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terça-feira, 28 de março de 2023

AS MULHERES DO CORDEL COM: KÉNIA DIÓGENES


 

AS MULHERES DO CORDEL COM: KÉNIA DIÓGENES

SER LUTA É SER MULHER

 *

Não queremos homenagem

Com o corpo todo marcado

Do roxo que foi deixado

Em seu “momento selvagem”

Pois se é homem de coragem

E quer nos presentear

Tente então nos libertar

Do seu ego tão profundo

Do domínio tão imundo

Que quer nos aprisionar

*

Não queremos noite bela

Com jantar especial

Se o cansaço é mais real

Que conto de Cinderela

Que desce pela goela

Com o amargor da injustiça

Porém que só nos atiça

E nos mantém vigilantes

Não sejam então farsantes

Com homenagem postiça

*

Não venham com suas flores

E seu discurso ensaiado

Respeitem nosso legado

Que é de sofrimento e dores

Entenda nossos horrores

Escute o que a gente quer

Reflitam sempre que der

Mesmo se nos chamam puta

A nossa história é de luta

Pois ser luta é ser mulher

 

KÉNIA DIÓGENES

poetisa Kenia Diógenes, é escritora, professora de geografia, foi dançarina de quadrilha junina por 10 anos e amante incondicional da cultura popular nordestina. Mulher sempre preocupada com a condição e a realidade feminina, esse é um tema recorrente em seus escritos. Ambientalista de nascença, acredita sempre em dias melhores e nunca deixa de lutar por isso, considera a equidade entre os seres o grande mote da sua vida. Aprendiz eternamente. É membro da Academia Internacional de Literatura Brasileira - AILB e da Academia Cearense de Literatura de Cordel - ACLC, onde ocupa a cadeira de número 15 e tem como patrono, José Pacheco da Rocha.

Dalinha Catunda - dalinhaac@gmail.com

quarta-feira, 22 de março de 2023

O Museu do Caju e as mulheres do cordel

O Museu do Caju e as mulheres do cordel

O Educador e pesquisador Gerson Linhares idealizou o MUSEU DO CAJU em 1995 e em 2007 inaugurou, transformando assim, seu sonho em realidade.

 O Museu fica em Caucaia próximo a Fortaleza.

Além de mostrar o caju e seus derivados para o mundo, prestigiando nossa cultura cearense, contando a história do caju, Gerson Linhares cria oportunidades, para que poetas, escritores, artesãos, fotógrafos também possam expor no Museu do Caju os seus trabalhos.

Sou grata a Gerson, por descobrir minha paixão pelo caju, fazer um apanhado dos meus escritos sobre a fruta e seus derivados e por fim, editar um folheto com, fotos e poemas de minha autoria para o Museu.

Como poeta de Cordel, não estou sozinha neste espaço. Temos a minha amiga cordelista Ivonete Morais e a também cordelista Mariana Lima.

Dalinha Catunda

dalinhaac@gmail.com


 

segunda-feira, 20 de março de 2023

Meu Baú do Cordel

 

DALINHA, MALA E BAÚ

*

Tenho baú, tenho mala,

Para meu cordel guardar.

Na mente guardo também,

Para poder declamar.

Tem profanos e sagrados

Das cidades e dos prados

Quem quiser pode chegar.

Dalinha Catunda

*

Essa maleta tem muitos

Cordéis que estão na linha,

É tão grande a quantidade

Que a mala está cheinha,

Outra mala igual não há

E onde Dalinha está

"Tá" a mala de Dalinha.

Poeta Joames

*

Esse baú da Dalinha

vai muito além do cordel,

tem dotes, rimas e versos

tudo gravado em papel.

Encantos em poesias

escritos no dia-a-dia

dignos de Prêmio Nobel!

David Ferreira

*

Foto: Dalinha Catunda

dalinhaac@gmail.com

quinta-feira, 9 de março de 2023

Canto em dois tons para Dalinha Catunda.


 

Canto em dois tons para Dalinha Catunda.

.

Dalinha,

Dalinha,

À vida

Deu linha...

Lutou,

Perdeu

Ganhou.

Sem medo

Do mundo

Andou,

Subiu,

Desceu,

Venceu...

Poeta

De verso

Fogoso,

Diverso,

Tinhoso,

Ousado,

Valente,

Gostoso

De ler,

Gozar,

Sorir,

Curtir

Amar!

Dalinha

Mulher

Que sabe

Quem é

O quer.

O que

Se der

Vier

De perto

De além.

Assim,

A data,

A luta,

Retrata

E canta

Feliz,

Tão grata

Ao que

Ela fez

E faz

E quis.

Parceira,

Amiga,

Que topa

Parada,

Nâo foge

Da briga,

Da luta,

Da lida,

Liberta

Total,

De tudo

Ciente.

Mil votos

Desejo,

No dia

Que muda

De idade.

Que seja

Longínqua,

Sem pressa,

Em tempo

Tão célere,

Que passa

Zombando

Da gente,

Fazendo

Pirraça,

Pra quem

Já chega

À reta

Final.

Abraços

E beijos

E cante

Feliz

O dia.

De hoje.

Adeus

Dalinha!

.

José Walter Pires

28.10.2020

Obrigada pelo mimi, caro poeta

Postagem de Dalinha Catunda

dalinhaac@gmail.com

segunda-feira, 6 de março de 2023

TRIBUTO À MULHER - 08 MARÇO 2023

 À CORA, CORALINA e todas as mulheres poetisas e cordelistas – toda a beleza lírica de Cora Coralina fica evidente no poema A PROCURA.

“Andei pelos caminhos da VIDA.
Caminhei pelas ruas do DESTINO
procurando meu signo.
Bati na porta da FORTUNA,
mandou dizer que não estava.
Bati na porta da FAMA,
falou que não podia atender.
Procurei a casa da FELICIDADE,
a vizinha da frente me informou
que ela tinha se mudado,
sem deixar novo endereço.
Procurei a morada da FORTALEZA.
Ela me fez entrar: deu-me veste nova,
perfumou-me os cabelos,
fez-me beber de seu vinho.
Acertei o meu caminho. ”
(Cora Coralina)
Nossa linda Coralina,
Que marcou nossa existência
Para mim é referência
Ela comigo se afina
Delicadeza tão fina
Adoçando a nossa alma
Sem nunca perder a calma
A fazer doce no tacho
Ou a lavar roupa em riacho
Sua poesia acalma.
(Rosário Pinto)
São muitas as poetisas na literatura de cordel atualmente. E elas estão por aqui, por aí e acolá: nas páginas das redes sociais, em youtubers, em blogs específicos e autorais e, em outros cantos e recantos da cultura popular. Também buscam a inspiração das musas, haja visto serem elas próprias “poetisas de musa cheia”. Navegam por todas essas redes virtuais com muita desenvoltura.
“Divina musa! inspirai-me,
Para narrar uma história
Que, os menestréis me contaram.
Mulheres de amor e glória,
Ilustraram os romances
De beleza e vitória.”
*
Meus poetas cordelistas
Hoje, venho vos narrar,
As histórias do passado,
De princesas vou falar,
Vivendo encasteladas,
Querendo o amor desfrutar
*
Nosso mundo evolui
Hoje a mulher determina
Que norte dará à vida
Mesmo sendo nordestina
Não carrega o estigma
Daquela pobre menina.
*
Hoje ela tem profissão
Escolhe a vida que quer
Sem preconceito que diga
Se meretriz, ou qualquer!
Conquistou a felicidade
O orgulho de ser mulher.
*
Vale esclarecer, nos últimos anos, a presença assídua das mulheres nas publicações de folhetos. Podemos afirmar que, hoje, a mulher trouxe para a literatura seu olhar intuitivo e suas preocupações com as temáticas e os problemas sociais que ainda enfrenta, perante uma sociedade que engatinha na legislatura em favor dos direitos da mulher em todas as vertentes do conhecimento humano.