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sexta-feira, 29 de março de 2013

Grandes romances e a mulher na literatura de cordel, 1º capítulo


Os grandes romances na literatura de cordel, pelo olhar dos valores veiculados, em especial à condição dos direitos da mulher

Já publicado no sitio CORDEL DE SAIA, ensaio mais genérico intitulado A produção feminina na literatura de cordel – um novo olhar. Agora, retomo os grandes romances, mas focada nos valores tradicionais veiculados, em especial àqueles que dizem respeito à condição da mulher, na trajetória da literatura oral. É peculiar observarmos que até os nossos dias ainda não se tenha legislação definida de proteção aos direitos da mulher. Li, recentemente, PARECER do Comité Económico e Social Europeu sobre aErradicação da violência doméstica contra as mulheres (parecer de iniciativa) Relator: Mário Soares, apresentado em Bruxelas, 18 de setembro de 2012. Fiquei perplexa com os dados ali apresentados, especialmente por se referir a União Européia, Imagine, agora, a quantas andamos no Brasil?  Vamos, então, aos nossos romances.

Em linhas gerais os grandes romances poéticos seguem padrões similares aos romances em prosa, acompanhe alguns aspectos, como: critérios rigorosos de forma, conteúdo e apresentação.

terça-feira, 26 de março de 2013

IFRJ no mundo do cordel

CORDEL DE SAIA DIVULGA release publicado pela coordenador professora Andrea Mota sobre palestra ministra por Dalinha Catunda e Rosário Pinto no IFRJ de Nilópolis, dia 25 de março, 2013. Leia baixo:

“A Expressão Feminina na literatura do Cordel” foi o tema da palestra das cordelistas Rosário Pinto e Dalinha Catunde, no dia 25 de fevereiro, no Campus Nilópolis. O evento faz parte do projeto de Iniciação Científica "Literatura de cordel como patrimônio cultural: a produção fluminense do século XXI", orientado pela professora e Coordenadora de Extensão do campus, Andréa Motta, e desenvolvido pelas estudantes do Curso de Produção Cultural Aline Ribeiro e Sabrina Veloso.

Com o objetivo de promover a literatura e o artista cordelista, a palestra tratou da história do cordel, sua trajetória desde o nascimento na Europa, onde se narravam histórias de princesas e fadas, até a chegada no Brasil, com histórias de cangaceiros e Padre Cícero. As cordelistas também falaram sobre as diferenças entre o cordel oral e escrito.

Na mesa de abertura, composta pelas palestrantes e pela professora Andrea Motta, Dalinha contou que realiza pesquisas de temas diferentes para compor um cordel. Explicou ainda os pontos mais importantes da história do Cordel, como no começo, quando as mulheres assinavam com nomes de homens, pois não eram aceitas.

Quando questionada sobre a diferença entre um cordel escrito por uma mulher e por um homem, Dalinha afirmou não ver muitas diferenças. “O que importa são as opiniões, as mulheres estavam apenas escondidas”, afirmou. Rosário compartilhou da mesma ideia e disse que as mulheres tiveram que lutar para conquistar o lugar delas.

Rosário comentou que a literatura de cordel não é fechada ou destinada para somente um público, mas popular e capaz de tematizar qualquer assunto. Também, segundo ela, é um instrumento de aprendizagem para outras disciplinas, pois tem uma linguagem mais lúdica e prazerosa. 

domingo, 24 de março de 2013

MULHER TAMBÉM FAZ CORDEL


MULHER TAMBÉM FAZ CORDEL 
.
O cordel antigamente
Era coisa masculina
Mas a mulher nordestina
Que já cantava repente
Sem achar que era imprudente
Deu uma de menestrel
Resolveu fazer cordel
E cultura propagar
Pois muito tem pra contar
E faz bem este papel.
.
Hoje fazem recitais,
E peleja virtual
O seu folheto é real
Com histórias geniais
Não tem só suspiro e ais
Em folheto de mulher
A fêmea sabe o que quer
No repassar da cultura
Coisa que a literatura
Atualmente requer.
.
É com gosto e competência
Que a mulher entra na roda
Canta verso e vira moda
E até passa a ser tendência
Pois com jeito ou imprudência
Ela ocupa o seu lugar
Porque bem sabe rimar
A sua sabedoria
Já deixou de ser Maria
Vivendo apenas pro lar.
.
Texto e foto de Dalinha Catunda

sábado, 23 de março de 2013

Marcos Mairton em tempos de Judas

COMO JUDAS ME AJUDOU A CORDELIZAR
Marcos Mairton

Para mim, Semana Santa,
bem mais que religião,
Foi sempre como um costume,
uma grande tradição.
Ir à missa e à vigília
era encontro de família,
nunca foi obrigação.

Na quinta-feira maior,
tinha missa e romaria,
a minha avó jejuava
nesse dia não comia.
À noite era o “Lava-pés”.
Mais tarde, depois das dez,
a vigília se inicia.

Já a Sexta-Feira Santa,
era um dia de recato,
sem menino jogar bola
e sem mulher lavar prato.
Acredite quem quiser,
o marido e a mulher
não tinham qualquer contato.

À noite, perto da igreja,
na hora da encenação
da peça “Paixão de Cristo”,
se ajuntava a multidão.
Ali os jovens atores,
apesar de amadores,
nos enchiam de emoção.

Mas o Sábado de Aleluia
era do que eu mais gostava,
e o testamento do Judas
com meus tios preparava.
desde os  dez anos de idade
Eu mostrava habilidade,
Nos versos que elaborava.

O testamento era todo
Rimado e metrificado,
E o patrimônio de Judas
Assim era destinado
A todos ali presentes
Que recebiam contentes
a herança do finado.

Para um ficava a corda,
Para outro o dinheiro,
Para alguém suas sandálias,
O manto para um terceiro.
O povo se divertia
Enquanto se dividia
O seu patrimônio inteiro.

E a gente ainda usava 
sempre aquela ocasião
para fazer com os vizinhos
uma grande gozação,
relembrando apelidos
e fatos acontecidos
com os amigos de então.

Para o homem preguiçoso,
o Judas deixava a rede.
Para a mocinha faceira
um espelho na parede.
Se o cabra era cachaceiro,
cachaça pro ano inteiro,
para não morrer de sede.

E foi nesses testamentos
De Judas que fui fazendo
Que da métrica e da rima
Mais e mais fui aprendendo
A popular poesia
Dos cordéis que, hoje em dia,
Sigo em frente escrevendo.
 
Marcos Mairton não surpreende pois sempre nos encanta seja em prosa ou versos.

 

quarta-feira, 20 de março de 2013

HABEMUS PAPAM FRANCISCO I

CORDEL DE SAIA recebeu de nosso confrade Sávio Pinheiro o belo acróstico para o novo Papa Francisco I. Que ele possa realizar um papado com justiça e união entre os povos e as várias religiões. Aprecie a beleza do verso.
*
ACRÓSTICO PARA FRANCISCO I
Autor: Sávio Pinheiro

Festejou o seu nome no conclave
Resoluto na fé que o domina
Ancorou-se, discreto, na Sistina
Navegando solene a sua nave.
Conquistou, na humildade, a nova chave
Inspirado no que ele sempre quis.
Separou e agregou diversos is
Colorindo o seu voto de pobreza,
Omitiu-se do mundo da nobreza
Invocando Francisco de Assis
*
Sávio Pinheiro
Poeta de cordel e médico, natural de Vársea Alegre (CE). Responsável pelo projeto Receitando o Cordel na Saúde Coletiva – Literatura de Cordel como Instrumento de Educação Popular para a Saúde, de Sávio Pinheiro, foi tema da matéria de capa da Revista Brasileira Saúde da Família, na publicação de julho a setembro de 2006, por ter sido o vencedor do I Encontro de Experiências Exitosas da Estratégia Saúde da Família, sediado em João Pessoa (PB).

terça-feira, 19 de março de 2013

Hoje é Dia de São José

19 de março dia consagrado a São José e aos que como ele tem a profissão de carpinteiro e marceneiro.
São José é o padroeiro do Ceará, considerado pelo nordestino como padroeiro dos agricultores.
O sertanejo acredita que quando chove no dia de São José, é sinal de bom inverno.

São José


São José foi bom esposo,

Lavrador e carpinteiro.
De Jesus pai adotivo.
Foi um fiel companheiro.

Com seu cajado florido

Munido de muita fé
Encantou-se por Maria,
Maria de Nazaré.

Maria ia até a fonte

Pegar água pra beber,
E José se embevecia
Vendo admirável ser.

José desposou Maria

Sobre ela posou a luz
Era o espírito Santo
Fazendo-a mãe de Jesus.

Eis a sagrada família,

E com ela me comovo
Pois nela nasceu Jesus
Para salvar nosso povo.
*
Texto de Dalinha Catunda

segunda-feira, 18 de março de 2013

Marcos Mairton Convida

Prezado(a) Amigo(a),

É com imensa alegria que lhe encaminho convite para o lançamento do meu novo livro, "Contos, Crônicas e Cordéis", na Livraria Cultura, em Fortaleza.

Gostaria de contar com a sua presença e, se possível, sua colaboração para a divulgação da obra e do lançamento. Aí vale e-mail, Facebook, Google+, Twiter, cartaz no elevador do prédio, tudo...

Se você quiser conhecer desde já um pouco mais da obra, há um link para degustação na página da editora: http://www.conhecimentoeditora.com.br/?page_id=1507

VERSOS DE FRED MONTEIRO

Fred Monteiro
No sertão esturricado
quando chove é uma alegria
o povo cai na folia
chorando e rindo, abestado
põe a pobreza de lado
esquece o castigo ingrato
fica feito um carrapato
grudado no pé do açude
e não tem mais quem lhe mude
essa cara de beato
***
seu apelo foi chegado
pois pediu pra São José
não esqueceu nem Tomé
o Santo desconfiado
pois José adiantado
dois dias antes da data
de 19, batata !
fez chover antes da hora
agora o milho "fulora"
São João vai chover prata !
*****
Com feijão consorciado
a fartura vai ser grande
não tem mais ninguém que ande
sem ver milho pendoado
macaxeira no cercado
vai dar pra vender na feira
acabou-se a choradeira
ninguém mais vai passar fome
pois quem tiver boca come
de não passar na porteira..
18 de março de 2013 09:29
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sábado, 16 de março de 2013

AS MULHERES DO CORDEL

Dalinha Catunda

Dalinha Catunda.
.
A mulher muito jeitosa
Do cordel se apropriou
Com os versos se encantou
E não sendo desditosa
Além de versejar glosa
Com seu jeito singular
Quando se dana a rimar
Rima com autoridade
Porque tem capacidade
Para seguir adiante
Sendo do cordel amante
Abraçou esta verdade.
.
Maria de Lourdes Aragão Catunda – Dalinha Catunda
Nasceu na cidade de Ipueiras sertão do Ceará onde também nasceram os poetas, Costa Matos e Gerardo Melo Mourão, sendo cria do mesmo barro não se intimidou ao cantar sua terra e trafegar pelo mundo da poesia.
Faz recitais, escreve em blogues, jornais e membro da ABLC – Academia Brasileira de Literatura de Cordel ocupando a cadeira 25. É membro correspondente da AILCA – Academia Ipuense de Letras, Ciências e artes.
Contato: dalinhaac@gmail.com
Fotos do acervo de Dalinha Catunda

quarta-feira, 13 de março de 2013

AS MULHERES DO CORDEL

Bastinha Job
Nasci na Vila do Amaro
Distrito do Assaré.
Mas , meu Cratinho , é que é
o meu Torrão muito caro
Me adotou, me deu amparo
e soube me cativar
com jeitinho me ensinar
a  ser simples no versejo ;
NUNCA FOI O MEU DESEJO
MEU DIALETO MUDAR!
Sebastiana Gomes de Almeida Job, Bastinha,
Nasceu em Santo Amaro município de Assaré. Sente-se orgulhosa de ser conterrânea de Patativa. Professora de Língua Portuguesa e Literatura Popular da Universidade Regional do Cariri – URCA. É membro da ACC – Academia dos Cordelistas do Crato e uma de suas fundadoras, ocupando a cadeira nº 04.
Foto da internet