mistério do YU

Para uma história deixar.

*

Talvez dentro dela houvesse

Muita pergunta a fazer

Por que essa destruição

De sua gente ao querer

Viver com honestidade

Sem a ninguém ofender?

*

Para aqueles bárbaros brancos

Muito queria dizer

Que destruíram sua gente

Sem mesmo a ninguém temer

Que ali estava DEUS

O GRANDE E SUPREMO SER.

*

Por isso digo a vocês

De tanta interpretação

Essa é mística e inspirada

Parece na solidão

Na imponência do morro

Caracterizando a impressão.

*

Mostro aqui mais um estudo

Dum grande pesquisador

De José Elias Borges

Um profundo conhecedor

Dos topônimos indígenas

Dessa estória um sabedor.

*

Ele decifra outra coisa

Do YAYU uma tradição

Diz que é morro espinhoso

Mostrando convicção

Mas o que importa é que a lenda

Envolve a população.

Nelcimá Morais - 2007

*

Nelcimá de Morais é professora e poeta de cordel.

Pertence As Mulheres do Cordel, do Cordel de Saia

Postagem de Dalinha Catunda para o Cordel de Saia